Jornalismo

Os cinco “homens fortes” que cercam o vice-presidente Michel Temer

Homens fortes de Temer, da esq. para a dir.: Padilha, Jucá, Geddel, Henrique e Moreira Franco

Homens fortes de Temer, da esq. para a dir.: Padilha, Jucá, Geddel, Henrique e Moreira Franco

Por UOL

A possibilidade de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) possa assumir a cadeira hoje ocupada pela presidente Dilma Rousseff (PT) vem aumentando, assim como a curiosidade sobre o peemedebista e as pessoas que o cercam. Discreto e tido como “reservado”, Temer é a principal liderança do PMDB, maior partido do Congresso Nacional.

A reportagem do UOL conversou com parlamentares e políticos de dentro e de fora do partido, que apontaram cinco pessoas como as mais próximas do vice-presidente. Todas elas, aliás, integrantes do PMDB.

Hoje, os homens apontados como os mais próximos de Temer são Eliseu Padilha (RS), Henrique Eduardo Alves (RN), Moreira Franco (RJ), Geddel Vieira Lima (BA) e Romero Jucá (RR).

Além da proximidade com o vice-presidente, os cinco têm em comum o fato de já terem ocupado cargos importantes em administrações petistas. Os quatro primeiros foram ministros durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Dilma. Jucá, por sua vez, foi líder do governo no Senado tanto nas gestões de Lula quanto de Dilma.

Agora, os cinco atuam na defesa de Temer contra os ataques do PT e, tanto nos bastidores quanto sob os holofotes, na construção de um possível “governo Temer”, que começaria ainda em 2016 caso o impeachment da presidente Dilma seja aprovado no Senado. O vice-presidente nega que já esteja articulando um novo governo.

Geddel Vieira Lima, o articulador

Geddel Vieira Lima é filiado ao PMDB da Bahia desde 1990. Foi deputado federal por cinco mandatos consecutivos e contemporâneo de Temer na Câmara dos Deputados. Geddel foi um dos integrantes do PMDB mais críticos em relação à aproximação entre o PMDB e o PT quando Lula assumiu seu primeiro mandato, em 2003.

Mesmo assim, ele foi nomeado ministro da Integração Nacional em 2007, com o aval do PMDB da Câmara dos Deputados, à época, liderado por outro homem de confiança de Temer, Henrique Eduardo Alves. Em 2010, suas críticas ao PT ganharam mais força quando ele perdeu a disputa ao governo da Bahia para Jaques Wagner (PT).

Em 2014, Geddel foi candidato a uma vaga no Senado, mas perdeu para Otto Alencar (PSD-BA), que contou com o apoio do PT. Por pessoas próximas, ele é considerado um “articulador combativo” e um dos únicos capazes de discordar, publicamente, de Temer. “Ele é o único que tem coragem de dizer, na cara de Temer, que ele está errado. Já fez isso em mais de uma ocasião. Essa característica, inclusive, já incomodou Temer algumas vezes”, afirmou um senador próximo ao grupo.

Essa faceta ficou evidente quando ele defendeu abertamente o rompimento do PMDB com o governo em julho de 2015, enquanto Temer defendia a manutenção da legenda na base governista. “Acabou esse constrangimento de silenciar por amizade e respeito ao Temer”, disse Geddel à época.

“Não temos nada contra o Temer e o Padilha. Mas está havendo uma extrapolação. Os dois fazem uma defesa intransigente do governo. E expressam posições que não correspondem ao pensamento da maioria do PMDB”, complementou Geddel.

Eliseu Padilha, o operador

Eliseu Padilha é um dos quadros mais antigos do PMDB. Está na legenda desde quando ela se chamava MDB (Movimento Democrático Brasileiro), nos anos 1960. Ao todo, foi deputado federal por cinco mandatos desde 1995. No governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Padilha ocupou o Ministério dos Transportes entre 1997 e 2001 como parte da aliança entre PSDB e PMDB.

