Economia

Arminio Fraga: ‘reforma deve passar, mas meio desidratada’

Não tem escapatória. Para sair do quadro de recuperação lenta da economia, o governo precisa passar a reforma da Previdência no Congresso Nacional, dado que aposentadorias e pensões respondem por mais da metade do gasto público e que a crise fiscal é a “grande espada sobre nossos pescoços”, avalia o ex-presidente do Banco Central (BC) Arminio Fraga, em entrevista ao Estado.

O economista não vê espaço para o impacto fiscal das mudanças ficar abaixo do cerca de R$ 1 trilhão (em 10 anos) da proposta do Ministério da Economia, mas aposta num cenário mais realista, em que a reforma será aprovada “um tanto desidratada”, o que obrigará o governo a “caprichar muito” nas outras áreas.

Por que a recuperação da economia após a recessão está tão lenta?

De fato, tem sido uma recuperação lenta. Os dados de emprego e do PIB (Produto Interno Bruto, que cresceu 1,1% em 2018) divulgados recentemente confirmam isso. As origens (da lentidão) são múltiplas e têm a ver com um grau de incerteza geral ainda relevante. O governo é novo, de um grupo diferente, que nunca esteve no poder, com as naturais dificuldades de coordenação. A área onde estão as maiores oportunidades de investimento é a infraestrutura, mas, nesse setor, as coisas tendem a ocorrer de forma lenta. Outro aspecto diz respeito às famílias. Tem muita gente muito endividada, o que inibe o consumo. E, finalmente, na indústria há muitos setores com capacidade ociosa, o que inibe o investimento.

Nesse quadro, o Banco Central (BC) deveria baixar mais os juros?

O BC recuperou sua credibilidade, mas agora as expectativas de inflação estão próximas da meta, não há mais espaço relevante para cortes. Felizmente, o BC trabalha de maneira muito estruturada. Penso que essa política vai ter continuidade, mas não dá para esperar milagre só do BC.

Por que a reforma da Previdência é tão importante para enfrentar esse quadro?

A grande espada que está pairando sobre os nossos pescoços é a do lado fiscal. Temos uma situação fiscal bastante frágil, tanto no governo federal quanto na maioria dos Estados. A Previdência é pouco mais da metade do gasto, logo a solução tem de passar por ela. O ajuste necessário é grande, porque houve um colapso fiscal enorme a partir de 2014. Isso tem de ser revertido, para criar mais confiança, consolidar a trajetória de juros baixos e reduzir a incerteza. A Previdência gasta 14,5% do PIB, um número muito alto para um país ainda relativamente jovem. O ideal seria levar esse número para 12% do PIB ou menos, o que exige uma reforma de muito impacto.

A proposta do Ministério da Economia é suficiente?

Me parece boa, mas de menor impacto do que seria necessário para gerar um choque positivo de confiança. Além disso, ela pode ser desidratada no Congresso. Se não for na Previdência, de onde virá o ajuste? De áreas muito delicadas do ponto de vista social? Estamos num quadro de cobertor curto generalizado e a Previdência é o item de maior peso.

Há um valor mínimo para o impacto fiscal da reforma?

Para mim, não dá para cair abaixo do R$ 1 trilhão (em 10 anos) que se propôs. Pensando friamente, acho que vamos ter uma reforma boa, mas, possivelmente, limitada. E aí o problema vai seguir. As pessoas mais otimistas acreditam que essa reforma, ainda que um pouco desidratada no final, pode significar o início de um ciclo virtuoso de outras reformas, mas, na minha leitura, as probabilidades jogam contra.

Se não houver reforma da Previdência, a economia pode voltar à recessão?

Sim, o que seria dramático, posto que, com 12% de desemprego, o quadro já é dramático. Torço para que ao fim e ao cabo o mundo político tenha uma reação racional e procure caminhos de correção. Talvez seja mais torcida do que análise. Vi com bons olhos que o governo, na reforma da Previdência, chamou atenção às questões distributivas. Isso era algo que estava faltando, não tinha sido mencionado pelo presidente em seus pronunciamentos. Claramente, essa questão não pode ser deixada de lado. Não é só uma questão de justiça, o que claramente não é pouco, mas também uma questão de estabilidade política, sem a qual as coisas não vão andar.

Pesquisa do instituto MDA mostrou que 45,6% da população desaprovam a reforma da Previdência.

É preocupante, na medida em que sugere que os parlamentares, quando forem votar, terão pressão negativa das bases.

Qual estratégia de comunicação adotaria?

A estratégia tem de ser de mostrar a realidade das finanças públicas do Brasil e tentar convencer as pessoas de que as promessas implícitas na Previdência atual não são factíveis.

O ministro Paulo Guedes sugeriu desvincular todo o Orçamento como alternativa à reforma da Previdência. Daria certo?

Para funcionar, seria preciso mexer na própria Previdência, e também na estrutura salarial do governo. Um Congresso que não aprovar uma reforma como a proposta não vai dar ao governo esse poder gigantesco, não faz sentido. Se não passar nada no Congresso, aí vai ter pânico no mercado, paralisia econômica e aí aprova-se a reforma numa segunda tentativa. Acredito que a reforma será aprovada, um tanto desidratada, tudo indica, e aí o governo vai ter de caprichar muito no resto, muito mesmo. Vai ser um desafio enorme.

O resto são as reformas microeconômicas, a agenda de infraestrutura, a abertura da economia?

Sim, exato, sem esquecer os temas mais importantes: educação, saúde, saneamento, distribuição de renda. O Brasil precisa de uma boa reforma do Estado também.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

Opinião dos leitores

  1. Tudo de ruim que acontece em relação aos gastos de pensões e aposentadorias é fruto de desvios e roubos por parte desses políticos. Tem Magistrados que recebem atrasados de perdas inventadas só para eles que consegue desestruturar toda previdência. Portanto, a culpa é única e exclusiva deles. E a população só faz reclamar ! Eu acho pouco, paguem com essa inércia.

  2. A imprensa brasileira é um lixo, porque não cobram o fim de todas as mordomias da casta superior dos poderes públicos, não existe um jornal ou blog que tenha dignidade de cobrar isso. Vergonha

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Cultura

Titãs, Grafith e As Kengas são atrações do carnaval de Natal neste domingo (3); veja programação

O Carnaval de Natal conta com uma programação que abrange todos os gostos musicais neste domingo (3), com shows distribuídos nos polos da festa montados da capital potiguar. As atrações vão desde os shows de nomes nacionais como Titãs, a potiguar Roberta Sá e Sidney Magal, passando pela banda Grafith e pelos blocos, como o tradicional As Kengas. As informações são do portal G1.

O polo de Ponta Negra será animado pelo rock do Titãs, que encerra a programação iniciada às 16h pelo Bloco Suvaco do Careca, na região. Também se apresentam no bairro os blocos Baiacú Astral, Turma do Mar e Se Brincar eu Pego.

As Kengas seguem a tradição dos seus desfiles descontraídos no Centro Histórico da capital, às 15h30. A programação no polo será feita pelo Sidney Magal, que tem show marcado para as 20h.

Já em Petrópolis, os amantes de Música Popular Brasileira contarão com show da potiguar Roberta Sá, além do bloco Submarino Amarelo.

Na redinha a atração principal do palco Buiú é a banda Grafith, que anima os foliões a partir das 23h. Quem também se apresenta por lá é Carol Sant’anna, mais cedo. Blocos de carnaval, Gabriel Ciríaco e Yran Barr se apresentam na praça do Cruzeiro. Capilé e Nana Nenem fazem a festa no polo da região Oeste.

