Diversos

Procura por cursos de formação do Exército cresce 22,45% em três anos

EsPCEx é a escola mais concorrida do Exército. Flickr/ Exército Brasileiro

O número de inscrições para os cursos de formação do Exército cresceu 22,45% em três anos, segundo os dados enviados pela corporação com exclusividade ao R7. A estabilidade da carreira e a busca por propósito são características que impulsionaram o aumento.

Em 2016, 49.632 candidatos se inscreveram para uma das quatro escolas do Exército: EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), EsFCEx (Escola de Formação Complementar do Exército), EsSEx (Escola de Saúde do Exército) e IME (Instituto Militar de Engenharia) — conheça cada uma das escolas no quadro abaixo. Em 2018, foram 60.779 inscrições.

A EsPCEx é a escola mais concorrida da corporação e teve aumento de 35,8% na procura — de 29.771 inscrições, em 2016, para 40.443 em 2018. Também é a oportunidade com maior número de vagas, curso em que são aceitas 440 pessoas.

Em seguida, aparece a EsFCEx, com 11.619 inscrições, em 2016, e 12.208 em 2018 — crescimento de 5%. O número de vagas disponíveis caiu de 40 para 20.

A EsSEx registrou queda de 7% no número de inscrições, passando de 2.835, em 2016, para 2.643 em 2018. A escola conta, atualmente, com 106 vagas.

O IME, focado na formação de engenheiros, teve um aumento das inscrições entre 2016 (5.407) e 2017 (6.290), enquanto, em 2018, o número de candidatos caiu (5.485) e ficou mais próximo do patamar de 2016.

Segundo o Exército, o número de vagas para o IME varia de acordo com o ano, de acordo com as “necessidades institucionais, estabelecidas pelo Estado-Maior do Exército (EME)”. A instituição afirma que “tradicionalmente, os cursos oferecidos pelo IME são muito disputados, pois alcançam os melhores resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)”.

O diretor executivo da ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento) Alexandre Slivnik afirma que o crescimento da procura é esperado, considerando o perfil dos jovens que entram no mercado de trabalho hoje em dia. Para ele, os mais novos querem trabalhar por propósito e não só por dinheiro.

“Cada profissional, hoje, principalmente os mais jovens, querem ser úteis para a empresa que eles representam. Eu vejo no Exército uma condição muito de propósito”, afirma.

Slivnik também defende que a estabilidade da profissão é um ponto que atrai novos integrantes aos cursos de formação do Exército. “Uma vez que a nossa economia é cíclica, que tem altos e baixos, os profissionais que têm uma carreira militar têm uma garantia de estabilidade muito maior do que uma empresa privada, por exemplo”.

O consultor de carreira do CPS (Cedaspy Professional School) Alexandre Araújo é militar da reserva e afirma que há mais procura pelos cursos do Exército devido à estabilidade, à divulgação e à insatisfação com a situação do país.

“Há a insatisfação da população com o nível de corrupção e o próprio Exército começa a fazer um trabalho de divulgação grande”, afirma.

Para a corporação, a possibilidade de seguir carreira militar impulsiona as inscrições. Ao passar no IME, o ingressante pode decidir se irá seguir este caminho ou a reserva. Caso escolha a segunda opção, são considerados militares ativos apenas no primeiro ano da graduação.

Neste momento, a carreira militar é um tema bastante discutido na sociedade, principalmente por causa dos avanços a respeito da reforma da Previdência para a categoria.

Diferença entre homens e mulheres

Em todos os cursos de formação do Exército, o número de candidaturas femininas é muito menor do que as masculinas. De 2016 a 2018, o Exército recebeu 152.720 inscrições para todas as escolas. Os homens representam 101.242 candidaturas (66,29%), enquanto as mulheres, 51.478 (33,71%).

A quantidade de inscritas vem crescendo ao longo dos anos. Houve 17.393 inscrições em 2016, número que evoluiu para 17.977, em 2017, e chegou a 20.455 em 2018. Em três anos, o crescimento da participação feminina nos concursos foi de 17,6%.

Slivnik diz que a diferença entre inscrições femininas e masculinas é justificada pela cultura brasileira. O aumento de mulheres nesses espaços é uma vitória, “porque estão ganhando um espaço muito importante até mesmo em situações onde o homem dominava no passado”.

Segundo Slivnik, a busca por igualdade de gêneros no Exército vai demorar um pouco, mas deve acontecer no longo prazo.

Araújo percebe que a corporação precisou se adaptar para aceitar cada vez mais mulheres nos postos de trabalho militares. “O exército aprendeu a lidar”, afirma.

O objetivo inicial foi o de integrar mulheres nos cargos em que poderiam cumprir suas habilidades adquiridas na formação superior. “Engenheiras, formadoras, advogadas, que vão trabalhar nas funções que se formaram, com enfoque militar”, diz.

Arte R7

R7

 

Opinião dos leitores

  1. É um boa opção, mas se vc é realmente preparado e tem inteligência multifuncional não compensa fazer carreira no EB. Muito sacrifício pou pouco, vai ficar anos em cargos subalternos, sem influência alguma em decisões importantes, sempre tendo que babar o ovo dos superiores e sorrir de suas piadas sem graça. É uma babação eterna. E se chegar a coronel, aí meu amigo, a babação vai bater em Brasília. Vc poder ser o melhor, mas sem babar a coisa não anda. Em suma, se for inteligente, quiser viver de salário e for babão profissional siga em frente.

    1. Até imagino que tipo de pessoa emite uma opinião ridícula como essa? Demonstra total desconhecimento da realidade do ensino militar além de um tipo de preconceito infantil e patológico. Típico dessa mentalidade esquerdopata doentia, que tem arrasado o nosso Brasil.

    2. esse ceara so pode ter um fetiche pela palavra "esquerda".
      va se tratar homi!

    3. Todo brasileiro de verdade deveria odiar essa corja. O esquerdismo não deu certo em lugar algum do mundo e vem tentando destruir o Brasil já faz tempo. Assim como vc demonstra ter lado (o esquerdo), eu também tenho, "cumpanhero". Tem que se tratar é vc e aprender a respeitar a opinião alheia. Tente defender a sua, se é que isso é possível.

    4. Ceará-Mundão cagão, digo isso porque servi no EB e o que eu via era uma escadinha de babões kkkk chega dava nojo. Cabo babava o sargento, sargento babava o tenente, tenente, vixe Maria, só faltava sentar no colo do capitão é assim por diante.

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Jornalismo

Brumadinho: polícia identifica falsos desaparecidos em lista de vítimas

Desde o dia 25 de janeiro, quando uma barragem da Vale se rompeu na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), a Polícia Civil de Minas Gerais já pediu a retirada de 17 nomes da lista de desaparecidos. A tragédia deixou 224 mortos, até o momento.

Três destes nomes foram retirados da lista na última sexta-feira (5). No final de semana os desaparecidos passaram de 75 para 69. Mais três mortos foram identificados.

Segundo a Polícia Civil, dos 17 nomes retirados, 11 tinham erros de grafia, estavam duplicados ou eram de pessoas que estavam vivas e não haviam comunicado às autoridades; seis foram por estelionato. Em um dos casos identificados, um homem vindo de São Paulo alegava ter perdido o irmão na tragédia.

Ele chegou a ter DNA coletado para ajudar na identificação do corpo, conseguiu passagens, hospedagem e alimentação custeados pela Vale e estava prestes a encaminhar um requerimento para pedir o pagamento de R$ 100 mil feito às famílias que perderam parentes na tragédia.

O irmão dele, porém, foi localizado trabalhando como vendedor ambulante em Praia Grande (no litoral paulista). A polícia descobriu ainda que o falso desaparecido era foragido da Justiça de Santa Catarina, onde tinha um mandado de prisão aberto por homicídio. Os dois irmãos foram presos.

Em outro caso, uma mulher registrou o irmão morto desde 2010 como uma das vítimas. A polícia abriu inquérito por tentativa de estelionato.

“As pessoas que foram presas em flagrante delito nessas tentativas de fraude são pessoas de outros estados. Pessoas que tiveram passagens aéreas, hospedagem, alimentação, tudo financiado pela Vale. Vieram de longe para cometer a fraude”, afirma a delegada Ana Paula Gontigo, titular em Brumadinho e que investiga os nomes nas listas de desaparecidos.

De acordo com a delegada, o fato de o Brasil não ter experiência para lidar com grandes tragédias pode ter facilitado a ação dos golpistas.

Como ninguém sabia quantas pessoas poderiam ter sido mortas ou atingidas pela lama após o rompimento, isso abriu oportunidade para que inserissem os nomes falsos.

Quase 70 dias depois do desastre, com a lista diminuindo, a polícia pretende investir mais no trabalho de investigação sobre cada um dos desaparecidos. Entre os 69 nomes, há 18 pessoas cujos familiares ainda não compareceram ao Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte, para fazer a coleta de DNA para a identificação das vítimas.

“O trabalho da Polícia Civil ajuda com o trabalho dos Bombeiros, porque esse número de pessoas que ainda faltam ser encontradas influencia diretamente na logística e no planejamento da execução de atividades deles nas buscas”, diz a delegada.

