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Com 'vergonha moral' do Brasil, movimento quer separar o Sul do resto do país

1509929_10152220844673239_5934382996022668436_nFoto: Fernanda Canofre/Vice Brasil

O movimento O Sul é Meu País surgiu em 1992 na cidade de Laguna, Santa Catarina, com a proposta de separar Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do resto do Brasil. Segundo Celso Deucher, catarinense e atual presidente do movimento, contabilizando os simpatizantes nos três estados, atualmente há 6 milhões de pessoas em torno da ideia. A página oficial no Facebook registra pouco mais de 16 mil curtidas. São mais um, talvez o maior, entre os 53 movimentos separatistas que já apareceram na região. No site oficial, a organização se apresenta como “a consequência, de cujas causas não podemos ser acusados”.

No encontro realizado no dia 20 de setembro em um hotel em Passo Fundo, os separatistas do grupo falaram das óbvias razões que possuem para se separar do Brasil e volta e meia recaíram sobre a crítica à corrupção e à política nacional. Disseram aceitar pessoas de todos os credos, raças e tendências políticas, desde que o indivíduo esteja “imbuído do desejo separatista”. Na fala dos líderes e palestrantes, “tudo que está errado” é traduzido em repulsa ao Bolsa Família, às cotas raciais, ao processo do Mensalão.

“A gente vê o governo abrindo mais vagas no Bolsa Família, mas não vê postos de trabalho”, reclama Deucher. “Nós queremos nos livrar, porque esse Estado, Brasília, não nos representa. Ele não diz nada para nós, o que ele diz é só coisa ruim”, conclui. A rejeição a Brasília é o mote dos panfletos que os membros imprimem com dinheiro do próprio bolso e distribuem em suas cidades. O mais recente lembrava que, em 2013, os três estados do sul arrecadaram 152 bilhões de reais, mas tiveram “retorno” de apenas 29,3 bilhões. Em letras amarelas, o movimento faz a conta: 80% “do total arrecadado não retornou aos estados”.

Eles acreditam que a distribuição das contas desencadeou um processo de “favelamento do sul”. Fundador do movimento separatista paranaense República das Araucárias, Helio Ribas Micheleto chegou a ser demitido do emprego em 1993 por sua ligação com a causa. Nem por isso se afastou do movimento ou deixou de usar na lapela do paletó o broche que carrega o símbolo dos três estados. “Hoje, os dez maiores municípios do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, municípios com mais de cem mil habitantes, estão cheios de favelas. (…) De onde é que veio isso aí? Gerado pela pobreza, pela falta de investimento federal, deixando os governadores sem dinheiro e, consequentemente, os municípios”, afirma.

Os separatistas também se creem injustiçados na representação parlamentar. Deucher reconhece que algumas das “oligarquias que tomaram conta do Estado nacional” são do Sul. Ainda assim, acredita que o cálculo do quociente eleitoral – que divide o número de eleitores pelo número de cadeiras disponíveis – faz com que o Sul nunca seja ouvido. “Como eu preciso de 17 catarinenses para valer um voto de um cara, sei lá, do Acre? De onde que saiu essa conta tão louca que um tem que ter poder econômico e outro tem que ter poder político? Num tempo em que o voto universal é um voto, como que isso continua acontecendo no Brasil, né? Essa questão aí, ela é seríssima. Por quê? Porque ela tira o valor como cidadãos que nós temos, como brasileiros. Tira a nossa força de lutar por aquilo que nós queremos”, frisa.

Na conferência, as “oportunidades” de expansão do movimento e formas de se espalhar a ideia são discutidas durante uma Oficina de Planejamento Estratégico. Um dos participantes sugere que o movimento utilize a mesma estrutura do marketing multinível – o polêmico esquema de pirâmide – esclarecendo que aqui não entraria dinheiro. Ele explica que uma pessoa seria responsável por integrar outras três à organização; essas três, outras três; e assim por diante. Outro integrante reconheceu na ideia uma estratégia também utilizada por igrejas evangélicas para arrebanhar mais fiéis: “Ah, sim, na igreja chamamos isso de igreja em células. Pode funcionar!”, exclama.

