O Professor Universitário Rubens Ramos, estudioso de aviação é logística, escreveu um texto referente ao ultimo relatório apresentado pela TAM aos representantes do RN, PE e CE, o texto que o professor escreveu, mais uma vez apontando Natal como o melhor local tecnicamente vai de encontro ao que o próprio blog escreveu na sexta-feira e as informações de quem viu o relatório completo da ARUP(empresa de consultoria que apresentou o estudo), se a escolha for técnica, dificilmente perderemos essa parada. Segue o texto:
ARUP, discretamente, descartou FOR e REC*
Caros amigas e amigos potiguares,
A meu ver, e em decorrência das vantagens econômicas de NAT/SBSG sobre FOR/SBFZ e REC/SBRF, a decisão afunila-se claramente para nós.
A considerar a reportagem de Nadjara Martins na Tribuna de hoje(sábado), aliás, excelente jornalista, temos que, discreta e diplomaticamente, a consultoria ARUP descartou FOR e REC.
1 – O DESCARTE DE REC
Começando pelo último, REC, aeroporto que não está no plano imediato de concessão à iniciativa privada, o relatório aponta a exigência de um novo terminal independente do outro lado da pista, o que mostra de início que o atual, embora tenha capacidade de absorver mais passageiros, não serve para o hub internacional.
E mais, o relatório coloca a situação de tal forma difícil ao apontar que:
a) a FAB teria que deixar imediatamente REC (ir para onde?) para a construção do novo terminal, uma verdadeira “ordem de despejo”; e nesse ínterim,
b) uma empresa estatal em dificuldades financeiras (INFRAERO) terá que fazer o projeto básico e a licitação de um novo terminal; e
c) a empresa ganhadora, após vencer todas etapas de recursos e impugnações, assinado o contrato irá desenvolver o projeto executivo, obter as licenças apropriadas, realizar sondagens do solo para fundações, e construir o novo terminal.
A probabilidade de tudo isso acontecer em 2 anos e estar plenamente operacional em 2018 existe, mas é praticamente nula.
Podemos dizer, na prática, como a imprensa já registrou, que REC está fora da disputa.
2 – O DESCARTE DE FOR
Haveria então a grande final, FOR x NAT.
Mas isso também já foi decidido.
Para FOR, o terminal não foi colocado como problema central, pois sua ampliação já está licitada e em andamento, embora com obra paralisada. A obra pode ser retomada e não haveria o problema de nova licitação, apenas aditivos de contrato. Nem seria necessário dar “ordem de despejo” à FAB. Não há, assim, problema com o terminal.
O problema grave de FOR é outro, a necessidade de ampliar a pista de 2454 m para 3000 m (há pequeno erro de digitação no texto da reportagem e se fala em 3000m2). O que ocorre é que isso exige a desapropriação de aproximadamente 15 quarteirões de casas para manter uma área anterior à cabeceira da pista, com o devido recuo livre e espaço para sinalização anteriores à pista.
Apesar de toda mobilização dos governos do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, parece evidente que a probabilidade dessa ampliação da pista acontecer é praticamente nula no período considerado para implantação do hub.
A meu ver, FOR está, também, descartada.
Claro, tudo é possível, tanto para REC como para FOR, mas as probabilidades são mínimas.
3 – EM CONCLUSÃO
Em resumo, sobre REC e FOR, a escolha de uma delas é uma decisão de alto risco. Escolher NAT/SBSG nesse critério é de baixo risco.
Ficamos então com a mesma definição de antes e as vantagens fundamentais de NAT/SBSG:
1) melhor localização em relação às rotas do corredor EUR/SAM, vantagem de custo em combustível da ordem de 2% sobre FOR e 4% sobre REC;
2) tamanho e possibilidade de expansão – tamanho de hub internacional (15 km2 contra 5 km2 de FOR e 4 km2 de REC), único com tamanho para 2 pistas e alto desempenho de operação simultânea, único com espaço de entorno para ampliação ao nível de Atlanta (ATL) ou Dubai (DWC);
3) relação contratual 100% privada, sem necessidade de licitações públicas para nada, como por exemplo a construção de hotel dentro do aeroporto para abrigar a tripulação dos vôos do hub. Aqui temos a mais alta segurança jurídica e agilidade empresarial.
A conclusão, a meu ver, continua a mesma.
