Por Josias de Souza
Sitiada por cinco adversários incômodos —a impopularidade, o isolamento, o TCU, a Lava Jato e Eduardo Cunha—, Dilma Rousseff conduz o seu governo para o pantanoso território do tudo-ou-nada. A presidente continua rendida à máxima segundo a qual não se faz uma omelete sem quebrar os ovos. A diferença é que Dilma já não se preocupa em abafar o barulhinho das cascas se quebrando. Tomou gosto pelo crec-crec.
Adepta da moral utilitária, Dilma migrou da condição de apolítica para a de política tradicional. Nesta segunda-feira (27), reuniu 12 de seus ministros partidários para recordar-lhes, com outras palavras, que não integram um gabinete de notáveis. Estão na Esplanada graças à suposição de que são politicamente rentáveis.
Dilma lembrou aos ministros que eles precisam garantir que seus partidos votem alinhados com o governo no Congresso. Todo mundo sabe que as relações do Executivo com o Legislativo baseiam-se na chantagem. Mas na época em que as cascas se rompiam em silêncio, fingia-se que o fisiologismo ainda não havia se tornado um princípio de Estado. O “efeito Cunha” trouxe para defronte dos refletores o banquete em que são servidos pedaços do Estado.
Mais cedo, após participar de reunião da coordenação política do governo com Dilma, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que encosta a barriga no balcão em nome do vice-presidente e articulador político Michel Temer, quebrara outros ovos diante das câmeras. Ele anunciara aos quatro ventos que o governo deseja concluir até meados de agosto o rateio dos cargos entre seus aliados.
“A nossa pretensão é liquidar esse assunto, na pior das hipóteses, até o meio do mês de agosto”, disse Padilha. Crec-crec. “A nossa capacidade de diálogo aumenta na medida em que a gente consiga atender aos interesses, que são republicanos.” Crec-crec. O ministro queixou-se da incompreensão da imprensa, incapaz de entender que a distribuição de cadeiras é normal. Ocorre em “qualquer país republicano democrático.” Os aliados não querem senão “ajudar a governar”.
Tanto patriotismo costuma resultar em escândalos como esse que sugou pelo menos R$ 19 bilhões da Petrobras. Na reunião vespertina, com seus ministros-reféns, Dilma queixou-se da Lava Jato. Disse que a operação já roeu um ponto percentual do PIB de 2015. Não explicou como foi feita a conta. E se absteve de recordar que a PF e a Procuradoria esquarinham os roubos na Petrobras porque sua administração e a de Lula permitiram que os ladrões entrassem nos cofres da estatal.
Acho que seria SALVE-SE QUEM PUDER, e não parece simples a turma, alguns chamam de BANDO, do PT se livrar do que vem sendo apurado e divulgado. Eles não tem defesa, quanto mais falam pior fica, ainda soltam pérolas de nada com coisa nenhuma, olhando para trás e procurando um culpado para falar das práticas adotadas pela cúpula partidária que meteu a mão nas estatais, no BNDES, nos fundos de pensões e destruiu empresas como os CORREIOS, acabando com o maior tesouro deles, a credibilidade.
Sai da frente PT que a ordem, a moral, a responsabilidade, o crescimento querem voltar.