Política

Eduardo Cunha diz que nem mais 10 ministérios resolveriam os problemas de Dilma com o PMDB

Por Josias de Souza

Num instante em que Dilma Rousseff afirma que não cogita fazer uma reforma ministerial, o peemedebista Eduardo Cunha desdenha: “Se der mais dez ministérios para o PMDB, o problema vai continuar igual”. Segundo o presidente da Câmara, a dificuldade de relacionamento do seu partido com o PT e o governo não decorre da distribuição de cargos, mas da ausência de compartilhamento das decisões.

“O partido gostaria de participar mais, discutindo tudo aquilo que precisa acontecer previamente”, afirmou. “O PMDB nunca participou disso. Ainda por cima teve que acompanhar um processo em que o governo ajudou a patrocinar um partido fictício [O PL, organizado por Gilberto Kassab] com o objetivo de nos enfraquecer.”

Eduardo Cunha fez essas declarações numa  entrevista que concedeu ao diário paranaense ‘Gazeta do Povo’. Falou para um jornal do Paraná porque amanhecerá nesta sexta-feira em Curitiba, capital do Estado. Vai inaugurar na cidade um programa de viagens que o levará às 27 unidades da federação até 2016. Chama-se  ‘Câmara Itinerante’.

No gogó, a iniciativa destina-se a aproximar a pauta do Legislativo dos interesses da sociedade. Na prática, tem potencial para nacionalizar a imagem do principal desafeto de Dilma no Parlamento. Junto com os deputados nativos, Cunha promoverá debates nos Estados. Fará isso numa hora em que Dilma é hostilizada nas ruas e tem dificuldades para colocar em pé um programa que vá além do ajuste nas contas da União.

A caravana de Eduardo Cunha resultará em imagens que serão exibidas na TV Câmara. O cheiro de segundas intenções levou o repórter que o entrevistou, André Gonçalves, a indagar: O senhor deseja ser presidente da República? E ele: “Meu candidato é o Eduardo Paes [prefeito do Rio]. Mas se você quiser que eu seja seu candidato…” Vai reproduzida abaixo a entrevista de Cunha:

— Quual é o significado da demissão de Cid Gomes? É o significado do tamanho dele. Ele veio aqui para ser demitido, não veio para se explicar. Na verdade mesmo, veio para fazer show, teatro.

— Mas a mensagem que ficou para o público em geral foi de que o sr. interferiu na demissão, que foi uma demonstração de força. Se ele veio aqui para ser demitido, como é que eu interferiria nisso? Ele que afrontou mais uma vez o Parlamento. Já tinha afrontado antes. Ao invés de se retratar, continuou insultando o Parlamento. Ou ele saía do governo ou essa Casa ia entrar em confronto com o Executivo. Então, eu não tenho dúvida de que ele veio aqui para sair. Se ele não viesse aqui com esse objetivo, não faria o show que fez.

— Mas o sr. acha que foi um show combinado com a presidente Dilma? Não. Foi combinado talvez com o irmão dele [o ex-deputado, ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes]. Ou com o Tico e o Teco, os neurônios dele. Com a presidente, eu não acredito.

— O sr. acha que a Câmara, como instituição, sai mais forte desse episódio? O fato de que o ministro que agrediu o Parlamento veio aqui se explicar torna a Câmara mais forte. Agora, o que ele falou aqui é consequência da política. Se ele optou por acusar ou afrontar, já sabia que perderia o cargo. Seria até mais forte ele se retratar.

— Não sei se o sr. viu a repercussão da demissão dele, principalmente nas redes sociais, mas se fala que o sr. é o presidente da República. Isso é bobagem, não é por aí.

— Muito se fala que a presidente vai fazer uma reforma ministerial em que daria mais espaço ao PMDB. Isso resolve a situação de afastamento em relação ao PT? Não existe isso. Porque o PMDB não está discutindo espaço no governo. Geralmente, uma parte da opinião pública só tenta fazer valer que o PMDB é um partido fisiológico, que tudo o que acontece no país é uma trama do PMDB para ter mais cargos. Isso não corresponde à realidade. Não estamos atrás de cargos. O partido gostaria de participar mais. É participar discutindo tudo aquilo que precisa acontecer previamente. O PMDB nunca participou disso. Ainda por cima teve que acompanhar um processo em que o governo ajudou a patrocinar um partido fictício [O PL, organizado pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab] com o objetivo de nos enfraquecer. Se der mais dez ministérios para o PMDB, o problema vai continuar igual.

