Polêmica

Beto Richa, o tucano problema

tveja-beto-richa-20150325-03-originalNome que já foi apontado como um dos dirigentes de peso da ‘nova geração’ do PSDB, o governador do Paraná, Beto Richa, de 50 anos, vive dias de incerteza sobre seu futuro político. A realidade do tucano é rara no cenário nacional: arrecadação em alta, popularidade em baixa. Um ano e quatro meses depois de sair consagrado em uma reeleição de primeiro turno, com 55,7% dos votos contra os adversários Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), Richa viu sua aprovação despencar em meados do ano passado, no auge de um conflito de professores com a polícia: é o governador mais mal-avaliado do Brasil, segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas. E agora entrou na mira do Ministério Público.

Embora não seja formalmente investigado, Richa está acossado por duas frentes de investigação: as operações Publicano e Quadro Negro. Em ambas, investigados declararam aos promotores paranaenses que dinheiro desviado dos cofres do Estado teria abastecido a campanha eleitoral do tucano. Richa nega.

Na Quadro Negro, que descobriu desvios de 18 milhões de reais na construção de escolas estaduais, duas funcionárias da construtora investigada relataram repasses de dinheiro à campanha de Beto Richa e a políticos ligados a ele, como Pepe Richa, secretário de Infraestrutura e irmão do governador. O tucano rechaçou as denúncias e afirmou que foi o Estado quem iniciou as apurações. A Procuradoria Geral da República já foi comunicada e vai decidir se há elementos para investigar Richa.

A Publicano desvendou um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais na Receita. Eles cobravam propina de empresas para reduzir ou anular débitos tributários. O Ministério Público já deflagrou quatro fases, denunciou mais de 200 pessoas – cerca de setenta fiscais são investigados. Os cofres estaduais deixaram de arrecadar cerca de 732 milhões de reais entre 2013 e 2015, e o rombo deve subir, segundo promotores.

No ano passado, Richa fez uma reclamação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que a Operação Publicano fosse suspensa e remetida à corte, em Brasília, o que na prática retiraria o caso das mãos do Ministério Público do Paraná e da 3ª Vara Criminal de Londrina. À época, o ministro João Otávio de Noronha negou a liminar pedida pelo tucano. Noronha reproduziu na decisão a garantia dada pela Justiça do Paraná de que Richa não era “investigado diretamente”, apesar das menções ao nome dele em depoimentos.

Um dos fiscais investigados, Luiz Antônio de Souza, afirmou em delação premiada que a campanha de Richa à reeleição seria financiada com 4,3 milhões de reais do esquema, arrecadados em delegacias da Receita espalhadas pelo Estado. Ele também acusou um primo distante de Richa, Luiz Abi Antoun, que foi preso, de dar ordens no esquema. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) continuou as investigações.

Agora, é a Procuradoria Geral da República quem pede ao STJ autorização para que Richa seja formalmente investigado. A papelada está nas mãos do ministro João Otávio de Noronha. O pedido de abertura de inquérito contra o tucano ainda não foi decidido, mas tem potencial para determinar o rumo político do governador. Nesta semana, Richa afirmou estar “tranquilo” e não ter o que temer. Richa disse ser o principal interessado no esclarecimento das denúncias. “Sempre fomos muito criteriosos, isso eu não aceito. Sempre tivemos esse cuidado de aceitar dinheiro de origem licita para campanha, prestando contas de todos os recursos que ingressam na campanha”, afirmou.

Aliados de Richa avaliam que ele ainda não foi abatido porque não vieram a público provas documentais do envolvimento dele. Caso o inquérito seja arquivado, Richa deve se capitalizar e tentar uma das duas vagas em jogo no Senado em 2018, atualmente ocupadas por Requião e Gleisi. Conforme o deputado federal Sandro Alex (PPS), já existe uma “movimentação” política no plenário da Câmara para tentar desgastar o PSDB com os escândalos de corrupção que atingem o governo Richa.