Mas a polêmica maior é o ter ou não ter participação ativa na política brasileira. Um dos participantes, Hermes Aloisio, vice-presidente do movimento em Passo Fundo, foi também candidato a vice-governador do Rio Grande do Sul pelo PRTB, o partido de Levy Fidelix. No programa de governo de sua coligação, o plebiscito pela “autodeterminação política e econômica” é uma promessa. Deucher tenta se afastar disso. Fala que alguns políticos já demonstraram interesse em apoiá-los: “Só que nós não queremos esses apoios, entendes? Porque os caras são sujos, pô”.

deucher2Foto: Fernanda Canofre/Vice Brasil (Celso Deucher, presidente do movimento O Sul é o Meu País, em palestra no encontro realizado em Passo Fundo)

Na mesma época em que os catarinenses tentavam reunir os três estados sulistas em torno da causa com a fundação de O Sul é Meu País, em Porto Alegre, a República Federativa dos Pampas virava notícia nacional. Em 1993, Irton Marx, presidente da organização que defendia um território independente só para os gaúchos, protagonizou uma reportagem no Jornal Nacional da Rede Globo defendendo um país que falasse alemão. Acabou sendo acusado de nazista e processado pelo Estado. Uma imagem que, mesmo com a absolvição de Marx, ainda assombra os separatistas de hoje.

“O cara (Marx) criou um país inteiro. Ele sentou numa mesa e – com o perdão da palavra – se masturbou com a ideia e botou tudo ali. (…) Ele era radical, personalista, era ele que era o gostosão do negócio. Era ele que ditava as ordens, e isso começou a desagradar todo mundo”, critica Deucher.  Depois da secessão sulista, o movimento representado por ele decidiu se legalizar, registrando inclusive um CNPJ, se formalizando como pessoa jurídica.

O presidente alega que, na década de 1990, o grupo foi espionado pelo governo. Pessoas que se apresentavam como interessados na causa participavam das reuniões, gravavam conversas e, um tempo depois, aparecia um processo contra os separatistas. Outras vezes, recém-chegados pediam a palavra e revelavam um discurso fascista. Deucher conta que isso ainda se repete vez ou outra. Há oito meses, um militar da reserva gravou um dos encontros e registrou representação contra ele no Ministério Público com base na Lei de Segurança Nacional.

Ainda que Deucher critique o personalismo de Irton Marx, é difícil separar sua figura de O Sul é Meu País. Ele mesmo admite ser procurado para palestras dentro dos movimentos de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Amapá como referência do assunto. “Durante os anos, eu me especializei em Direito de Autodeterminação dos Povos. Talvez, assim, como professor, eu seja um dos maiores especialistas sobre isso na América Latina. Que é o quê? O estudo do significado desse direito”, conta. Um dos 27 livros que publicou (O Sul é Meu País), que estava à venda sobre uma mesa durante o encontro por R$ 25 reais, serve como referência constante nas falas dos integrantes. Na discussão sobre estratégias de disseminação da causa, impulsionar a venda da obra foi uma das questões apontadas. Um dos presentes chegou a brincar: “Bota uma Polar junto que vai vender rapidinho”, se referindo à cerveja gaúcha que usa a hipérbole do orgulho sulista em suas peças publicitárias.

Para o jornalista, professor e empresário Celso Deucher, o separatismo é pessoal. Vem daí sua terceira razão para a criação de um novo país: “É tu te sentir parte de um país. Nós não nos sentimos brasileiros. Não sei o porquê. Não sei o que é que houve. Cara, como é que tu vai me obrigar a me sentir brasileiro? Entendeste? Não tem outra nacionalidade que eu me sinta mais. Eu não me sinto alemão, não me sinto italiano, não me sinto nada: eu me sinto sulista”, revela. Assim como a maioria dos separatistas reunidos na conferência, além da geografia e mesmo a neve que, para eles, “respeita os limites geográficos” e não cai em São Paulo, o que os afasta da ideia do Brasil como nação é que o país passou a representar vergonha moral.