Programação completa deste domingo (3)
Polo Petrópolis

18h Bloco Submarino Amarelo (Av. Floriano Peixoto 284)
20h Banda Do Submarino Amarelo
22h Roberta Sá
Polo Ponta Negra

16h Bloco Suvaco Do Careca (Praia Shopping – Orq Dragões No Frevo)
16h Bloco Baiacú Astral (Orla De Ponta Negra)
16h Bloco Turma Do Mar (Orla De Ponta Negra)
16h Bloco Se Brincar Eu Pego (Catita Praia)
20h Du Souto
22h Titãs
Polo Redinha (Palco Buiú)

21h Carol Sant’anna
23h Grafith
Polo Redinha (Palco Cruzeiro)

12h Bloco As Raparigas (Pça Do Cruzeiro – Orq Frevo Do Papão)
16h Bloco Sem Preconceito Eu Vou – (Pça Do Cruzeiro – Orq Pipando No Frevo)
16h Bloco Banda Do Siri (Pça Do Cruzeiro – Orq Metais No Frevo E Clarin Triunfal)
21h Gabriel Ciríaco
22h Yrahn Barreto

Polo Centro Histórico (palco Praça 7 De Setembro)

15h30 Bloco As Kengas (Bardalos – Orq Tradição Do Folião)
16h15 Bloco Educação No Trânsito
16h30 Laryssa Costa
20h Sidney Magal
Polo Zona Oeste

18h45 Bloco Educação No Trânsito
19h Nana Nenem
21h30 Capilé
Diversos

16h Bloco Alegria Das Dunas (Conselho Comunitário Do Pq Das Dunas V E Vi – Orq Unidos No Frevo)
Circuito Praia (Praia Do Meio)

14h Banda Detroit E Rildo Lima
16h Banda Dubê

G1

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Política

“Somos nós que pedimos que os militares venham”, diz ministro de Bolsonaro

Em entrevista ao Estadão, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu a escolha de militares para ocupar cargos de confiança na gestão Jair Bolsonaro.

Segundo o ministro, como não há um banco de dados de servidores para ocupar os cargos, a solução inicial encontrada pelo governo foi buscar militares na reserva das Forças Armadas.

“Quando precisamos substituir inúmeras pessoas e trazer gente confiável, com capacidade técnica, carreira ilibada é muito difícil”, disse ao Estadão.

“Somos nós que pedimos as indicações e que eles venham. Não são eles se impondo”, afirmou. “Há uma gama enorme de cargos de confiança, muito mal preenchidos, muitos deles aparelhados, ou com grau de comportamento questionável.”

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. O nome dele é QUEIROZ um grande nome para GOVERNO e ainda é muito ligado aos meninos de BOLSONARO.

  2. Eu tenho uma ideia, porque não convida o GERENCIADOR DE SALÁRIOS para assumir uma pasta no GOVERNO BOLSONARO ?

  3. Esse chororô vem da seita do presidiário barbudo, quando esse gangster era presidente teve todos os seus ministros exonerados por corrupção, o último a cair foi o Palocci. Deve ser de gente desse nível que os zumbis vermelhos querem.

    1. Só aguardando notícias da próxima fala de outro ministro desorientado. Depois dos ? teremos azeitonas em evidência.

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Política

Fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela entra no décimo dia

O fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela entrou hoje (3) no décimo dia ainda sem solução à vista. O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou no dia 21 de fevereiro o fechamento da fronteira com o Brasil.

Na quarta-feira (27), o governador de Roraima, Antonio Denarium, reuniu-se com o governador do estado de Bolívar, Justo Nogueira Pietri, para discutir a reabertura da fronteira terrestre. No encontro, eles conversaram sobre tratativas comerciais que possibilitem abastecer as cidades fronteiriças de Pacaraima e Santa Elena de Uairén. Ambos demonstraram preocupação com o desabastecimento de produtos básicos para as duas regiões.
Segundo o secretário adjunto de Comunicação do governo de Roraima, Ricardo Amaral, os representantes venezuelanos ficaram de levar o pleito de restabelecimento das relações comerciais na fronteira terrestre para o governo central da Venezuela, mas ainda não houve resposta.

De acordo com Amaral, não há registros recentes de casos de conflitos entre manifestantes e forças de segurança observados nos primeiros dias de fechamento da fronteira. “O maior impacto é para os comerciantes da fronteira porque, com a crise econômica e a escassez de produtos, os venezuelanos vinham comprar insumos do lado brasileiro”, disse.

Ontem (1º), Maduro afirmou, no Twitter, que sua determinação é promover, de forma pacífica, a cooperação e compreensão dos países com respeito e fraternidade. Ele não mencionou as reuniões do autodeclarado presidente venezuelano, Juan Guaidó, com os presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez, do Paraguai, ocorridas em momentos distintos.

Agência Brasil

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Jornalismo

Trump retira EUA do tratado de redução de armas e país puxa crescimento global de gastos militares

Donald Trump retira os Estados Unidos de um tratado de redução de armas. Acusado de violar o acordo, Vladimir Putin anuncia estar pronto para apontar novos e perigosos mísseis contra seus inimigos.

Índia e Paquistão, potências nucleares, enfrentam-se nos céus da Caxemira. Chineses transformam ilhotas em bases militares e investem em aviões sofisticados.

A Ucrânia prevê gastar o que não tem para conter atividades da Rússia em seu território. Até na morosa América do Sul o Brasil é obrigado a negar que vá ajudar militarmente norte-americanos e colombianos a derrubar a ditadura da Venezuela.

O noticiário de 2019 confirma uma tendência na dinâmica das atividades militares no mundo: a volta da perspectiva do conflito entre Estados nacionais, algo que vinha em declínio com o fim da Guerra Fria e a ascensão dos conflitos irregulares como a guerra contra o terror.

Publicado pelo respeitado Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla inglesa), o “Balanço Militar 2019” coloca em números essa perspectiva de um mundo mais perigoso.

Referência na quantificação de gastos militares e avaliação do estado de Forças Armadas, a publicação mostra que em 2018 os EUA iniciaram uma alta expressiva na despesa bélica, puxando consigo países da aliança que lidera na Europa, a Otan.

Isso é resultado da chegada de Trump ao poder em 2017 e a publicação, em janeiro do ano passado, da sua nova Estratégia de Defesa Nacional, na qual propõe que os inimigos a serem combatidos são a China e a Rússia, e não grupos obscuros terroristas escondidos em cavernas.

Com efeito, se em 2016 o gasto com defesa de EUA e Canadá contabilizado pelo IISS caiu quase 2%, ele sobe quase 4% em 2018. A reversão ocorre também na Europa e no bloco Rússia/Eurásia, dominado pelo país de Putin —que havia reduzido os gastos após um pico de 16% de aumento em 2015.

Os EUA seguem como líderes incontestes no campo militar. Alocaram em 2018 US$ 643 bilhões para defesa —contra US$ 734 bilhões dos próximos 15 maiores países no campo, e US$ 310 bilhões do resto do mundo.

É o único país capaz de projetar força de forma coordenada em várias frentes, com seus 11 grupos de porta-aviões. É imbatível em mobilidade: tem 530 aviões-tanque para reabastecer sua frota mundo afora, contra 68 dos próximos cinco países na categoria de potência: Rússia, China, França e Reino Unido, companheiros de Conselho de Segurança da ONU, além da Índia.