FOLHAPRESS

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Jornalismo

Mourão diz que, se governo falhar, conta ‘irá para as Forças Armadas’

O vice-presidente Hamilton Mourão disse neste domingo, em evento nos Estados Unidos, que ele e o presidente Jair Bolsonaro entendem que, se o governo “falhar, errar demais”, “essa conta irá para as Forças Armadas”. Por isso, segundo ele, logo após as eleições, os dois conversaram sobre a responsabilidade de recolocar os militares no centro do poder, quando o presidente teria dito: “nós não podemos errar”.

– Se o nosso governo falhar, errar demais, porque todo mundo erra, mas se errar demais, não entregar o que está prometendo, essa conta irá para as Forças Armadas. Daí a nossa extrema preocupação – declarou o vice.

Mourão disse ainda que a diferença entre a participação das Forças Armadas na política hoje e à época da ditadura – sobretudo durante o período do governo de Ernesto Geisel, que promoveu a abertura para recolocar os civis no poder – é que ele e Bolsonaro foram eleitos.

– O Geisel não foi eleito, eu fui – declarou Mourão, que é general.

A afirmação foi feita na cidade de Cambridge, nos Estados Unidos, onde Mourão fez o discurso de encerramento da Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros das universidades de Harvard e do MIT. Na primeira fila assistindo ao discurso de Mourão estavam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e de Minas Gerais, Romeu Zema.

A declaração de Mourão foi em resposta a uma pergunta sobre se os militares não teriam aprendido a lição do General Ernesto Geisel de que não deviam ser uma força atuante na política nacional. Geisel foi presidente durante a ditadura militar, entre os anos de 1974 e 1979. Durante seu governo, promoveu a abertura política “lenta, gradual e segura”.

Segundo o estudante de doutorado de Harvard Fernando Bizarro, que fez a pergunta, no governo Geisel havia a percepção de que “governar não era tarefa para as Forças Armadas” e que a transição à democracia teria sido promovida pelo general para “preservar a unidade e a legitimidade das Forças Armadas”. O estudante perguntou por que a lição que Geisel aprendeu não se aplicava a Mourão.

Depois de fazer a declaração sobre Geisel, Mourão foi ovacionado pela plateia. Alguns participantes chegaram a aplaudi-lo de pé. Em meio aos aplausos, um manifestante entrou no auditório e gritou “ditadura nunca mais!”. Ele foi retirado da sala pelos seguranças. Segundo os organizadores do evento, depois disso, a organização conversou com o manifestante, que se retirou. Mourão continuou:

– As Forças Armadas não estão no poder. As Forças Armadas continuam com a sua missão constitucional, cada uma com seu comandante. – e concluiu – O que ocorre é que dois militares foram eleitos. O presidente Bolsonaro, 30 anos fora das Forças Armadas, ele é um político. Mais político do que militar.

ESTADÃO CONTEÚDO

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Economia

Governo pretende alterar lei para dividir mais de R$ 100 bi do pré-sal com estados se reforma da previdência for aprovada

A equipe econômica já encontrou uma saída para partilhar com estados e municípios mais de R$ 100 bilhões em receitas decorrentes da exploração do pré-sal. A solução está na proposta de emenda constitucional (PEC) que desvincula e desindexa o Orçamento da União (a chamada PEC do pacto federativo, que acaba com despesas obrigatórias e deixa nas mãos do Congresso a negociação dos gastos prioritários). Segundo integrantes do governo, o texto vai criar uma exceção à regra do teto de gastos, pela qual as despesas públicas não podem crescer acima da inflação.

Isso abre caminho para que parte da arrecadação com o pré-sal seja transferida para as mãos de governadores e prefeitos sem criar problemas para a União. Hoje, a regra do teto já tem cinco exceções: despesas com eleições, transferências a fundos constitucionais, gastos extraordinários, complemento ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e aumento de capital em estatais. Em troca da benesse, o governo quer apoio firme dos governadores à aprovação da reforma da Previdência. Segundo os técnicos, as mudanças nas aposentadorias precisam ser aprovadas primeiro.

Logo após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu a estados e municípios dividir uma fatia do que o governo federal arrecadaria este ano com o megaleilão do pré-sal: cerca de R$ 100 bilhões em bônus de assinatura. Recentemente, ele tem afirmado que pretende compartilhar 80% das receitas do pré-sal com os governos locais. No entanto, não havia forma de fazer essa operação sem descumprir o teto.

Quando a União fosse repassar o valor aos governos regionais, seria criada uma despesa e o limite de gastos não seria respeitado. Mas com a proposta de desvinculação, o assunto fica sanado. O governo pretende encaminhar o texto ao Congresso em breve. Já existem versões da proposta em circulação no governo.

Divisão do fundo social

Além da injeção de recursos do megaleilão, também está nos planos do governo repartir dinheiro do Fundo Social, que é alimentado com a exploração do pré-sal e hoje é todo da União. Neste caso, a PEC do pacto federativo também tem que ser aprovada. A ideia é que os estados tenham mais liberdade para gastar o dinheiro extra que entrar nos próximos anos. Mas o texto tratará como exceções despesas com saúde e educação. Assim, quando estados e municípios colocarem as mãos nos recursos do petróleo, eles terão necessariamente que destinar parte de sua arrecadação a áreas voltadas para as gerações futuras. A ideia é evitar que o dinheiro seja usado em obras de embelezamento, como já revelou O GLOBO no passado. Em Rio das Ostras, a prefeitura chegou a fazer uma polêmica calçada de porcelanato na praia. Além disso, a aposta é que a resistência à proposta diminua.

O Fundo Social tem cerca de R$ 17 bilhões, montante que deve chegar a R$ 26 bilhões até o fim do ano. Mas a divisão de recursos com os estados não mexerá no que já foi acumulado até agora. A nova regra só afetará as arrecadações futuras. O governo entende que, se mexesse no estoque, criaria insegurança jurídica.

O plano da equipe econômica é garantir aos estados ao menos R$ 3,9 bilhões por ano. Assim, a União deixaria para trás a dívida em compensações da Lei Kandir (que isentou ICMS de exportações, com perdas para estados). O valor também faria frente aos recursos do FEX, auxílio para fomento à exportação, que estados cobram da União, mas que não está previsto no Orçamento deste ano.

Para os técnicos da área econômica, a flexibilização do teto não é um tabu. Para eles, esse tipo de regra, assim como a meta de resultado fiscal, são sinais do descontrole dos gastos públicos. Nas conversas internas, diz-se que países que fazem o dever de casa e são bons pagadores não precisam de tantos mecanismos de controle. Assim, a partir do momento que o governo conseguir reduzir o rombo fiscal e a trajetória da dívida pública, já haverá uma maior credibilidade do país junto aos investidores. info – custo previdência estados.

Rombo da Previdência

Na avaliação de especialistas, o dinheiro para estados será bem-vindo. O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, defende que o dinheiro seja direcionado para a Previdência. O conjunto dos estados apresentou rombo no regime de aposentadoria de R$ 85,891 bilhões em 2018.

— É apropriação da riqueza do pré-sal. Isto pode entrar, inclusive, para socorrer a Previdência dos estados. O melhor caminho era pegar esse dinheiro e colocar para bancar as despesas de aposentadoria, que é o item do Orçamento que mais cresceu — afirma Velloso.

A economista Margarida Gutierrez, professora da Coppead/UFRJ, lembra que é importante garantir que o dinheiro extra seja direcionado para investimentos. Ela destaca casos de municípios fluminenses produtores, onde os recursos dos royalties do petróleo foram mal geridos.

— (O dinheiro do petróleo) é um ativo que deve ser preservado para gerações futuras. Você não pode pegar esse dinheiro para pagar cafezinho — destaca a especialista. — No momento em que você desvincula para União, pode se tornar a maldição das vacas gordas. Um país que produz commodity, quando o preço vai lá para cima, ele fica bem. Mas quando vai lá para baixo, fica mal porque gastou mal.

ESTADÃO CONTEÚDO

 

Opinião dos leitores

  1. A reforma em curso tem muitos poréns, muitas aposentadorias especiais. Ora, se há regimes diferenciados para 'n' classes, os que não estão nelas é que pagarão a conta.

  2. Na verdade, as mordomias e supersalários dos políticos, agregados, e da casta superiores ninguém consegue frear, se auto concedem aumentos, criam cargos comissionados, recebem auxílios que são 2000 vezes o que recebe os miseráveis, passagens aéreas, cartões corporativos, gabinetes superluxuosos enquanto a maioria da pessoa vivem em barracos, carros com combustíveis e motoristas ilimitados pago pelo contribuinte… Esses descalabros, são os responsáveis pela grave crise do país e não o trabalhador, que ganha miséria pra sobreviver, e pra acabar com isso ninguém fala, nem a imprensa. Esses desmandos acontece com o país em crise, imagine se sacrifica mais o povo com a reforma da previdência, vão c**** mais ainda na cabeça do povo.

