Política

O MDB e sua grave crise de moral e identidade

O MDB velho de guerra está cansado, sem norte. Na Câmara, com bancada reduzida para 34 deputados, a mais inexpressiva da sua história, o partido que já foi liderado por Ulysses Guimarães sofre crise de identidade. É que os novos deputados eleitos em 2018 não querem saber das velhas lideranças, representadas pelo seu atual presidente nacional, Romero Jucá. Nem mesmo as cumprimenta. O partido não tem nem mesmo interessados em assumir sua presidência.

Perdidos, os antigos do MDB não sabem nem mesmo a quem se dirigir. Não há líderes que se destaquem, entre os novos do MDB.

Para entender o que acontece, Jucá se reuniu antigas lideranças do velho MDB, como Moreira Franco, mas ninguém sabe o que fazer.

O governador Ibaneis Rocha (DF) aceitaria presidir o partido, mas o estatuto veda essa função aos que ocupam cargos no Executivo.

A cúpula do MDB apelou ao ex-presidente Michel Temer para assumir o comando do partido. Ele recusou: afastou-se da política para sempre.

CLÁUDIO HUMBERTO

Opinião dos leitores

  1. Nas próximas eleições voltarão a politica> Henrique, JUCÁ , EUNICIO, LINDENBRG E tantos outro que saíram. O povo esquece rápido. Exemplo > Collor de Melo e por aí vai. Ou falta de gente de VERGONHA

    1. Vc esqueceu o nefasto Renan Calheiros, grande aliado do PT.

  2. Henrique Alves quando saiu da prisão chorando disse que não queria mais saber de política. Kkkk. Já tá andando pelo interior.

    1. Ninguém se iluda, Henrique continua na ativa politicamente. Dizem até que ele nunca deixou de "agir".

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Jornalismo

Baleia é encontrada morta em praia nas Filipinas com 40 kg de plástico no estômago

Baleia é encontrada morta com 40 kg de plástico no estômago

Uma baleia-bicuda-de-cuvier foi encontrada morta na sexta-feira (15) à beira-mar no município de Mabini, na província de Valle Compostela. A autópsia realizada no domingo revelou cerca de 40 kg de plástico em seu estômago, tais como sacos de arroz, uma lona plástica usada em plantações de banana e sacos de compras, concluiu o Departamento de Pesca e Recursos Aquáticos da província.

O biólogo marinho Darrell Blatcheley afirmou que nos dez anos em que examinou baleias e golfinhos mortos, a maioria morreu na sequência da ingestão de plástico.

“Esta baleia tinha a maior quantidade de plástico que já tínhamos visto numa baleia. É repugnante”, escreveu.

NOTÍCIAS AO MINUTO

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Finanças

RN pode perder R$ 8,3 bilhões sem alteração na cessão onerosa dos royalties

O secretário estadual de Planejamento e das Finanças, Aldemir Freire, utilizou suas próprias redes sociais para fazer um alerta. O Governo do Rio Grande do Norte corre o risco de perder R$ 8,36 milhões nos próximos anos caso não sejam mudados os critérios de repartição dos royalties do excedente da cessão onerosa.

Os dados fazem parte de documento enviado pela Confederação Nacional dos Municípios ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Mais uma tentativa de pressionar a casa a votar o projeto que muda a divisão dos recursos. “O governo do estado perderia R$ 5,7 bilhões e os municípios potiguares outros R$ 2,66 bilhões. Mas além dessas perdas podemos computar outros riscos: 1) perda de R$ 1 bilhão se bônus de assinatura não for repartido; 2) perda com a isenção do  IRPJ para as empresas de exploração”, disse Aldemir.

GRANDE PONTO

Opinião dos leitores

  1. Sem engenharia econômica para reverter a crise fiscal e sem projetos de desenvolvimento para atravessar o mandato recém-iniciado, o que mais deveria esperar a (biodi)gestão da "gove do góipi"?
    Que o "Bozo" venha lhe socorrer e peça-lhe desculpas pela oposição sistemática que recebe do inexpressivo governo do RN?
    Dá dó ver a petralhada do RN chorar a "perda" do que nunca teve. Não fosse trágico, seria cômico – constatar mais um chororô deste pobre e desvalido "elefante manco".