“Eu não vi ainda ninguém falar que tinha contato direto ou participação dele. Se não houver apresentação dessas provas, vai para arquivamento. Agora, com apresentação de provas acho que vai haver uma dificuldade, porque o governo federal pode tentar usar um governo de seu inimigo político, o PSDB, para justificar os malfeitos. O PT pode utilizar como uma válvula de escape, para dizer ‘cuidem do de vocês’. Eu percebo que existe uma tentativa de vinculação do que ocorre em Brasília com o que pode acontecer no Paraná. É uma oportunidade de tentar responder a Lava Jato e o petrolão com um problema localizado. A todo instante no plenário se levanta isso”, afirma Sandro Alex.

O propinoduto foi instalado justamente em uma área de destaque do governo paranaense, a Fazenda estadual. O Paraná aumentou a receita corrente líquida para 31,8 bilhões de reais (aumento real de 1,4%) e acaba de anunciar um superávit de 1,9 bilhão de reais, em 2015. Mas Richa é um exemplo de que não bastam recursos fartos para prosperar na administração pública. Em dezembro, ele apareceu em último lugar em um ranking com treze governadores divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas. Conforme a pesquisa, o tucano tinha 71,2% de desaprovação e 24,4% de aprovação.

Afora as investigações sobre seu governo, deputados paranaenses relacionam a queda de popularidade do governador ao aumento de tarifas promovido em seu segundo mandato, ao confisco de 9 bilhões de reais da Previdência para reforçar o caixa e, sobretudo, à crise com servidores e professores grevistas da rede estadual, contrários à reforma previdenciária então em votação na Assembleia Legislativa. O estopim foi a batalha do Centro Cívico, nome dado ao confronto entre a Polícia Militar e professores que se manifestavam em abril de 2015. Mais de 200 pessoas ficaram feridas. Logo depois, em junho, a avaliação do governo Richa chegou ao pico de 84,7% de desaprovação, também conforme o Instituto Paraná Pesquisas. Richa e a antiga cúpula da secretaria da Segurança Pública, inclusive o deputado Fernando Francischini (SD), ex-titular, viraram alvo de uma ação civil pública.

O episódio foi criticado até pela cúpula do PSDB. Um ex-secretário de Richa afirma que a base do governador na Assembleia Legislativa está menor e que agora favorece a pressão para que se instale uma CPI da Operação Quadro Negro. “Aquela pancadaria com os professores foi um horror. Richa já não tem mais o glamour que tinha antes”, disse o tucano, que pediu anonimato. Ele conta que todos os deputados do partido tiveram a imagem arranhada e foram pressionados publicamente por causa da repercussão negativa, em âmbito nacional, do confronto. Um dos temores é que as imagens do governador e do conflito sejam associadas a candidatos do PSDB e partidos aliados nas eleições municipais deste ano.

“O governador Beto Richa foi inábil politicamente. Ele promoveu no fim do primeiro mandato um ajuste fisal bem sucedido, que deu hoje estabilidade no Estado que os outros não têm. Estamos pagando mais impostos, subiu IPVA, ICMS, essas coisas. A inabilidade foi quando no início do segundo mandato ele não teve o tato necessário para conduzir a greve dos professores. Deixou na mão de dois ou três que fizeram loucura. Essas coisas de polícia, de colocar deputado na marra para ir votar dentro de camburão… Por isso caiu a popularidade dele. A sociedade não aceita isso”, disse o deputado federal Sérgio Souza, do PMDB, partido de oposição ao tucano.

Logo depois do embate com os servidores, Richa foi à TV, em tom de arrependimento, pedir desculpas à sociedade e dizer que não deu ordens para a polícia agir. “Quem saiu mais machucado e ferido fui eu. Saí ferido na alma”, disse. A depender do que as investigações revelarem, será difícil para os paranaenses aceitar o pedido.

Os tropeços de Richa

Outubro de 2014 – É reeleito no primeiro turno com mais 55% dos votos válidos, tendo derrotado os senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).

Dezembro de 2014 – Anuncia ajuste fiscal, com aumento de impostos como IPVA e ICMS sobre a gasolina.

Março de 2015 – Gaeco de Londrina deflagra Operação Publicano, que desvendou esquema de fraude na Receita e já tem mais de setenta fiscais investigados entre as cerca de 200 pessoas denunciadas. Luiz Abi Antoun, parente do governador, é preso em investigação sobre fraude a licitação.

