O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, nesta quarta-feira (29), que o governo federal obteve a última autorização necessária para iniciar as obras do Linhão do Tucuruí, que ligará Manaus, capital do Amazonas, a Boa Vista, capital de Roraima.
Roraima é o único estado do país que não está integrado ao sistema elétrico nacional e depende desse projeto para sair do isolamento energético.
“Tínhamos pressa em resolver a questão do Linhão Manaus-Boa Vista (…) Há mais de 10 anos, Roraima não estava integrada com o resto do Brasil na questão energética”, disse o presidente, em cerimônia no estado para marcar os 1.000 dias de seu governo.
“Até que ontem à noite a ‘cegonha apareceu’. Ontem à noite, o último obstáculo para o início das obras foi vencido. E nós temos uma pedra aqui do lado, a pedra fundamental para o início da construção do linhão”, completou, prometendo revelar mais informações sobre a obra em outro evento, às 16h.
Bolsonaro destacou o trabalho de alguns de seus ministros para destravar a obra. “Temos a Damares Alves, que colaborou bastante para a obra de Tucuruí, seus contatos, suas idas e vindas para buscar as comunidades indígenas para buscar autorização porque ele passa por reservas indígenas”, disse.
“Também em Porto Velho, nosso ministro da defesa, general Braga Netto, que também teve uma participação enorme nessa posição porque quando se fala dos nossos irmãos indígenas sempre as Forças Armadas estavam presentes”, completou Bolsonaro.
Ele disse que as obras devem durar aproximadamente três anos até serem concluídas. “Então, esse pesadelo, em menos de três anos, deixará de existir neste estado maravilhoso chamado Roraima.”
O Linhão de Tucuruí foi licitado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2011, no governo de Dilma Rousseff (PT). O projeto prevê uma linha de transmissão de 715 quilômetros entre as duas capitais, dos quais 125 km passam por terras do povo indígena Waimiri Atroari.
Prioridade do governo Bolsonaro
Em fevereiro de 2019, Bolsonaro, anunciou que o Conselho de Defesa Nacional declarou o linhão uma obra de interesse nacional. Com isso, o governo poderia seguir o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) firmado no caso da demarcação da Raposa Serra do Sol.
A decisão da Corte diz que “o usufruto dos índios não se sobrepõe aos interesses da política de defesa nacional” e, assim, obras e “exploração de alternativas energéticas (…) serão implementadas independentemente de consulta às comunidades indígenas envolvidas, assim como à Fundação Nacional do índio (Funai)”.
O início da obra está autorizado sem a necessidade de licenças ambientais desde 13 de julho, quando o Executivo federal sancionou a Medida Provisória (MP) que viabiliza a capitalização da Eletrobras.
A empresa participa do consórcio contratado para operar o Linhão de Tucuruí por meio de sua subsidiária, a Eletronorte.
Com CNN Brasil
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