    1. A Reforma da Previdência irá agir exatamente para diminuir as desigualdades existentes. Ela ataca, inclusive, as aposentadorias dos políticos. Não tente desvirtuar a coisa, meu caro. E mais, se não passar, serão exatamente os do "andar de baixo" que irão sofrer mais. Faltará dinheiro até mesmo para pagar salário de servidores ainda na ativa. Como já ocorre, por exemplo, no RN. Vc acha que os tais "poderosos" terão algum tipo de prejuízo? Deixarão de receber seus salários em dia?

    2. Ceará, não tô querendo distorcer, o que coloquei é que hoje às finanças do país estão um desastre e esses políticos e privilegiados não tem controle nas suas beneces, imagina se aprovada essa reforma somente com sacrifício do trabalhador, esses canalhas vão ter dinheiro em caixa pra promover desmandos em benefício próprio, já que ninguém impôs limites neles. Portanto, como não existe nada pra controlar o ímpeto de imperadores desses patifes, caso a reforma seja aprovada, não sobrará para a sociedade, eles torraram tudo que foi economizado com o sacrifício do povo, e mais uma vez, a sociedade será a mais prejudicada.

    3. Olha, Luis, recomendo que vc procure se informar mais sobre essa reforma. Pelo seu comentário, creio que vc não está bem informado sobre o assunto. Até mesmo esse BPC e a aposentadoria rural estão sendo objeto de comentários equivocados. E será a única saída para o país. O RN, por exemplo, tem déficit em torno de 130 milhões e possui 15.000 servidores aptos à aposentadoria em 2019. A coisa é muito séria e essa turma de esquerda, que faz oposição constante e irresponsável a toda proposta do atual governo, não está pensando no Brasil. Aliás, essa gente só vê os próprios interesses, só enxerga o poder. São inimigos do Brasil.

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Educação

Bolsonaro deve demitir o ministro da Educação nesta segunda

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou que vai decidir nesta segunda-feira o destino do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, alvo de críticas desde a sua posse. Entre os cotados para o cargo estão o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Anderson Ribeiro Correia. Mas, segundo o Estado apurou, ainda não houve o convite.

Bolsonaro também quer que cada um dos seus ministros faça um balanço da sua área nesta semana para marcar os 100 dias do seu governo. “Não é tanta notícia ruim como a imprensa vem publicando”, afirmou ele, após participar de um churrasco na casa de um amigo em Brasília, neste domingo. O compromisso não estava na agenda oficial.

O dono da casa, Ricardo Zelenovsky, foi companheiro de Bolsonaro do Exército. Ao deixar o local, ele disse que estava com amigos da turma de 1974. “O mais novo sou eu, todo mundo é general, e eu sou capitão.”

O fim de semana foi intenso, com conversas e articulações para o substituto de Vélez. O ministro enfrenta uma crise que vem desde sua posse, com disputa interna entre grupos adversários, medidas criticadas, recuos e quase 20 exonerações. Na semana passada, um de seus principais assessores foi exonerado pela Casa Civil, o que indicou mais ainda seu enfraquecimento.

Cotados. O nome mais forte é o do senador Izalci Lucas, que tem recebido apoio da bancada do PSL e também de entidades não governamentais ligadas à educação. Izalci foi contador de escolas particulares no Distrito Federal e atuante na Comissão de Educação quando era deputado. Apesar de ter sido um dos autores de um projeto sobre o Escola sem Partido, fontes ligadas a ele dizem que o senador não toca mais no assunto e não levaria essa bandeira para o MEC. Há também resistência de lideranças do PSDB a entrar no governo.

Um nome que aparece associado a ele é o do ex-reitor da Universidade de Brasília (UNB) Ivan Camargo, engenheiro elétrico e filho de militar, que poderia compor a equipe em uma eventual gestão. Camargo também já foi cotado para assumir o próprio cargo de ministro.

Já Anderson Correia tem o apoio da bancada evangélica no Congresso. Ele foi reitor do Instituto de Tecnologia Aeronática (ITA), é evangélico e tem bom relacionamento com pastores de São Paulo. Além disso, é ligado ao grupo militar que ajuda o governo desde a transição.

Outro nome que chegou a ser mencionado foi o do ex-diretor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Stavros Xanthopoylos. Ele se reuniu como vice-presidente Hamilton Mourão em Cambridge, nos Estados Unidos, neste fim de semana.

Há movimentações ainda para tentar emplacar o diretor do Instituto Ayrton Senna Mozart Neves, que chegou a ser chamado antes de Vélez e depois foi desconvidado pela pressão dos evangélicos. E o último cotado seria Álvaro Moreira Domingues, presidente do sindicato das escolas particulares do Distrito Federal.

Bolsonaro também quer resolver nesta segunda a disputa na Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex). O presidente Mário Vilalva tem apoio dos militares e está em crise com diretores próximos do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Depois do churrasco, o presidente comentou o acesso irregular de seus dados fiscais por servidores da Receita Federal. Disse que funcionários do órgão vinham “bisbilhotando” seus dados durante todo o ano passado. “Não sei qual o objetivo”, completou.

ESTADÃO CONTEÚDO

Opinião dos leitores

  1. Só lembrando, o maior corrupto e lavador de dinheiro da história da nova república estar preso babaca e já aniversariou atrás das grades.

  2. Sinceramente, acho que o presidente deveria logo trocar esse ministro prá acabar com essa celeuma. O que importa mesmo é despolitizar a educação brasileira. Nossas crianças e jovens não podem continuar sendo submetidos a essa doutrinação "vermelha". Precisam estudar e aprender que só o esforço e o mérito irão fazer a coisa melhorar. Essa vagabundagem dessa turma de esquerda é o caminho da catástrofe. Essa porcaria socialista/comunista não deu certo em lugar algum. Por aqui não será diferente.

  3. Acho muito interessante ver pessoas torcendo pelo fracasso do atual governo. Estão, na verdade, torcendo contra o Brasil, pelo sofrimento (ainda maior) do nosso povo. Estamos há tempos sendo governados por governos de esquerda (FHC, Lula, Dilma e Temer, que foi vice do PT por duas vezes), que nos deixaram um legado catastrófico. O povo brasileiro cansou de ser enganado e resolveu mudar. O novo governo está há apenas 3 meses no poder e, nesse pouquíssimo tempo, já sinalizou com importantes mudanças para tentar "consertar" o país. Mas, enfrenta a resistência da "velha política" e da turma de esquerda, que sempre apostou contra tudo e todos. Essa cambada foi contra a Constituição Federal de 88 (inclusive, não assinaram), contra a eleição de Tancredo Neves (marco inicial da redemocratização), contra o Plano Real (que nos livrou da inflação galopante, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (sem ela, a coisa estaria muito pior)… E SEMPRE foram autores de impeachment contra os presidentes seus adversários. Enfim, estão sempre na contramão do que é melhor para o Brasil.

    1. Ceará bundão, pare de mimimi e de iludir as pessoas colando a culpa nos outros. O fato de se criticar as caneladas do governo (usando o próprio termo do capitão) ñ significa torcer contra o Brasil. Na verdade, a grande maioria do povo brasileiro torce q o governo der certo. Verdadeiramente, o povo tá de saco cheio de política. O povo quer emprego, segurança, saúde e educação. O povo quer o básico. E foi pra q o povo elegeu Bolsonaro. O povo elegeu o atual governo na esperança de ver esses problemas serem resolvidos. E o que aconteceu de pois de 100 dias: O desemprego aumentou (passou de 12 milhões de desempregados para 14 milhões) a saúde piorou e muito. Só no RN 20 médicos contratados para substituir o programa mais médico já desistiram. A insegurança piorou. RESUMINDO: tudo piorou. E o PT, amigo, faz 6 anos q está fora do governo. Então, pare de jogar a culpa nos outros. Vc é uma pessoa inteligente. Dar pra perceber por seus comentários. Ao invés de tentar iludir e distrair o povão, use sua inteligência e sua sabedoria para esclarecer e não confundir os outros. O culpado é o atual governo. Esqueça Lula. Como vc mesmo diz: ele tá preso.

    2. O passado é o responsável por estarmos assim. E o atual governo, com apenas 100 dias no poder, não pode ser responsabilizado por nada. Ao contrário, a esquerda continua tentando prejudicar o nosso país, pensando apenas em benefícios eleitorais, em retomar o poder perdido. Deixem o novo governo aprovar a Reforma da Previdência que a economia do país dará um salto para o progresso. Aprovem a Reforma Anticrime, que a segurança pública também melhorará muito (aliás, já está melhorando, até mesmo no RN). E deixem de agir como crianças, de criar problema onde não existe, de torcer contra o país.

  4. Já vai tarde. Essa Olavete não sabe fazer um ó com um quenga. Aproveitando, o bozo já tem 30% de reprovação nesse cenário depois de 3 meses de mancadas perderia para Ciro Gomes. Descendo até dar com as laranjas na água, ops, corrigindo com os burros n´água. Ocê ta bom demais bozo continue assim.

    1. Temos aqui acima mais umapoiador dos PTralhas, da turma do qto pior melhor. Realmente o governo não está uma Maravilha, mas vai melhorar, agora em relação a corrupção dos trilhões e das maracatais dos governos anteriores, tá longe viu.