NAT/SBSG tem as vantagens fundamentais a seu favor, e nenhuma falha grave contra si, diferente de FOR e REC.
O hub é nosso.
Rubens Ramos, em 17 de outubro de 2015
Este relatório da Arup me deixou com várias "pulgas" atrás da orelha. Ainda não o li por completo.
No relatório da Oxford previa geração de quase 30 mil empregos, entre diretos e indiretos, nos próximos 5 anos, no mercado de PE. Como exemplo, citava a FedEx que em PE emprega 12 mil funcionários.
Mas calma: isso tudo com apenas 24 aeronaves?
E porque um novo terminal (exclusivo) por tão pouco?
A TAM esconde o jogo.
O Guararapes, com os dois terminais que possui, teria capacidade combinada de 24 milhões de passageiros/ano e 22 fingers. Dentro do aeroporto já existe um galpão exclusivo da TAM Cargo.
Caso esse novo terminal saia do papel o Guararapes teria, hipoteticamente, capacidade combinada para mais de 30 milhões de passageiros/ano. O suficiente para garantir o atendimento da demanda da RMR pelas próximas duas décadas, quando, sem pressa, poderia se construir um novo aeroporto.
Não me venham dizer que falta “condições técnicas” para REC receber o HUB com a atual estrutura, pois para operar poucas dezenas de aeronaves, como está no relatório (mesmo em 2038 seriam apenas 36 aeronaves), até o terminal de Caruaru o faria sem grandes transtornos e em poucas horas, por exemplo.
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Bom, o que sei é que não só de turismo vive um HUB.
Um HUB vive do comércio, da indústria e do serviço.
E em PE já existem vários polos consolidados: logístico, turístico, hospitalar, educacional, jurídico, diplomático, automotivo, petroquímico, farmacoquímico, cervejeiro, de alimentos em geral, carnavalesco, de bebida (gasosa, fermentada e destilada), frutífero, de festas juninas, caprino/bovino, gesseiro, de vinhos finos, têxtil, sucroalcooleiro, portuário, ferroviário, eólico, mineral, científico, de eventos nacional e internacional etc.
Todos demandam pelo transporte aéreo, seja no suprimento ou seja no atendimento do mercado.
Também PE reúne as melhores condições de compartilhamento entre os moldais de transporte, de cargas e passageiros, entre aviões, navios, transatlânticos, trens, metrô, ônibus, caminhões e carros.
Recife é, dentre as concorrentes, a mais central e a mais densamente povoada. Num raio de até 300 km habitam quase 15 milhões de pessoas. Neste raio o acesso ao HUB poderá ser feito de forma mais democrática por todas as faixas de renda.
Sei também que REC está em linha reta a apenas 250 km de NAT. Isso é um “pulo” para um avião. Ao ser abordar LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA preferiria me encontrar mais próximo ao mercado emissor do que ao receptor. Mais um atrativo para REC.
O nobre professor ainda não conseguiu explicar a relação entre os 2% de economia de combustível na rota EUR/SAM e da diferença de 10% no faturamento entre ambas as cidades.
Será que uma equação compensa a outra?
Obviamente, NÃO!
Porque o mercado de REC usará o HUB de NAT se a concorrência servirá opções desde REC?
Por míseros 2% de econimia?!
Muita gente vai preferir pagar um pouquinho a mais e embarcar desde o Guararapes.
Finalmente, pela lógica do professor teríamos no Brasil HUB’s apenas no Oiapoque, Chuí, Pontal do Seixas e outro no extremo oeste do AM.
Nunca SP seria o principal HUB do Brasil.
A realidade é bem diferente, não acham?
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Que fique bem claro, a Infraero realiza um excelente trabalho em REC e não tem intenção de conceder seu melhor terminal no médio prazo. Pelo contrário, REC passa a ser estratégico nos planos da Infraero. Além disso, no ano que vem a Infraero arrecadará bilhões de reais com as concessões dos terminais de FOR, SSA e POA.
Isso que dizer que ela terá $$$ para investir em no terminal exclusivo da TAM em REC.
Terminal este que será construído no local hoje ocupado para manutenção das aeronaves da Aeronáutica, já liberada à Infraero.
Todos os aeroportos concedidos, em até 30 anos, voltarão a serem administrados pela Infraero.
Todos!
