Se por um lado as propostas dos candidatos à presidência da República que mais pontuam nas pesquisas de intenção de voto são bastantes parecidas no campo da macroeconomia, por outro, os projetos para a política financeira são completamente divergentes e dividem opiniões até de economistas.
Um dos pontos que mais levantam debate entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) é a autonomia do BC (Banco Central).
Independente ou vinculado ao governo, o Banco Central tem a função de gerir o sistema financeiro, garantindo a estabilidade da economia e o valor de compra da moeda, ou seja, controlar a inflação. No Brasil, o BC é uma autarquia do Ministério da Fazenda, vinculada ao governo federal, e responde como a maior autoridade monetária do País.
É o presidente da República quem escolhe o chefe do Banco Central. O nome precisa ser aprovado pelo Senado Federal e não há tempo determinado de mandato da equipe gestora. No entanto, Aécio Neves e Marina Silva prometem mudar essas regras se vencerem as eleições.
Independência
As propostas de governo de Aécio e de Marina deixam claro que eles querem um Banco Central independente, sem ingerência do governo. O objetivo, segundo eles, é acabar com o uso político da autarquia, subindo e descendo a taxa de juros de acordo com interesse dos governantes.
Em seu programa, Aécio afirma que vai garantir a “autonomia operacional do Banco Central” para garantir que a inflação fique em 4,5% – o centro da meta do governo.
Marina Silva pretende garantir a independência do BC por meio de lei. Em seu programa, ela afirma que vai “assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível, de forma institucional” para possibilitar o controle da inflação.
Já a presidente Dilma Rousseff é totalmente contra a autonomia do Banco Central e sempre faz questão de deixar claro, em seus pronunciamentos, que acha arriscado tornar a autoridade monetária do País independente.
Opiniões divergentes
O professor de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) André Biancarelli acredita que não há espaço no Brasil para uma política de intervenção mínima do Estado. Ele é contra a autonomia do BC, acredita que a proposta é um retrocesso e vai de encontro à democracia.
— A autonomia do Banco Central não combina com a democracia. É isolar um frente de política econômica da influência do poder eleito. Você escolhe um grupo de servidores técnicos, teoricamente imunes à política, e entrega a essas pessoas o poder de determinar a taxa de juros do País, sem a influência e sem o controle do poder eleito. É bastante complicado.
Mas, para o professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Carlos Eduardo Young, é preciso analisar com cuidado o termo autonomia antes de se posicionar. Segundo ele, nem o programa de Aécio nem o de Marina deixa claro o nível de independência que se pretende dar ao BC.
O economista acredita que seria “perverso” se o governo abrisse mão da regulação financeira, mas entende que não é essa a proposta dos candidatos que defendem a independência do BC. Para ele, há mais divergência no discurso do que na prática.
— Em relação à Dilma, o que a gente observa na prática é uma autonomia pragmática, os mandatos dos presidentes do Banco Central têm sido respeitados e não há uma interferência direta nisso. Em termos práticos eu não vejo uma divergência tão grande quanto se tenta anunciar.
Liberalismo
Os críticos dos programas de Aécio e de Marina também avaliam que as propostas dos candidatos são muito liberais. Para o professor Biancarelli, o liberalismo já foi ultrapassado e os países que o adotaram em suas políticas econômicas provam que os projetos não dão certo.
— O fato de ser liberal não combina com o momento do mundo. O liberalismo já teve domínio absoluto em vários países e mostrou os seus problemas. O capítulo econômico manifesta muito mais os interesses de algumas forças econômicas que estão por trás da candidatura do que as necessidades do Brasil.
O economista critica, por exemplo, a intenção de Marina de acabar com o crédito oferecido por bancos públicos, com financiamento do governo, para empresas e agricultores. Mas, o professor Carlos Young defende que o objetivo não é eliminar a oferta de crédito e sim mudar o direcionamento.
Para Young, que é especialista em economia verde, a proposta de governo de Marina não é liberal porque não propõe a redução da intervenção do Estado. Segundo ele, o projeto é mudar o tipo de intervenção.
— Não é uma política liberal. Ela não fala de retração do crédito público, ela fala em readequação da verba. O que muda é a natureza dessa intervenção do Estado. Em vez de incentivar a indústria de automóveis como um todo, incentiva a de automóveis híbridos, por exemplo.
R7
dar autonomia ao banco central é fazer com que o capital domina a classe que produz riqueza pro nosso país.eles teram acesso a credito i nos teremos q comer o pao que o diabo amacou.não se conformam que o governo hoje nos da oportunidade de crescer.na educaçao com financiamentos pela caixa.pequenos emprededores conseguem financiamentos pela caixa.i que hoje temos pleno emprego i conseguimos usufruir de coisas que so uma elite podia ter.carro,casa,educacção,formaçao i direito de sonhar alto.vivemos um sonho hoje nossa classe trabalhadora.Aecio que fazer agente acordar desse sonho.
Tudo é relativo. Se o BC não for independente e quem governa, for IncomPTente, vai dar no que deu no Brasil. O governo acabou vom a estabilidade econômica. Se for independente e colocar presidente do BC incapaz de levar as diretrizes econômicas comprar devem ser levadas, vai dar numa tragédia economuca cono a que vivemos atualmente. Gestão e para profissionais e não oara políticos.
Basta ver a atual política econômica, aonde o BC aumenta juros pra inflação de custo, quando esta medida seria para inflação de demanda. E como um médico receitar calmanre no lugar de floratil oara uma infecção intestinal. Atualmente o remédio seria cortar gasti público e abrir para o mercado internacional, aumentandoa concorrencia em todoa os mercados ao in do protecionismo que faz da industria brasileira um adolescente rebelde.
Nobel de Economia lança alerta sobre Banco Central independente
Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz diz que um Banco Central independente é "desnecessário". O economista explicou ainda que países com BCs mais independentes tiveram muito mais dificuldades diante da crise financeira global.