Abril de 2015 – Polícia reprime de maneira violenta manifestação de professores e servidores contrários à reforma da previdência estadual. A “batalha do Centro Cívico” deixou mais de 200 pessoas feridas. Episódio motivou até pedidos de impeachment do governador – rejeitados na Assembleia Legislativa.

Junho de 2015 – Um diretor da Secretaria da Educação e mais seis pessoas são presos pela Polícia Civil na Operação Quadro Negro, que combate corrupção e desvio de recursos na construção de escolas.

Setembro de 2015 – Richa vira réu em ação de improbidade administrativa por causa do confronto do Centro Cívico.

Janeiro de 2016 – Ministério Público denuncia à Justiça quinze pessoas entre empresários, laranjas e servidores públicos envolvidos no desvio de 18 milhões de reais, entre 2013 e meados de 2015, destinados a obras em escolas públicas. Entre eles está o ex-vereador Juliano Borghetti (PP), irmão da vice-governadora Cida Borghetti (Pros). Há suspeita de que dinheiro tenha abastecido a campanha de Richa. O tucano nega. PGR já recebeu informações do caso.

Fevereiro de 2016 – Ministério Público Federal pede abertura de investigação contra Beto Richa

Veja

Opinião dos leitores

  1. Foi mais mal avaliado que Rosalba nao do DEM nem o partido aquis mais, foi muito ruim!!!! Dem nunca mais!!!

  2. As boas notícias do início de 2016
    O preço que pagamos pela energia vai reduzir! A taxa de juros não subiu! O governo anunciou R$ 85 bilhões em crédito e o dólar está estabilizando na casa dos R$ 4,00. O que não pode continuar acontecendo é a apologia ao pessimismo e a desconfiança.

    1. Realmente ótimas notícias… o crédito nunca chega a quem precisa, a taxa de juros inviabiliza investimentos, a MP das bandeiras tarifárias foi alterada para diminuir o percentual que cairia, pelo amor de Deus… Onde será que vou encontrar otimismo???

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Geral

Gleisi vê governo ofuscado por crises e admite que parte da base pode estar contra Lula em 2026

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse em entrevista à Folha que as crises do Pix e do INSS prejudicaram o esforço de recuperação da popularidade do presidente Lula (PT).

“Mesmo que você queira comunicar medidas positivas, elas ficam ofuscadas pela administração das crises”, afirma.

Para ela, no entanto, o patamar de aprovação de 40% é uma condição suficiente para reversão do quadro. A ministra reconheceu, ainda, que parte dos partidos que hoje integram a base de apoio estará em campo adversário nas eleições de 2026.

Ao ser perguntada sobre a alta rejeição do governo Lula, a ministra demostra confiança de que a situação vai melhorar. “O patamar de 40% de aprovação a ele e ao governo é condição suficiente para uma boa disputa eleitoral. Tenho certeza que o governo vai melhorar. É mostrando o que está acontecendo para a população, os feitos do governo. Temos tempo para isso”, completa Gleisi.

Folha de S.Paulo

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Geral

Prefeito Felipe Menezes recebe selo “Cidade Limpa” do MPRN e reforça compromisso ambiental em Lajes

Foto: Divulgação

O prefeito de Lajes, Felipe Menezes, recebeu nesta sexta-feira (6) o selo Cidade Limpa, concedido pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), como reconhecimento à atuação exemplar da gestão municipal na destinação correta dos resíduos sólidos urbanos. A certificação reforça o compromisso da Prefeitura com a sustentabilidade, a saúde pública e o cumprimento das políticas ambientais, consolidando Lajes como referência no estado.

Desde 2022, a gestão de Felipe Menezes tem implementado ações efetivas na coleta e destinação ambientalmente adequada dos resíduos, sendo pioneira na região a adotar o envio dos materiais para um aterro sanitário devidamente licenciado. No total, foram 4.548,96 toneladas encaminhadas para o aterro da empresa Vera Cruz entre 2022 e 2025. Apesar da suspensão temporária da destinação entre abril e junho de 2024, causada pela interdição da BR-304 após o desabamento de uma ponte, a coleta foi restabelecida com celeridade, garantindo a continuidade do serviço.