Com a decisão da TAM, mais rápido do que imaginávamos, o Guararapes poderá ser um dos aeroportos mais movimentados da América do Sul, segundo as perspectivas lançadas pelas respeitáveis consultorias internacionais.
Afinal, qual a necessidade de REC ter um aeroporto para 30 milhões de passageiros/ano no curto e médio prazo? Apenas o aumento da demanda explica.
Caro Alberto, um hub vive basicamente de si mesmo, um centro de conexões. Ser ou não destino não é, a princípio relevante, embora possa ajudar pois parte da demanda doméstica seria dirigida para aí.
REC não tem capacidade para mais que algo em torno 20 devido ao comportamento da demanda. Assim como nas cidades, o transporte aéreo de passgeiros também tem os "horários de pico". Na teoria uma pista poderia absorver cerca de 40 milhões de passageiros.ano, na prática terá cerca de 20.
GRU/SBGR se tornou hub por ser inicialmente destino e depois por conjugar isso à localização nacional.
REC, como aeroporto, será ainda mais rentável sendo essencialmente doméstico.
Um abraço.
O pessoal fala em refinaria mas nossos políticos estavam preocupados em receber propina da construção da ponte da redinha e nem questionaram na época a altura da ponte que inviabilizou que navios de grande porte pudessem atracar no nosso porto. Portanto estes não tem força, bem interesse por nada serio….
mesmo se não houvesse a ponte, qual a razão q faria alguém pensar em um grande navio atracar num porto de cabotagem como o de natal?
Eu até concordo que o SBSG eh um aeroporto mais que capaz de ser um HUB (e nas proximas decadas, será.) mas em se tratando de porto, o complexo de Suape (portos de graneis conteiner, terminais Transpetro, refinaria, estaleiros, etc ) eh o verdadeiro "HUB" maritmo do NE atualmente.
este espaço de comentários deveria ser a respeito do HUB, porem vejo muitos potiguares ainda remoendo o assunto da refinaria em PE, a Rnest (e o pior, sem propriedade de assunto)…
A refinaria – a Rnest foi projetada para refinar 240 mil BPD, principalmente de diesel e abastecer o mercado do NE.
e agora os dados
Produção de petroleo em UO-RNCE (quase tudo que produz o CE e enviado ao RN) – em torno de 60K BPD
Refino de petroleo na RPCC (sim, existe um refinaria aí no RN, em guamaré) – 30K BPD
Desse refino de óleo, produz, gasolina, entre outros, e QAV (que alimenta o aeroporto de SGA e abastece as vezes outros estados). produção de 8K m³mes
Dados em PE
Produção de petroleo – 0 BPD (eh PE não produz nada de óleo, como vcs afirmam)
Refino – a Rnest vai produzir os 240 K BPD
Só a titulo de curiosidade, uma taxa de 4% de refino usualmente pode render QAV, portanto dessa produção, pode sair algo em torno de 20 K m³mes do combustível.
Agora que viram os dados, ainda vao querer se enganar? Como o RN iria receber uma refinaria de capacidade da Rnest com uma produção dessas? Se ela se localizasse em guamaré, teria que arrumar, alem da refinaria, um porto por lá tmb para receber de fora o petroleo que não produz, ou a refin. ficaria ociosa. O RN recebeu uma refinaria do tamanho dessa produção.
E PE, que nem petroleo produz, pq recebeu? Devido ao porto de Suape. Ali a Rnest recebe toda a carga necessária pelo porto, processará, e distribuirá ao mercado do NE. E aí a outra vantagem de Rec, que eh zona de influencia regional (além de mercado proprio grande). Um conceito parecido, justificaria o HUB da TAM em REC tmb, porem pelos numeros de fingers, area e estacion. de avioes que o estudo indicou, creio q o tamanho do HUB seja mais adequado para natal.
Agora meu comentário.
Professor, vc ja escreveu q acredita q o SGA ira fazer com q voos de GRU, GIG, etc irao fazer escala obrigatória em natal rumo a EUR e vice versa. Se isso acontecer em curto/medio prazo e trazendo a informação de consumo de QAV de BSB de algo de 40K m³mes, eu estou vendo a cena bonita dos caminhões transportando o QAV excedente que a RPCC não produz, vindo dos portos que recebem pela transpetro mais próximos do SBSG, no MA e em PE.