    2. 30% dos eleitores de Haddad o que significa que os outros 70% aprovam ou preferiram não opinar

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Jornalismo

Maioria aprova a participação de militares no governo, diz Datafolha

A maioria da população apoia a presença de militares em cargos estratégicos do governo federal, de acordo com pesquisa do Datafolha.

Levantamento do instituto feito entre os dias 2 e 3 aponta que 60% dos entrevistados consideram positiva para o país a atuação de militares no governo Jair Bolsonaro, ante 36% que a consideram mais negativa. Outros 2% se disseram indiferentes, e 3% não souberam responder.

Além de o presidente e o vice, Hamilton Mourão, serem militares, integrantes das Forças Armadas estão à frente de 6 dos 22 ministérios. Outros dois ministros tiveram formação militar: Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União).

Membros do Exército, Aeronáutica e Marinha obtiveram ainda dezenas de cargos de destaque no atual governo. São os casos do comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e da Funai (Fundação Nacional do Índio) e o posto de porta-voz da Presidência.

A indicação de militares para cargos-chave na administração federal já tinha sido mencionada por Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

Diante de percalços no início do mandato, como problemas de articulação, escassez de apoio no Congresso e até polêmicas envolvendo seus filhos nas redes sociais, o chamado núcleo militar tem sido visto como fiador da estabilidade do governo.

Um dos expoentes da ala, e um dos ministros mais próximos ao presidente, é o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que se filiou ao PRP e atua junto a Bolsonaro desde a campanha.

Outro é o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, que atua na articulação com o Congresso. A indicação de um militar para essa função destoa das opções de governos anteriores, que preferiam um político com experiência parlamentar.

Um dos episódios mais críticos dos cem primeiros dias de governo Bolsonaro também acabou reforçando a importância dos militares na gestão.

A primeira queda de ministro do novo governo foi em fevereiro, quando deixou a Esplanada Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral, que fez carreira como advogado. Bebianno foi demitido após a crise política desencadeada pela revelação do esquema de candidaturas de laranjas do PSL.

Ele acabou substituído por Floriano Peixoto Vieira Neto, general da reserva e ex-participante da força de paz brasileira no Haiti, grupo bem representado no governo.

A aprovação à nomeação de militares é maior entre homens do que entre mulheres. Também consideram mais positiva a participação de integrantes das Forças Armadas entrevistados aposentados, idosos com mais de 60 anos e evangélicos, faixa da população que já vinha demonstrando forte adesão a Bolsonaro desde a eleição.

Mas a aprovação a essa opção cai entre entrevistados com escolaridade de nível superior (54%), jovens de 16 a 24 anos (52%) e entre quem tem renda familiar mensal acima de dez salários mínimos.

No recorte regional, o apoio aos militares no governo é menor no Nordeste (53%), região mais crítica ao governo Bolsonaro e na qual ele foi derrotado no segundo turno da eleição de 2018, e sobe no Sul (66%) e atinge pico no Centro-Oeste/Norte (67%).

O Datafolha ouviu 2.086 entrevistados em 130 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

FOLHAPRESS

Opinião dos leitores

    1. Comentário típico de alguém sem noção, sem conteúdo e sem respeito a nada, muito menos à verdade. Qual será sua opinião sobre as "laranjas" verdadeiras do presidiário de 9 dedos, que "nunca soube de nada", não tem nada no seu nome (tudo no nome de "amigos") e já foi condenado DUAS vezes por LAVAGEM DE DINHEIRO, além de corrupção?

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Esporte

Potiguar Ítalo Ferreira ganha 1º etapa do mundial de Surf na Austrália

O surfista potiguar Ítalo Ferreira venceu no inicio da madrugada aqui no Brasil a primeira etapa do circuito mundial de surf, em Gold Coast, Austrália.

Ele conseguiu o resultado, contra o americano Kolohe Andino, em sua última onda e começa o ano com o pé direito.

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Diversos

ALRN emite nota de pesar pelo falecimento da menina Brunninha

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte emitiu uma nota de pesar pelo falecimento da menina Brunninha, ocorrida neste domingo (7), em Recife.


Confira a nota na íntegra

Nota

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte vem a público lamentar o falecimento neste domingo (7) da pequena Brunninha, uma criança cardiopata de apenas 7 anos que emocionou todo o Rio Grande do Norte. Nos solidarizamos com toda família; amigos; equipe médica; a Associação dos Amigos do Coração (Amico); a Central de Transplantes do RN e todos que se envolveram na luta pela vida.

Brunninha é um exemplo de amor ao próximo; de solidariedade e cidadania.

Com pesar, em nome dos servidores do legislativo; dos deputados estaduais e do presidente, Ezequiel Ferreira, a Assembleia Legislativa presta solidariedade a todos e lamenta a despedida tão precoce.

*Palácio José Augusto*
_Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte_

Opinião dos leitores

  1. Lamento muito o falecimento de uma menina em tão tenra idade… A favor de sua vida muitos tomaram atitudes para ajudá-la. Conseguiram mover montanhas de dificuldades. E quase deu 100%. Infelizmente ela não resistiu. Mas gostaria de dizer que tem muitas outras pessoas que precisam de ajudas diversas, não necessariamente transplantes, e que muitos outros pudessem usar dos meios à sua disposição para ajudar e quebrar barreiras. Mobilizem-se. Você pode estar no lugar certo para isso. Ajude.

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Esporte

Potiguar empata e vai decidir o segundo turno em casa jogando pelo empate

O empate entre Potiguar e Santa Cruz a derrota do América para o Assu, na última rodada neste domingo (7), mexeu com a decisão do segundo turno do Campeonato Potiguar.

Com o empate, o Potiguar assumiu a liderança e conquistou a vantagem de jogar a decisão pelo empate. Em contato com o Blog, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) confirmou que o jogo será em Mossoró.

Com a derrota para o Assu, o América-RN perdeu a liderança e a vantagem para a final do 2º turno. A vitória sobre o alvirrubro garantiu a permanência do Assu na primeira divisão.

Quem foi rebaixado foi o Força e Luz, que foi derrotado para o ABC por 4 a 0.

Opinião dos leitores

  1. Se o América perdeu para o Assu vai ganhar de quem?? Só estão gastando grana com esses peladeiros,podendo valorizar a prata da casa que jogariam mil vezes melhor. Sinceramente time fraco e jogadores pior ainda. Mas um dia esses dirigentes aprendem em valorizar os jogadores da nossa terra!

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Política

Se fosse presidente, escolheria ‘outras pessoas’ para trabalhar comigo, diz Mourão

Foto: Adnilton Farias/VPR

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou neste domingo (7) que, se estivesse no lugar de Jair Bolsonaro, teria escolhido outras pessoas para trabalhar com ele no comando do governo.

Durante encerramento da Brazil Conference, nos EUA, o vice fez um balanço dos cem primeiros dias do governo Bolsonaro —completos na quarta-feira (10)— e foi questionado sobre o que faria diferente caso fosse o presidente.

Em um primeiro momento, Mourão disse que agradecia a pergunta, mas que sua parceria com Bolsonaro era total. “Quando ele toma uma decisão, eu acato.”

Questionado mais uma vez sobre possíveis mudanças na condução do país até aqui, o vice então respondeu: “Talvez pela minha personalidade, eu escolhesse outras pessoas para trabalhar comigo”.

Para Mourão, a grande participação de militares no governo Bolsonaro cria um risco de associação caso o governo falhe.

“Se nosso governo falhar, errar demais, não entregar o que está prometendo, essa conta irá para as Forças Armadas, daí a nossa extrema preocupação”.

O vice respondia à pergunta da plateia —formada por estudantes, professores e pesquisadores— sobre o papel dos militares no Planalto e a percepção do presidente Ernesto Geisel (1974-1979) de que governar não era tarefa das Forças —Geisel iniciou a transição do regime militar para o civil.

Sobre a comparação, Mourão declarou: “O general Geisel não foi eleito, eu fui”.

Nesse momento, o vice-presidente foi ovacionado pelo público. Uma pessoa, porém, gritou “ditadura nunca mais” e foi rapidamente retirada do auditório por seguranças.

Apesar de afirmar que a conta de um eventual fracasso do governo vai para o colo dos militares, Mourão tentou minimizar o peso da farda na gestão de Bolsonaro.

Ele disse que o presidente é “mais político do que militar”, pois está no Congresso há quase 30 anos e que os auxiliares no comando de pastas importantes, como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), com o general Augusto Heleno, e a Secretaria de Governo, com o general Santos Cruz, já estavam na reserva.

Sob críticas de aliados de Bolsonaro por sua postura muitas vezes antagônica à do governo, Mourão fez questão de dizer que sua parceria com o presidente é total e que, quando o chefe do Planalto toma uma decisão, ele a acata.

Nas últimas semanas, Mourão tem se colocado do outro lado do tabuleiro nas principais polêmicas do governo.

Na mais recente, enquanto Bolsonaro e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, insistiam na ideia de que o nazismo foi um movimento de esquerda, Mourão disparou: “De esquerda é o comunismo, não resta nenhuma dúvida”.

Como mostrou a Folha, o roteiro incomodou aliados de Bolsonaro, que avaliam os compromissos como reforço da tese de que o vice está tentando se firmar como figura plural e dissonante de Bolsonaro.