– Esse sentimento interno, essa coisa dentro de mim, dentro de milhões de outras pessoas, de não se sentirem brasileiros, de terem vergonha de serem brasileiros, de quando perguntada ‘De que país tu é?’, ‘Cara…meu, eu sou do Brasil, bicho. Desculpa’. Entendeste? Tu implorar desculpas pras pessoas por ser do Brasil. Cara, eu não sou daquele país lá da bunda grande, da mulata puta, do não sei o quê – eu não sou. Peraí, cara. Não é isso. Sabe, essa imagem que o Brasil faz questão de passar. Sabe, do tráfico humano, do tráfico sexual. Sabe, esse país erótico em que as menininhas com doze anos colocam os peitinhos para fora e chamam os gringos pra virem comer elas (sic). Esse país não é o meu, cara – destaca.

“Mas tu não achas que exploração sexual acontece no Sul também?”, perguntei.  – Acontece, acontece muito, justamente por quê? Porque nós temos lá inclusive uma sulista, uma Xuxa da vida, que erotizou a mulheradinha desde pequenininha. Qual é o negócio? Mostra a bundinha, filha. Mostra os peitinhos, filha. Diz que tu é gostosa, filha. Tu me entendeu? Quem é que fez isso, onde é que tá a mística desse troço aí? TV e outros meios de comunicação que sempre trabalharam isso como produto nacional. Nós somos um povo querido, alegre, e nossas mulheres são as mais gostosas. Não é isso? É isso que nós vendemos lá fora”.

Rebati: ‘Tu não achas que isso também é cultura do Sul, de certa forma?” -Não, não é. Aqui, o pai olha para a filha e diz: ‘Filha, tu vai te formar’. (…) Não que os outros povos sejam: ‘Ah, os outros são vadio (sic) e nós somos trabalhador (sic)’, não é essa a questão. (…) Nós reconhecemos, o Sul reconhece, que tu só pode prosperar via trabalho. Tu não vai prosperar ficando deitadinho na rede ou se ficar coçando as partes como a gente diz, deitadinho, esperando que o governo dê alguma coisa para ti. Uma Bolsa Família, uma Bolsa-não-sei-o-quê, esse paternalismo estatal.

A Constituição de 1988 estabelece em seus princípios fundamentais, no Artigo 1º, que a República brasileira é “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. No entanto, também garante “a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação” e concede a “liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”. Os separatistas do sul se inspiram nos movimentos da Escócia, de Québec e da Catalunha. A região anexada pela Espanha no século XVIII, aliás, teve seu pedido de plebiscito negado pelo Parlamento Espanhol, mas aprovado dentro do Parlamento catalão.

Casos assim levam os separatistas brasileiros a acreditar que, tendo representação parlamentar, podem conseguir seu plebiscito: “Temos bancada evangélica, pecuarista, de direitos dos homossexuais; é disso que precisamos: uma bancada separatista”, explana Emerson Leme, professor de Londrina responsável pela Oficina de Planejamento Estratégico da conferência.

Anidria da Rocha, mãe de cinco filhos, se uniu ao movimento há dez meses e já se transformou em uma de suas maiores forças de trabalho. Em oito meses, ela recrutou mais de três mil pessoas em sua cidade, São Jerônimo, município de 22 mil habitantes na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo Anidria, todos os filhos – exceto a caçula de dois anos – militam pela causa. Ela conta, orgulhosa, que a filha do meio, de 14 anos, chega a passar horas no telefone conversando sobre a ideia com amigos: “Eu digo pra ela: isso aí é uma independência que a gente vai buscar e que vocês vão viver. Eu e o pai de vocês não vamos viver isso aí. Vai demorar um pouco para acontecer, e a gente não vai viver. Vai ser para vocês”, salienta.