Eh o que venho falando em outros posts deste blog. Não basta soh o aeroporto, precisa de toda a infraest. envolvida. Falei do QAV pq eh um dos principais, o comb. sendo importado de refinarias distantes por BR´s sem duplicação (304 e 406) elevaria o custo que vc tanto prega no SBSG, sem falar em outros gargalos, como funcionários do SBSG indo trabalhar pegando um VLT (se estiver pronto) levando 2H de trajeto até natal (lembremos, eh um VLT, não um metro de altavelocidade).
Por fim, eu acho que esse projeto de aeroporto eh importante, mas acho que seja apenas uma peça de uma caixa de engrenagens… ainda faltam todas as engrenagens para essa caixa rodar. Por isso ainda não descarto REC ou FOR (for, apenas por força politica). Acho que uma implantação do HUB em REC em menor escala atendendo uma fração do planejado e daqui ha uns 20, 30 anos uma mobilização a um SBSG mais maduro, estruturado e completo, seria a melhor alternativa… Na verdade, esses jeitinho brasileiros são praxe em nosso cotidiano.
Por fim, sou leigo em aviação, mas entendo algo em petróleo.
Antes que me respondam, acabei citando BSB… DF não produz oleo, nem tem refinaria, nao tem nada, so tem politico. Até onde sei, o qav de lá vem de minas (Regap), e por caminhão mesmo… mas é DF, não dá pra comparar a capital com o RN. a estrutura economica deles não se compara ao do RN.
assunto off HUB – já deram um jeito nas condições dos onibus intermunicipais do RN? Entendam, estruturem seu estado antes de querer ser Atlanta.
Eu pensei que iria ser em São Gonçalo.
Uma dúvida: na questão da refinaria Abreu e Lima, onde nos julgávamos vencedores da contenda e que depois perdemos para a "força política" de Pernambuco, tecnicamente também não éramos os prováveis merecedores da instalação no RN? Sou "quase leigo" nessa questão do HUB, mas me parece que nessas disputas entre RN, CE e PE (como Fernando de Noronha é refinaria) o "tecnicamente" é bem menor que o "politicamente". Torço muito para que o nosso estado, sofrido, receba esse justo investimento para nós, mas sugiro controlarmos a expectativa com a vinda. Nesse momento, o bastão deve estar com nossos governantes, que precisam se unir, independente do "credo ideológico, e trabalhar verdadeiramente para trazer esse investimento pra cá. Que esqueçam um pouco as diferenças e se juntem verdadeiramente para trazer o HUB pra cá, como muito bem fazem os políticos pernambucanos e cearenses. Vamos deixar a vaidade de lado e vamos nos espelhar em quem faz direito. Fica a modéstia dica.
O Hub já era de Natal desde o início. A concorrência entre as 3 cidades tem como principal finalidade a obtenção de benefícios (legítimos) para a empresa aérea. Aliás, se a LATAM não instalar o Hub, outra companhia aérea instalará. Lembrem-se que os acionistas da AZUL adquiriram a TAP (ainda que com alguns problemas na concretização do negócio), empresa com presença forte entre o Nordeste (inclusive Natal) e Lisboa, crescendo interesse de usar esta como trampolim para a Europa. Ou a LATAM corre ou chegam na frente dela.
falta dois meses pra papai noel vir ..B em que vovó dizia onde G rana e peia não resolver é pq foi pouco…
Salvo engano, a refinaria da Petrobrás que está sendo construída em Recife deveria ter sido construída no RN, segundo estudos de viabilidade técnica que foram feitos à época da escolha.
Ocorre que prevaleceu o critério político.
Acredito que com o Hub da TAM, apesar de ser de uma empresa privada, o "peso" político também contará bastante e deverá envolver até o governo federal, podendo haver promessas a TAM relacionadas a algumas facilidades ou benefícios futuros caso a opção seja por REC ou FOR.
A esperança continua, mas partindo dos interesses dos bandidos do PT, tudo isso fica pra trás, não esqueçam da refinaria, tudo tecnicamente favorecia o RN, e vejam o que aconteceu. É ver pra crer.
Temos uma refinaria, invlusive a única do NE q produz querosene de aviação.
Pela primeira vez o jornal Tribunadonorte trata o assunto de forma profissional e nao politiqueira como das vezes anteriores.
Parabéns nas análises. Venho acompanhando suas explanações desde o início da novela Hub. Como sempre muito preciso e objetivo nas suas conclusões.