Protagonista de um dos lances mais bizarros do futebol brasileiro em 2013, o massagista Esquerdinha – que invadiu o campo para evitar, em cima da linha, o gol que seria a classificação Tupi sobre a Aparecidense, no jogo de volta das oitavas de final da Série D – vai tentar ser eleito deputado estadual em Goiás.
Filiado ao Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Esquerdinha quer aproveitar a fama em Aparecida de Goiânia e nas cidades próximas para angariar votos.
– A situação ajudou porque o povo encarou que defendi o time da cidade. Estão aceitando bem, porque também acham que tem de botar gente humilde no poder – contou o massagista.
A invasão de campo, que resultou na exclusão da Aparecidense da competição e na suspensão de 24 partidas em competições chanceladas pela CBF, impostas pelo STJD, foi inspiração para o slogan da campanha: “se a corrupção vai entrando, Esquerdinha vai tirando”.
– O pessoal gostou, apesar de eu ter feito aquilo de errado. Pedi desculpas, mas não foi uma atitude premeditada. Foi impulso – explicou-se o massagista.
Esquerdinha foi conduzido à política depois de ser convencido pelo deputado federal goiano Sandro Mabel, cujo partido (PMDB) tem coligação com o Pros no estado.
– Ele me convidou. Vamos ter uma reunião para definir as metas da campanha – afirmou.
Habeas corpus
Caso a Aparecidense conquiste a vaga na Série D novamente através de uma boa colocação no Goiano-2014, Esquerdinha já foi aconselhado por um advogado a tentar um habeas corpus trabalhista para exercer a profissão.
– A CBF não pode impedir um pai de família de trabalhar, senão o clube vai me demitir – finalizou o massagista-candidato.
Dirigente não apoia: ‘Isso é uma piada’
Se depender do apoio interno, Esquerdinha vai ter dificuldades para conseguir votos. Nem o diretor de futebol da Aparecidense, João Rodrigues, acha que o massagista seja uma boa opção para ser deputado estadual.
– Já falei para ele: isso é uma piada. Ele não tem o meu voto e não vou ajudar com um centavo sequer – sentenciou o dirigente ao L!.
Na visão de João Rodrigues, a lábia dos políticos foi fundamental para levar Esquerdinha à ideia de tentar se eleger.
– Não quero magoá-lo, mas a cabeça dele não é muito boa para isso. Ele é muito inocente e deixou o partido vender a ilusão. Ele está empolgado, tirando foto com todo mundo, mas não fez nada digno de ser eleito – completou Rodrigues.
O diretor de futebol ressalta ainda que a presença do massagista na Aparecidense está sob risco, caso haja insistência na candidatura.
– Lógico que ele não estará no clube se continuar com essa história de campanha. O trabalho exige dedicação integral – finalizou.
Lancenet
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