“Bolsonaro é tão criticado e, muitas vezes, tão pouco compreendido: a visão do presidente é muito clara, ele está trabalhando para as próximas gerações e não para as próximas eleições, ele tem firme em sua mente que, em 1º de janeiro de 2023, quando entregarmos o bastão para quem nos suceder, o país estará com as reformas prontas”, disse Mourão, diante de um auditório lotado composto por estudantes de Harvard, empresários e autoridades como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador do Rio, Wilson Witzel, chamado de “dileto amigo”.

Mourão advertiu para o uso das redes sociais para disseminar o ódio. O vice-presidente tem sido alvo de diversos ataques do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, e os filhos do presidente frequentemente usam as mídias sociais para atacar opositores.

“A revolução tecnológica dos últimos anos não trouxe exclusivamente benefícios, a velocidade da disseminação das informações favorece o conhecimento, mas também permite que operadores fora do sistema se aproveitem dessas plataformas para fins destrutivos, muitas vezes violentos e para semear o ódio”, afirmou.

“O Brasil e a Nova Zelândia foram palco recente dessa violência planejada e organizada nas mesmas redes sociais onde pessoas de bem trocam informações, compartilham experiências e imagens e cultivam relações de qualidade. Este é o nosso primeiro recado : não ao ódio.”

E o general apontou a crise ambiental e o protecionismo comercial como alguns dos principais desafios enfrentados pelo mundo hoje. Indagado, Mourão disse textualmente que o Brasil não irá abandonar o Acordo de Paris sobre o clima. “O Brasil tem uma responsabilidade enorme, não vamos sair do Acordo de Paris e vamos nos sujeitar ao que ali está colocado.”

Durante a campanha, Bolsonaro chegou a dizer que faria como o americano Donald Trump e abandonaria o acordo do clima, mas, depois, voltou atrás.

Educação

O vice de Bolsonaro foi categórico ao dizer que há um problema no Ministério da Educação e que o presidente vai decidir nesta segunda-feira (8) o destino do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que protagonizou várias polêmicas na área nas últimas semanas e deve deixar o cargo.

“Estamos com um problema no Ministério da Educação. O presidente vai tomar uma decisão a esse respeito amanhã, de acordo com o que ele já definiu. Não sei se Vélez vai ser mantido, se o presidente vai mantê-lo ou colocar outra pessoa, mas temos que resolver esse problema de imediato”, declarou o vice-presidente.

Mourão comentou ainda a queda de popularidade do governo nos três primeiros meses e disse que vê os números “com naturalidade” pois há uma “ansiedade muito grande” nas pessoas, que querem mudança rápida.

“Existe uma ansiedade muito grande por parte da sociedade, as pessoas clamam por mudança, a taxa de desemprego está alta. Vejo com naturalidade essa queda inicial de popularidade. Tem gente que quer que a gente acelere as coisas, mas o Executivo não tem varinha de condão”.

Neste domingo, pesquisa do Datafolha registrou a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização de 1985.

Mourão tem sido alvo de críticas de aliados de Bolsonaro, que afirmam que o vice adota uma postura antagônica à do governo, reforçando a tese de que quer ser uma figura mais plural e dissonante do presidente.

O vice, por sua vez, tem dito que sua posição é complementar à de Bolsonaro, mas não deixou neste domingo de fazer um discurso que habitualmente não seria ecoado pelo chefe do Planalto.

Mourão falou, por exemplo, em cuidados sociais para resolver o problema da segurança pública no país. Ele disse que não adianta o Brasil ter uma polícia efetiva e um sistema carcerário reformado se as pessoas continuarem vivendo em condições degradantes nas favelas, por exemplo.

Segundo ele, sem água, luz ou outros serviços, as pessoas são cooptadas pelo tráfico.

O general citou o encontro que teve neste sábado (6) com o professor Mangabeira Unger, conselheiro do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), grande crítico do governo Bolsonaro.

Mas Mourão fez uma vigorosa defesa do livre mercado e redução do tamanho do Estado. “Durante vários anos, os brasileiros tentaram usar a máquina do Estado para resolver problemas e essa sistemática perversa afundou o país em uma das mais graves crises. O Estado se tornou ainda mais ineficiente e a corrupção atingiu níveis inimagináveis.”

Ele listou conquistas do governo Bolsonaro nos primeiros cem dias: redução do número de ministérios, formação de ministérios e gabinetes descartando distribuição de cargos em troca de apoio político, e o encaminhamento da reforma da Previdência e do pacote anticrime para apreciação do Congresso.

Mourão reiterou que a aprovação da reforma da Previdência é a prioridade número 1 do governo, seguida de reforma tributária, desburocratização, redução de regulamentações e ajuste fiscal.

E o vice-presidente voltou a criticar o chavismo na Venezuela. “Lá, houve a apropriação sistemática dos meios de produção por parte de um grupo corrupto, liderado pelo então presidente Hugo Chávez, e o país foi sucateado em beneficio dos integrantes do regime. A chegada de [Nicolás] Maduro ao poder, um líder fraco, sem o carisma do antecessor, somente acelerou o processo de deterioração que sofre aquele país.”

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. como sempre a folha lixo: traz uma pesquisa comparando os governos corruptos do psdb,e do pt tentando convencer o povo que o governo bolsonaro vai mal, na mesma pesquisa o povo apoia os militares, será que a folha lixo esquece que o presidente e o vice são militares?

  2. Mourão tá com raiva do Bozo, e eu já sei que ele tem razão: é que o vice tá querendo comer, mas como o Bozo não quer morrer não tem alimentação.

  3. A folha como sempre pegando trechos da fala do vice para tentar criar confusão!! Muitos outros comentários mais construtivos e não utilizou!! Folha , um lixo mesmo!!

    1. E devidamente acompanhada por uma porção de "sem noção", como esses petralhas por aqui, que concordam com essas baboseiras.

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Diversos

MUITO TRISTE: Garota Brunninha sofre parada cardíaca no final da tarde deste domingo, não resiste e falece

A menina Brunna Silveira Lopes, a “Brunninha”, de 7 anos, que ficou conhecida por conseguir unir toda a população em torno de um transplante que ela tanto precisava infelizmente não resistiu e faleceu no final da tarde de hoje.

Na madrugada da última quinta-feira (4) ela recebeu um novo coração em uma operação realizada no Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife. Durante a noite da mesma quinta-feira, ela precisou ser submetida a uma nova cirurgia para conter um sangramento. Apesar do estado grave, ela vinha apresentando melhoras com o transplante. Só que no final da tarde de hoje ela teve uma parada cardíaca e não resistiu.

Notícia triste que abala a todos que se uniram em torno da esperança de vida dela. A família está toda reunida em Recife.

O caso ganhou repercussão quando foi confirmado que o coração dela parou de funcionar e ela estava conectada a máquinas para garantir que ela continuasse vivendo ainda em Natal. Então uma mega operação foi montada para que ela pudesse receber um novo coração em Recife. Infelizmente, Brunninha terminou perdendo a luta pela vida.

Ela sofria com um problema congênito chamado “transposição das grandes artérias”, que acontece quando o paciente nasce com uma inversão das ligações da aorta e da artéria pulmonar com o coração.

Opinião dos leitores

  1. Que Bruninha descanse em paz e a sua luta seja um marco na luta por uma saúde pública mais humana e eficiente para todos. Com certeza o céu recebe um anjinho que dará muita força e conforto para os eus pais, familiares e amigos que aqui ficaram.

  2. ?????,o céu hoje está mais alegre com a chegada dessa mocinha,que vc agora fique nos braços do senhor Deus Bruninha.

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Política

Um ano após prisão de Lula, PT se divide entre pedido de liberdade e oposição a Bolsonaro

Exatamente um ano depois da prisão de seu principal líder, o PT ainda está, nas palavras de um de seus mais influentes dirigentes, numa “encruzilhada”. O partido tenta encontrar um caminho entre a defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a construção de um projeto alternativo ao bolsonarismo para tentar voltar ao poder.

Reservadamente, os petistas admitem que Lula, 73, dificilmente voltará a disputar uma eleição. O ex-presidente está inelegível até 2038, com base na Lei da Ficha Limpa, por causa da condenação a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). O petista tem mais uma condenação em primeira instância e responde a outros seis processos.

O quadro de inelegibilidade só poderia ser revertido se os tribunais superiores anulassem a condenação de segunda instância do caso triplex. Poucos aliados, porém, acreditam nessa possibilidade. Nos tribunais, a maior esperança é conseguir uma progressão para o regime domiciliar. Isso aconteceria se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolvesse o petista do crime de lavagem de dinheiro, o que reduziria a pena.

Nenhuma liderança petista cogita virar as costas para Lula neste momento porque a história dele e a da sigla se confundem – e por razões humanitárias.

O ex-aliado Ciro Gomes (PDT) tem feito críticas públicas à defesa da liberdade do ex-presidente e descartado uma união com os petistas na oposição a Bolsonaro justamente por esse motivo. Até partidos como o PSOL e o PCdoB, que participam de atos pela liberdade de Lula, se queixam que a saída do ex-presidente da prisão não pode ser a bandeira principal da oposição. A avaliação é que seria preciso construir um novo projeto que conquistasse a população.