— Mas o que é exatamente esse “participar”? Por exemplo, quando a gente vai discutir o ajuste fiscal, quer saber quais são as medidas iniciais, quer influenciar, quer concordar ou não com elas. Não simplesmente tomar conhecimento pela imprensa e sair depois tendo que falar sobre uma coisa que nem sabe do que se trata. O PMDB não aceita mais isso.

— E tem saída para isso, a presidente aceitaria uma participação assim? A questão é a seguinte: tem que parar de discutir se o PMDB vai ter este ou aquele governo, tem que discutir se o PMDB entra no governo de verdade.

— Passados quatro dias das manifestações, o sr. acha que a presidente aprendeu algo com o que aconteceu? Ela era o alvo, não há dúvida disso. Mas ainda não deu nem missa de sétimo dia dessa história. Tem que esperar um pouco para ver como vai ficar.

— Mas e a reação do governo, como a apresentação do pacote anticorrupção?Hoje o governo enviou o pedido de urgência para dois dos projetos anticorrupção apresentados. Um tramita aqui há dez anos e outro há quatro. De repente descobriu que eles eram urgentes? Isso aí foi uma maneira de dar satisfação. Acho que a tentativa de buscar essa satisfação é justa, correta, mas achar que isso resolve o problema, por que não pediu urgência antes?

— Então o sr. acha que ainda não houve resposta da presidente às manifestações?Eu acho que a resposta não se dá apenas por um gesto, um único ato. A gente está vivendo uma crise política. O que vai resolver é um conjunto de mudanças que atinja a forma geral de se fazer política. Não é mudar o nome do articulador político, é mudar a forma como ela é feita, por exemplo.

— O sr. já se posicionou diversas vezes contrário ao início de um processo de impeachment contra Dilma. O que faria o sr. mudar de ideia? Nesse momento? Só mudaria de opinião se houver um ato praticado por ela, no exercício do atual mandato e que haja uma denúncia do procurador-geral da República por crime de responsabilidade e que alguém proponha à Câmara uma denúncia sobre isso. É o que está na lei. Tem que ser uma ação decorrente do exercício do mandato. Na minha opinião, não tem o que fazer quanto a isso.

— Mas o que o sr. acha da pressão popular pelo impeachment? As pessoas estão achando que impeachment é recurso eleitoral. Não é. Impeachment é uma situação de constrangimento do país, de impedimento do presidente da República. Só aconteceu uma vez na nossa história, por outras razões. Você não pode achar que o Brasil é uma republiqueta que vai trocar presidente de uma hora para outra. O sistema presidencialista leva a isso. Quem votou e se arrependeu tem que esperar quatro anos para mudar o presidente. Assim como aquele que votou em mim e se arrependeu também tem que esperar. É bom para o aprendizado político, para que da próxima vez as pessoas prestem bem atenção em quem vão votar.

— Mudou algo internamente na Câmara depois da divulgação da lista dos políticos que serão investigados pela Lava Jato, que inclui o seu nome? Eu vejo [a pergunta] como algo contraditório. Você primeiro vem aqui e me pergunta se eu fiquei mais forte porque derrubei o ministro. Eu acho que não mudou nada. Até porque eu tive uma postura de espontaneamente apresentar a minha defesa completa. O procurador [Rodrigo Janot] escolheu a quem investigar. E ele me escolheu para investigar. A verdade nua e crua é que ele não tinha base para abrir a investigação contra mim. Eu acho que consegui mostrar à Casa que aquilo foi uma decisão política, com o objetivo de enfraquecer o Parlamento e quem está no seu comando. A mediana das pessoas aqui na Casa entendeu isso.

— Ou seja, para o sr. não houve prejuízo na relação com os deputados por ser um dos investigados? Pelo contrário, eu estou sendo tratado como vítima pelos parlamentares.

— Tem medo que o processo se estenda e que a investigação seja constrangedora para o sr.? Eu já respondi a dois inquéritos e a uma denúncia no Supremo Tribunal Federal na minha carreira. Nos dois inquéritos, um foi de pronto negada a instauração. O outro foi arquivado ao seu fim. E na denúncia, feita sem inquérito, eu fui absolvido por unanimidade. Eu estou habituado com essas coisas. Vou trabalhar e demonstrar a minha inocência. Estou absolutamente tranquilo.

— Há uma data-base para a votação da reforma política? O sr. tem acompanhado o andamento da comissão especial sobre o assunto? Sim, as 40 sessões regimentais. Se está andando direitinho na comissão, é problema deles. Passadas as 40 sessões, eu avoco o projeto para o plenário. Se não tiver uma proposta com mudanças, eu voto a original. Isso é uma decisão política.