Apesar de ter sido bem recebida pelos militares, a estratégia de Trump esbarrou na imprevisibilidade do presidente, que determinou retiradas de tropas do Afeganistão e da Síria sem consultar seu secretário de Defesa, Jim Mattis —que deixou o posto.

Ele foi substituído por Patrick Shanahan, um ex-executivo da Boeing entusiasta do programa de militarização do espaço defendido por Trump, não por acaso um campo em que sua ex-empregadora investe.

Apesar de toda a capacidade instalada, anos de desgaste em guerras no Iraque e Afeganistão cobraram um preço no planejamento, conforme a própria estratégia publicada por Trump admite. Seus rivais estratégicos melhoraram sua posição para desafiar Washington.

A China tem as maiores Forças Armadas do mundo: 2 milhões de militares —​algo até natural dada a demografia do país. Isso em si não significaria tanto não fosse a grande variedade de equipamentos e, como ressalta o IISS, o acelerado programa de modernização visando tornar o país a potência dominante no oeste do Pacífico.

Não por acaso, o turbulento Oriente Médio viu em 2018 a menor atividade de porta-aviões no golfo Pérsico na história recente, enquanto o Pacífico recebeu a visita de dois desses gigantes.

A ditadura comunista chinesa está militarizando dois conjuntos de ilhotas e atóis no mar do Sul da China, que considera suas águas territoriais. Isso é contestado pelos EUA, e não são poucos os analistas que preveem a região como um campo de batalha naval futuro.

Pequim ganhou relevância estratégica nas três últimas décadas, mas Moscou é ainda a grande rival de Washington. Putin aproveitou-se, mais do que qualquer outro líder, da fraqueza relativa dos EUA pós-2001.

A anexação da Crimeia em 2014 e a intervenção que salvou a ditadura de Bashar al-Assad na Síria em 2015 foram pontos altos desse desafio.

A relação com a Ucrânia é mais um exemplo do embate entre entes nacionais. Além de ter patrocinado o plebiscito que reintegrou a Crimeia à Rússia, o governo Putin fomenta o separatismo pró-russo no leste do país.

Com isso, buscando a reeleição, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, promete elevar seus gastos militares para a casa dos 5% do PIB —embora apenas uma virtualmente impossível adesão à Otan pudesse de fato lhe dar garantias.

Os russos têm reformulado doutrina e ampliado o investimento em formas modernas de combate, como a guerra cibernética.

Mas é na dissuasão nuclear que mora sua força: além de ter um arsenal comparável ao dos EUA, o que garantiria vários apocalipses caso tudo fosse usado, o Kremlin avançou muito em novas tecnologias de mísseis.

Naturalmente, assim como no caso chinês, há diversas fraquezas militares e principalmente econômicas que são escamoteadas pelos números brutos.

Porém, com um gasto militar na casa dos 4% do PIB e o quarto maior investimento nominal do mundo, a Rússia tem ainda muitos anos de protagonismo pela frente.

Os países do Oriente Médio e do Norte da África registraram uma queda brutal na variação de investimento — 12% a menos do que em 2017.

É uma área de conflito, contudo, então registra campeões no gasto militar em proporção do PIB: Omã e Arábia Saudita, com 11% cada um, lideram a lista. Israel despende enormes 5,9% —os Estados Unidos, que são a maior economia do mundo, gastam 3,14%.

O Brasil, de acordo com o IISS, gastou em 2018 1,4% de seu PIB com defesa (1,51% segundo o governo), mas 89% do valor vão para pagamento de pessoal e inativos.

Ainda assim, tem uma força militar grande para manter: 334.500 uniformizados, e incorporou um importante meio à sua frota naval, o porta-helicópteros britânico Ocean, rebatizado Atlântico.

A América Latina e o Caribe, indica o IISS, também seguiram a tendência puxada por Trump e tiveram um aumento de quase 2% no seu investimento militar em 2018.

Mas isso não reflete a situação venezuelana, pois o país do ditador Nicolás Maduro não tem números auditáveis pelo IISS. O que se sabe é sobre a boa capacidade de defesa aérea do país, a melhor do continente e um problema para os adversários.

Folhapress

Opinião dos leitores

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Política

Candidaturas de laranjas levam Congresso a propor fim de cota para mulheres

Foto: Agência Brasil

A revelação do esquema de candidaturas femininas de fachada simplesmente para que partidos atingissem o percentual mínimo de candidatas trouxe de volta ao Congresso a discussão sobre a cota de vagas para mulheres nas eleições.

No primeiro mês de trabalho do Legislativo foram apresentados dois projetos que levam em consideração o desvio de recursos a partir de candidaturas de laranjas.

O primeiro acaba com o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o chamado fundo eleitoral. O outro, da semana passada, extingue o percentual mínimo de candidatas.

Se aprovados até outubro, podem já valer para as eleições municipais de 2020.

Desde 2009, mulheres precisam ser 30% das candidaturas registradas por um partido.

Além disso, no ano passado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que as legendas deverão reservar pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral para financiar candidaturas femininas. O mesmo percentual passou a ser considerado em relação ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV.

No entanto, como a Folha mostrou em reportagens neste ano, partidos usaram mulheres como candidatas laranjas nas últimas eleições.

Uma das siglas que adotou a prática foi o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, eleito com o discurso de ética e fim da corrupção.

Diante das denúncias, Gustavo Bebianno, que presidiu o partido na época das eleições, foi demitido do cargo de ministro da Secretaria-Geral, e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, teve sua manutenção no cargo questionada por aliados do governo.

Reportagem da Folha publicada em 4 de fevereiro revelou que Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, patrocinou um esquema de quatro candidaturas de laranjas, todas abastecidas com verba pública do PSL. O caso é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do estado e levou o ministro a reivindicar no STF (Supremo Tribunal Federal) foro especial —o que foi negado.

“No momento em que se estabeleceu o percentual de 30% para as mulheres, está claro agora que acabaram sendo conduzidos recursos para mulheres sem grande potencial eleitoral que servissem justamente de guarda-chuva para as campanhas dos marmanjos”, afirma Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado e presidente da legenda em São Paulo.

Ele é autor do projeto que acaba com o fundo eleitoral. Hoje, os candidatos recebem recursos desse fundo, do fundo partidário e de doações de pessoas físicas.

Olímpio diz que a obrigatoriedade da cota gera candidaturas sem consistência, “simplesmente para preencher um vazio”.

“[Para] Cada mulher que você não consegue nos 30%, você está perdendo candidatura masculina. É comum os partidos falarem ‘oh, cara, eu quero legenda para ser candidato num partido’. ‘Então, me arrume mais duas mulheres'”, afirma.

Já o projeto que acaba com a cota de mulheres foi apresentado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA). Ele justifica que a participação feminina nas últimas eleições não se mostrou diferente do patamar histórico.

No ano passado, o número de mulheres registradas pelos partidos ficou próximo ao mínimo exigido por lei —30,7% dos pedidos de registro para a disputa aos cargos de deputado estadual e 31,59% para as vagas de deputado federal.

“Parto do princípio que as mulheres querem ter igualdade com os homens. Se querem igualdade, não precisa ter cota”, afirma Coronel.

No Congresso, há mulheres que concordam com ele.

“Sou contra qualquer tipo de estipulação de cotas, seja para questões de raça, de opção sexual, de gênero. Penso que as cotas, antes de incluir, excluem, são preconceituosas”, afirma Selma Arruda (PSL-MT).

“Se não temos mulheres suficientes porque elas não se interessam ainda, por questão cultural, de entrar na política, não será impondo cotas que nós vamos conseguir”, afirma a parlamentar de Mato Grosso, estado que elegeu apenas uma senadora —ela— e uma deputada federal.

