Jornalismo

Os cinco “homens fortes” que cercam o vice-presidente Michel Temer

Homens fortes de Temer, da esq. para a dir.: Padilha, Jucá, Geddel, Henrique e Moreira Franco

Homens fortes de Temer, da esq. para a dir.: Padilha, Jucá, Geddel, Henrique e Moreira Franco

Por UOL

A possibilidade de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) possa assumir a cadeira hoje ocupada pela presidente Dilma Rousseff (PT) vem aumentando, assim como a curiosidade sobre o peemedebista e as pessoas que o cercam. Discreto e tido como “reservado”, Temer é a principal liderança do PMDB, maior partido do Congresso Nacional.

A reportagem do UOL conversou com parlamentares e políticos de dentro e de fora do partido, que apontaram cinco pessoas como as mais próximas do vice-presidente. Todas elas, aliás, integrantes do PMDB.

Hoje, os homens apontados como os mais próximos de Temer são Eliseu Padilha (RS), Henrique Eduardo Alves (RN), Moreira Franco (RJ), Geddel Vieira Lima (BA) e Romero Jucá (RR).

Além da proximidade com o vice-presidente, os cinco têm em comum o fato de já terem ocupado cargos importantes em administrações petistas. Os quatro primeiros foram ministros durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Dilma. Jucá, por sua vez, foi líder do governo no Senado tanto nas gestões de Lula quanto de Dilma.

Agora, os cinco atuam na defesa de Temer contra os ataques do PT e, tanto nos bastidores quanto sob os holofotes, na construção de um possível “governo Temer”, que começaria ainda em 2016 caso o impeachment da presidente Dilma seja aprovado no Senado. O vice-presidente nega que já esteja articulando um novo governo.

Geddel Vieira Lima, o articulador

Geddel Vieira Lima é filiado ao PMDB da Bahia desde 1990. Foi deputado federal por cinco mandatos consecutivos e contemporâneo de Temer na Câmara dos Deputados. Geddel foi um dos integrantes do PMDB mais críticos em relação à aproximação entre o PMDB e o PT quando Lula assumiu seu primeiro mandato, em 2003.

Mesmo assim, ele foi nomeado ministro da Integração Nacional em 2007, com o aval do PMDB da Câmara dos Deputados, à época, liderado por outro homem de confiança de Temer, Henrique Eduardo Alves. Em 2010, suas críticas ao PT ganharam mais força quando ele perdeu a disputa ao governo da Bahia para Jaques Wagner (PT).

Em 2014, Geddel foi candidato a uma vaga no Senado, mas perdeu para Otto Alencar (PSD-BA), que contou com o apoio do PT. Por pessoas próximas, ele é considerado um “articulador combativo” e um dos únicos capazes de discordar, publicamente, de Temer. “Ele é o único que tem coragem de dizer, na cara de Temer, que ele está errado. Já fez isso em mais de uma ocasião. Essa característica, inclusive, já incomodou Temer algumas vezes”, afirmou um senador próximo ao grupo.

Essa faceta ficou evidente quando ele defendeu abertamente o rompimento do PMDB com o governo em julho de 2015, enquanto Temer defendia a manutenção da legenda na base governista. “Acabou esse constrangimento de silenciar por amizade e respeito ao Temer”, disse Geddel à época.

“Não temos nada contra o Temer e o Padilha. Mas está havendo uma extrapolação. Os dois fazem uma defesa intransigente do governo. E expressam posições que não correspondem ao pensamento da maioria do PMDB”, complementou Geddel.

Eliseu Padilha, o operador

Eliseu Padilha é um dos quadros mais antigos do PMDB. Está na legenda desde quando ela se chamava MDB (Movimento Democrático Brasileiro), nos anos 1960. Ao todo, foi deputado federal por cinco mandatos desde 1995. No governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Padilha ocupou o Ministério dos Transportes entre 1997 e 2001 como parte da aliança entre PSDB e PMDB.

Já durante a gestão petista, Padilha ocupou a Secretaria da Aviação Civil em janeiro de 2015. Deixou o cargo em dezembro de 2015, em meio ao agravamento das relações entre PMDB e o PT. É um dos principais aliados de Temer e participou de diversas reuniões da chamada articulação política no ano passado, quando o vice-presidente era o encarregado de dialogar, em nome do governo, com o Congresso.