Os jovens são parcela representativa no movimento. Em uma das discussões, Deucher chega a se emocionar falando sobre isso: “Os pais nos chamam de nazistas e os filhos nos apoiam… Isso é o que vale, tirar essa ideia do chão”, destaca com a fala embargada e sendo abraçado por companheiros. Entre os jovens, está o catarinense natural de Florianópolis, Rafael Sardá, 19 anos.

Sardá começou a militar pela causa ainda com 16 anos. Descobriu o movimento pela internet, depois de uma conversa com o pai sobre por que o Sul era diferente do Brasil. O pai, no entanto, não é separatista nem participa dos eventos com o filho. Ainda na escola, Rafael enfrentava discussões com professores e colegas, alguns favoráveis, outros nem tanto. “Muitos acham que eu sou um bandido, que eu tenho que ser preso, sendo que eu não cometi nenhum crime. A gente age de acordo com a Constituição; a gente tem liberdade de pensamento, de expressão. Mas eles acham que eu sou um câncer no país, que é falta de nacionalismo meu”, conta. O lado contrário não o intimida: “Eu mandei costurar uma bandeira e carrego para os lugares. Peguei um cano de PVC, amarrei a bandeira e saí com ela pela cidade, as pessoas me perguntavam. Acho isso legal”.

E ele entrou de cabeça na causa. Na Conferência, Sardá apresentou o hino que compôs para o futuro novo país que sonha conquistar, intitulado “Um Grito no Sul do Mundo”. Segundo ele, a inspiração veio da Marselhesa e do Hino da URSS. “Eu não sou comunista, mas, durante aquele curto período de tempo, eu me torno comunista, eu quero ser comunista. Depois, eu volto ao normal”, explica para a plateia enquanto passa slides explicando a letra de sua obra. Deucher, porém, avisa que o hino não é oficial, é apenas a colaboração de um companheiro. Ele não quer que nada pareça apressado.

Deucher é um norte para os sulistas reunidos na bandeira celeste de seu grupo. Na hora em que discutem a redação dos valores e da missão, inspirados em empresas como a Coca-Cola e a Unilever, é para ele que olham, buscando uma referência. Ele calcula cada passo. Agora, diz, estão na fase de recrutar pessoas para ter força quando o momento do plebiscito chegar. Para isso, não se opõe explicitamente a nenhuma causa, a nenhum partido, a nenhuma ideia. A posição sobre as demarcações de terras indígenas, por exemplo, um dos conflitos mais negligenciados pelo poder público no Sul do país, é prova disso.

Vários integrantes desfilaram na conferência com a frase “Esta terra tem dono” estampada no lado esquerdo do peito. Alguns dizem que ela foi proclamada por Sepé Tiarajú enquanto ele era assassinado pelos espanhóis, em São Gabriel, no Rio Grande do sul. Outros, que era o grito de guerra usado pelo Cacique Guairacá em batalhas nas terras de Santa Catarina. Concordam que os índios são os donos da terra, mas chegam a dizer que a história do povo do Sul começa com a fundação dos Sete Povos das Missões. Deucher lembra que fala por si, não pelo movimento, e diz acreditar que um possível país independente saberia lidar melhor com a questão do que o Estado brasileiro atual:

“Nós temos de achar um meio de que o índio possa manter sua cultura e suas terras tradicionais. Agora, ele também tem de saber que nós estamos em um outro mundo e que, hoje, ninguém mais caça para sobreviver. Você tem o trigo, você tem o arroz, você tem o feijão. O índio do sul praticamente se aculturou. ‘Ih, cara, só porque ele se aculturou, nós vamos deixar o cara à margem da sociedade? Vamos jogar o cara na beirada da estrada e ele vai passar o resto da vida dele ali?’. Que tipo de ser humano nós somos, então? Então, nós temos de achar um meio, e isso os governantes não gostam de enfrentar, porque depende de criar ambientes que essas pessoas possam voltar a ser aquilo que elas são ou a fazer aquilo que o Cacique, aquele Cacique Mimbiá de Florianópolis, fez. Ele foi pra universidade, estudou, é advogado e está aí concorrendo como qualquer cidadão comum. Eu convivo, tenho muitos alunos indígenas. Não indígena que anda pelado por aí. Indígenas, em que tu olha para ele etnicamente e: ‘Cara, tu é um índio’. Os antepassados deles viviam no mato ali; no entanto, eles estão lá, estão estudando como qualquer outro ser humano”, frisa.

