Foto: Reprodução
Viralizou no início desta semana um trecho do padre Stanley Lopes, pároco da Matriz de Jardim do Seridó, em que desafia fiéis a demonstrarem sua fé também fora dos limites da igreja, ao citar os campi do IFRN dos municípios de Parelhas e Currais Novos, em que diz que “só tinham feministas e abortistas”. Em nota, que foi destaque na Tribuna do Norte nesta terça-feira(05), o instituto reafirmou a liberdade religiosa dentro da instituição. Vídeo pode ser visto AQUI.
Veja a nota do Campus Avançado de Parelhas:
“A Constituição de 1988, atual constituição vigente no Brasil, no seu Art. 5°, estabelece que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
O mesmo artigo fundamenta o princípio de que o Estado é laico e de que deve proteger e assegurar que o individuo possa ter liberdade de expressão e religiosa.
Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, de 1961) no Art. 3, inciso II, estabelece como princípio para educação a “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber”.
Esta mesma lei também dispõe no Art. 35, inciso III, sobre “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”.
Diante deste contexto legal, os Institutos Federais fazem parte da rede de educação pública e são instituições laicas. Desta forma, os mesmos não são encarregados de promover educação religiosa de nenhum tipo. O que cabe à nossa escola, enquanto promotora de educação, é mostrar, através das disciplinas de História, Geografia, Literatura, Filosofia e Sociologia, o tema religioso, sem fazer referência para sustentação de valores, visões de mundo comportamentos ou atitudes. Mas garantindo a diversidade de pensamento e a discussão crítica dos temas.
Ademais, dentro do Instituto Federal, alunos e funcionários são livres para se expressar, podendo sim carregar cruzes no peito e outros símbolos da sua religião, porque é direito constitucional. Mas nossa instituição jamais poderá ensinar a respeito de religião e de crenças espirituais porque essa não é a função da escola.
O ensino desses conhecimentos religiosos é função da Igreja Católica e das demais religiões, para cativar os jovens e ensiná-los sobre as doutrinas religiosas que eles “devem” seguir.
Para ilustrar o nosso papel, tomo como exemplo eu, Ramon Viana, professor e Diretor Geral do IFRN Campus Avançado Parelhas.
Sou católico, praticante de ir à missa todos os domingos e ser Ministro da Eucaristia. Sustento meus valores e visões de mundo segundo a minha religião. No entanto, não me cabe ensinar e nem promover dentro do Instituto, que é instituição pública e laica (nunca é demais reforçar!), minha religião e o que eu acredito. Isso porque, antes de qualquer coisa, eu tenho que ter respeito às demais pessoas que não seguem a mesma religião que eu sigo. E do mesmo jeito que eu tenho direito de acreditar no que eu quiser, as outras pessoas também possuem esse direito. Então sejam católicos, evangélicos, umbandistas, judeus, ateus, agnósticos e demais crenças religiosas, as pessoas sempre serão respeitadas e terão sua liberdade de expressão e de religião dentro do Campus Avançado Parelhas. E não é o Diretor Geral que está estabelecendo isso, é a Constituição de 1988 que rege nosso país.
A respeito do Campus Avançado Parelhas ter “feministas, esquerdistas, abortistas, gente do contra e da ideologia de gênero”, voltamos ao Art. 5° da Constituição Brasileira e aos Art. 3 e Art. 35 da LDB.
Cada pessoa é livre para ter um ponto de vista e ter as suas defesas a respeito dos temas polêmicos que surgem na sociedade, e isso é um direito que jamais, dentro do nosso Campus, será negado ou violado. O papel da nossa instituição é não conceder valores obrigatórios aos respectivos temas. Entretanto, a nossa escola tem a função, muito significativa dentro da sociedade, que é o de formar cidadãos críticos e com pensamento autônomo.
Sendo assim, temas como “a luta das mulheres por direitos”, “a política brasileira e internacional, atual e ao longo da história”, “ a diversidade de gêneros”, entre outros assuntos polêmicos, serão discutidos sim, como garante a lei. Mas, repito, isso ocorrerá sempre sem fazer referência para sustentação de valores, visões de mundo, comportamentos ou atitudes de forma absoluta e obrigatória.
Tomo, ainda como exemplo, a educação sexual. Não cabe à escola dizer se o adolescente deve ou não ter relações sexuais. Mas, cabe à escola ensinar as formas de prevenir gravidez, o que são as DSTs e as formas de prevenção, o que é violência sexual, como detectá-la e como denunciá-la. O ensinamento escolar visa a formação para cidadania.
Por fim, destaco novamente que nossa escola é laica e que vai assegurar os diretos de todos, segundo a Constituição de 1988 e a LDB. Aproveito o espaço para convidar toda a comunidade a conhecer o que o IFRN Campus Avançado Parelhas vem fazendo na vida de milhares de jovens e adolescentes ao longo dos anos. Promovemos educação de qualidade, e, acima de tudo, formamos cidadãos para melhorar o mundo em que vivemos.