Para o ex-líder do PT na Câmara dos Deputados Sibá Machado (AC), Padilha é a pessoa para quem Temer telefonaria em “caso de emergência”.

“Todo mundo tem uma pessoa para quem você ligaria em caso de emergência. Ao longo das reuniões em que eu participei com o Temer, a impressão que eu tenho é de que o Padilha é essa pessoa para o vice-presidente. Ele é o operador”, disse Sibá. Um deputado do PMDB ligado ao grupo corrobora essa ideia. “O Padilha é o mais organizado de todos. Ele conversa com todo mundo e filtra isso tudo”, afirmou.

Procurado pela reportagem, Padilha não atendeu aos pedidos de entrevista.

Um senador do PMDB próximo a Padilha e a Temer diz que a capacidade de “mapear” votos é um diferencial de Padilha. “Ele é muito bom nesse mapeamento. Ele conversa com todo mundo e monitora bem como serão os votos. Ele é muito preciso”, afirmou o senador.

 

Henrique Eduardo Alves, o amigo

Filiado ao PMDB desde 1982, Henrique Eduardo Alves tem a experiência de 11 mandatos de deputado federal consecutivos e é considerado o mais próximo de Temer. Segundo ele mesmo, a amizade com o vice-presidente se estreitou durante o período em que Temer era presidente da Câmara e Henrique era líder do PMDB, em 2007.

“Essa amizade cresceu quando atuamos juntos na Câmara, no dia a dia daquela Casa, eu como líder e ele como presidente. Quantas dificuldades passamos? Inúmeras”, afirmou Henrique. Um deputado do PMDB afirma que, dos cinco da “tropa de choque”, Henrique é mais próximo de Temer. “Com o Henrique, não é só uma relação política. É uma amizade, mesmo. Ele escuta o que o Henrique fala. São muitos anos de convivência”, afirmou.

Derrotado nas eleições para o governo do Rio Grande do Norte em 2014, Henrique Alves assumiu o Ministério do Turismo em abril de 2015 como parte de uma estratégia do governo para aumentar o apoio do PMDB no Congresso Nacional. Em meio ao agravamento da crise política, ele deixou o cargo em março deste ano.

Henrique diz, no entanto, que prefere não comentar sua proximidade com o vice. “Eu sou um grande admirador do vice-presidente, sobretudo por sua discrição. Nesse momento tão delicado, não gostaria que ficasse especulando sobre isso”, diz.

Moreira Franco, o “pensador”

Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, braço do PMDB destinado à formação de quadros e formulação de políticas, Moreira Franco é apontado como o “pensador” do grupo. “Ele pensa as estratégias e avalia os passos”, diz um deputado do PMDB. “Ele é um estrategista e conversa muito com o vice-presidente”, afirmou um senador ligado ao grupo.

Um dos principais líderes do PMDB, Moreira Franco acompanhou o partido em sua “metamorfose” ao longo dos últimos 20 anos. Durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, atuou como assessor especial da Presidência. Quando o PMDB passou a integrar a base governista do ex-presidente Lula, Moreira Franco também ocupou cargos importantes.

Em 2007, assumiu a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal e, em 2011, a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo da recém-eleita Dilma Rousseff. Em 2013, assumiu a Aviação Civil, cargo que deixou em janeiro de 2015 dando lugar ao colega Eliseu Padilha.

Nos últimos meses, ele tem assumido o papel de um dos porta-vozes do PMDB na condução da ruptura do partido com o governo. Quando Padilha deixou a pasta da Aviação, ele defendeu que outros ministros do PMDB fizessem o mesmo.

Temer e Moreira Franco se conhecem há pelo menos 30 anos e, segundo Moreira Franco, os dois têm uma relação “fraterna”. Questionado sobre o papel de “pensador” que lhe atribuído, ele desconversa.

“Não sei se me vejo nessa posição, mas gente conversa muito sobre isso: o que fazer e como fazer. Debatemos muito. Os dois gostamos muito de militar e pensar antes para agir depois”, afirmou.

Romero  Jucá, o “centroavante”

Enquanto os outros quatro integrantes desse “núcleo duro” estão no PMDB desde os anos 80 ou 90, Romero Jucá só chegou ao partido em 2003, depois de deixar o PSDB.

A mudança de partido permitiu a Jucá estabelecer uma curiosa marca: ser líder do governo no Senado tanto nas gestões de Fernando Henrique Cardoso quanto nas de Lula e Dilma Rousseff.