O movimento, de fato, é bastante democrático para ouvir ideias. Enquanto defende ser uma organização horizontal, elege a nova diretoria executiva – que trocou o presidente por Odilon Xavier, um gaúcho, respeitando o revezamento entre os três Estados –  e acompanha a palestra “Líderes para um Sul Livre”, baseada em ensinamentos de Gandhi e Abraham Lincoln. Nela, o palestrante Ozinil Martins de Souza, também professor, abordou desde a arte de falar em público à ameaça do crescimento muçulmano no mundo. “Eu sou politicamente incorreto, tá, gente? Eu odeio o politicamente correto, é uma coisa que me agride”, esclarece entre suas considerações.

Na semana em que a Escócia votou seu plebiscito, uma rádio do Rio Grande do Sul promoveu uma enquete pedindo a opinião dos gaúchos sobre o separatismo. O resultado: 12.834 votos para o sim (74%) contra 4.487 para o não (26%). Uma petição no Avaaz pedindo o plebiscito já passou das cinco mil assinaturas. Na hora de reunir pessoas, número é prioridade. Por isso, não convém fazer inimigos.

Matéria original publicada no site da Vice Brasil, via Operamundi, UOL

Opinião dos leitores

  1. já está na hora de irmos a uma guerra civil para acabar com maus brasileiros existentes em todas as regiões do pais.Nos estados unidos foi assim há dois séculos.Porque não aqui?

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Política

PT pede ao STF preventiva de Eduardo Bolsonaro

Foto: reprodução

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta segunda-feira, 21, uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a reavaliação de medidas cautelares contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), incluindo a possibilidade de decretação de prisão preventiva do filho do ex-presidente da República.

O parlamentar é investigado no Inquérito 4995, que apura ataques às instituições democráticas por meio de atuação do deputado federal nos Estados Unidos.

Na petição, Lindbergh argumenta que uma transmissão ao vivo feita por Eduardo Bolsonaro no dia 20 de julho representa “grave violação à autoridade da jurisdição” e constitui ameaça direta a agentes da Polícia Federal que participaram de diligências autorizadas pelo STF na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a live, o deputado do PL declarou: “Vai lá, coleguinha, cachorrinho da Polícia Federal… se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”. A fala foi classificada por Lindbergh como “covarde tentativa de intimidação” pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que afirmou que o episódio será formalmente comunicado ao Supremo.

Para o líder petista, a conduta de Eduardo Bolsonaro se insere em um padrão de “reiteradas tentativas de sabotar a persecução penal”, caracterizando crimes como coação no curso do processo e obstrução de justiça. “A mera tentativa de restringir, por meio de ameaça, a atuação de agentes da lei já consuma o delito”, sustenta.

O documento também destaca que a intimidação a servidores públicos não deve ser tratada como simples expressão de opinião, sobretudo quando parte de um agente político. “Não se trata de episódio isolado”, afirma Lindbergh. “Eduardo Bolsonaro permanece em campanha internacional contra o sistema de justiça brasileiro, com apoio de autoridades estrangeiras e discurso de viés golpista.”

Com base no artigo 312 do Código de Processo Penal, o deputado petista defende que o STF considere o episódio como novo elemento para justificar medidas mais severas, como a prisão preventiva, com o objetivo de preservar a instrução criminal e garantir a aplicação da lei penal. Também solicita a oitiva do parlamentar sobre o caso e que o Ministério Público Federal seja notificado para eventual denúncia complementar.

O Antagonista

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Geral

Moraes reforça que Bolsonaro não pode usar redes de forma direta e indireta

Foto: Ton Molina/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), publicou, nesta segunda-feira (21), um despacho em que reforça a proibição para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usar as redes sociais de forma direta ou indireta.