    1. Disse tudo, amigo. Como é que estado pobre como o RN, que enfrenta grave crise financeira já faz tempo e precisa urgentemente de ajuda do governo federal, inventa de fazer oposição ferrenha a esse governo? Onde será que pensam que isso irá terminar? Qual a vantagem que o RN poderá auferir de tamanha inconsequência?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Jornalismo

GURU DE BOLSONARO: Se governo continuar como está acaba em seis meses e todos os jornalistas são viciados em drogas diz Olavo de Carvalho

Diante de uma plateia de cerca de 100 fãs e representantes da direita americana, no Trump International Hotel, o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, afirmou que, até hoje, não sabe quais são as ideias políticas do presidente Jair Bolsonaro, mas que o apoia por ele ser “um homem honesto e não ser ladrão”.

O escritor voltou a atacar a imprensa, dizendo que “todos os jornalistas são viciados em drogas” e que a mídia é culpada pela imagem de Bolsonaro de fascista e violento. Ele foi homenageado por Steve Bannon, ex-estrategista do presidente Donald Trump, com uma exibição do documentário sobre sua vida, Jardim das Aflições.

“Mesmo se o Bolsonaro fosse dono de um bordel ele seria menos perigoso que o (candidato petista) Fernando Haddad, por isso o povo votou nele, não por causa de suas ideias políticas, que até hoje não sei quais são; ele fala de um assunto ou outro, mas nunca vi uma concepção geral, uma ideologia”, disse.

“Eu não sei quais são as ideias políticas dele [Bolsonaro]. Conversei com ele quatro vezes na vida, porra”, afirmou a jornalistas. Na saída, Olavo mostrou-se pessimista com o futuro do Brasil e disse que, se o governo continuar como está por mais seis meses, acabou.”

O presidente está de mãos amarradas. Não sou capaz de prever [até onde vai] mas, se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal, é só continuar isso mais seis meses e acabou”, afirmou.​​

Olavo foi apresentado por Bannon à plateia como peça importante para o que ele chama de “O Movimento”, grupo de governos populistas de direita em ascensão em países como Brasil, EUA, Hungria e Itália. “Olavo não é importante apenas para o Brasil, ele tem uma importância no contexto mundial do movimento populista de direita, é um pensador seminal”, disse.

Bannon disse à Folha que conhecia Olavo por seus vídeos e por uma discussão fascinante que o escritor teve com Aleksandr Dugin, estrategista do presidente russo, Vladimir Putin. “Mas só fiz a peregrinação até a casa do Olavo, onde conheci a impressionante biblioteca dele, há pouco tempo, e ele mora na minha cidade, Richmnond!”

O deputado Eduardo Bolsonaro, líder do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, também não economizou nos elogios ao guru, “uma das pessoas mais importantes da história do Brasil”. “Olavo de Carvalho é uma inspiração e sem ele Jair Bolsonaro não existiria”, disse Eduardo, que assistiu concentrado aos cerca de 1h20 de filme.

Os principais alvos do escritor, na sessão de perguntas após a exibição e na conversa com jornalistas, foram a

“Se o Bolsonaro fosse um homem assim violento, fascista, por que ele seria tão amado pelo povo? Essa foi uma imagem criada pelos jornalistas. E é a imagem passada pela imprensa internacional”, afirmou. “A mídia é louca, todos os jornalistas são viciados em drogas.”

Eduardo Bolsonaro também alfinetou a imprensa. “Olhem o Twitter da Folha, tem poucos seguidores, existem umas pessoas que ninguém conhece que têm muito mais seguidores, porque eles sempre falam a verdade. O poder está com a gente. As pessoas não acreditam na imprensa. Quando as pessoas me param na rua pra tirar fotos, elas não acham que eu sou racista, nazista, homofóbico e xenófobo.”

Na tarde deste domingo (17), o perfil da Folha no Twitter tinha 6,568 milhões de seguidores. O do presidente Jair Bolsonaro tinha pouco mais de 3,755 milhões e o de Olavo de Carvalho, 129.421 seguidores.

O escritor afirmou que o presidente está cercado de traidores e declarou que despreza o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Segundo Olavo, Mourão “é estúpido” e tem uma “vaidade monstruosa”.

“O Bolsonaro vai viajar, ele assume temporariamente, e a primeira coisa que faz é ir pra São Paulo ter uma conversa política com Doria. Esse cara não tem ideia do que é ser vice, só sabe sobre sua vaidade monstruosa. Você acha que ele pediu permissão do presidente pra ir pra São Paulo? Eu não o critico, eu o desprezo.”

Para Olavo, Mourão se elegeu com falsidades. “Assim que foi empossado, ele mudou 180 graus: foi para o outro lado em aborto, desarmamento, não quer derrubar o (ditador venezuelano Nicolás) Maduro. “Ele também acusou o vice de ter mentalidade golpista.