Já durante a gestão petista, Padilha ocupou a Secretaria da Aviação Civil em janeiro de 2015. Deixou o cargo em dezembro de 2015, em meio ao agravamento das relações entre PMDB e o PT. É um dos principais aliados de Temer e participou de diversas reuniões da chamada articulação política no ano passado, quando o vice-presidente era o encarregado de dialogar, em nome do governo, com o Congresso.

Para o ex-líder do PT na Câmara dos Deputados Sibá Machado (AC), Padilha é a pessoa para quem Temer telefonaria em “caso de emergência”.

“Todo mundo tem uma pessoa para quem você ligaria em caso de emergência. Ao longo das reuniões em que eu participei com o Temer, a impressão que eu tenho é de que o Padilha é essa pessoa para o vice-presidente. Ele é o operador”, disse Sibá. Um deputado do PMDB ligado ao grupo corrobora essa ideia. “O Padilha é o mais organizado de todos. Ele conversa com todo mundo e filtra isso tudo”, afirmou.

Procurado pela reportagem, Padilha não atendeu aos pedidos de entrevista.

Um senador do PMDB próximo a Padilha e a Temer diz que a capacidade de “mapear” votos é um diferencial de Padilha. “Ele é muito bom nesse mapeamento. Ele conversa com todo mundo e monitora bem como serão os votos. Ele é muito preciso”, afirmou o senador.

 

Henrique Eduardo Alves, o amigo

Filiado ao PMDB desde 1982, Henrique Eduardo Alves tem a experiência de 11 mandatos de deputado federal consecutivos e é considerado o mais próximo de Temer. Segundo ele mesmo, a amizade com o vice-presidente se estreitou durante o período em que Temer era presidente da Câmara e Henrique era líder do PMDB, em 2007.

“Essa amizade cresceu quando atuamos juntos na Câmara, no dia a dia daquela Casa, eu como líder e ele como presidente. Quantas dificuldades passamos? Inúmeras”, afirmou Henrique. Um deputado do PMDB afirma que, dos cinco da “tropa de choque”, Henrique é mais próximo de Temer. “Com o Henrique, não é só uma relação política. É uma amizade, mesmo. Ele escuta o que o Henrique fala. São muitos anos de convivência”, afirmou.

Derrotado nas eleições para o governo do Rio Grande do Norte em 2014, Henrique Alves assumiu o Ministério do Turismo em abril de 2015 como parte de uma estratégia do governo para aumentar o apoio do PMDB no Congresso Nacional. Em meio ao agravamento da crise política, ele deixou o cargo em março deste ano.

Henrique diz, no entanto, que prefere não comentar sua proximidade com o vice. “Eu sou um grande admirador do vice-presidente, sobretudo por sua discrição. Nesse momento tão delicado, não gostaria que ficasse especulando sobre isso”, diz.

Moreira Franco, o “pensador”

Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, braço do PMDB destinado à formação de quadros e formulação de políticas, Moreira Franco é apontado como o “pensador” do grupo. “Ele pensa as estratégias e avalia os passos”, diz um deputado do PMDB. “Ele é um estrategista e conversa muito com o vice-presidente”, afirmou um senador ligado ao grupo.

Um dos principais líderes do PMDB, Moreira Franco acompanhou o partido em sua “metamorfose” ao longo dos últimos 20 anos. Durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, atuou como assessor especial da Presidência. Quando o PMDB passou a integrar a base governista do ex-presidente Lula, Moreira Franco também ocupou cargos importantes.

Em 2007, assumiu a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal e, em 2011, a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo da recém-eleita Dilma Rousseff. Em 2013, assumiu a Aviação Civil, cargo que deixou em janeiro de 2015 dando lugar ao colega Eliseu Padilha.

Nos últimos meses, ele tem assumido o papel de um dos porta-vozes do PMDB na condução da ruptura do partido com o governo. Quando Padilha deixou a pasta da Aviação, ele defendeu que outros ministros do PMDB fizessem o mesmo.

Temer e Moreira Franco se conhecem há pelo menos 30 anos e, segundo Moreira Franco, os dois têm uma relação “fraterna”. Questionado sobre o papel de “pensador” que lhe atribuído, ele desconversa.