Atualmente, apenas 12 dos 81 senadores são mulheres, 15%. Na Câmara, são 77 deputadas e 436 deputados (15%).

O líder do Solidariedade na Casa, deputado Augusto Coutinho (PE), que comanda uma bancada com duas mulheres e 13 homens, também se diz contra as cotas. “É mais um desses puxadinhos brasileiros que só criam problema.”

“No mundo ideal a gente não precisaria de cota para absolutamente nada. Meu sonho é que nós não precisemos de cotas para que as mulheres tenham espaço na política brasileira”, afirma a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso e presidente do PSL Mulher.

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é preciso aprovar um projeto de lei que regulamente a distribuição de recursos do fundo eleitoral, sem alterar o percentual destinado às mulheres.

“O problema foi aprovar sem o Legislativo. O que precisamos é ter uma lei que deixe clara a regra da distribuição dos recursos sem mudar os 30% das mulheres”, afirma.

A possibilidade de acabar com a cota foi considerada absurda por alguns parlamentares de ambos os gêneros, que criticam o fato de se usar as candidaturas de laranjas como pretexto para retroagir na legislação em vigor.

“O problema é o crime, não o princípio. A reserva de vagas é um princípio para garantir a paridade da participação feminina nas eleições”, afirma o líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“É uma desculpa de quem nunca admitiu mulher na política para retroceder e fazer o que eles querem, a nossa exclusão do cenário”, diz a senadora Eliziane Gama (PPS-MA).

“O que falta é fiscalização, investigação, punição para quem faz. E não retirar um direito conquistado, que foi muito difícil conseguir”, afirma a líder do PP no Senado, Daniella Ribeiro (PB).

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Porque não invés deo fim de contas para mulheres , eles não discutem o fim do financiamento público

  2. Querem provar a incapacidade das mulheres, esse é o retrato do congresso. Cadê as feministas?

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Judiciário

Juíza ordena ‘imediata conclusão’ de ação contra ex-diretor da Dersa

Após a reconsideração do ministro Gilmar Mandes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal de São Paulo, determinou nesta sexta-feira, 1, a ‘imediata conclusão’ da ação penal na qual o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza é réu sobre supostos desvios de R$ 7,7 milhões que deveriam ser aplicados na indenização de moradores impactados pelas obras do Rodoanel Sul e da ampliação da avenida Jacu Pêssego. Neste processo, Vieira de Souza é acusado pelos crimes de peculato (desvio de recursos públicos), inserção de dados falsos em sistema de informação e formação de quadrilha. A denúncia é da força-tarefa da Lava Jato São Paulo.

“Em razão da decisão proferida em 1 de março de 2019 na Medida Cautelar no Habeas Corpus nº. 167.727 – São Paulo que tramita perante o E. Supremo Tribunal Federal, que reconsiderou a decisão liminar proferida naqueles mesmos autos em 13/02/2019, tornam-se prejudicados os pedidos formulados pelas defesas dos réus após a apresentação das alegações finais escritas, e assim, estando os autos em termos, determino a imediata conclusão da ação penal para prolação de sentença de mérito”, afirmou a magistrada.

Na quinta-feira, 7, o ex-diretor da Dersa completa 70 anos de idade, o que vai reduzir o prazo prescricional pela metade. O prazo é estabelecido pelo artigo 109 do Código Penal.

Em 13 de fevereiro, Gilmar ordenou novas diligências no processo, como depoimentos e análise de documentos. O despacho acolhia pedido da defesa de Vieira de Souza e adiou o fim do processo.

A ação já estava em fase de alegações finais e, segundo a Lava Jato, se novas diligências tivessem que ser feitas, parte dos crimes corria o risco de prescrever. Com a reconsideração do ministro, a juíza Maria Isabel do Prado já pode sentenciar novamente Vieira de Souza, que está preso por ordem da Operação Lava Jato do Paraná, sob suspeita de lavagem de dinheiro e de operar propinas a políticos do PSDB.

O ministro reconsiderou sua decisão liminar e afirmou que a nova decisão se dá sem prejuízo a nova análise quando seu mérito for julgado. Gilmar acolheu relatório em que a juíza Maria Isabel do Prado afirmou que as diligências não são novas e, aquelas que não foram feitas, são inviáveis.

“Neste juízo prévio e provisório típico do exame de medida liminar, no qual a tutela provisória pode ser, a qualquer tempo, revogada ou modificada, considero relevantes as informações prestadas pelo Juízo da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo/SP (Ação Penal 0002176- 18.2017.4.03.6181), no sentido de que, “sem rediscutir o reconhecimento da preclusão, irrelevância ou impertinência dos requerimentos pela decisão apontada com coator objeto da medida impetrada, tais diligências já estão satisfeitas nos autos ou restariam prejudicadas”, anotou Gilmar

No dia 25 de fevereiro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, havia alertado o ministro sobre o ‘risco de prescrição’ e pediu o julgamento em mesa. Na manifestação, Raquel informou que a ação estava pronta para sentença e que Vieira de Souza já havia apresentado suas alegações finais no processo.

Condenação

Na Justiça Federal em São Paulo, Paulo Vieira de Souza sofreu um duro revés na quinta, 28. A juíza Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara Federal o sentenciou a 27 anos de prisão pelos crimes de cartel e fraudes em licitações no Rodoanel e em obras da Prefeitura de São Paulo.

A magistrada ainda impôs o pagamento de 2002 dias-multa, ‘aumentados ao triplo’, sendo que cada dia-multa é fixado em cinco salários mínimos à época do fato criminoso. Segundo a acusação, os crimes teriam ocorrido entre 2004 e 2015.

De acordo com a magistrada, o prejuízo causado por Paulo Vieira de Souza ‘tomou proporções avassaladoras, com provas cabais de locupletamento ilícito a custas do erário público’. “Sobreleva notar a infinidade de creches, escolas, hospitais e outras obras públicas que poderiam ter sido realizadas em benefício da população”.

“Com efeito, torna-se evidente a influência política e prestígio que exercia o acusado no interior da Dersa, no que favorece a prática de tal ilícito, pois retrata maior dissimulação para se chegar a tais configurações”, escreve.

Nova denúncia

Paulo Vieira de Souza virou réu novamente na sexta, 1. O juiz federal Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Federal, aceitou uma denúncia da força-tarefa da Lava Jato São Paulo contra o ex-diretor da Dersa por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Segundo os procuradores, de um montante de R$ 126 milhões atribuídos a Vieira de Souza em contas da offshore Groupe Nantes, na Suíça, de sua propriedade, pelo menos R$ 27 milhões seriam oriundos de esquema de corrupção durante sua gestão na Dersa. O alvo desta denúncia é diferente da investigação da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

“Esta denúncia (da Lava Jato São Paulo) se limita a investigar as corrupções do momento que o senhor Paulo Vieira de Souza era diretor de Engenharia da Dersa. As corrupções solicitadas e efetivamente pagas de 2007 até 2010, pelo menos, e as lavagens de dinheiro decorrentes, seja na lavagem interna ou no recebimento no exterior ou remessa de dinheiro para o exterior até 2010, mas que continuam até hoje ocultos e não repatriados pelo senhor Paulo Vieira de Souza”, explicou o procurador André Lasmar.

