O plano de ação das Forças Armadas no Espírito Santo não se limita a restabelecer e manter a segurança nas ruas de Vitória e cidades vizinhas. Prevê um leque de providências que Inclui a remoção de mulheres de policiais militares que acampam há mais de uma semana defronte dos quarteis da PM. Consta do planejamento o uso da força, se necessário. A medida, considerada extrema, foi mencionada em reunião de autoridades federais e estaduais, neste sábado, na sede do governo capixaba.
No final da tarde, parte dos policiais havia retornado ao trabalho na região da Grande Vitória —algo como 600, segundo a estimativa divulgada pela Secretaria de Segurança Pública. Menos do que os 2 mil que costumam se revezar nas ruas diariamente. Muito menos do que o contingente mobilizado pela União: 3,1 mil soldados das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança.
O serviço de inteligência militar detectou a presença de policiais fazendo, à distância, a proteção das mulheres acampadas diante dos portões dos quarteis. Estavam à paisana e armados. O plano das Forças Armadas leva em conta também a hipótese de uma reação adversa dos PMs aguartelados, que perderiam com a dispersão das mulheres o pretexto para permanecer de braços cruzados.
Além de desmontar os acampamentos, as tropas federais estão preparadas para abrir acessos alternativos aos quartéis das PM. De resto, o Exército se equipou para oferecer combustível aos veículos da polícia e abrigo nas suas instalações para policiais que se dispusessem a retornar ao trabalho. O timbre das autoridades que se reuniram em Vitória era de impaciência com os amotinados. O ”piquete” das mulheres foi tratado nas conversas como um ”teatro” ensaiado e dirigido pelos próprios policiais.
Deslocaram-se de Brasília para Vitória o procurador-geral da República Rodrigo Janot e quatro ministros: Raul Jungmann (Defesa), general Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), Antonio Imbassahy (Coordenação Política do Planalto) e José Levi Mello (interino da Justiça). Encontraram-se, entre outros, com o governador licenciado Paulo Hartung, o governador em exercício César Colnago, comandantes do Exército e da Força Nacional, além de representantes do Tribunal de Justiça e da Procuradoria-Geral do Estado.
Houve consenso quanto à necessidade de asfixiar os policiais amotinados. Sinalizou-se a disposição das Forças Armadas de permanecer no Espírito Santo pelo tempo que for necessário. Esvaziaram-se as promessas de deputados federais capixabas de providenciar no Congresso anistia para os policiais punidos por desobediência. De resto, esgrimiu-se a ameaça da Procuradoria da República de requerer a federalização dos processos, enquadrando os aquartelados na Lei de Segurança Nacional.
Embora esteja convalescendo de uma cirurgia, o governador licenciado Paulo Hartung participou das conversas. Disse a portas fechadas que aproveitará a crise para promover uma ampla reformulação da Polícia Militar capixaba. No entanto, não detalhou a hipotética reforma. Penitenciou-se por ter incorporado cerca de mil novos policiais militares. Na avaliação do governo estadual, esse pedaço mais jovem da tropa foi responsável pela radicalização do movimento. Nessa versão, os mais antigos estariam propensos a negociar.
A violência a muito tempo vem trazendo enormes prejuízos para o Brasil. A falta de lei deixa o povo brasileiro louco a clamar por segurança o que não resolve o problema, pois cura apenas os efeitos dos problemas decorrentes da violência. Na verdade a impunidade, gerada pela falta de uma lei dura é a principal causa básica da violência generalizada.
As forças armadas tem que sentar a macaca nessas mulheres de policiais irresponsáveis, pois quem não tiver satisfeito com os vencimentos que recebe, peça para sair.