“Não sei se me vejo nessa posição, mas gente conversa muito sobre isso: o que fazer e como fazer. Debatemos muito. Os dois gostamos muito de militar e pensar antes para agir depois”, afirmou.

Romero  Jucá, o “centroavante”

Enquanto os outros quatro integrantes desse “núcleo duro” estão no PMDB desde os anos 80 ou 90, Romero Jucá só chegou ao partido em 2003, depois de deixar o PSDB.

A mudança de partido permitiu a Jucá estabelecer uma curiosa marca: ser líder do governo no Senado tanto nas gestões de Fernando Henrique Cardoso quanto nas de Lula e Dilma Rousseff.

A capacidade de transitar entre diferentes legendas faz com que ele seja avaliado por correligionários como um “ótimo centroavante”. “Todo time precisa de um centroavante. Ele é muito habilidoso e executa bem as missões que dão para ele”, afirmou um cacique do PMDB. O colega Moreira Franco complementa: “ele é um dos melhores quadros que temos”, disse.

Nem o fato de ser investigado pela Operação Lava Jato e apontado por executivos da empreiteira Andrade Gutierrez como beneficiário do pagamento de propina (suspeitas que ele nega) impediu que Jucá recebesse de Temer duas missões espinhosas: conduzir a ruptura do PMDB com o governo, oficializada no final de março, e defender o vice-presidente dos ataques que vem sofrendo por integrantes do governo.

Ele mesmo admitiu que uma de suas funções à frente do PMDB é evitar que Temer seja alvo do que chamou de “briga de rua”. 
“Isso retira o presidente Michel Temer da tentativa de alguns setores de trazer o presidente Michel para uma briga de rua”, afirmou logo após assumir o comando do partido.

Opinião dos leitores

  1. QUEM VAI SENTIR MUITA FALTA DO PT VAI SER A IMPRENSA, VAI DIMINUIR A PAGINA POLICIAL QUE É ABASTECIDA A 13 ANOS,(ROUBOU, FRAUDOU, DESVIOU,AS DOAÇÕES FORAM LEGAIS, NEGO VEEMENTEMENTE, DESCONHEÇO AS ACUSAÇÕES, ESTOU A DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA , BLA , BLA , BLA…………………

  2. Não basta varrer a sujeira. Tem que tirar também esses "fichas-limpa" sedentos pelo poder, que querem assumir o comando numa manobra golpista. Não a Temer, Cunha e Renan. O que o povo quer de verdade é Novas Eleições!

    1. Só se for o que você quer de verdade, pois para saber o que o povo quer deveria se realizado um referendo sobre a vontade do povo.

  3. Quando um petralha chama o PMDB de traidor, fico comparando o PT com a mafia italiana. Nao é a toa que gostam de mortadela. O PT e PMDB sao apenas briga de familia… O que se espera é um fim da ideologia fascista-petista demagoga para por um rumo na economia livre. Um fim ao peleguismo.

  4. Prevejo lágrimas no futuro próximo.
    Pra quem saiu na rua "contra" corrupção agora de fato terá o q "pediu" no governo, a começar pelo presidente e o o seu vice,#SomosTodosCunha!

    1. O Brasil foi destruído pelo PT. O recomeço será difícil mas ocorrerá, desde que tiremos essa quadrilha petista do poder.

  5. Boas noticias para os coxinhas. kkkkkkk como ja era esperado o temer foi brilhante nas escolhas e vem mais coisas ai….

    1. O Brasil vai começar a melhorar e prá isso é preciso tirar essa quadrilha petista do poder.

    2. Nada é pior que o PT. Quanto ao Temer, foram vocês, petistas, que colocaram ele prá vice. O Cunha foi aliado do PT até uns dias atrás. E o Renan? Por que os militantes petistas "esquecem" dele?