O próprio Lula tem afirmado para os que o visitam na Superintendência da Polícia Federal do Paraná que não acredita que os tribunais irão lhe beneficiar com a liberdade nos próximos meses. Na semana passada, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, adiou, sem definir nova data, o julgamento sobre o cumprimento de pena após a condenação em segunda instância, que estava marcado para a próxima quarta-feira. Se a Corte revisse a posição, o petista seria solto

Esperança

Para Lula, só a mobilização popular pode tirá-lo da cadeia. Por isso, o candidato derrotado do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, pegou a estrada neste fim de semana. Esteve na última sexta-feira em Porto Alegre e, neste sábado, em Florianópolis. Hoje está previsto um ato político na frente da sede da PF no Paraná para marcar um ano da prisão. A ideia é fazer dois ou três eventos da caravana “Lula livre com Haddad” por mês em todas as regiões do país.

Sem alternativa, o PT tenta juntar a mensagem em defesa da liberdade de Lula com o combate às propostas do governo Bolsonaro.

“O Lula livre é um guarda-chuva onde estão as demais bandeiras. Queremos o Lula livre para defender a aposentadoria do povo, para lutar contra a entrega do patrimônio nacional e a favor da educação”, afirma Márcio Macedo, um dos vice-presidentes do partido.

Em sua atuação no Congresso, o PT também pretende misturar a defesa de seu líder com as críticas ao governo. Para o deputado José Guimarães (PT-CE), integrante da direção nacional do partido, “soltar Lula e barrar a reforma da Previdência” estão entre os principais objetivos para este ano.

“Não daremos trégua para o governo. A oposição será como nós fizemos com o (ministro da Economia) Paulo Guedes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados”, disse.

O Tempo

Opinião dos leitores

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Judiciário

“Tenho esperança de que o STF não irá rever a prisão em segunda instância”

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Em entrevista exclusiva concedida à ISTOÉ na quarta-feira 3 , o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que a execução das condenações após o julgamento em 2ª instância constituiu a mudança mais importante para a diminuição da impunidade no País. Por isso, ele nutre a “expectativa e esperança de que o STF, responsável pela inovação, não irá rever essa decisão”. O Supremo Tribunal Federal (STF) deveria se reunir nesta quarta-feira 10 para decidir se manteria ou voltaria atrás na decisão, tomada em 2016 de permitir a prisão de condenados em tribunal colegiado, mas adiou a plenária. Há pressões de todos os lados. Entre as quais para que a jurisprudência seja mudada.

Enquanto torce para que tudo permaneça como está no STF, Moro — à frente do ministério a três meses — trabalha para endurecer as leis, sobretudo para os chamados crimes de sangue. Hoje, o Brasil é a nona nação com o maior número de assassinatos em todo mundo. A ideia é melhorar a posição do País nesse ranking, que nos coloca atrás apenas de Honduras, Venezuela, El Salvador, Colômbia,Trinidad e Tobago, Jamaica, Lesoto e África do Sul.

Na entrevista, o ministro explicou que seu projeto, já em apreciação no Senado, prevê que os sentenciados em Tribunal do Júri sigam direto para a cadeia e não fiquem livres enquanto a Justiça aprecia os inúmeros recursos. Para ele, essa ciranda faz com que muitos condenados levem até dez anos para pagarem seus crimes atrás das grades.

À ISTOÉ, Moro disse ainda que a proposta pretende inserir uma novidade no Código Penal que é a “plea bargain”, que permitirá ao preso delatar outros criminosos implicando na redução de sua pena. Moro entende que as medidas podem até superlotar as cadeias brasileiras, mas, para ele, “um criminoso perigoso custa mais caro solto do que preso”.

O senhor propõe no pacote anticrime que a prisão passe a valer após sentença em 2ª instância, não só para crimes de corrupção, mas para presos comuns. O que pode acontecer se o STF rever a decisão que permite a prisão após julgamento em segundo grau?
Sempre argumentei que a execução de condenações após o julgamento da 2ª instância foi a mudança mais importante para a diminuição da impunidade de grande corrupção e mesmo de crimes praticados por pessoas poderosas. Todos são iguais perante a lei. Ela deve proteger o vulnerável, mas também servir à responsabilização de qualquer pessoa, inclusive poderosa, que pratica um crime. Tenho expectativa e esperança de que o STF, responsável pela inovação, não reverá a sua jurisprudência.

O Brasil ostenta o nono índice mundial de assassinatos por 100 mil habitantes, com uma taxa de 30,8. Mas há estados com índices de 64,7 por 100 mil, acima até dos lugares considerados mais sangrentos do mundo. Como mudar essa realidade?
O projeto anticrime contém várias disposições contra crimes violentos como homicídios ou feminicídios. Propõe a execução imediata das sentenças proferidas pelos Tribunais do Júri que julgam crimes dolosos contra a vida. Prevê ainda que recursos contra a decisão do juiz que remete o caso ao Júri, na pronúncia ao sentenciado, não mais terão efeito suspensivo. Não é incomum que esses casos levem mais de dez anos para serem julgados. Isso vai reduzir esse tempo significativamente e tirar assassinos de circulação. Além disso, a ampliação do Banco Nacional de Perfis Genéticos vai ampliar a taxa de resolução desses crimes, assim como de outros.

Como a violência parece estar ligada à pobreza, o senhor acha que ela só será reduzida quando a economia melhorar?
A redução da criminalidade demanda a adoção de políticas públicas de segurança concertadas com políticas de educação, saúde, urbanísticas, em uma ação integrada. Investir, por exemplo, na recuperação de áreas urbanas degradadas faz diferença. Emprego e desenvolvimento também. Mas tirar criminosos perigosos da rua, combater o crime organizado e reduzir a corrupção, com medidas de segurança pública e Justiça, também fazem a diferença. Uma política não exclui a outra.

O senhor propõe que os condenados que cometem crimes hediondos deveriam demorar mais tempo para conseguir a progressão de pena, passando dos atuais dois quintos para três quintos. Não é pouco para crimes bárbaros que chocam a sociedade?
O projeto anticrime prevê que o condenado por crimes hediondos com resultado morte só poderá progredir após o cumprimento de 3/5 da pena. É uma elevação em relação à exigência atual. Ele só deve também progredir se constatado que ele tem condições de ressocializar-se. É importante investir na recuperação dos condenados, mas é razoável, para crimes graves e violentos, endurecer o sistema. Já é um avanço, embora sejam razoáveis posições daqueles que defendem um endurecimento maior para esse tipo de crime.

Seu projeto está propondo a “plea bargain” para que os bandidos que confessarem seus crimes tenham redução de pena, como já se faz com a delação premiada para casos de corrupção. Há ainda a execução da pena imediatamente após decisão do júri. Essas medidas não contribuirão para superlotar as cadeias?
O projeto anticrime tem por pressuposto que não é possível um endurecimento geral do direito penal, pois o sistema carcerário, já com superlotação, não comportaria tal medida. Mas o endurecimento focalizado em crimes mais graves é viável. A expectativa é que, com o incremento da eficácia das investigações e dos processos aliados ao endurecimento dos crimes mais graves, isso gere um efeito preventivo geral, diminuindo os crimes. A superlotação carcerária é um problema, mas um criminoso perigoso custa mais caro solto do que preso e abrir as portas das cadeias não é exatamente uma solução.

No seu projeto há a previsão de que, policiais que comprovarem que mataram um bandido em legitima defesa, terão extinto o processo por eventual violência policial. Essa medida não pode aumentar o número de pessoas mortas em confronto com a polícia?
Não há nada disso no projeto. Legítima defesa já é um instituto consagrado no direito e o projeto apenas explicita circunstâncias nas quais ela deve ser reconhecida para dar mais segurança aos agentes de segurança. Mas não há qualquer “licença para matar” como alguns críticos equivocados afirmaram. O policial deve prender e não matar o criminoso.

O senhor acha que a resistência no Congresso à aprovação do projeto anticrime já foi quebrada, com a paz selada com o presidente da Câmara, e agora ele será aprovado ainda neste primeiro semestre?
Tenho conversado com vários parlamentares, da Câmara e do Senado, e sinto grande receptividade, em especial dos relatores do projeto, como o deputado Capitão Augusto e senador Marcos Do Val. O governo e o Congresso, juntos, tem a oportunidade de liderar um processo de mudança, atendendo aos anseios da população por Justiça e Segurança. O tempo e a pauta pertencem ao Congresso, mas sinto dos presidentes de ambas as Casas uma grande boa vontade.

IstoÉ

Opinião dos leitores

  1. Incrível, mesmo depois de tanta impunidade, ainda existe um brasileiro que não é a favor da prisão em 2a instância. Masoquistas em último grau

    1. São pessoas sem escrúpulos, sem caráter e/ou que se beneficiam dessa impunidade (como os advogados milionários que enriquecem defendendo bandidos).

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Política

Derrotados nas eleições, políticos ganham cargos e até ocupam antigas cadeiras em Brasília

Foto: O Globo

Na semana passada, o ex-deputado Amauri Teixeira (PT-BA) estava sentando na primeira fila, reservada aos parlamentares, na Comissão de Minas e Energia da Câmara. Derrotado em 2014, ele desistiu de se candidatar em 2018, mas não desapegou da vida nos corredores do Congresso. Teixeira foi nomeado para um cargo de confiança no gabinete do quarto suplente da Mesa Diretora da Câmara, Assis Carvalho (PT-PI).