“O Mourão disse isso: ‘nós voltamos ao poder por vias democráticas’. Como ‘voltamos’? Quem está no poder é o Bolsonaro, não vocês. Agora eles acham que estão no poder. E isso o que é? Golpe. É uma mentalidade golpista. Essa concepção, que é a do Mourão, é uma concepção golpista. Não sei se o golpe vai acontecer, já aconteceu, não estou em Brasília, não sei. Estou com o cu na mão pelo Brasil, não por mim. Por mim eu estou velho, posso morrer, não ligo, porra”.

Ele avalia ainda que os principais auxiliares do presidente —da ala militar do governo—​ são má influência e têm atuado para prejudicar Bolsonaro desde o início do mandato.

“Ele [Bolsonaro] deveria parar de ouvir maus conselhos. Ele é um homem sozinho, não pode confiar naqueles que os cercam, na mídia, ele tem que confiar no povo”.

A exibição foi organizada pelo financista Gerald Brant, um dos primeiros apoiadores de Bolsonaro em Wall Street e fã de Olavo. Entre os convidados, estavam Sebastian Gorka, que foi vice-assistente de Trump, e Thomas Shannon, que foi embaixador no Brasil e terceiro no Departamento de Estado

Apesar de ter indicado dois ministros, Ricardo Vélez (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) —e estar em constante disputa com a ala militar ligada a Bolsonaro—​, Olavo nega que tenha qualquer tipo de influência no governo. Segundo ele, isso é “pequeno, vil e miserável” diante de suas ambições.

“Eu quero mudar o destino da cultura do Brasil, décadas ou séculos à frente. Esse é meu sonho, o governo que se foda, eu estou cagando para o governo. Eu sou Olavo de Carvalho, não preciso do governo, minha filha. Eu sou um escritor, falo direto com meu público, não preciso de um cargo do governo”.

Olavo disse ser mentira que tenha interferido nas demissões e nomeações no Ministério da Educação. “Só falei com (Velez) duas vezes: uma vez para parabenizá-lo, quando foi nomeado, e a segunda para mandar tomar no cu”, disse. “Eu sugeri o nome dele para a Educação e encheram o ministério de picaretas.”

Famoso pelo temperamento forte, ele bateu boca com um jornalista do Financial Times durante coquetel após exibição do filme. Indagado sobre o significado da visita de Bolsonaro aos EUA, Olavo disse que a ajuda americana é importante para que o Brasil não seja vendido pela China, e que os americanos vão comprar mais produtos brasileiros. Confrontado com a informação de que Brasil e os EUA têm uma pauta de exportação semelhante, e seriam concorrentes, Olavo afirmou: “Os dois produzem a metade dos alimentos produzidos no mundo. Eles podem fazer uma aliança para vender comida para todos”, disse.

Questionado se isso não constituiria um cartel, explodiu. “Eu não chamei de cartel. Você está pondo palavras na minha boca, você está distorcendo, você é maldoso, você é um mentiroso, você é um mentiroso”, gritou, e saiu andando. “Não quero mais falar com você, você é mentiroso.” Na saída, perguntado por jornalistas se estava otimista sobre o governo, afirmou que não, porque a mídia inteira, nas suas palavras, quer matar Bolsonaro e o presidente não tem direito de defesa.

“Isso é um golpe de Estado, vocês não estão entendendo? A classe jornalística, todos vocês”, afirmou diante dos repórteres.

Ainda de acordo com o escritor, Bolsonaro não tem reagido ao que ele chama de “fake news” por cautela dos militares que estão no governo.

“Ele não reage [às notícias falsas contra ele] porque aquele bando de milico que os cerca é um bando de cagão que têm medo da mídia”.

Carvalho disse, porém, que não vai dar nenhum desses conselhos ao presidente neste domingo (17), quando vai encontrá-lo pessoalmente durante o jantar na casa do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral.
“Você acha que vai dar para conversar isso com ele? Não. Eu vou lá para comer”.

FOLHAPRESS

Opinião dos leitores

    1. Cara, deixe de palhaçada e de usar o nome alheio em suas vagabundagens. Escolhi esse pseudônimo, bastante incomum, exatamente para não ser confundido com gente como vc, que utiliza mentiras e falsidades para tentar denegrir a imagem alheia. Vocês, esquerdopatas, possuem a desonestidade correndo em suas veias. Até nessas pequenas coisas demonstram sua falta de caráter. Quando quiser dizer suas asneiras, use seu próprio pseudônimo. Tente ser honesto ao menos nisso.

