O zagueiro Álvaro, capitão do Bragantino, insinuou uma possível manipulação de resultado na partida entre a equipe paulista e o Figueirense, neste sábado, pela última rodada da Série B. O áudio foi divulgado pela rádio Futebol Interior.
“Na verdade, eu tenho vontade de jogar e vou brigar por isso. Mas não sou dono do Bragantino. O presidente [Marquinho Chedid] criou uma situação de tirar seis jogadores que eram titulares absolutos do time e a gente não sabe o motivo. Podemos deduzir”, indicou.
“Tenho condição absoluta de jogar, mas o presidente me decidiu dar férias. E por que o presidente me deu férias no último jogo importante de uma competição? Não sei explicar, isso deveria ser perguntado a ele. Na verdade, todos nós sabemos o que está acontecendo, mas para ter certeza é preciso ter provas.”
Em contato posterior com o UOL Esporte, Álvaro negou que sua declaração tenha sido uma acusação contra o presidente e disse que a conversa não aconteceu durante uma entrevista. O zagueiro alegou que estava apenas explicando sua ausência do jogo.
“O cara da rádio foi mau caráter, eu nem sei o nome dele. Eu não acusei o presidente. Não teve minha autorização para colocar, não dei entrevista para ele. Gente como esse rapaz destrói a imagem do futebol, porque causou uma situação muito grande entre eu e o clube de uma coisa que eu não falei. O presidente não deve nem ter escutado.”
Procurada pelo UOL Esporte, a rádio Futebol Interior não quis se pronunciar a respeito das declarações de Álvaro.
Uma vitória do Figueirense na partida, marcada para Bragança Paulista, garantiria o acesso da equipe de Florianópolis à Série A do Campeonato Brasileiro – Ceará e Icasa também lutam pela vaga. O Bragantino é o 12º colocado e apenas cumpre tabela no jogo final.
Outro lado
Em contato com o UOL Esporte, Marquinho Chedid afirmou que o jogador tem contrato até este sábado, o que motivou a ausência de Álvaro na partida.
Em entrevista à rádio Transamérica, o presidente do Bragantino afirmou que Álvaro “não pode falar dessa maneira. Ele não tem respeito pelos reservas dele.”
“Deixa os jogadores jogarem, mostrarem o potencial deles. Estão desmerecendo os pobres atletas. O Bragantino ganha amanhã, e aí, como que fica? Os atletas que vão jogar precisam de respeito, têm família, dignidade, estão treinando. É fácil uma pessoa vir e jogar assim, machucar inúmeras pessoas.”
Marquinho Chedid também indicou que Álvaro e outros jogadores teriam conversado com profissionais do Ceará e do Icasa – clubes interessados no resultado de Bragantino x Figueirense por também terem chances de subir – para combinar algum tipo de premiação caso o time paulista vencesse o catarinense.
“O presidente do Ceará [Evandro Sá Barreto Leitão] esteve aqui em Bragança dois dias atrás e almoçou com três jogadores, inclusive com o Álvaro”, revelou Chedid. “O Álvaro também é amigo pessoal do técnico, Sidney Moraes, do Icasa. Ele queria garantir um Natal gordo pra família, por isso queria tanto jogar.”
UOL
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