A capacidade de transitar entre diferentes legendas faz com que ele seja avaliado por correligionários como um “ótimo centroavante”. “Todo time precisa de um centroavante. Ele é muito habilidoso e executa bem as missões que dão para ele”, afirmou um cacique do PMDB. O colega Moreira Franco complementa: “ele é um dos melhores quadros que temos”, disse.

Nem o fato de ser investigado pela Operação Lava Jato e apontado por executivos da empreiteira Andrade Gutierrez como beneficiário do pagamento de propina (suspeitas que ele nega) impediu que Jucá recebesse de Temer duas missões espinhosas: conduzir a ruptura do PMDB com o governo, oficializada no final de março, e defender o vice-presidente dos ataques que vem sofrendo por integrantes do governo.

Ele mesmo admitiu que uma de suas funções à frente do PMDB é evitar que Temer seja alvo do que chamou de “briga de rua”. 
“Isso retira o presidente Michel Temer da tentativa de alguns setores de trazer o presidente Michel para uma briga de rua”, afirmou logo após assumir o comando do partido.

Opinião dos leitores

  1. QUEM VAI SENTIR MUITA FALTA DO PT VAI SER A IMPRENSA, VAI DIMINUIR A PAGINA POLICIAL QUE É ABASTECIDA A 13 ANOS,(ROUBOU, FRAUDOU, DESVIOU,AS DOAÇÕES FORAM LEGAIS, NEGO VEEMENTEMENTE, DESCONHEÇO AS ACUSAÇÕES, ESTOU A DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA , BLA , BLA , BLA…………………

  2. Não basta varrer a sujeira. Tem que tirar também esses "fichas-limpa" sedentos pelo poder, que querem assumir o comando numa manobra golpista. Não a Temer, Cunha e Renan. O que o povo quer de verdade é Novas Eleições!

    1. Só se for o que você quer de verdade, pois para saber o que o povo quer deveria se realizado um referendo sobre a vontade do povo.

  3. Quando um petralha chama o PMDB de traidor, fico comparando o PT com a mafia italiana. Nao é a toa que gostam de mortadela. O PT e PMDB sao apenas briga de familia… O que se espera é um fim da ideologia fascista-petista demagoga para por um rumo na economia livre. Um fim ao peleguismo.

  4. Prevejo lágrimas no futuro próximo.
    Pra quem saiu na rua "contra" corrupção agora de fato terá o q "pediu" no governo, a começar pelo presidente e o o seu vice,#SomosTodosCunha!

    1. O Brasil foi destruído pelo PT. O recomeço será difícil mas ocorrerá, desde que tiremos essa quadrilha petista do poder.

  5. Boas noticias para os coxinhas. kkkkkkk como ja era esperado o temer foi brilhante nas escolhas e vem mais coisas ai….

    1. O Brasil vai começar a melhorar e prá isso é preciso tirar essa quadrilha petista do poder.

    2. Nada é pior que o PT. Quanto ao Temer, foram vocês, petistas, que colocaram ele prá vice. O Cunha foi aliado do PT até uns dias atrás. E o Renan? Por que os militantes petistas "esquecem" dele?

    1. O PT é assim mesmo: só presta aquilo que concorda com suas estripulias. Esses ai eram valiosos aliados até um dia desses. Inclusive ministros do governo do PT. Agora…

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Judiciário

Moraes dispara contra PL da Dosimetria: “Brasil não vai tolerar flertes contra a democracia”

Foto: STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, detonou nesta terça-feira (16) o projeto de lei que reduz penas de quem participou dos atos de 8 de janeiro de 2023 o chamado PL da Dosimetria. Para ele, afrouxar a punição seria um “recado à sociedade de que o Brasil tolerará novos ataques à democracia”.

Durante o julgamento do núcleo da trama golpista, Moraes afirmou que não há mais espaço para atenuantes em condenações já aplicadas com “devido processo legal” e ampla defesa, segundo informações de O Antagonista. “Isso seria um sinal de impunidade e incentivo a novos flertes contra o Estado de direito”, disse.

O chamado PL da Dosimetria deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário do Senado nesta quarta-feira (17). O relator, senador Esperidião Amin, ainda vai apresentar seu parecer, mas há expectativa de aprovação com algumas modificações.