    1. O PT é assim mesmo: só presta aquilo que concorda com suas estripulias. Esses ai eram valiosos aliados até um dia desses. Inclusive ministros do governo do PT. Agora…

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Geral

Relatora vota por cassar Cláudio Castro, e julgamento é suspenso no TSE

Foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP

O julgamento que pode resultar na cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foi suspenso nesta terça-feira (4) após pedido de vista do ministro Antonio Carlos Ferreira, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, havia votado pela cassação e inelegibilidade de Castro e aliados, sob a acusação de abuso de poder político nas eleições de 2022.

Gallotti entendeu que Castro e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar (União Brasil), utilizaram a máquina pública em benefício eleitoral, por meio de contratações irregulares na Fundação Ceperj e na Uerj. Segundo o Ministério Público Eleitoral, cerca de 27,6 mil terceirizados teriam sido contratados de forma irregular, com impacto de mais de meio bilhão de reais.

O caso voltou à pauta após o MP recorrer da decisão do TRE-RJ, que havia absolvido os investigados em maio de 2024. O vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa, defendeu no TSE a cassação dos mandatos e aplicação de multas, alegando “abuso de poder político e econômico” e uso de servidores públicos com fins eleitorais.

Com o pedido de vista, o julgamento foi interrompido com placar de 1 a 0 pela cassação. O prazo para devolução do processo é de até 60 dias, o que deve empurrar a retomada do caso para 2026, já que o Judiciário entra em recesso no fim de dezembro.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Licença-paternidade de 20 dias é aprovada na Câmara dos Deputados

Foto: Reprodução

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (4) o projeto que amplia de forma gradual a licença-paternidade no Brasil — hoje de cinco dias — para até 20 dias. A proposta foi aprovada de forma simbólica, com voto contrário apenas do partido Novo, e agora segue para o Senado.

O texto prevê aumento escalonado: 10 dias nos dois primeiros anos de vigência, 15 dias no terceiro e 20 dias a partir do quarto ano, desde que o governo cumpra as metas fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Se não bater a meta, o aumento fica suspenso até o segundo exercício seguinte. O benefício será pago pelo INSS e terá impacto fiscal de R$ 2,6 bilhões já em 2026, podendo chegar a R$ 5,4 bilhões em 2029.

A nova lei também cria o “salário-paternidade”, equivalente ao salário-maternidade, e permite que pais e mães recebam o benefício simultaneamente, desde que estejam afastados do trabalho. A licença poderá ser suspensa se o pai for acusado de violência doméstica ou abandono.

 

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Brasil

Secretário do RJ reage a Lula e cutuca o Planalto: “Não temos medo de investigação”

Foto: Reprodução

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, respondeu nesta terça-feira (4) às críticas do presidente Lula sobre a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que terminou com 121 mortos — quatro deles policiais. Segundo ele, “não há qualquer preocupação com investigação paralela” e o Estado está tranquilo quanto à legalidade da ação.

A fala veio depois de Lula afirmar que o governo federal vai pressionar por uma apuração “independente” sobre o caso, alegando que a operação “tinha ordem de prisão, não de matança”. O comentário causou mal-estar político, já que o governador Cláudio Castro e as forças de segurança do Rio classificaram a ação como a mais bem-sucedida contra o Comando Vermelho, que domina parte das favelas locais.

Santos evitou confronto direto com Lula, dizendo que não comentaria “questões políticas”, mas reforçou que a operação foi acompanhada desde o início pelo Ministério Público, Judiciário e órgãos de controle. “Não temos receio de apuração adicional, até porque ela começou com uma investigação de um ano”.

A operação do dia 28 de outubro foi a mais letal da história do Brasil. Enquanto o Planalto fala em “excessos”, o governo fluminense sustenta que as únicas vítimas inocentes foram os policiais assassinados em serviço.

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Mundo

BBC distorceu fala de Trump para parecer que ele incitou invasão do Capitólio

Foto: Reprodução

A BBC foi flagrada manipulando um discurso de Donald Trump para parecer que o ex-presidente dos Estados Unidos teria incentivado a invasão do Capitólio. A denúncia foi feita pelo jornal britânico The Telegraph, poucos dias antes das eleições americanas de 2024 — o que levanta suspeitas sobre interferência política da emissora.

