Fato novo da sucessão presidencial, a aliança política entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pode produzir efeitos diretos nas eleições do Rio Grande do Norte do próximo ano. Após ver negado pelo Tribunal Superior Eleitoral o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula surpreendeu a todos com o ingresso no PSB, comandado por Eduardo Campos.
E por que a surpresa? Marina tinha à sua disposição, para disputar o cargo de presidente da República, pelo menos sete partidos. Dona de 20 milhões de votos recebidos nas eleições de 2010, a ex-senadora preferiu, no entanto, desembarcar numa legenda que já tem candidato.
O ingresso de Marina Silva no PSB, onde poderá ser candidata a vice-presidente, surpreendeu Governo e Oposição. E confirmou, pelo menos uma coisa: Eduardo Campos será, sim, candidato a presidente da República, já que tem o controle do partido e do processo de indicação.
E o que isso muda no Rio Grande do Norte?
A confirmação da candidatura de Eduardo Campos reforça o projeto de candidatura da vice-prefeita de Natal e ex-governadora Wilma de Faria, líder nas mais recentes pesquisas de opinião.
Com a união de Marina e Eduardo Campos, o PSB será excluído das coligações majoritárias e proporcionais que envolvam partidos da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. Desse modo, foram para o vinagre projetos como o de alianças entre o PSB e o PMDB do deputado Henrique Eduardo Alves. Conversações que haviam sido iniciadas apontavam para a possibilidade de formação de aliança tanto para a chapa majoritária quanto para a proporcional.
Conclusão: Juntos, Marina e Eduardo Alves fortalecem um projeto de oposição a Dilma, mas impede que, no Rio Grande do Norte, Wilma e o PMDB estejam no mesmo palanque. Não haverá aliança para governador e também para a formação de chapa para deputado federal e estadual.
A partir daí, vários outros projetos sofrerão alterações.
Oponentes no plano nacional, o PT de Fátima Bezerra e o PSB de Wilma de Faria também não estarão juntos em 2014. E ambas são as preferidas num possível cenário de disputa pelo Senado. Com uma diferença: Fátima Bezerra quer ser candidata a senadora, enquanto Wilma tem no Senado apenas uma das três alternativas possíveis.
Marina e Eduardo Campos , juntos, prometem atrapalhar os planos de Dilma. Mas já começaram a alterar os planos do PSB, PT e uma parte do PMDB.
Resumindo, esse fato político nacional foi mais prejudicial para o PMDB local. Explico.
Fátima tem condições de ser eleita Senadora mesmo sem aliança com o PSB local, principalmente se Wilma for candidata a Governadora. Creio que esta última opção é a desejada por Eduardo Campos para ter um palanque forte no RN.
Wilma, mesmo candidata isolada a Governadora, tem chances reais de ser eleita.
Já o PMDB não tem condições de fazer um Senador e até um Governador, atualmente, sem uma aliança com o PT ou PSB. Por isso estão investindo todas as suas fichas no canto de sereia a Carlos Eduardo. Espero que o Prefeito não caia nesta armadilha.