O selo Cidade Limpa é uma iniciativa do MPRN em parceria com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), com o objetivo de incentivar boas práticas de gestão de resíduos. A conquista simboliza o protagonismo de Lajes na pauta ambiental, resultado direto da liderança de Felipe Menezes e do trabalho integrado da administração pública em prol de uma cidade mais limpa, saudável e comprometida com o futuro.

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Política

Toffoli anula atos da Lava Jato contra ex-ministro de Lula e Dilma

Foto: Reprodução

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro Paulo Bernardo por ausência de justa causa, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Ele comandou o ministério Planejamento, Orçamento e Gestão no governo Lula entre 2005 e 2011, além de chefiar a pasta das Comunicações do governo da ex-presidente Dilma Rousseff de 2011 a 2015.

Na decisão, Toffoli estendeu os efeitos de outra declaração de nulidade da operação contra o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, alvo de duas ações da Polícia Federal (PF), e também réu da Lava Jato em ações penais.

“Cuidava-se, no caso, de várias fases da ‘Operação Pixuleco’ – decorrente da Lava Jato -, tendo sido reconhecida a existência de conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e integrantes do Ministério Público a partir de circunstância objetiva envolvendo o prévio acerto entre acusação e magistrado para deflagração de operações policiais que tinham como alvos o ora requerente, bem como Guilherme de Salles Gonçalves”, decidiu o ministro.

No pedido, a defesa de Paulo Bernardo alegava ter havido “anomalia institucional, em que o Ministério Público e Judiciário atuavam em conluio em desfavor de alvos previamente escolhidos”.

No ano passado, Toffoli já havia anulado as provas contra Paulo Bernardo relacionadas ao acordo de leniência da Odebrecht.

Além disso, foi o próprio ministro que revogou a prisão preventiva do ex-marido de Gleisi Hoffman, em junho de 2016, no âmbito da Operação Custo Brasil que investigava fraudes em contratos de crédito consignado para servidores públicos.

Toffoli considerou que a prisão preventiva era um “flagrante constrangimento ilegal”.

Lava Jato

Na Operação Lava Jato, Paulo Bernardo foi investigado por suposto envolvimento em esquema de propina ligado à Petrobras.

Na ocasião, a alegada ação criminosa teria beneficiado a campanha de sua ex-esposa, Gleisi Hoffman, ao Senado Federal.

Em suas respectivas delações, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa afirmaram que o valor de R$ 1 milhão – recebido em propina – teria sido repassado por meio de intermediários para a campanha de Gleisi.

O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, absolveu Bernardo e Gleisi em 2018.

Anos antes, em 2016, Paulo Bernardo foi preso preventivamente na Operação Custo Brasil.

As autoridades investigavam um esquema de fraude no Ministério do Planejamento, do qual Bernardo havia sido ministro, envolvendo a contratação da empresa Consist Software.

Segundo as investigações, o ex-ministro teria desviado cerca de R$ 100 milhões através de contratos de crédito consignado para servidores públicos.

O Antagonista

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Judiciário

Defesa de Robinho entra com recurso no STF para tentar reverter prisão

Foto: Tony Gentile/Reuters

A defesa de Robson de Souza, o ex-jogador Robinho, entrou com um recurso no habeas corpus que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (6), para tentar reverter a decisão que permitiu a prisão do ex-atleta. Ele foi condenado a 9 anos de prisão pela Justiça italiana em um caso de estupro.

Robinho está preso desde março do ano passado no complexo penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo. O local é conhecido como a “penitenciária dos famosos”. O recurso foi protocolado no habeas corpus no Supremo, que já foi negado pelo ministro Luiz Fux.

Nos embargos de declaração apresentados pela defesa, os advogados alegam que houve “omissão em dois pontos fundamentais: a) soberania nacional e o direito de o cidadão brasileiro ser julgado pelo Poder Judiciário do Brasil; e b) incidência do princípio da “lex specialis derogat legi general”.