O esclarecimento vem após o ex-presidente cancelar uma entrevista ao portal Metrópoles, que seria transmitida no YouTube e no X.

O documento foi adicionado ao processo em que Bolsonaro responde por integrar o que seria um plano golpista contra o resultado da eleição de 2022, poucas horas após o cancelamento da entrevista. O ex-presidente também é investigado em um inquérito por obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.

“A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a Jair Messias Bolsonaro inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, do CPP”, afirmou o ministro no despacho.

O portal Metrópoles informou que o cancelamento foi justificado por parte de Bolsonaro por temer ser preso em razão do descumprimento das medidas cautelares.

Medidas cautelares

Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal na última sexta-feira (18), em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Desde então, o ex-presidente está sob uso de tornozeleira eletrônica e deverá cumprir com recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, de segunda a sexta-feira, e em tempo integral aos finais de semana e feriados.

Ele também não pode usar as redes sociais, nem manter contato com o filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos alegando buscar sanções americanas contra Moraes e o STF.

A Primeira Turma do STF já tem maioria para referendar a decisão de Moraes. O julgamento se encerra nesta segunda e falta somente o voto do ministro Luiz Fux.

CNN

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Geral

Moraes manda investigar compra e venda de dólares com lucro de até 50% no dia do tarifaço de Trump

Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou, nesta segunda-feira, 21, a abertura de um inquérito da Policia Federal para investigar suspeitas de uso de informações privilegiadas que teriam resultado em lucros de 25% a 50% em operações de compra e venda de dólares no dia em que o presidente dos EUA Donald Trump anunciou tarifaço contra o Brasil.

A decisão atende pedido da advogado-geral da União, ministro Jorge Messias. Na quinta-feira, 18, ele protocolou no STF uma manifestação em que sustenta indícios de que ‘transações de câmbio ocorreram em volume significativo e horas antes do anúncio oficial das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, o que sugere possível utilização de informações privilegiadas (insider trading) por pessoas físicas ou jurídicas, supostamente com acesso prévio e indevido a decisões ou dados econômicos de alto impacto’.

Estadão – Fausto Macedo

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Geral

Após decisão de Moraes, Bolsonaro não participa de coletiva do PL

Foto: KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não participará, nesta segunda-feira (21/7), de coletiva de imprensa de membros do Partido Liberal na Câmara dos Deputados. A presença estava prevista, mas foi cancelada após nova decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes detalhou, em despacho, que a proibição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar redes sociais inclui as “transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”.

Os deputados do PL se reuniram, nesta segunda, na liderança do partido na Câmara para discutir reações à decisão de Moraes que impactou Bolsonaro.

LEIA: Em nova decisão, Moraes diz que Bolsonaro pode ser preso se entrevistas forem publicadas em redes sociais

Também convocaram reuniões em comissões controladas pelo partido para votar moções de apoio a Bolsonaro- apesar da negativa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Metrópoles

Opinião dos leitores

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Geral

Após sucesso da estreia, Circo Kroner inicia semana com apresentações diárias em Natal

Após uma estreia consagradora e um fim de semana com sessões lotadas, o Internacional Circo Kroner inicia oficialmente sua temporada em Natal. A partir desta terça-feira (22), o público poderá se encantar com os espetáculos na Arena das Dunas, com apresentações de terça a sexta-feira às 20h, e aos sábados às 16h, 18h30 e 20h30, e domingos às 16h e 18h30.

Com uma superprodução inédita e estrutura climatizada, o espetáculo reúne mais de 60 artistas brasileiros com carreira internacional, trazendo números impressionantes como trapezistas, mágicos, acrobatas de pernas de pau, a trupe de báscula e o famoso globo da morte com cinco motos simultâneas. A banda ao vivo é um dos diferenciais do Kroner, garantindo uma experiência sonora e visual única do início ao fim.