    2. Escolhi esse pseudônimo, bastante incomum, exatamente para não ser confundido com outros comentaristas. Use sua criatividade e escolha um para vc. Não é correto que vc utilize a identidade que criei para expor suas ideias como se minhas fossem. A propósito, não tenho gurus nem sigo ninguém de forma cega e automática. E sou bastante crítico em minhas escolhas. Faça o mesmo, meu caro. E não use meu pseudônimo, tá?

    1. Ele foi para os EUA exatamente por não suportar ver o nosso Brasil ser vilipendiado e saqueado pela quadrilha socialista/comunista que vem nos governando desde a tal "redemocratização". E foi para o lugar certo, onde suas ideias ainda são exaltadas, paraíso do liberalismo econômico e da democracia. Aliás, cadê aquele Jean Willys? E quem está financiando seu passeio pela Europa para falar mal do Brasil? Esquerdista adora passear pelos EUA e pela Europa. Não os vejo "fugindo" para Cuba, Venezuela ou algum desses "paraísos" socialistas. Por que será?

  1. É bonito e bom saber envelhecer, ficamos mais experientes e maduros. Mais é triste quando vemos um velho ficar BAJULADOR DE AUTORUDADES POLITICAS, da pena ver um Olavo de Carvalho perder a sã consciência mental e moral, só ele que tá certo o resto é resto. Se todos da imprensa usam drogas a que sobrou pra ele usar é a pior de todas, que se chama velho segurar no saco de político. Ficou gagá e sem vergonha. Pior que ainda é falso fala do presidente e depois abana. E ainda arranja platéia pra escutar suas sandices. E o pior recebe cachê e falsos risos e aplausos.

    1. Hoje em dia tá assim, um dia vc elogia um cara como este Olavo, e depois se decepciona, pois a internet o faz um deus e ele se acha. Ele tá dizendo que o governo pode acabar em seis meses, mas nunca diz q errou em duas escolhas: ele e o presidente falam o q quer, ele porque está velho e acha q não é atingido, mas o outro é nossa representante maior, ou deveria ser

    2. Verdade! Horrível também é ver brasileiros enlouquecidos por um presidiário, mesmo sem usar drogas, pois o Lula é o próprio ópio deles.

    3. Vcs são tão cegos que não consegue vê a crítica construtiva que o pensador de Bolsonaro fala.

    4. As críticas do Olavo de Carvalho são benéficas e bem intencionadas. Buscam o melhor para o nosso Brasil. Ao contrário, as críticas dos esquerdopatas visam prejudicar o país, torcendo pelo pior, pela má atuação do atual governo, pensando apenas em auferir algum benefício eleitoral futuro. A essa gente só o poder interessa e, para alcançá-lo são capazes de qualquer coisa.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Judiciário

Acuada após três derrotas, Lava Jato monta estratégia para manter investigações

Acuados após três fortes reveses na semana em que a Operação Lava Jato fez cinco anos, procuradores que atuam na investigação em Curitiba articulam estratégia para manter na Justiça Federal parte dos processos que apuram sobre corrupção e lavagem de dinheiro.

Na última quinta (14), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que casos de corrupção associados a caixa dois de campanha devem ser remetidos à Justiça Eleitoral, e não à comum —o que, para a Procuradoria-Geral da República, pode impactar a apuração de crimes de corrupção.

Na mesma semana, a força-tarefa viu ser suspenso o acordo com a Petrobras para criar um fundo bilionário anticorrupção e entrou na mira de inquérito aberto pelo STF para apurar injúria e difamação contra ministros da corte.

Reunidos neste sábado (16) na sede da Procuradoria em Curitiba para um ato de desagravo, membros da Lava Jato diziam ter passado pela semana de maior pressão desde que iniciada a operação, em 2014.

decisão do STF sobre Justiça Eleitoral é considerada a mais crítica à investigação. A Procuradoria argumenta que os tribunais eleitorais não estão estruturados para julgar crimes complexos. Por isso, agora, força-tarefa centra esforços em reunir os melhores argumentos técnicos possíveis para que os processos da Lava Jato permaneçam na Justiça Federal e que novas investigações não sofram questionamentos de nulidade no futuro.

Uma das principais apostas é discutir, no caso a caso, quais são as provas de caixa dois e defender que sejam encaminhados à Justiça Eleitoral apenas casos em que o crime esteja efetivamente comprovado. Se um réu afirmar, por exemplo, que arrecadou propina para investir ilicitamente em uma campanha, a Lava Jato deve pedir a inversão do ônus da prova —ou seja, se o réu diz que havia caixa dois, então que demonstre.