Este último item se refere que uma norma específica prevalece sobre uma norma geral quando ambas tratam do mesmo assunto. O recurso argumenta que essa regra não foi devidamente considerada na decisão do ministro que negou o HC, o que pode ter resultado em uma aplicação equivocada das leis envolvidas.

“Resguarda-se ao cidadão brasileiro o direito e a garantia de submeter-se à jurisdição brasileira, ainda que o fato tido como criminoso tenha ocorrido fora do Estado nacional, considerando uma série de circunstâncias que assegure plenamente um julgamento justo e isento”, sustentam os advogados.

“Pugna-se pelo conhecimento e provimento dos declaratórios – inclusive com efeitos infringentes – para que, sanando as omissões apontadas, conceda a ordem requestada, nos exatos termos como posto na exordial”, diz o documento protocolado ao pedir alteração no mérito da decisão.

O ex-jogador foi preso no Brasil, após uma decisão colegiada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que homologou sentença da Justiça italiana e determinou a prisão imediata dele.

Condenado por estupro

Robinho foi condenado a nove anos de prisão na Itália pelo envolvimento no estupro coletivo de uma mulher de 23 anos, ocorrido em uma boate de Milão, em 2013. À época, Robinho atuava pelo Milan, da Itália.

As investigações demostraram, com autorização da justiça italiana para interceptação, uma série de ligações telefônicas entre o ex-atleta e amigos, também acusados e condenados pelo mesmo crime. Nas gravações, Robinho e amigos fazem piada da situação e acreditavam que ficariam impunes.

O Ministério Público de Milão recorreu ao Brasil, pedindo ao país a extradição imediata de Robinho. No entanto, a legislação brasileira não permite a extradição de seus cidadãos.

Assim, o STJ atendeu outro pedido do MP de Milhão para que o ex-jogador cumprisse a pena em território brasileiro.

CNN

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Política

Natal é convidada para missão oficial em Israel para conhecer modelos de inovação urbana

Foto: Reprodução

A Prefeitura de Natal confirmou, nesta sexta-feira (6), que o município atenderá ao convite formal do governo de Israel para integrar uma programação bilateral voltada a inovação urbana, segurança cidadã e cidades inteligentes entre os dias 10 e 20 de junho de 2025. A carta-convite, assinada pelo embaixador Daniel Zonshine, assegura o custeio das passagens aéreas internacionais e dos traslados internos para os representantes oficiais.

O prefeito Paulinho Freire designou o secretário municipal de Planejamento, Vagner Araújo, para representar o município na missão. “Será uma oportunidade única para captar experiências e soluções que alimentem o processo de modernização dos serviços públicos que estamos implementando”, adiantou Araújo, que assumiu a Sempla em janeiro.

Programa internacional

O roteiro, organizado pela Federação das Autoridades Locais de Israel, prevê visitas técnicas e seminários em Tel Aviv, Haifa, Jerusalém, região da Galileia e sul do país. Entre os temas programados estão:

  • Cidades inteligentes e soluções digitais (centro de controle de trânsito de Tel Aviv, Start-Up Nation Center)
  • Segurança cidadã e gestão de emergências (projeto “Cidade sem Violência”, centros de comando e controle)
  • Ecologia e energias renováveis (usinas regionais de reciclagem de água e outros projetos congêneres)
  • Soluções educacionais e liderança juvenil (modelos de prevenção à evasão escolar)
  • Resiliência comunitária em áreas próximas à Faixa de Gaza, com prefeitos e líderes regionais locais.

O ponto alto da missão será a participação na MUNIEXPO 2025 – Conferência de Inovação Municipal, a maior feira israelense de gestão de cidades, marcada para 17 e 18 de junho no Centro de Convenções de Tel Aviv.

Presença brasileira

Além do representante de Natal, confirmaram ida a Israel os prefeitos de João Pessoa (Cícero Lucena), Belo Horizonte (Álvaro Damião Vieira da Paz), Macaé-RJ (Welberth Porto de Rezende) e Nova Friburgo-RJ (Johnny Maycon). A comitiva ainda contará com secretários da Prefeitura do Rio de Janeiro e gestores de outras capitais.