O programa Panorama, exibido uma semana antes do pleito, apresentou uma versão editada da fala de Trump, cortando o trecho em que ele pedia que seus apoiadores agissem “de forma pacífica e patriótica”.

A manipulação fez soar como se o republicano tivesse convocado a invasão, o que não aconteceu. A farsa veio à tona em um dossiê de 19 páginas sobre o viés ideológico da BBC, elaborado por um ex-integrante do próprio comitê de padrões da emissora.

O documento afirma que o programa fez Trump “dizer” coisas que ele nunca disse, ao juntar frases ditas em momentos diferentes do discurso original.

 

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Política

Trump se solidariza com policiais mortos no RJ e oferece ajuda contra o crime organizado

Foto: Reprodução

Os Estados Unidos enviaram uma carta oficial ao governo do Rio de Janeiro lamentando a morte dos quatro policiais que perderam a vida durante a megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão. O documento, assinado por James Sparks, da Agência de Repressão às Drogas (DEA), foi encaminhado nesta terça-feira (4) ao secretário de Segurança, Victor dos Santos.

No texto, o governo americano reconhece a coragem e o sacrifício dos agentes fluminenses, e se coloca “à disposição para qualquer apoio necessário” no enfrentamento ao tráfico de drogas. “Sabemos que a missão de proteger a sociedade exige coragem, dedicação e sacrifício”, diz o comunicado.

A mensagem foi redigida em Washington e destaca o “valor e a honra” dos policiais mortos em serviço. O gesto reforça a parceria histórica entre Brasil e EUA no combate ao crime organizado e à cooperação entre as forças de segurança.

Enquanto isso, o governo Cláudio Castro pediu oficialmente a Donald Trump que o Comando Vermelho seja incluído na lista de organizações terroristas e sofra sanções da Casa Branca. A proposta, no entanto, enfrenta resistência do governo Lula, que se recusa a classificar facções criminosas como grupos terroristas — posição vista por muitos como leniente diante da escalada da violência no país.

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Política

VÍDEO: CPI do Crime abre com homenagem a policiais mortos e Contarato promete “serviço ao povo”, não espetáculo

Imagens: Reprodução/Instagram

A CPI do Crime Organizado começou nesta terça (4) com um minuto de silêncio em homenagem aos quatro policiais mortos na megaoperação do Rio de Janeiro — um início marcado pela emoção e também por discursos. O senador Fabiano Contarato foi eleito presidente da comissão por 6 votos a 5, superando Hamilton Mourão, que assumiu a vice-presidência.

Logo após a eleição, Contarato afirmou que a CPI “deve prestar um serviço à população brasileira”, não um espetáculo político. E defendeu que o combate ao crime vá além da repressão policial, incluindo políticas públicas para reduzir desigualdade e dar oportunidades aos jovens em áreas carentes — discurso que divide opiniões entre quem cobra mais ação e menos teoria.

O senador disse ainda estar “tranquilo” para conduzir os trabalhos ao lado do relator Alessandro Vieira. Segundo ele, o plano de trabalho e os primeiros requerimentos já foram aprovados, e as próximas oitivas serão definidas “com critério e objetividade”.

A instalação da CPI acontece sob forte cobrança popular por resultados concretos após a operação no Rio, que expôs mais uma vez o avanço do crime organizado e a fragilidade do Estado. A expectativa agora é saber se a comissão vai realmente servir ao povo — como prometeu Contarato — ou cair no velho roteiro das CPIs que terminam em discurso.

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Política

Falas de Lula sobre megaoperação abre espaço para aliados e integrantes do governo baterem na polícia

Foto: Ricardo Stuckert (PR)

O presidente Lula pegou aliados de surpresa ao criticar a megaoperação que deixou mais de 100 mortos no Rio de Janeiro. Internamente, integrantes do PT já avaliam que o discurso abre caminho para que outros aliados e membros do governo também questionem a ação policial.

Em entrevista a jornalistas estrangeiros em Belém, Lula chamou a operação de “matança” e sugeriu que a Polícia Federal investigue as mortes nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo ele, muitas vítimas foram enterradas sem perícia adequada.