Em Brasília, abnegar do poder é um exercício, tudo indica, dificílimo. Neste ano, vários “fantasmas do passado” — como são chamados no Congresso os ex-poderosos que acumulam derrotas nas urnas — encontraram abrigo em gabinetes da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes.

Ex-líder do PR na Câmara, Aelton Freitas (MG) é agora funcionário do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), seu ex-colega na Casa. O ex-deputado faz parte de um grupo de cinco políticos tradicionais do Triângulo Mineiro, que, na renovação inédita desde a redemocratização, foram derrotados nas urnas em sua base eleitoral. Freitas foi nomeado, no fim de março, para um cargo cujo salário é de R$ 8,5 mil, com dispensa de bater o ponto.

Ex-vice governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (MDB) não conseguiu repetir o desempenho nas urnas de outros anos — como 2006, quando foi o deputado federal mais votado no DF — e foi derrotado no ano passado. Investigado e já preso temporariamente em uma fase da Lava-Jato, o emedebista não ficou sem emprego. Foi nomeado funcionário da liderança do partido, com salário de R$ 13,9 mil.

A ex-governadora do Distrito Federal Maria de Lourdes Abadia (PSB) também não conquistou votos suficientes para se eleger deputada federal. Ela também perdeu o emprego como secretária de Rodrigo Rollemberg (PSB), que não conseguiu a reeleição para governador do Distrito Federal. Maria de Lourdes foi nomeada, na semana passada, para cargo na quarta suplência da Mesa do Senado, ocupada por sua correligionária Leila do Vôlei (DF). A ex-governadora é agora auxiliar parlamentar do pleno, com salário líquido de R$ 7,9 mil, já considerando o auxílio-alimentação de R$ 982,00.

Já Rollemberg é funcionário de carreira do Senado e voltou para o posto, mas com um cargo de confiança que aumentou o salário que receberia normalmente. Pela função, na liderança de seu partido no Senado, ganha R$ 5.762,32 a mais. Com descontos, seu salário do último mês foi de R$ 22.621,50, mais do que os R$ 18,9 mil que recebia como governador.

Outro caso é o da ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que não conseguiu ser reeleita e agora dá expediente no gabinete da deputada Perpétua Almeida (AC), sua correligionária. Seu salário, de secretária parlamentar, é de R$ 11,7 mil líquidos.

Reforço na articulação

Já na transição, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou que escalaria um time de ex-deputados para ajudá-lo na articulação do governo com o Congresso. Um time de derrotados. No guarda-chuva da Casa Civil está Carlos Manato (PSL-ES), que, com salário bruto de R$ 16,9 mil, chefia a secretaria que cuida do relacionamento com a Câmara. Na mesma pasta e com o mesmo salário, estão os ex-deputados Victório Galli (PSL-MT), Marcelo Delaroli (PR-RJ) e Abelardo Lupion (DEM-PR). O último não disputou a eleição de 2018. Para o relacionamento com o Senado, foi nomeado o ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC), com o mesmo salário.

Outros ex-deputados também ganharam postos pela Esplanada, caso de Valdir Colatto (MDB-SC), com salário de R$ 16,9 mil. A nomeação como diretor do Serviço Florestal Brasileiro causou polêmica. Ele já foi presidente da Frente Parlamentar Agropecuária do Congresso — a bancada ruralista — e já fez críticas ao percentual de terra que deve ser preservado por fazendeiros. O órgão que assumiu era vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Na gestão Bolsonaro, passou para a pasta da Agricultura.

Não são apenas os ex-parlamentares com cargos que circulam pelo Congresso. O ex-senador Mauro Benevides (MDB-CE) sofre do mesmo apego. Na legislatura passada, mesmo durante o período em que era suplente e não tinha mandato (depois veio a assumir o lugar do colega Aníbal Gomes, que adoeceu), vagava pelos corredores da Câmara com seu antigo broche de deputado, discursando para quem quisesse ouvir. Em geral, o público era bastante restrito. Hoje, apesar da presença constante, ele não tem emprego no Congresso.

O ex-senador Hélio José (Pros-DF) também não se reelegeu. Ele está à procura de uma vaga no gabinete de algum colega. Enquanto isso não acontece, comparece a todas as sessões do plenário, senta-se na cadeira que foi sua, dá palpite aos colegas, articula — ou seja, age como se ainda fosse senador. Só não vota.

O ex-deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), aliado de primeira hora do ex-presidente Michel Temer, também não foi reeleito, mas tem sido visto em gabinetes da Esplanada tratando da reforma da Previdência. Ao GLOBO, disse que não tem cargo — e negou qualquer pretensão de ser nomeado para um posto em Brasília.

— Não estou fazendo nada, só conversando com um ou com outro. Meu desejo é que o governo acerte, que o Congresso vote e que nós tenhamos reforma da Previdência — resumiu.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Aproveitando o gancho, não esqueçamos da colossal fantasmolândia que são as Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais por Brasil este afora.

  2. VERGONHA NACIONAL,NINGUÉM QUER DEIXAR DE MAMAR NAS TETAS DO GOVERNO,O BRASIL PRECISA ACABAR COM ESSA POUCA VERGONHA!!!!!!!!!!!!????????????????

  3. A boquinha e tao boa que tem deles que nao quer nem o cargo….!!! Fato ainda mais vergonhoso e que demonstra o quanto esse povo e promiscuo….!!!

  4. O povo do RN derrotou Rogerio Marinho nas urnas, mais o bicho teve sorte voltou pra lá, o anti-pobre e anti-trabalhador.

    1. O eleitor-freguês não tem a prerrogativa de derrotar ninguém, só a de eleger seus algozes de estimação.
      Assim como ocorreu a Fernado Mineiro, Rogério Marinho não se elegeu porque lhe faltou a quantidade suficiente de votos de eleitores mentecaptos.

    2. Me desculpe, porém não foi sorte, apesar de ter sido derrotado e ter visão de mundo diferente da sua, entre os nossos candidatos a deputado federal, sem dúvida, é o mais competente, é estudioso, é preparado.

    3. Este meliante, Rogério Marinho, um verdadeiro canalha, está jogando na fossa a história do seu avô, Djalma Marinho.

    4. Vou defender Rogerio Marinho. Infelizmente nao votei nele pq so podia votar em Um. Porem, considero o melhor legislador da historia do RN. Muito superior a qualquer um e de qualquer partido. Preparado e inteligente, faz sim jus a historia da familia. E deixou uma excelente reforma trabalhista e vai deixar uma excelente reforma da previdencia. Naqueles que criticam, fazem sem pensar por ordem ideologica, mas nao houve prejuizo aos trabalhadores, somente a corruptos e sindicatos que nao representam ninguem. Estamos na maior crise economica de todos os tempos graças ao PT, e esse homem é uma salvaçao.

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Política

Dilma Rousseff: “365 dias de injustiça e Lula ainda é a voz da resistência”

A ex-presidente Dilma Rousseff mandou uma carta para o também ex-presidente Lula, que, neste domingo (7), completa um ano de prisão. Lula preso cumprimendo pena de 12 anos e 1 mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex no Guarujá (SP).

Na carta, Dilma reafirma a retórica do partido de afirmar que não houve crime e que a condenação foi feita sem provas. Ela afirmou que todas as decisões em primeira e em segunda instância, bem como as decisões de recursos impetrados no Supremo Tribunal Federal (STF) são resultados de “manipulações do processo legal”

Confira a carta na íntegra

Querido Lula,

Hoje faz um ano que você foi jogado numa cela e lhe impuseram o sofrimento e a solidão que as tiranias costumam infligir aos seus maiores adversários.

A cada dia que passa cresce o número de brasileiros e brasileiras, de cidadãos e cidadãs em todo o mundo que se revoltam com sua prisão sem crime e por isso sem provas.

Não houve um único dia nesses 365 dias de isolamento em que não se ouvissem exclamações de indignação, gritos de denúncia e brados de repulsa contra a brutal injustiça da sua condenação apoiada unicamente em manipulações do processo legal e no interesse de lhe afastar povo e impedir sua voltar à Presidência.

Sim, porque você foi preso para não disputar a eleição, pois venceria com folga. Você foi enclausurado para facilitar a ascensão da extrema-direita ao poder, esse desastre que estamos vivendo. Você continua encarcerado porque, livre, será o maior obstáculo ao retrocesso político, social, econômico e civilizatório a que o Brasil está sendo submetido.

Mesmo os que se opõem a você mas prezam a democracia se constrangem com o escândalo da sua prisão ilegal e já perceberam que você é um prisioneiro político.

A injustiça da sua prisão ofende o estado democrático de direito, fere as garantias constitucionais, o devido processo legal, a presunção de inocência e os direitos humanos. É uma ameaça a todos nós: se Lula pôde ser preso ilegalmente, qualquer um pode ser. Fere de morte a democracia.