Os ingressos continuam disponíveis a partir de R$ 30, com possibilidade de parcelamento em até 3x sem juros, pelo site www.circokroner.com.br. A lona climatizada oferece conforto e visibilidade para todos os setores, além de banheiros de alto padrão, acessibilidade e segurança para toda a família.

O Circo Kroner, que retorna a Natal após duas décadas, promete transformar cada apresentação em um momento inesquecível, misturando tradição, modernidade e muito encantamento.
Para mais novidades e bastidores, acompanhe as redes sociais oficiais: @circokroneroficial.

Prepare-se para viver sua própria experiência Kroner!

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Geral

Em nova decisão, Moraes diz que Bolsonaro pode ser preso se entrevistas forem publicadas em redes sociais

Foto: André Borges/EFE e Ton Molina/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalhou, em despacho, que a proibição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar redes sociais inclui as “transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”.

O ministro ressaltou que usar desses artifícios para divulgar informações em redes sociais seria “burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão”.

A medida, divulgada nesta segunda-feira (21/7), reforça as restrições impostas ao ex-mandatário no contexto da investigação sobre a atuação de Bolsonaro e do filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos a fim de afrontar a soberania do Brasil.

A decisão atinge transmissões, retransmissões ou veiculações de vídeos, áudios e até transcrições de entrevistas em redes sociais, ainda que por meio de perfis de aliados, veículos ou terceiros.

O texto é claro ao apontar que Bolsonaro não pode se valer de intermediários para burlar a medida cautelar. O descumprimento pode levar à prisão imediata, com base no artigo 312, §1º, do Código de Processo Penal.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Tanto faz!!
    Vai ser preso de qualquer jeito.
    O Brasil inteiro já sabe o resultado desse negócio aí.
    Isso é fato.

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Geral

Pecuaristas dos Estados Unidos elogiam tarifaço e querem banir carne do Brasil


Foto: Cidasc-SC

Em meio às preocupações com as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, um setor aplaude com entusiasmo as iniciativas de Donald Trump. E vai além: defende a suspensão total da entrada dos produtos brasileiros nos Estados Unidos.

“A Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) apoia firmemente o plano do presidente Trump de impor ao Brasil com uma tarifa de 50%”, cita a entidade.

A entidade que representa os pecuaristas americanos há mais de um século, desde 1898, informa que “há muitos anos defende a suspensão total da carne bovina brasileira importada”.

“Uma tarifa de 50% é um bom começo, mas precisamos suspender as importações de carne bovina do Brasil para que possamos conduzir uma auditoria completa”, citou a entidade.

A NCBA acusa produtores brasileiros de terem uma “abismal falta de responsabilidade em relação à saúde do gado e à segurança alimentar”.

Os pecuaristas americanos citam especificamente os casos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca.

“A falha do Brasil em reportar casos atípicos de EEB e seu histórico de febre aftosa são uma grande preocupação para os produtores de gado dos EUA”, citam os produtores americanos.

O governo brasileiro rebate a afirmação dos pecuaristas americanos.

O Ministério da Agricultura cita que o Brasil nunca teve um “caso clássico” do mal da vaca louca – aqueles em que a doença ocorre pela ingestão de alimentos contaminados, especialmente farinha de carne e ossos. Essa foi a origem do surto na Europa há algumas décadas.

No Brasil, há registro de seis casos atípicos da doença. A situação não interfere no status do país na Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Isso acontece porque os casos têm ocorrência espontânea, quando a infecção se dá pela mutação espontânea da proteína – normalmente pela idade avançada do animal, sem ter relação com a ingestão de alimentos contaminados.

