Dois dias depois de votar, em segunda discussão (?), o projeto que estabelece o Passe Livre (tarifa zero para todos os estudantes de Natal), os vereadores da capital já discutem uma forma de recuar. Alguns acham que a Câmara votou e aprovou uma matéria inconstitucional e que a Câmara precisa acatar o veto que será dado pelo prefeito Carlos Eduardo e negociar uma saída com um outro projeto constitucional, de autoria do Executivo.
A discussão mostra que a consistência técnica dos votos da maioria dos vereadores natalenses tem a mesma espessura que um cavaco chinês. Só pode ser brincadeira.
Primeiro os vereadores não tem coragem de reagir a pressões de um grupo de jovens e embarcam na aventura de aprovar um projeto que vai obrigar a Prefeitura a gastar 34 milhões de reais por ano para bancar o passe livre para estudantes de escolas públicas e privadas.
A matéria foi aprovada, duas vezes, por 28 votos a zero. Somente Luiz Almir, do PV, não votou nas duas vezes. Segundo ele, porque “não estava convencido”. Em outras palavras: preferiu lavar as mãos.
A Câmara está brincando outra vez. Primeiro jogou a batata quente nas mãos do prefeito. E agora que sabe que ele tem coragem para vetar a matéria porque ela é inconstitucional, procura uma saída honrosa.
A Câmara Municipal de Sucupira, aquela do seriado “O Bem Amado”, não faria melhor.
Santa incompetência, Batman!
O incrível é alguém imaginar que, ainda tendo concordância do prefeito, a passagem seria livre. Esses valores não têm de onde vir a não ser dos nossos bolsos. De graça, nem alguém chamada Graça.