Na acusação formal apresentada à 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Paulo Vieira de Souza é apontado como autor de pelo menos oito fatos de corrupção: cinco no Rodoanel Sul, dois no Sistema Viário e um na Estrada Parque. Caso seja condenado por todos os fatos de corrupção e lavagem de dinheiro que lhe foram imputados, Vieira de Souza poderá receber uma pena total de 194 anos de prisão.

Delação

Nas mãos dos investigadores da Lava Jato em Curitiba, estão documentos sobre conta atribuída a ele pela qual passaram R$ 130 milhões. A força-tarefa suspeita que o dinheiro teria beneficiado ex-diretores da Petrobrás e políticos.

Paulo Vieira já foi preso três vezes no último ano e deixou a cadeia duas vezes por decisões do ministro Gilmar. Documentos apreendidos em sua casa mostram que, em sua primeira detenção, na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, ele fez um diário, no qual relatou a possibilidade de delatar, além de pedidos de seus próprios familiares contar ‘o que sabe’.

“Acabe com isso, negocie com o MP, negocie sua soltura, o trancamento dos inquéritos e o que mais souber. Por favor, por favor, a minha mãe, minha irmã e eu não devemos mais entrar nisso”, diz sua filha Priscila, em carta apreendida pela Operação Lava Jato.

Estadão Conteúdo

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Economia

Idade mínima para a aposentadoria já subiu em 55 países

A definição de uma idade mínima na aposentadoria, de 62 anos para mulheres e 65 para homens, como prevê a reforma da Previdência proposta pelo atual governo, é realidade em vários países.

Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que pelo menos 55 deles aumentaram a idade para pedir o benefício entre os anos de 1995 e 2017.

Na Europa e na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), muitos países estão reformando seus sistemas de seguridade social desde a década de 1990.

No caso dos países emergentes, a reforma no Chile, na década de 1980, acabou servindo de modelo para diversos países na América Latina e para nações em desenvolvimento, afirmaram os pesquisadores Rogério Nagamine e Otávio Sidone.

O levantamento mostra que há tentativas de estabelecer uma idade mínima no Brasil desde a década de 1990.

As tentativas, frustradas, ocorreram nos governos FHC, Lula, Dilma e Temer. Os pesquisadores do Ipea afirmam que dados da Fiap (Federação Internacional dos Administradores de Fundos de Pensão) mostram que, entre 1995 e 2017, pelo menos 76 países aumentaram a taxa de contribuição previdenciária.

Além disso, 55 elevaram a idade de aposentadoria e 60 ajustaram a fórmula de cálculo dos benefícios, reduzindo o valor pago aos segurados.

Na proposta do governo, a aposentadoria vai exigir, além da idade mínima, 20 anos de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O valor do benefício será igual a 60% média salarial do segurado, mais 2% para cada ano de contribuição acima dos 20 anos mínimos. Dessa forma, para ter a aposentadoria integral, será preciso ter contribuído por pelo menos 40 anos para a Previdência.

Confira alguns países que mudaram as regras

Austrália: A idade mínima é de 65 anos e está subindo gradualmente para 67 de 2017 até 2023. A alíquota de contribuição está aumentando de 9% para 12%, entre 2013 e 2020.

Bélgica: A idade da aposentadoria é de 65 anos. Há previsão na lei para subir para 66 anos, em 2025, e 67 anos, em 2030.

Coreia do Sul: A idade mínima está em 61 anos e aumentará para 65 anos até 2034.

Dinamarca: A idade será elevada de 65 para 67 anos, entre 2019 e 2022. Até 2030, deverá subir para 68 anos.

Estados Unidos: A idade mínima é de 66 anos, subindo, aos poucos, para 67 anos até 2027.

Grécia: Não havia idade mínima e, em 2012, foi estabelecida em 67 anos para homens e mulheres. A partir de 2021, será ajustada de acordo com mudanças na expectativa de vida a cada três anos.

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. O maior problemas que particularmente observo e desde já afirmo compartilhar é se vai ser uma regra ou se terá vários pesos e várias medidas como infelizmente acontece nesse País. Gostaria de saber se magistrados e políticos também vão se aposentar com a mesma idade e o principal, o teto será do INSS?

  2. Deveriam inserir nesta reportagem, a qualidade de vida e expectativa de vida, nos países citados (BÉLGICA, ESTADOS UNIDOS, COREIA DO SUL,AUSTRÁLIA, DINAMARCA).
    Deviam também fazer uma explanação sobre a relação de salários e aposentadoria dos políticos, com os salários do restante da população.Concordo com a reforma, mas, pena que no Brasil, como sempre, quem vai pagar é o já sacrificado povo.

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Esporte

Dana White quer Thiago Marreta como próximo adversário de Jon Jones: “Amo pensar nessa luta”

Após mais uma vitória sem maiores dificuldades para Jon Jones, a pergunta é automática: quem será o próximo a tentar superar o campeão dos meio-pesados? Confirmando o que já havia dito antes mesmo da luta entre Jones e Anthony Smith, Dana White chegou a sugerir espontaneamente a luta com o brasileiro Thiago Marreta para os jornalistas presentes na coletiva de imprensa do UFC 235, já na madrugada deste domingo em Las Vegas.

– Acho que Cormier e Brock Lesnar querem fazer essa luta (contra Jon Jones), mas vocês não querem ver Thiago Santos lutando contra Jon Jones? Ele (Jones) não parece muito animado em ir para o peso-pesado. Amo pensar nessa luta entre Thiago Santos e Jon Jones, quero muito fazer isso acontecer. Essa é a luta para se fazer. O que tenho disponível agora? Isso. Quem você escolheria contra Jon Jones? Eu escolheria Thiago Santos. Ele está muito bem e tem o estilo de luta que tira o melhor de Jon Jones. Adoraria assistir.

Thiago Marreta, que estava na arena em Las Vegas para apoiar sua companheira de academia Polyana Viana, não foi o único brasileiro elogiado pelo chefão do UFC. Dana também destacou a sensação Johnny Walker, que faturou o prêmio de performance da noite com um nocaute espetacular diante de Misha Cirkunov, em apenas 36 segundos. O brasileiro tem 26 anos e três nocautes em três lutas pelo UFC, e já desponta como uma promessa de estrela na organização.

– O futuro de Johnny Walker é brilhante. Ele é talentoso demais, só precisa cuidar dessa comemoração (risos). Espero que ele esteja bem. E olha como ele venceu Misha, em um piscar de olhos. Com uma joelhada incrível, impressionante – disse o chefão, lembrando que o brasileiro se lesionou ao comemorar dançando.

Dana White ainda comentou a polêmica decisão de encerrar a luta entre Robbie Lawler e Ben Askren. O árbitro Herb Dean considerou que Lawler apagou com a gravata aplicada por Askren e decretou o fim do combate. O ex-campeão reclamou muito após a derrota, alegando que não tinha apagado, e Dana White, como costuma reagir com decisões que deixam dúvidas nos fãs, lamentou o trabalho da arbitragem.

– Foi uma decisão ruim da arbitragem. Nós temos esse debate com os árbitros, mas falta a eles se questionarem também perguntando para quem errou: “O que foi que você fez?” Foi uma parada ruim, mas o que podemos fazer? Foi uma grande luta, de toda maneira. E nós vamos fazer essa duelo de novo.

Apesar de ter achado equivocada a arbitragem na vitória de Askren, Dana White elogiou o mesmo Herb Dean na luta principal da noite. Quando Jon Jones aplicou uma joelhada ilegal em Anthony Smith, caído no chão, o árbitro não desclassificou o campeão, e o puniu com a perda de dois pontos. Dana considera também louvável a atitude do desafiante em se reapresentar para a luta. Se não voltasse, seria dado como vencedor da luta por desclassificação de Jones.