O senador Alessandro Vieira votou pela rejeição total do projeto. Vieira alerta que a proposta da Câmara cria “hiato de impunidade irreversível” e beneficiará diretamente criminosos ligados a facções, devido às regras de progressão mais flexíveis. Ele defende nova proposta que distribua justiça de forma justa, proporcional e segura.

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Política

Flávio diz que demora de Moraes para autorizar cirurgia pode “matar” Bolsonaro

Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro acusou, nesta terça-feira (16), o ministro do STF Alexandre de Moraes de colocar em risco a vida do ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu rapidez na autorização da cirurgia indicada pelos médicos. “Peço que volte o bom senso ao relator desse processo, para que não fique transparecendo que quer matar o Bolsonaro. É um risco de saúde muito grave, e eu peço que ele pare de usar essa jurisprudência”, afirmou, após visitar Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Ele disse ainda que nunca viu um juiz questionar a palavra de um médico, segundo informações do Correio Braziliense. “Há uma desconfiança até de médicos. Um juiz desconfiado da palavra de um médico, nunca vi isso na vida. Pede uma perícia para ser confirmado”. Segundo ele, a demora na autorização da cirurgia levou à descoberta de uma segunda hérnia nas pernas de Bolsonaro, que pode causar estrangulamento intestinal se não for tratada.

Durante a visita, Flávio afirmou que Bolsonaro “estava mais animado” e sem soluços. O STF marcou para esta quarta-feira (17) uma perícia médica para avaliar o estado de saúde do ex-presidente, que será realizada por peritos da Polícia Federal no Instituto Nacional de Criminalística. O resultado servirá de base para nova análise do relator.

Na segunda-feira (15), a defesa de Bolsonaro voltou a acionar o STF para pedir autorização da cirurgia e conversão da prisão em domiciliar, alegando agravamento do quadro clínico. Moraes, porém, ressaltou que ainda não há laudo oficial que justifique medidas excepcionais, e qualquer decisão ficará condicionada à perícia médica.

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Política

Líder do PT na Câmara dispara sobre 2026: “PT não pode se dar o luxo de não ter Haddad nas eleições”

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, disse, nesta terça-feira (16), esperar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concorra a um cargo eletivo nas próximas eleições e declarou que o partido “não pode se dar o luxo de não ter Haddad nas eleições”.

Mais cedo, Haddad afirmou a aliados que deverá deixar o governo no ano que vem. O ministro é cotado para disputar o Senado por São Paulo ou até mesmo o governo do Estado, mas tem se mostrado pessimista. “Se de vontade se trata, ninguém tem vontade [de concorrer]. É uma disputa difícil, mas vai chegando perto e vai nascendo um chamado, uma disposição”, disse Lindbergh.

Segundo o Metrópoles, a saída de Haddad da Fazenda está sendo tratada com reserva. O desejo do ministro foi comunicado diretamente a Lula, mas o presidente deve deixar a decisão para o último momento. Por isso, ainda não há data definida para a saída. Caso dispute algum cargo em 2026 ou coordene a campanha presidencial do PT, Haddad precisa deixar o posto até abril de 2026.

O governo já estuda nomes para assumir a Fazenda em eventual saída antecipada de Haddad. Entre os cotados está o atual secretário-executivo do ministério, Dario Durigan.

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Judiciário

STF bate recorde e pune 810 envolvidos nos atos de 8 de Janeiro

Foto: Reprodução

O STF já condenou 810 pessoas pelos atos de 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (16) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais, e envolve processos abertos desde janeiro de 2023.

Segundo o STF, foram instauradas 1.734 ações penais, número que Moraes classificou como “nunca antes visto” na história da Corte. Desse total, 619 envolvem crimes considerados mais graves — como tentativa de golpe, financiamento e organização — e 1.115 tratam de crimes mais leves, ligados principalmente à participação direta nos atos.

Até agora, além das 810 condenações, houve 14 absolvições e a homologação de 564 Acordos de Não Persecução Penal (ANPP), mecanismo usado para evitar condenação mediante confissão e pagamento de multas. Esses acordos renderam pouco mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos, segundo o próprio STF.

Ainda tramitam 346 ações penais, muitas já na fase final, além de 98 denúncias contra supostos financiadores. O STF também concluiu nesta terça o julgamento dos quatro principais núcleos da chamada “tentativa de golpe”. Ao todo, 31 réus foram denunciados pela PGR por cinco crimes, mas dois acabaram absolvidos por falta de provas, incluindo um general do Exército.