Damos perspectivas de vida a esses jovens e a essas famílias, que muitas vezes não tiveram oportunidades. E essa sempre vai ser a maior missão da nossa escola, não julgar o que nossos alunos e funcionários acreditam e defendem, mas fazer com que nossos alunos possam acreditar em um futuro muito melhor e com oportunidades de crescimento intelectual, profissional e material, amparados em uma formação cidadã.
Ramon Viana de Sousa
Diretor Geral do Campus Avançado Parelhas”
C0mo ex-aluno da Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte -ETFRN, hoje Instituto Federal do RN – IFRN, venho expressar meu orgulho de ter tido o privilégio e o prazer de ter estudado nessa escola e ter conquistado a minha cidadania. Orgulho também por ter filhas como ex-alunas e meu neto como ex-aluno. A nota do professor Ramon Viana só veio aumenta esse meu orgulho, Parabéns, professor Ramon. Parabéns a toda comunidade do IFRN, Campus de Parelhas, estendendo a todas as comunidades dos IFs de todo Brasil.
O padre tem total e absoluta razão. ????????????
Triste de quem não tem condições de pagar a educação de seus filhos.
Esse padre quem era para ser o Papa.
Parabéns, Gustavo e Antônio Turci, pelos comentários de vcs. Ao Padre Stanley Lopes, o nosso apoio e, às nossas orações. João Macena.
Parabéns ao padre por falar o óbvio
Isso é liberdade de expressão. O padre tem todo direito de ser machista, facista, sexista, em suma, ridículo…
Parabéns pela coragem. Fui aluno do IF de Currais novos é ele só falou verdades.
Mas onde foi que ele mentiu ?
Já merece ser canonizado um padre desse , parabéns ao padre do serido.
O IFRN é uma das mais respeitadas instituições de ensino do país. O padre e os bolsominions ruminantes deveriam se informar melhor antes de despejarem a sua verborragia nos comentários!
E o nosso padre não falou da queima de ervas……
Para saber o que acontece dentro das universidades e similares não necessariamente o indivíduo tem que está cursando para o restante da sua respectiva vida. Todos nós também sabemos o que acontece nos intramuros da politica brasileira, em todas as esferas. Para ter cconhecimento disso não é prpreciso se candidatar a nenhum mandato publico, nem tão pouco trabalhar para políticos, basta ter raciocínio e colocar o bem estar da sua familia em primeiro lugar
Agora vem os petralhas querer inibir o padre. Liberdade de expressão. O Padre tem direito ou não tem? Ou só sem direito se for petralha e comunista?
Mas os críticos são muito patetas, mesmo. O Padre está certíssimo, e o pior é ter de explicar. A sua crítica não foi à "laicidade" do IFRN, foi aos CATÓLICOS que vão à missa usando camiseta com imagens, crucifixos, terços, etc, mas quando vão a certos locais (como o IFRN, que é sabidamente dominado pelos grupos que ele identifica), ficam com vergonha da própria fé. Não é coragem usar crucifixo e camiseta de santo na missa, é coragem usá-los em ambientes hostis. Que pena que muitos não entenderam e partiram para o insulto contra um ÓTIMO PADRE.
Parabéns Ramon, diretor geral do Campus.
Respondeu e contra-argumentou as imbecilidades ditas pelo padre que ainda vive na idade média.
Padre sereno e conhecedor do que fala.
Liberdade de expresão, sem extremismo. Cada um tem o seu ponto de vista. Uns concordam, outros discordam. Isso é democracia! O que não pode, é xingamento, mal trato, falta de respeito, ignorância e por ai vai.
Valeu Padre disse a pura verdade.
Sou amante da democracia e da liberdade de expressão.
Sou contra ao que o Padre falou, porém ele tem a liberdade para se expressar.
Não vou ofender o Padre, como a boiada ofende o Papa, cada vez o Pontífice se manifesta sobre qualquer assunto.
Com todo o respeito, ouso comentar resumidamente. De antemão reconheço, embora "na marra", a Constituição (demagógica) Cidadã. Em nossas escolas para jovens não tem lugar para Deus, mas estão presentes os ensinamentos marxistas, leninista, gramscistas e outros ateísmo mais. Quanto a liberdade de expressão de alunos e funcionários esra é garantida, desde que seja seja a favor do "princípios" do petisco e outras vertentes de esquerda. Em razão da laicidade não se pode falar em Deus, mas se fala direto na podridão que é a ideologia de gênero. Ao Padre de Jardim do Seridó, meus parabéns.
Você estuda em qual faculdade para saber o que se passa lá dentro? Ou é só mais um que fugiu da escola e agora como tem o poder de opinar na palma da mão expõe seu ódio contra as academias de formação?
Viiiixe!