Nós todos, a maioria do povo brasileiro, que consideramos que você é o maior presidente e o maior líder popular da história do Brasil, lutamos por sua liberdade plena, sem restrições de nenhuma espécie, porque entendemos que você sintetiza a luta pela democracia em nosso país.

Lutar pela tua liberdade significa enfrentar o aparato neofascista — militar, judicial e midiático — que está destruindo a democracia, trazendo de volta a miséria, entregando nossas riquezas, alugando nossa soberania, rifando nossas grandes empresas estatais e impondo ao povo sacrifício e sofrimento que vinhamos lutando para acabar nos nossos governos.

Você é a voz da resistência.

Você carrega o estandarte da luta democrática.

É o símbolo da batalha que todos travamos contra o autoritarismo, o neoliberalismo, a extinção de direitos, o desrespeito às conquistas identitárias, a repressão e a violência.

Mesmo preso, você é o maior inimigo do neofascismo que nos ameaça.

Nestes 365 dias de prisão injusta, você mostrou ao povo brasileiro, em cada gesto seu que se tornou público, que é possível resistir mesmo nas piores condições. A sua força moral nos fortalece, a sua garra nos anima, a sua integridade nos faz lutar – por sua liberdade que representa também as liberdades democráticas para todos os brasileiros.

Tentam lhe isolar numa cela apertada e, no entanto, tua imagem íntegra ganha as ruas, os corações e as mentes dos brasileiros. O conluio judicial e midiático que forjou a sua condenação fraudulenta visava a lhe afastar definitivamente do povo. Mesmo assim você resiste. Você está preso, há um ano, e mais do que nunca esteve próximo de nós.

O povo brasileiro está contigo, querido amigo Lula.

Você não está só.

E se ainda houver um resquício de justiça neste país, em breve estaremos juntos, aqui fora, caminhando ao seu lado pela liberdade do Brasil.

Dilma Rousseff

Opinião dos leitores

  1. Digna representante da esquerda brasileira. Ignorante, despreparada, "desmiolada", autoritária (arrogante ao extremo), metida a sabichona, desonesta (sim, já foi citada por vários delatores e tem a compra daquela refinaria-sucata lá nos EUA), perdulária (traduzindo para os petralhas: gastadora), mentirosa (elegeu-se em 2014 às custas de dinheiro de corrupção e de muitas mentiras)… A estocadora de vento é uma das heroínas dessa cambada. Mas, o principal representante da corja está preso. É o lugar apropriado prá essa gente.

  2. Essa assaltante de banco e criminosa, em vez de ter mandado uma carta, deveria ter ido visitar e ficava logo na PF. Seria um grande bem, que ela faria a nação. Lugar de ladrão sua Anta é na cadeia.

  3. Quem deve tem que pagar, mas porque os outros profissionaia da politica nao estao presos ??? Porque os processos deles demoram tanto???? Muitos mesmo sem agora mandatos !!! Sao so perguntas….!!!

  4. Num país sério bastaria o que vc fez na Petrobras para passar o resto da vida na cadeia. Mas aqui na república dos bananas vc vai para o exterior com grandes comitivas e o povo lascado pagando as contas. Esquerdista de meia tigela!! Em breve vc estará aonde já deveria estar!!!

  5. Bora mito, reforma para se trabalhar até os oitenta, temos força. Invasão da Venezuela, conte os seus seguidores. Os 13 milhões de desempregados não tem mérito, não se preocupe. Botem pra cantarem o hino e vestirem rosa e azul e tá tudo okei. O Lula ladrao.

  6. voce é a próxima a ser presa sua analfabeta funcional. uma vergonha ter tido uma presidANTA dessas

  7. Na era petralha a ignorância perdeu o pudor; e seus protagonistas, a vergonha que nunca tiveram.

  8. E verdade ele deveria e estar em uma prisão de segurança máxima
    Fez mais mau ao povo do que
    Fernandinho Beira Már e Marcola juntos

  9. Querido LULA…seu lugar é na cadeia , falará ainda outras condenações que está em curso , irá pagar CADA maldade que fez enquanto governante, fez doação de bilhões de reais para países ditadores sem retorno , enquanto temos milhares nas portas dos hospitais padecendo

  10. Esta senhora continua, com os demais esquerdistas que defendem a impunidade, é "cega de doer". Injustiça, cara pálida? O senhor Lula está preso porque cometeu delitos e foi condenado. Aliás, relembro, ele é um preso comum, viu?

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Economia

Devido à crise, 3,41 milhões de brasileiros já acumulam mais de um trabalho

Desde que perdeu seu último emprego com carteira assinada, Ricardo Blaiotta, de 49 anos, passou a se desdobrar em vários trabalhos como autônomo para recompor a renda. Atualmente, são quatro: faz transporte escolar, produz e vende comida congelada, revende cosméticos e, quando falta dinheiro para pagar alguma conta, dirige Uber. Formado em administração de empresas, ele é um dos trabalhadores que passaram a engrossar o grupo dos que têm mais de uma ocupação no Brasil. Nos últimos dois anos, esse contingente teve acréscimo de quase 1 milhão de pessoas, atingindo 3,41 milhões no fim de 2018, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad Contínua, do IBGE.

Para especialistas, esses trabalhadores são um espelho das atuais condições do mercado de trabalho, no qual o desemprego continua alto, e as oportunidades só aparecem na informalidade. Complementar a renda com mais de uma ocupação é uma necessidade para muitas famílias.

— Isso dialoga com a crise econômica, que desestruturou a renda das famílias e aumentou a subutilização da força de trabalho. Muitas pessoas têm de ter mais de um trabalho porque, na informalidade, os salários são mais baixos, explica Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Mais conta própria

Maria Andréia Parente Lameira, economista do Ipea, considera esse movimento característico do mercado recessivo, quando as pessoas driblam o desemprego se tornando conta própria. Esse grupo teve acréscimo de 1,7 milhão de pessoas nos últimos dois anos. No fim de 2018 eram 23,8 milhões, sendo que 19,1 milhões estavam na informalidade.

— O conta própria dificilmente tem jornada de oito horas por dia, então pode conciliar mais de um trabalho. É o cara que faz quentinha e outro bico, ou faz quentinha e também tem barraquinha de comida, explica Maria Andréia.

Nesse cenário, desponta quem faz quentinhas e quem trabalha com aplicativos de transporte, observa o coordenador do IBGE.

Com quatro ocupações, o dia de Ricardo começa às 5h. Ele leva e busca na escola sete crianças e atua como vendedor de uma representante de cosméticos, apresentando os produtos da marca em salões na Barra da Tijuca e na Zona Sul do Rio.

Nos intervalos dessas duas atividades, produz, sozinho, 150 refeições por semana. Elas são vendidas entre R$ 17 e R$ 22, cada. Há pratos como carpaccio de palmito pupunha e salmão. Ele também atende a pedidos de veganos e pessoas que passaram por cirurgia bariátrica.

Como a esposa é funcionária pública e passa o dia fora, também cabe a ele ficar com as duas filhas, de 7 e 10 anos, quando não estão na escola.

— Eu faço as compras, monto a marmita, entrego e faço o marketing. Tive de criar um mecanismo para tudo dar certo. Adaptar-me a minha nova realidade. Ganhava mais quando estava empregado (como representante comercial), mas precisava pagar uma pessoa para ficar com minhas filhas. Hoje, ganho menos, mas não tenho essa despesa, conta Ricardo.

Incerteza financeira

Foi também no ramo das quentinhas que a nutricionista Cinthya Machado, de 48 anos, encontrou uma fonte de renda extra. Formada há mais de 20 anos, foi demitida do hospital particular onde trabalhava em 2017. Desempregada, passou a atender em domicílio e, para complementar a renda, recorreu à ocupação que já havia tentado há 15 anos: refeições saudáveis congeladas. São cerca de 200 por mês.

— Desde que me formei, nunca havia ficado desempregada. Hoje trabalho mais e ganho menos. Também é ruim não ter uma renda fixa. Mas trabalho com algo no qual acredito, diz Cynthia.

Maria Andréia, do Ipea, lembra que a instabilidade financeira que ronda os conta própria é ruim para a economia, pois são famílias que deixam de consumir:

— Se você nunca sabe ao certo qual será sua renda naquele mês, não consegue ter um planejamento financeiro adequado, e suas decisões de consumo acabam prejudicadas. Comprar um aparelho eletrônico ou um automóvel, que dependem de parcelamento, é impensável. É uma vida sem sossego.

Desde que o operador de produção Jean Luiz da Silva, de 39 anos, teve sua jornada reduzida para apenas três dias por semana, por um ajuste de produção feito pela Ford, em São Bernardo do Campo, ele decidiu abraçar o hobby de sua mulher, Elen Cristina Chagas da Silva. O casal produz lembrancinhas para festas infantis.

— Antes eu só ajudava. Agora, com mais tempo em casa, virou nossa segunda fonte de renda, disse Jean.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. E tem trabalho(emprego) pras pessoas acumularem ….???? Onde isso ????? Homi papel realmente aguenta tudo….

  2. Tem muita gente esquecendo de trabalhar em casa e outras sendo obrigado, por necessidade, a trabalhar fora. O mundo ideal bolsomita.

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