O que Natal busca

Segundo o prefeito Paulinho Freire, a missão se alinha às diretrizes do seu governo para a transformação digital dos serviços públicos, expansão de energia limpa, modernização da mobilidade urbana e uso de tecnologias de reconhecimento facial na segurança. “Israel é referência mundial em inovação. Queremos trazer para Natal soluções que coloquem a cidade no mapa das Smart Cities do Brasil”, afirmou.

Durante a viagem, Vagner Araújo deverá estabelecer entendimento com startups e órgãos governamentais israelenses, além de prospectar parcerias para programas de intercâmbio em transformação digital e energias renováveis.

O relatório completo da missão será apresentado ao prefeito e ao secretariado em julho, com propostas de projetos-piloto a serem executados até o fim de 2028.

Blog do BG

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Polícia

Gerentes de empresa são presos suspeitos de aplicar “golpe do falso financiamento” de veículos em Natal

Foto: Reprodução

Quatro pessoas foram presas, nesta quinta-feira (05), suspeitas de aplicar o “golpe do falso financiamento” de veículos em Natal. De acordo com a Polícia Civil, o grupo atuava como gerentes de um escritório localizado no bairro do Tirol, onde eram realizadas as fraudes.

Os suspeitos detidos tem entre 24 e 30 anos de idade. De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso clonava anúncios de venda de carros e motocicletas publicados em plataformas on-line, republicando os anúncios com preços mais baixos. A partir disso, atraíam vítimas com a promessa de financiamento facilitado. Após o primeiro contato, os interessados eram convidados a comparecer ao escritório, onde eram induzidos a acreditar que estavam firmando contrato de financiamento, com previsão de entrega do bem em poucos dias, mediante pagamento de uma entrada.

Entretanto, os contratos assinados tratavam-se, na verdade, de adesão a consórcios, sem qualquer garantia de contemplação imediata — informação que as vítimas só percebiam após o pagamento da entrada e assinatura do contrato. Ao exigirem reembolso, os consumidores eram impedidos de reaver os valores pagos.

Até o momento, mais de 40 pessoas já registraram boletins de ocorrência contra a empresa. Parte das denúncias também está sendo apurada em outro inquérito policial instaurado na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (DECON).

Durante as diligências, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e dois veículos de alto valor pertencentes aos investigados. As investigações seguem em andamento para identificação de outros envolvidos e possíveis vítimas.

98Fm Natal

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Brasil

Zambelli diz que se apresentará à Justiça italiana e vê injustiça de Moraes

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou à CNN nesta sexta-feira (6) que pretende se antecipar e se apresentar voluntariamente às autoridades italianas.

“Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso. Fui condenada sem provas. Na outra condenação, de cinco anos, foi ridícula, porque eu tinha porte legal. Eles me condenaram por porte ilegal. Eu quero provar isso aqui e buscar refúgio na Itália.”

Zambelli também disse respeitar a Justiça italiana, mas afirmou que não reconhece legitimidade nas decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Quero demonstrar boa-fé para com a Justiça e o governo italiano. Fazer tudo certo. Respeito as leis brasileiras, mas não respeitarei mais a injustiça do Moraes.”

A parlamentar ainda disse ter medo de ser extraditada. “Temo, porque respeito a justiça italiana. Mas creio em Deus que não deixará isso acontecer”

A expectativa é de que, na próxima segunda-feira (9), Moraes deve expedir o mandado de prisão definitiva de Zambelli.

A partir da prisão da deputada em solo italiano e sua eventual extradição para o Brasil, ela deverá iniciar o cumprimento da pena de dez anos de prisão. A perda do mandato também será formalizada.

Todos os ministros da Primeira Turma do STF votaram nesta sexta por rejeitar um recurso de Carla Zambelli contra sua condenação a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que abre caminho para o início da execução da pena.