“Assim, o Brasil mantém o reconhecimento pela OMSA como país de risco insignificante para a doença desde 2012”, cita o Ministério da Agricultura.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Isso tudo é muito bom para o nosso pais, Quando Cabral descobriu o Brasil em 1500, disse esta terra é muito bom se plantando tudo dar, com essa frase ele não quis só falar de seu solo, mas de todas as potencialidades do seu povo e de sua gente, o Brasil é isso. Em1.500 os maiores produtos do Brasil eram o Pau Brasil e o Ouro, depois vieram a cana de Açúcar , a Seringueira no Pará e Amazonas e Acre, hoje nos temos o Melão, o sal, a carne bovina, o coco, a soja, o milho, o cacau e tantas outras riquezas. O que falta para o Brasil é um Presidente polido, um homem de cultura que possa valorizar todos os paises, e não só os paises comunistas que trabalham em cima do socialismo, o Brasil é um potência, principalmente em matéria prima, não temos muita tecnologia, mas quem sabe, um dia. Temos muita agua, belos rios, lindas praias, uma hotelaria de primeira, temos o sol e o bronze das mulheres brasileira.Falta pouco para sermos um primeiro mundo.

  2. Mas qual o motivo: 1) A carne é petista? 2) A carne é golpista? 3) A carne foi produzida com insumos comprados em PIX?

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Geral

PESQUISA CONSULT/SANTA CRUZ/DEPUTADO ESTADUAL: Tomba com 32,2%, Gustavo Carvalho 3,6% e Coronel Azevedo 1,2% são os mais citados

Pesquisa realizada pelo instituto Consult na cidade de Santa Cruz perguntou aos eleitores em quem eles votariam para Deputado Estadual se as eleições fossem hoje.

Tomba foi a mais citada com 32,2%, seguido por Gustavo Carvalho 3,6%, Coronel Azevedo 1,2% e Francisco do PT, Ubaldo e Lucicláudio com 1%. Veja a lista completa na imagem.

4,2% não votariam em nenhum e 52,6% não souberam dizer.

A pesquisa foi realizada no dia 9 de julho e ouviu 500 entrevistados. A margem de erro é de 4,3% e a confiabilidade é de 95%.

Opinião dos leitores

  1. Tomba foi um ótimo gestor em Santa Cruz – indiscutivelmente.
    O problema é a forma coronelista com a qual ele pauta sua vida política atualmente.
    Não cabe mais esse modelo.
    A gestão da extrema direita autoritária reflete-se com os muitos acordos quebrados com ele.

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Geral

PESQUISA CONSULT/SANTA CRUZ/DEPUTADO FEDERAL: Natália Bonavides, Robinson Faria, General Girão e João Maia são os mais citados

Pesquisa realizada pelo instituto Consult na cidade de Santa Cruz perguntou aos eleitores em quem eles votariam para Deputado Federal se as eleições fossem hoje.

Natália Bonavides foi a mais citada com 5,4%, seguida por Robinson Faria 3,4%, General Girão 3% e João Maia 1,8%. Veja a lista completa na imagem.

5,2% não votariam em nenhum e 77,6% não souberam dizer.

A pesquisa foi realizada no dia 9 de julho e ouviu 500 entrevistados. A margem de erro é de 4,3% e a confiabilidade é de 95%.

Opinião dos leitores

  1. Kkkk.
    Natalia e Robinson.
    Tem como uma coisa dessas da certo??
    Dois improdutivos.
    O povo tem os representantes que merecem.
    Imoral.
    É uma campanha atrás da outra e o povo não aprendem a votar.

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Geral

PESQUISA CONSULT/SANTA CRUZ/ PRESIDENTE/ ESTIMULADA: Lula tem 36,6% e Jair Bolsonaro 34,2%

Pesquisa realizada pelo instituto Consult na cidade de Santa Cruz perguntou aos eleitores em quem eles votariam para Presidente do Brasil se as eleições fossem hoje.

Lula lidera com 36,6% e Jair Bolsonaro tem 34,2%. 12,2% afirmaram que votariam em outro candidato.

6,4% não votariam em nenhum e 10,6% não souberam dizer.

A pesquisa foi realizada no dia 9 de julho e ouviu 500 entrevistados. A margem de erro é de 4,3% e a confiabilidade é de 95%.

Opinião dos leitores

  1. Duas observações:
    1 – Bolsonaro está inelegível – logo não é uma opção;
    2 – Mesmo com todos os fatos ver pessoas defendendo o indefensável Bolsonaro chega a beirar o desvio de caráter!

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