– Isso é sempre difícil, quando alguém sofre esse tipo de irregularidade mas ainda tem condições de lutar. Respeitamos muito Smith por se levantar e mostrar que estava bem, e acho que a arbitragem fez bem em tirar dois pontos de Jones. Repito: tenho muito respeito por Smith por causa desse gesto – disse Dana White.

Globoesporte.com

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Política

Guaidó anuncia retorno à Venezuela e convoca novos protestos

Em viagem ao Equador, o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó anunciou, neste sábado, que deve voltar para seu país entre segunda e terça-feira. Guaidó afirmou ainda que vai convocar novos protestos para a próxima semana.

“Anuncio meu regresso do Equador, país irmão, que hoje também reinicia relações produtivas entre nossos povos, para enfrentar não apenas a crise migratória, mas também o flagelo da corrupção”, disse Guaidó à imprensa após se reunir com o presidente equatoriano Lenin Moreno.

Guaidó, líder da oposição que em 23 de janeiro se proclamou presidente interino com apoio da Assembleia Nacional, deixou a Venezuela no último dia 22, após a Justiça ter proibido sua saída, para apoiar uma ação de ajuda humanitária ao seu país.

Segundo agenda oficial divulgada para a imprensa, Guaidó planeja deixar o Equador ainda na manhã deste domingo. O lider opositor disse, no início desta semana, que voltaria “o mais tardar” para a Venezuela, onde a incerteza sobre se ele será preso para contornar a proibição de sair do país é mantida.

“Volto na segunda-feira e terça-feira, embora também seja carnaval na Venezuela. Hoje temos pouco a comemorar e muito a fazer. Vamos convocar protestos”, acrescentou.

Guaidó chegou na tarde sábado ao Equador para se reunir com Moreno, que expressou seu apoio a uma “profunda transformação” na Venezuela.

“Estaremos atentos às coordenadas que marcam o povo venezuelano e você, como seu líder, como o líder desta cruzada de profunda transformação de que precisa o povo venezuelano”, disse Moreno.

Depois de visitar também a Colômbia, o Brasil, o Paraguai e a Argentina, Guaidó disse que “pronunciamentos de presidentes amigos reconhecendo a luta dos venezuelanos são muito importantes” para o país.

Ele viajou para a cidade equatoriana de Salinas acompanhado por sua esposa, Fabiana Rosales, e o embaixador nomeado para Quito, René De Sola. Durante sua visita, Guaidó caminhou com Moreno ao longo de um calçadão, onde tirou fotos com algumas pessoas que também passeavam ali.

Ajuda e liberdade

O presidente equatoriano espera que venham “dias melhores” para a Venezuela, de onde saíram 2,7 milhões de pessoas desde 2015, quando se iniciou a crise política e econômica, segundo a ONU.

“Estamos dispostos a nos tornarmos aqueles que ajudarão a fazer com que a liberdade e a democracia finalmente voltem à Venezuela”, disse Moreno, cujo país é junto com a Colômbia e o Peru um dos principais receptores de imigrantes venezuelanos. Quito calcula que cerca de 250 mil pessoas dessa nacionalidade vivem em território equatoriano.

Guaidó disse que, no âmbito de sua visita à região, também foi convidado para o Chile em 22 de março.

“Nesta muito importante turnê que fizemos para os países irmãos da América do Sul, não viemos apenas pedir ajuda”, mas “também em busca de liberdade, democracia e uma ordem de prosperidade e progresso para a Venezuela”, disse Guaidó em sua chegada no Equador.

Moreno, que inicialmente defendeu o diálogo na Venezuela como um mecanismo para resolver a crise, considerou o país agora um “Estado falido”: “Esse Estado falido, completamente falido, não deve ir mais longe”, disse Moreno, referindo-se ao governo de Nicolás Maduro. “Estamos no caminho para sair deste abismo em que tinha colocado esse chamado socialismo do século XXI”, disse ele.

O Globo

Opinião dos leitores

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Economia

Contribuinte pode aproveitar feriado para preparar declaração do IR

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O programa para fazer a Declaração do Imposto de Renda deste ano já está disponível desde a última semana. Assim, quem quiser aproveitar o feriado prolongado do carnaval pode juntar os documentos, preencher os dados e deixar tudo pronto para enviar a declaração entre as 8h do dia 7 de março e as 23h59 de 30 de abril deste ano, pela internet.

Quem tem restituição para receber, quanto mais cedo enviar mais rapidamente recebe o valor. Entretanto, quem deixa para os últimos dias recebe maior correção pela taxa básica de juros, a Selic. Além disso, as restituições são liberados prioritariamente para idosos acima de 80 anos, contribuintes entre 60 e 79 anos, pessoas com alguma deficiência física ou mental ou doença grave e contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.

Lotes de restituição

As restituições do Imposto de Renda serão feitas em sete lotes, a partir de junho deste ano: o primeiro sairá no dia 17 de junho; o segundo em 15 de julho; o terceiro, no dia 15 de agosto; o quarto em 16 de setembro; o quinto, no dia 15 de outubro; o sexto em 18 de novembro; e o sétimo em 16 de dezembro.

Programa

A declaração pode ser feita de três formas: pelo computador, por celular ou tablet ou por meio do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Pelo computador, será utilizado o Programa Gerador da Declaração – PGD IRPF2019, disponível no site da Secretaria da Receita Federal.

Também é possível fazer a declaração com o uso de dispositivos móveis, como tablets e smartphones, por meio do aplicativo “Meu Imposto de Renda”. O serviço também está disponível no e-CAC no site da Receita, com o uso de certificado digital, e pode ser feito pelo contribuinte ou seu representante com procuração.

O contribuinte que tiver apresentado a declaração referente ao exercício de 2018, ano- calendário 2017, poderá acessar a Declaração Pré-Preenchida no e-CAC, por meio de certificado digital. Para isso, é preciso que no momento da importação do arquivo, a fonte pagadora ou pessoas jurídicas tenham enviado para a Receita informações relativas ao contribuinte referentes ao exercício de 2019, ano-calendário de 2018, por meio da Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf), Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed), ou a da Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob).

Segundo a Receita, o contribuinte que fez doações, inclusive em favor de partidos políticos e candidatos a cargos eletivos, também poderá utilizar, além do Programa Gerador da Declaração (PGD) IRPF2019, o serviço “Meu Imposto de Renda”.

Para a transmissão da Declaração pelo PGD não é necessário instalar o programa de transmissão Receitanet, uma vez que essa funcionalidade está integrada ao IRPF 2019. Entretanto, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.

O serviço Meu Imposto de Renda não pode ser usado em tablets ou smartphones para quem tenha recebido rendimentos superiores a R$ 5 milhões.

Obrigatoriedade

Estará obrigado a apresentar a declaração anual o contribuinte que, no ano-calendário de 2018, recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$ 28.559,70. No caso da atividade rural, quem obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50

Declarantes

Também estão obrigadas a apresentar a declaração pessoas físicas residentes no Brasil que no ano-calendário de 2018

– Receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00;

– Obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;

– Pretendam compensar, no ano-calendário de 2018 ou posteriores, prejuízos com a atividade rural de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2018;

– Tiveram, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00;

– Passaram à condição de residentes no Brasil em qualquer mês e nessa condição encontravam-se em 31 de dezembro; ou

– Optaram pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados no país, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato.