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Polícia

Lulinha viajou de 1ª classe para Portugal com “Careca do INSS”, mostram documentos da PF

Foto: Reprodução

Documentos da Polícia Federal confirmam que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, viajou na primeira classe para Lisboa no mesmo voo de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A viagem ocorreu em 8 de novembro de 2024, no voo Latam JJ-8148, que saiu de Guarulhos (SP) com destino a Portugal.

Os registros obtidos pela PF detalham até as poltronas ocupadas: o “Careca do INSS” sentou no assento 3A e Lulinha na poltrona 6J, ambas na primeira classe e na janela. A informação já havia sido citada em depoimento de Edson Claro, ex-funcionário do empresário, e agora é confirmada pela lista oficial de passageiros.

No depoimento, Edson Claro afirmou que essa não teria sido a única viagem feita por Lulinha com o empresário e disse ainda que os custos eram bancados pelo “Careca do INSS”. Ele também declarou que Lulinha receberia uma “mesada” de cerca de R$ 300 mil mensais e teria recebido um pagamento de R$ 25 milhões — afirmações que estão sob apuração das autoridades.

Luxo nos ares e silêncio no chão

Passagens de primeira classe nessa rota, operadas pela Latam, custam entre R$ 14 mil e R$ 25 mil e oferecem poltronas que viram cama, serviço exclusivo e carta de vinhos sofisticada. Procuradas, as defesas de Lulinha e de Antônio Carlos Antunes não se manifestaram.

Pessoas próximas ao filho do presidente afirmam que ele deve retornar ao Brasil no fim do ano e promete acionar a Justiça contra quem o associe ao escândalo conhecido como “Farra do INSS”.

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Judiciário

STF fecha julgamentos da “trama golpista” com 29 condenados e só duas absolvições

Foto: Gustavo Moreno/STF

O STF encerrou, nesta terça-feira (16), os julgamentos ligados à chamada “trama golpista” e chegou à marca de 29 condenados à prisão. Apenas dois réus foram absolvidos até agora, ambos por falta de provas, segundo a próprio Corte.

A conclusão veio com o julgamento do Núcleo 2, finalizado pela Primeira Turma, que decidiu condenar mais cinco investigados. Entre setembro e novembro, o STF já havia condenado outros 24 réus dos núcleos 1, 3 e 4, consolidando uma série de decisões que miram integrantes do governo Bolsonaro e aliados.

Entre as absolvições estão o general do Exército Estevam Theófilo, denunciado no Núcleo 3, e o delegado de carreira da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça, réu do Núcleo 2. O STF apontou insuficiência de provas nos dois casos.

Núcleo 5 ainda aguarda julgamento

O Núcleo 5, que tem apenas um denunciado — Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo — ainda não foi julgado. Ele mora nos Estados Unidos e não há previsão para análise do caso.

Até o momento, somente as condenações do Núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, estão sendo executadas. Os demais processos seguem em fase de recurso, mantendo o tema no centro do debate político nacional.

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Política

ANÁLISE CNN: Pesquisa aponta Flávio Bolsonaro como nome mais forte da direita para 2026

Foto: Edilson Rodrigues/Agencia Senado

O senador Flávio Bolsonaro aparece como o principal nome da direita nos cenários testados para a eleição presidencial de 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (16). Ele surge numericamente à frente de outros possíveis candidatos do campo conservador, como Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr., Romeu Zema e Ronaldo Caiado.

A análise foi feita pelo comentarista Pedro Venceslau, no CNN 360°, que atribui o desempenho de Flávio à visibilidade nacional e ao peso político do sobrenome Bolsonaro. Segundo ele, o “recall” da família garante vantagem inicial. Em termos simples: o nome Bolsonaro mobiliza a base da direita e do eleitorado conservador.

A pesquisa mostra que ele larga na frente dentro do próprio campo conservador, inclusive superando Tarcísio de Freitas, frequentemente citado como alternativa mais “moderada”.

A vantagem de Flávio sobre outros nomes da direita está dentro da margem de erro, mas reforça um dado político relevante: sem Jair Bolsonaro na disputa, o bolsonarismo segue sendo o principal ativo eleitoral da direita para 2026.