CNN

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Geral

Trump Media diz que Moraes não tem direito a soberania por atos no STF

Foto: reprodução

Empresa comandada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Trump Media sustenta que a Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras não deve se aplicar ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O argumento foi apresentado em uma ação protocolada nesta sexta-feira (6/6), na qual a Trump Media pede reparação de danos após Moraes ordenar bloqueio de redes sociais e outras medidas contra empresas e cidadãos norte-americanos nos Estados Unidos.

“Como ministro do STF, o ministro Moraes é funcionário do governo brasileiro. Embora os estados estrangeiros e suas agências e instrumentos normalmente gozem de imunidade sob a Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras, ela não se aplica a um funcionário supostamente ‘agindo em nome do estado estrangeiro’. Qualquer reivindicação de imunidade por um funcionário estrangeiro é regida por princípios de direito consuetudinário.”

“De acordo com o direito consuetudinário da imunidade soberana estrangeira, um funcionário só tem direito a imunidade por atos praticados em sua capacidade oficial e somente quando o exercício da jurisdição sobre esse funcionário for semelhante à aplicação de uma regra de direito contra o Estado estrangeiro. Um funcionário não atua em sua capacidade oficial quando os atos impugnados estão fora do escopo da autoridade desse funcionário – ou seja, os atos são ultra vires“, argumentou a Trump Media.

“Ultra vires” vem do latim e significa “além dos poderes”. É uma expressão jurídica usada para indicar uma ação que excede os limites legais ou autorizados de uma entidade ou autoridade.

O argumento de Moraes

Alexandre de Moraes, por sua vez, argumenta que o bloqueio de redes sociais de cidadãos norte-americanos é necessário, porque pessoas nos Estados Unidos conseguem interagir com usuários de plataformas no Brasil.

Para o ministro, a derrubada de perfis de usuários nos EUA foi necessária para evitar abalos democráticos em solo brasileiro.

Pedidos da Trump Media à Justiça dos EUA

  • Declarar as “ordens de mordaça” inexequíveis nos EUA, pois feririam a Primeira Emenda.

 

  • Emitir julgamento a favor da Trump Media e da plataforma Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes.
  • Proibir que Moraes obrigue outras empresas, como Google e Apple, a remover ou ameaçar remover o aplicativo Rumble de suas lojas de aplicativos.

 

  • Conceder reparação de danos a pessoas e empresas impactadas por decisões de Moraes.

Paulo cappelli / Metrópoles

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Política

Deputado do PSOL propõe lei inspirada em Oruam e Poze do Rodo

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) apresentou um projeto de lei que propõe a criação do Programa de Prevenção à Censura à Arte e Cultura. A iniciativa busca impedir que artistas periféricos, especialmente ligados ao funk, rap e trap, sejam barrados de editais públicos e contratações por parte do Estado.

Na justificativa do projeto, o parlamentar cita nominalmente os funkeiros Poze do Rodo e Oruam como exemplos de jovens negros que, segundo ele, enfrentaram situações de risco associadas ao crime, mas que encontraram na arte uma forma de superação e transformação social.

“Oruam e Poze do Rodo, por exemplo, jovens negros vindos de comunidades do Rio de Janeiro, são referência para a juventude negra favelada através de sua arte”, argumenta Henrique Vieira na proposta.

O projeto proíbe que órgãos públicos avaliem o mérito das composições artísticas como critério para liberação de recursos e contratações. Segundo o texto, a análise deve se restringir a aspectos técnicos e legais, garantindo liberdade de expressão e combate à censura velada.

Deputado aponta “movimentação racista”

Vieira escreveu ainda que o samba foi alvo de repressão no século XX e que o funk e o trap são os alvos atuais. Ele critica o que chama de “movimentação racista” que tenta vetar artistas de ritmos populares sob justificativa de que suas letras fazem apologia ao crime.

“Vejo traços de uma criminalização de uma cultura onde uma sociedade estruturalmente racista, que romantiza e idealiza uma produção branca e elitista, criminaliza a produção preta e e da favela. Trata-se menos da letra da música e mais do território onde vivem [Oruam e MC Poze do Rodo] e a cor deles. O argumento nunca é exatamente por conta do ritmo ou da letra exatamente, mas sempre está associado ao crime e a apologia ao crime”, sustentou o deputado à coluna.

Metrópoles

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