— Amadureceu algum ponto em discussão? Eu viajo agora [ontem] para Curitiba, junto com o relator da reforma política [Marcelo Castro (PMDB-PI)] e vou ter oportunidade de saber como está. Eu estou vendo a proposta do Distritão [adoção de voto majoritário para as eleições parlamentares] crescer muito na Casa. Financiamento público não passa aqui.

— Uma última pergunta: o sr. deseja ser presidente da República? Que pergunta… Eu não sei. Não passa pela minha cabeça. Eu trato a política da forma como ela é, usando uma passagem bíblica: para cada dia, a sua agonia. Eu vivo uma agonia de cada vez. Eu sou presidente da Câmara hoje, como já fui líder do PMDB. As coisas que aconteceram para mim, foram acontecendo, com os espaços se abrindo. Eu não faço política hoje pensando no cargo que eu vou disputar amanhã.

— Só fazendo um contraponto: o PMDB já decidiu que terá candidato em 2018.Meu candidato é o Eduardo Paes [prefeito do Rio de Janeiro]. Vai ser, depois da Olimpíada de 2016, um prefeito muito bem avaliado, com um bom ativo para mostrar.

— É ele? Meu candidato é o Eduardo Paes. Mas se você quiser que eu seja seu candidato… [risos].

Opinião dos leitores

  1. Os ratos pulam fora, o PT afundou, quebrou, ferrou, maquiou o Brasil. O proprio PT briga entre si porque nao sabem o que fazer para manter a mamata. Querem o financiamento publico de campanha, porque é mais facil desviar dinheiro publico e ninguem ir preso. Dinheiro publico para o PT que esta no poder é mais facil de usar, afinal nao são eles quem paga a conta… Chega de PT, Lula e Dilma, chega de corrupcao neste país. Chega de alienados e bots pagos para postarem mentiras… e quem paga isso? Estão tentando enganar quem?

  2. O PMDB está afundando o Brasil. Tudo isso porque não querem o fim das doações de empresas para as campanhas. Junto com o PSDB estão fazendo o circo pegar fogo para se safarem, desviar o foco e ganharem tempo.
    As doações de campanha são o único modo "honesto"* de um político enriquecer da noite pro dia. E eles não querem perder essa mamata.
    * honesto porque está dentro da lei, mas essa lei é extremamente desonesta porque rouba do povo o direito de elegerem seus representantes. É uma verdadeira aberração colocada por corruptos para se beneficiarem sem serem incomodados.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ADMINISTRAÇÃO: Governo Lula é aprovado por 81% da população

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL também avaliou com os entrevistados a aprovação da gestão federal.

 

O governo Lula foi aprovado por 81%, enquanto 15% reprovam e 9% não sabem.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ADMINISTRAÇÃO: Governo Fátima é reprovado por 67% da população

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL também avaliou com os entrevistados a aprovação da gestão estadual.

 

O Governo Fátima foi reprovado por 67%, enquanto 30% aprovam e 3% não responderam

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ADMINISTRAÇÃO: Gestão de Reno Marinho é aprovada por 72%

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL também avaliou com os entrevistados a aprovação da gestão municipal.

 

A gestão do prefeito Reno Marinho foi aprovada por 72%, enquanto 22% reprovam e 6% não sabem.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL VEREADOR: Rosalba, Pedro, Robinho, Elenilson  Fábio de Lulu são  os mais lembrados

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL também mediu com os entrevistados quem votariam para vereador.

 

Os mais citados foram: Rosalba 14%, Pedro 9,3%, Robinho 8,4%, Elenilson 6,2% e Fábio de Lulu 4,9%, confira lista abaixo.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL REJEIÇÃO: Zé de Arimatéia é o mais rejeitado por 48%, Luiz Henrique 13% e Maguinho 12%

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL também mediu com os entrevistados a rejeição aos pré-candidatos. Zé de Arimatéia foi o mais rejeitado por 48,4%, Luiz Henrique 13.3%. Maguinho 12,7%. Já 14,7% ninguém e 10,9% não responderam.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ESTIMULADA 3: Maguinho tem 45% contra 36% de Luiz Henrique

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL simulou um terceiro cenário estimulado. O resultado apontou que Maguinho venceria com  45,8% contra 36,2% de Luiz Henrique. 11,1% branco ou nulo e 6,9% não respondeu.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ESTIMULADA 2: Maguinho venceria com 58% contra 15% de Zé de Arimateia

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL simulou um segundo cenário estimulado. O resultado apontou que Maguinho venceria com  58,9% contra 15,6% de Zé de Arimatéia. 18,4% branco ou nulo e 7,1% não respondeu.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ESTIMULADA: Maguinho tem 40% contra 33% de Luiz Henrique e 14% de Zé de Arimatéia

 

PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL perguntou de forma estimulada o cenário para Prefeitura. O pré-candidato Maguinho ficou em primeiro com 40,7%, seguido de Luiz Henrique com 33,6% e Zé de Arimatéia com 14,7%. Já 7,1% branco ou nulo e 4% não responderam.