A fala do presidente mexeu com a base aliada, que até então vinha adotando cautela por causa do apoio popular à operação, especialmente no Rio. Parlamentares temiam atrito com o governador Cláudio Castro e evitavam críticas públicas.

Agora, dentro do PT, já se comenta que a declaração de Lula pode gerar efeito dominó, liberando aliados e integrantes do governo a criticar publicamente ações policiais, mesmo com a população carioca majoritariamente a favor do combate ao Comando Vermelho.

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Polícia

CONFUSÃO NO JUDICIÁRIO: Líder do Comando Vermelho é preso em SP e liberado pelo tribunal do RJ

Foto: Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro mandou soltar Antonio de Jesus Cabral, 40 anos, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho (CV). Ele havia sido preso em São Paulo no dia 30 de outubro, mas já tinha a prisão preventiva revogada desde agosto de 2022, após habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do RJ, segundo sua defesa, que classifica o episódio como uma “confusão” do Judiciário.

Cabral está de volta ao Rio e, segundo o advogado Erlande Nunes, os fatos estão “devidamente esclarecidos”. O criminoso teria ligação com uma quadrilha de hackers que fraudava concursos públicos, oferecendo cursos com acesso a conteúdos sigilosos e causando prejuízo estimado em R$ 70 milhões, conforme o Metrópoles.

Em 2022, ele foi condenado a 14 anos e oito meses por associação criminosa, violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro. Embora a Justiça do Rio tenha expedido mandado de prisão preventiva em julho daquele ano, Cabral respondeu à maior parte do processo em liberdade, até ser reconhecido e preso em São Paulo pelas câmeras do sistema Smart Sampa na Rua 25 de Março.

A prisão paulista, porém, expôs falhas de comunicação entre os tribunais. A Justiça de SP tentou contato com o Rio para confirmar a validade dos mandados, sem sucesso, e acabou mantendo Cabral detido. Ele foi levado ao 8º Distrito Policial, enquanto o Rio de Janeiro lidava com megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 120 mortos e 113 presos.

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Judiciário

FIM DA IMPUNIDADE: Chefe de facção interestadual vai a júri por matar ex-prefeito Neném Borges

Foto: Reprodução

O júri do assassinato do ex-prefeito Neném Borges está marcado para 10 de novembro de 2025, em Natal. O crime chocou São José do Campestre e segue repercutindo na região.

Neném Borges, eleito em 2020 com mais de 60% dos votos, tinha 44 anos quando foi morto a tiros dentro de casa, na madrugada de 18 de abril de 2023. As investigações apontam que o homicídio foi ordenado por Vando Fernandes Gomes, chefe local de uma facção criminosa interestadual.

Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado pelo apoio do prefeito às ações policiais, que incomodava o grupo criminoso. Mesmo preso, o chefe da facção tentava manter o controle do crime na cidade.

Vando Fernandes foi preso em São Paulo e confessou o assassinato.

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Brasil

FIM DA FARRA: Justiça manda 7 líderes do Comando Vermelho para presídios federais

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Justiça do Rio atendeu ao pedido do governador Cláudio Castro e determinou a transferência de sete chefes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. O objetivo é cortar o comando das facções criminosas de dentro das cadeias e retomar o controle da segurança pública.

A decisão foi do juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais, que destacou que a segurança coletiva vale mais que interesses individuais, conforme informações de O Antagonista. A medida busca impedir que os criminosos continuem coordenando crimes, sequestros e barricadas mesmo presos.

Os bandidos transferidos são: Naldinho, Cabeça do Sabão, Criam, Bicinho, My Thor, Choque e Irmão Metralha. Todos estavam no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio, e seguiam ordenando ações criminosas à distância, prejudicando a ordem na cidade.

Dois outros nomes — Wagner Teixeira Carlos e Léo Barrão — ainda dependem de informações da Polícia Civil para a transferência. Já o cabo da Marinha Riam Mota, acusado de operar drones para o CV, segue sob análise judicial.

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