CPF de dependentes

Neste ano, é obrigatório o preenchimento do número do CPF de dependentes e alimentados residentes no país. A Receita vinha incluindo essa informação gradualmente na declaração. No ano passado, era obrigatório informar CPF para dependentes a partir de 8 anos.

Dados sobre imóveis e carros

Em 2019, não será obrigatório o preenchimento de informações complementares em Bens e Direitos relacionadas a carros e casas. A previsão inicial da Receita era que essas informações passassem a ser obrigatória neste ano, mas devido à dificuldade de contribuintes de encontrar os dados, o preenchimento complementar não precisa ser feito.

Desconto simplificado

A pessoa física pode optar pelo desconto simplificado, correspondente à dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis, limitado a R$ 16.754,34.

Deduções

O limite de dedução por contribuição patronal ficou em R$ 1.200,32, devido ao reajuste do salário mínimo. No ano passado, o limite era R$ 1.171,84. Se não houver nova lei, este é o ultimo ano em que há a possibilidade dessa dedução de contribuições pagas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por patrões de empregados domésticos com carteira assinada. Essa medida começou a valer em 2006 para incentivar a formalização dos empregados domésticos.

A dedução por dependente é de, no máximo, R$ 2.075,08 e, para instrução, de R$ 3.561,50.

Os contribuintes também podem deduzir valores gastos com saúde, sem limites, como internação, exames, consultas, aparelhos e próteses, e planos de saúde. Nesse caso é preciso ter recibos, notas fiscais e declaração do plano de saúde e informar CPF ou CNPJ de quem recebeu os pagamentos.

As chamadas doações incentivadas têm o limite de 6% do Imposto de Renda devido. As doações podem ser feitas, por exemplo, aos fundos municipais, estaduais, distrital e nacional da criança e do adolescente, que se enquadram no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo a Receita, neste ano o formulário sobre as doações ao ECA vai ficar mais visível.

Aqueles que contribuem para um plano de previdência complementar – Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) – podem deduzir até o limite de 12% da renda tributável.

Expectativa da Receita

A Receita espera receber neste ano 30,5 milhões de declarações. No ano passado, foram entregues 29,27 milhões. Do total previsto para 2019, a expectativa é que entre 700 mil e 800 mil declarações sejam feitas por tablets e smartphones. Em 2018, 320 mil declarações foram feitas por meio de dispositivos móveis.

A Receita promete acelerar o processamento da declaração este ano. Assim, o contribuinte pode checar no e-CAC se há alguma pendência na declaração e fazer correções.

No site da Receita, é possível conferir uma série de perguntas e respostas sobre a declaração deste ano.

Depois do Prazo

A declaração depois do prazo deve ser apresentada pela internet, utilizando o PGD IRPF 2019 ou o serviço “Meu Imposto de Renda”, ou em mídia removível, nas unidades da Receita Federal, durante o seu horário de expediente.

A multa para quem apresentar a declaração depois do prazo é de 1% ao mês ou fração de atraso, lançada de ofício e calculada sobre o Imposto sobre a Renda devido, com valor mínimo de R$ 165,74, e máximo de 20% do Imposto sobre a Renda devido.

Agência Brasil

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Economia

Além do presidente da Vale, outros três diretores também são afastados

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e três diretores da mineradora foram afastados por decisão do Conselho de Administração da empresa. Segundo nota divulgada à imprensa, os pedidos de afastamento foram feitos pelos próprios executivos, depois de recomendações do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, do Ministério Público de Minas Gerais e da Polícia Civil do estado.

A decisão de aceitar os pedidos de afastamento foi tomada entre a noite de sexta-feira (1º) e a madrugada de ontem (2). A presidência interina da empresa já foi assumida pelo diretor executivo de Metais Básicos da Vale, Eduardo de Salles Bartolomeo, conforme plano de interinidade previamente discutido.

Além de Schvartsman, foram afastados Gerd Peter Poppinga (diretor executivo de Ferrosos e Carvão), Lucio Flavio Gallon Cavalli (diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão) e Silmar Magalhães Silva (diretor de Operações do Corredor Sudeste).

Claudio de Oliveira Alves, atual diretor de Pelotização e Manganês, ocupará interinamente a função de diretor executivo de Ferrosos e Carvão, e Mark Travers, atual diretor Jurídico, de Relações Institucionais e Sustentabilidade de Metais Básicos, ocupará interinamente a função de diretor executivo de Metais Básicos.

“A Vale informa também que seu Conselho de Administração permanece em prontidão, na busca de um relacionamento transparente e produtivo com as autoridades brasileiras, visando ao esclarecimento dos fatos, à reparação apropriada dos danos e à integridade da empresa, e que manterá a sociedade e os mercados informados sobre qualquer fato novo”, diz a empresa em nota.

Presidente interino

O presidente interino da Vale, Eduardo Bartolomeo, estava na Diretoria Executiva de Metais Básicos da empresa desde 1º de janeiro de 2018. Antes disso, no entanto, já havia passado por outras diretorias. De 2004 a 2006, foi diretor do Departamento de Operações Logísticas e, de 2007 a 2012, foi diretor executivo na empresa.

De setembro de 2016 a dezembro de 2017, integrou o Conselho de Administração da Vale como representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1988, tem títulos de MBA pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Agência Brasil

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Polícia

Carnaval de Brasília tem sistema de segurança unificado

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O governo do Distrito Federal tem esquema de segurança unificado durante o carnaval. Este ano, pela primeira vez, o Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), que antes tinha uma atuação mais esporádica, em eventos de logística mais complexa, está sendo mobilizado em caráter permanente, como núcleo principal do sistema.

O novo formato de segurança deve atender a um público que deve passar de 1,6 milhão de foliões, dos quais, espera-se, 25 mil sejam turistas. A programação da festa, realizada entre os dias 2 e 5 de março, compreende mais de 200 blocos de rua.

De acordo com a assessoria de imprensa do governo distrital, o Ciob foi inaugurado em junho do ano passado e é formado por 20 órgãos, incluindo a Defesa Civil, a Secretaria de Cultura, forças de segurança, Metrô e Companhia Energética de Brasília (CEB). O coordenador de Operações da Subsecretaria de Operações Integradas, tenente-coronel Márcio Vasconcelos, explica que a aproximação entre as diferentes áreas proporcionará uma melhor organização das equipes.

“Os órgãos trabalharão com base em três vertentes, objetivos: diminuição do tempo-resposta [de atendimento dos agentes]; otimização dos meios materiais e humanos, já que se consegue saber quem se manda e em que quantidade se manda; e, em terceiro lugar, o estabelecimento de protocolo de atuação”, esclarece Vasconcelos.

Ao todo, mais de 2 mil agentes compõem o efetivo da Polícia Militar. Além disso, cerca de 450 câmeras fazem o monitoramento de todo o perímetro do Distrito Federal. “As câmeras auxiliam as equipes de campo na prevenção [de crimes], porque podemos informar coisas que não conseguem ver e identificar pessoas”, afirma o tenente-coronel.

A cada dia, um profissional fica responsável pela operação de segurança. Além disso, caso as equipes necessitem de reforço, o Gabinete Integrado de Acompanhamento, que é acionado em situações de crise, pode ficar em estado de prontidão.

Em 2017, a folia na capital federal reuniu, em seus 229 eventos, 746 mil pessoas. Durante o período, constatou-se um nível de criminalidade menor do que o ano anterior.

Foram registradas 437 ocorrências, ante 562 no carnaval 2016. Embora tenham caído os números de roubo, tentativas de homicídio e tentativas de latrocínio, balanço da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal revelou um aumento nos crimes relacionados a danos ao bem público.