 

A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

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PESQUISA SETA/ BG/ SÃO RAFAEL ESPONTÂNEA:  Maguinho e Luiz Henrique têm empate técnico na liderança

 

O instituto Seta realizou pesquisa de intenção de voto e avaliação de gestão no município de São Rafael. A pesquisa ouviu 450 entrevistados, no dia 23 de abril, tem margem de erro de 3,5% e foi registrada no TSE com o número RN 06659/2024.

 

No cenário espontâneo para Prefeitura, Maguinho tem 37,1% contra 34,4% de Luiz Henrique, empate técnico na margem de erro, Zé de Arimatéia aparece com 6%, Rosalba 0,9%, Fábio 0,4%, já 18,4% não sabem e 2,2% branco ou nulo.

 

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Recursos anunciados pelo governo do RN só poderão recuperar 56% das estradas ruins ou péssimas

Foto: ALRN

Anunciado pelo Governo do RN como uma das prioridades para 2024, o plano de recuperação de 700 km de estradas não será suficiente para recuperar todas as rodovias estaduais classificadas como ruins ou péssimas pelo próprio governo. Um relatório do Departamento de Estradas e Rodagens obtido pela Tribuna do Norte mostra que, dos 3.379 km de malha viária estadual, cerca de 1.243 km são classificados como ruins ou péssimos, o que corresponde a 37,11% do total.

Tendo como base os números, os cerca de R$ 427 milhões investidos pelo Governo com recursos federais do Programa de Equilíbrio Fiscal (PEF) só são suficientes para reformar 56,3% das rodovias em estado ruim ou péssimo.

O relatório de monitoramento interno das rodovias potiguares foi produzido pelo DER, neste mês de abril, a pedido da Controladoria Geral do Estado. Nele, as rodovias estaduais são divididas em sete distritos, com trechos classificados de cinco formas: Ótimo, Bom, Regular, Ruim e Péssimo. Somando-se todos os trechos considerados pela equipe técnica do DER como ruins e péssimos, chega-se ao quantitativo de 1.243 km em más condições.

Os distritos de Nova Cruz e Santana do Matos (que incluem as estradas das cidades vizinhas) são os mais afetados, com 49% e 62% da quilometragem ruim e péssima. O relatório aponta ainda que, dos 3,3 mil km da malha viária do RN, 284,4 km estão em condições ótimas, 365 km em estado bom e 1.489km em situação regular. O distrito de Mossoró é o que possui melhores condições, com 205km em estado bom ou ótimo de 615km.

O relatório não detalha o que qualifica a estrada em determinado critério. A Confederação Nacional de Transportes (CNT), por sua vez, aponta que estradas ruins ou péssimas apresentam problemas graves em sua pavimentação, como buracos, fissuras, desgaste acentuado, além de deficiências na sinalização, acostamento precário e falta de manutenção. Essas condições prejudicam a segurança e a fluidez do tráfego, aumentando os riscos de acidentes e impactando negativamente o transporte de pessoas e mercadorias.

A RN-233 é uma dessas rodovias que tem parte dos trechos classificados como ruins e servem como desvio do trecho atualmente interditado da BR-304. O relatório aponta que parte da rodovia é classificada como ótimo, com 42km, no entanto, outros 63km são classificados como regulares, ruins ou péssimos, o que tem gerado transtornos para os munícipes de Apodi e região, segundo o prefeito Alan Silveira (MDB).

Outras estradas que têm sido afetadas com a intensidade do fluxo em virtude das obras na BR-304 são a RN-118 e RN-401, que interligam uma série de cidades. No caso do desvio, Macau é um dos municípios que tem sido afetados.

Números

1.243
quilômetros. É a soma dos trechos ruins e péssimos nas RNs, segundo relatório do DER

700
quilômetros. É o total a ser recuperado pelo governo do estado

Reportagem completa na Tribuna do Norte

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