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Judiciário

STF condena aliados de Bolsonaro no “núcleo 2”, mas absolve delegado da PF

Foto: Rosinei Coutinho/STF

A Primeira Turma do STF condenou, por unanimidade, cinco dos seis réus do chamado núcleo 2 da suposta trama golpista investigada pela PGR. Segundo o Supremo, eles teriam atuado para “gerenciar ações” com o objetivo de manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições. Apenas o delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira foi absolvido por falta de provas.

Votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Foram condenados Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência; Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército; Mário Fernandes, general da reserva; Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF; e Marília Alencar, delegada e ex-diretora de Inteligência da PF.

As penas são pesadas: Mário Fernandes recebeu 26 anos e 6 meses de prisão; Silvinei Vasques, 24 anos e 6 meses; Marcelo Câmara e Filipe Martins, 21 anos cada; e Marília Alencar, 8 anos e 6 meses, todos com regime inicial fechado e aplicação de multas. Para Moraes, houve tentativa de golpe, organização criminosa e dano ao patrimônio público — tese que virou o eixo central das condenações.

STF já condenou 29 pessoas

Com essa decisão, o STF já soma 29 condenados nos processos ligados ao 8 de Janeiro e à tentativa de ruptura institucional. O núcleo 2 foi o último julgado em 2025 até agora, enquanto o núcleo 5, que envolve apenas o empresário Paulo Figueiredo, ainda aguarda análise da denúncia.

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  1. Eu quero saber onde estão as provas contra os outros. É Maurício Cid? Só um faltou provas? Coincidência, não?

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Política

Livre da Magnitsky, Moraes reúne cúpula dos Três Poderes em festa privada

Foto: Kebec Nogueira/Metrópoles

Um dia após se livrar das sanções da Lei Magnitsky, o ministro do STF Alexandre de Moraes reuniu autoridades dos Três Poderes em uma festa de aniversário, em São Paulo. O evento aconteceu no salão de festas do prédio onde o ministro mora, na capital paulista, e virou um verdadeiro encontro do topo da República, segundo informações do Metrópoles.

Entre os convidados estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin; o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o ex-presidente Michel Temer, responsável por indicar Moraes ao STF em 2017. Também marcaram presença o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado.

Pelo STF, compareceram Gilmar Mendes, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cristiano Zanin. Do STJ, participaram Luís Felipe Salomão, Benedito Gonçalves e Mauro Campbell. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também esteve na comemoração, reforçando o clima de confraternização entre Judiciário, Executivo e Legislativo.

Segundo relatos, nas rodas de conversa o assunto dominante foi justamente a retirada de Moraes da lista da Lei Magnitsky pelo governo Trump, além da relação do governo Lula com o STF e o Congresso. Outro tema abordado foi a resistência no Senado à indicação do ministro da AGU, Jorge Messias, para o STF — um impasse que tem como principal obstáculo o próprio Alcolumbre.

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Política

Processo de cassação de Brisa entra na reta final e Câmara estica prazo da defesa

Foto: Arquivo/Câmara de Natal

A Comissão Especial da Câmara Municipal de Natal, que analisa o pedido de cassação da vereadora Brisa Bracchi, decidiu, nesta terça-feira (16), alterar os prazos do processo. Por consenso, ficou definido que a contagem da defesa prévia será feita apenas em dias úteis, estendendo o prazo até sexta-feira (19). Com isso, Brisa ganha mais tempo para apresentar sua defesa no processo que pode levar à perda do mandato.

Após a entrega da defesa, o relator terá até cinco dias corridos para apresentar o parecer preliminar. Se a defesa for protocolada no último dia do prazo, o relatório deve ser apresentado até 24 de dezembro, podendo se estender até o dia 29 por conta de ponto facultativo e recesso da Câmara de Natal.

A comissão avalia concluir essa primeira fase ainda em dezembro. Caso o parecer aponte pelo arquivamento e seja aceito, a decisão precisará passar pelo plenário em sessão extraordinária, já que o Legislativo municipal estará em recesso.

O pedido de cassação foi aberto a partir de denúncia do vereador Matheus Faustino, aprovada em plenário no dia 26 de novembro. A acusação é de que Brisa Bracchi teria usado emenda parlamentar para bancar evento político-partidário — o que, se confirmado, configura desvio de finalidade e uso irregular de dinheiro público.

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