Em outro levantamento, de 2017, a pasta divulgou que, em 74% dos roubos cometidos contra a pedestres, o alvo dos bandidos era o aparelho celular. “Deve-se manter objetos de valor em locais de difícil acesso e evitar usar bolsas com abertura virada para trás, como mochilas”, recomenda Vasconcelos.

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Polícia

Coordenador de penitenciárias do RN é baleado durante ronda externa em Alcaçuz

O agente penitenciário Dhayme Araújo da Silva, que é o coordenador da Administração Penitenciária do Estado (Coape), sofreu tiros de arma de fogo enquanto fazia uma ronda externa no Complexo Penitenciário de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. O caso aconteceu na noite deste sábado (2), por volta das 23h.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), o servidor foi ferido por ” disparo acidental de arma de fogo”. Ainda de acordo com nota emitida pela pasta, o caso aconteceu durante a realização de uma ronda na área de acesso do complexo penitenciário.

“O agente está no centro cirúrgico do Hospital Walfredo Gurgel. A Sejuc acompanha a evolução de seu quadro de saúde e já disponibilizou todo o apoio necessário”, informou a nota.

Ainda de acordo com a secretaria, as circunstâncias do incidente ainda serão apuradas.

Questionado pelo G1, o secretário Pedro Florêncio confirmou que tiros partiram das armas de outros agentes penitenciários, possivelmente por uma falha de comunicação, mas considerou que ainda é prematuro dizer o que ocorreu.

Dhayme da Silva foi atingido por tiros de raspão e pelo menos um que transfixou o colete à prova de balas e o atingiu no abdome.

G1

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Geral

Partidos ignoram denúncias envolvendo seus integrantes

Alheios ao discurso de renovação política que permeou a eleição do ano passado, partidos ignoram as denúncias de corrupção contra seus quadros. Das 25 legendas com representação no Congresso e que possuem parlamentares investigados ou denunciados, apenas uma analisou formalmente o caso que chegou à direção do partido. Mesmo assim, não houve punição.

A exceção foi o PDT, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que dorme no Complexo Penitenciário da Papuda, mas segue trabalhando no Senado entre 8h e 19h. Condenado a quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto por crime contra o sistema financeiro, ele foi considerado inocente por unanimidade pelo Conselho de Ética do seu partido.

“Mergulhei no caso do senador Acir, que foi o único condenado por um empréstimo feito pela empresa da família dele. Não houve corrupção nem dolo. Por unanimidade, entendemos que ele é inocente e que o julgamento foi equivocado”, afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi.

Segundo levantamento feito pelo Estado envolvendo casos em andamento em todas as instâncias do Judiciário no País, um terço do novo Congresso é acusado de crimes como corrupção, lavagem, assédio sexual e estelionato ou é réu em ações por improbidade administrativa com dano ao erário ou enriquecimento ilícito. No total, são 160 deputados e 38 senadores.

Na maioria dos casos, os conselhos de ética nem sequer foram acionados. É o que aconteceu no caso do deputado Valdevan Noventa (PSC-SE). Preso preventivamente em 7 de dezembro na Operação Extraneus, que apura crimes de falsidade eleitoral e organização criminosa durante a campanha, ele foi diplomado na cadeia pública de Estância (SE). No dia 12 de janeiro, foi liberado por decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-Geral da República recorreu da decisão.

Apesar da prisão, o PSC diz que “não vai convocar o Conselho de Ética se antecipando e condenando alguém” e ressaltou que a Justiça deu ao deputado o direito de ser diplomado e empossado.

No mês passado, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a decretação da perda de mandato imediata em caso de parlamentares condenados a cumprir pena em regime fechado por um prazo superior a quatro meses. A manifestação foi feita no processo que envolve o ex-deputado Paulo Feijó (PR-RJ), condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O argumento de que é preciso aguardar o trânsito em julgado dos processos contra os políticos, não importa a gravidade da acusação ou se já houve condenação, é recorrente nos partidos. Os conselhos só são acionados nos casos de infidelidade partidária, ou seja, quando o parlamentar apoia ou vota contra a decisão da executiva.

O PT, que tem o maior número de deputados processados, não aciona sua Comissão de Ética há dez anos, quando suspendeu por um ano os direitos políticos dos deputados federais Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC), por se posicionarem contra a orientação da sigla sobre a questão da descriminalização do aborto. A única expulsão relacionada a caso de corrupção no partido foi a do ex-secretário nacional de Finanças Delúbio Soares, em 2006, após ele ter admitido a prática de caixa 2 nas eleições de 2004.

Dirigentes

A inação pode estar relacionada à situação jurídica dos próprios dirigentes partidários. Dez das 25 legendas representadas no Congresso têm presidentes respondendo a processos ou sendo investigados, sendo que cinco deles têm mandato.

Promessa recorrente dos partidos em momentos de crise de imagem, o “compliance” – instrumento criado no mundo corporativo com mecanismos para o cumprimento de normas éticas – voltou ao “radar” dos grandes partidos. Trata-se, porém, um serviço que custa caro. O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, levou um susto quando recebeu o orçamento: R$ 400 mil. Alckmin pretende deixar a ideia na gaveta até maio, quando será eleita a próxima executiva tucana, e anunciou a criação de uma comissão para elaborar um código de ética, o primeiro do PSDB.

Atingido pelas denúncias de uso de candidatos “laranja”, o PSL também encontrou na promessa do compliance um caminho para tentar aliviar sua crise de imagem e evitar que ela contamine o desempenho eleitoral nas eleições municipais. “Independente do partido, sempre tem algum engraçadão querendo fazer o que não deve. Com compliance, a gente começa a separar o joio do trigo”, disse a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso e autora da ideia.

O MDB segue a mesma trilha. “O MDB é um dos partidos pioneiros em aprovar em convenção nacional a implantação do compliance, que está em análise e implementação”, afirma o ex-senador Romero Jucá (RR), presidente do partido.

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) propôs um projeto de lei para obrigar todas as legendas a incluírem em seus estatutos medidas de compliance, que ele chama de “programa de integridade”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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Economia

IR 2019: Veja o que fazer para pagar menos imposto ou aumentar restituição

ocê pode pagar menos Imposto de Renda ou conseguir uma restituição maior usando as regras da própria Receita Federal. Isso é feito aplicando os descontos legais, como gastos com dependentes, educação, saúde e pensão alimentícia.

Essas deduções só são possíveis se você optar pela “tributação por deduções legais”, que é o modelo completo de declaração. No modelo simplificado, a Receita considera um desconto padrão de 20% sobre os rendimentos tributáveis, limitado a R$ 16.754,34.

A escolha pelo modelo depende do seu perfil. Se gasta muito com filhos, plano de saúde e escola, vale a pena optar pela declaração completa. Se é solteiro, sem filhos e não tem esses gastos, a simplificada pode ser melhor. Na dúvida, basta preencher todos os rendimentos e despesas na declaração. O próprio programa do IR informa o valor do imposto a pagar ou a restituir em cada opção. Na versão para computador, a informação aparece no canto inferior esquerdo da tela do programa. Se optar pelo simplificado, o programa irá ignorar as despesas informadas e utilizará o desconto padrão. Faça a escolha do modelo antes de enviar a declaração para a Receita.

É preciso guardar todos os comprovantes por no mínimo cinco anos, porque a Receita pode exigir provas das despesas nesse período.

Opinião dos leitores

  1. Gostaria de saber qual a Natureza da Ocupação para o aposentado por acidente de trabalho, 61 ou 62?

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