“A alegação do réu não basta. Você precisa de documentos materiais que comprovem aquilo, sob pena de que a competência seja determinada pela livre vontade do réu”, disse à reportagem o procurador Deltan Dallagnol.

Numa segunda etapa, mesmo que os inquéritos e ações sejam enviados à Justiça Eleitoral, os procuradores ainda esperam que, eventualmente, o juiz ou promotor responsável decida arquivar a suspeita de caixa dois, reenviando o caso à Justiça Federal.

Isso pode acontecer porque o crime eleitoral prescreveu, por exemplo, porque não havia provas suficientes de caixa dois ou pelo entendimento de que ele está abarcado pelo crime de corrupção.

É a mesma brecha vista por alguns ministros do STF vencidos no julgamento de quinta. Reservadamente, afirmam que a decisão da corte apenas indica onde a investigação deve correr, mas não impõe.

Nessa avaliação, membros do Ministério Público e o juiz na primeira instância têm independência para avaliar qual é o foro competente para cada inquérito ou ação penal —o que pode levar os casos a voltarem à Justiça comum.

Foi o que ocorreu com parte de uma apuração sobre desvios em concessões rodoviárias no Paraná usados em campanha do ex-governador Beto Richa (PSDB). No ano passado, a Justiça Eleitoral recebeu o caso, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas arquivou o inquérito de crime eleitoral, atendendo a pedido do Ministério Público.

A juíza, na época, entendeu que não havia indícios suficientes da prática de caixa dois, mas de corrupção e lavagem de dinheiro. Assim, o caso foi reenviado à Justiça Federal.

Na sessão da semana passada no Supremo, ministros como Luís Roberto Barroso e Luiz Fux mencionaram em seus votos que um juiz eleitoral pode, após analisar um processo que lhe seja submetido, decidir que ele não é de sua atribuição. Então, na linguagem jurídica, esse juiz pode declinar da competência de um caso da Lava Jato em favor da Justiça Federal.

Sob esse entendimento, inquéritos ainda em apuração, por exemplo, podem ser enviados de antemão à corte eleitoral e retornar à Justiça comum, evitando assim questionamentos futuros.

O cenário é diferente para casos em que o próprio Ministério Público admite o caixa dois na denúncia. É o que ocorre em processos que envolvem, por exemplo, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura—condenados por terem recebido US$ 4,5 milhões por serviços de campanha em contas não contabilizadas no exterior. Nesses casos, para os procuradores, não há escapatória a não ser enviar os casos à Justiça Eleitoral —e eventualmente torcer pelo arquivamento.

Ainda há uma terceira alternativa: argumentar que o julgamento do STF não tem repercussão geral e só diz respeito a casos específicos. Essa, porém, é considerada uma “estratégia kamikaze”, sujeita a inúmeros recursos e com elevada chance de derrota nas cortes superiores.

Por outro lado, denúncias que envolvem pagamentos a fornecedores e doações oficiais de campanha feitos com dinheiro de corrupção não seriam crime eleitoral, segundo os procuradores, pois foram contabilizados oficialmente, e não feitos em caixa dois.

“Mas tudo vai ser discutido. Vai ter habeas corpus, recursos, três instâncias. Esse é o problema”, diz Dallagnol. “Existem teses? Existem modos de defender? Sim. Mas isso está sujeito a uma discussão infinita.” Para o procurador, a decisão do STF traz à Lava Jato a “barreira das discussões formais de nulidade”, que acabaram com investigações anteriores contra a corrupção no Brasil, como a Castelo de Areia e a Satiagraha.

“Voltamos à era pré-Lava Jato. Isso vai drenar energia que poderíamos estar dedicando às investigações e ainda gerar risco de prescrição.”

As defesas já começaram a encaminhar pedidos de incompetência à vara onde corre a maioria dos processos da operação. Por ora, ainda não se sabe para onde podem seguir os casos da Lava Jato —para a Justiça Eleitoral do Paraná, por exemplo, ou para os estados em que os políticos foram eleitos. Isso também terá que ser discutido caso a caso.

FOLHAPRESS

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Jornalismo

EUA vão buscar comprometimento de Brasil em ações sobre Venezuela, Nicarágua, Cuba, China e Irã

O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, receberá na manhã desta segunda-feira na Casa Branca o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Na pauta dos homens fortes dos governos americano e brasileiro estarão Venezuela, Nicarágua, Cuba, China e Irã. A reunião, que terá a participação do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, servirá como um preparatório para o encontro dos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro na terça-feira.

Uma fonte do governo brasileiro informou ao GLOBO que a conversa tratará de “temas abrangentes de geopolítica”. E afirma que a aproximação tem como finalidade “construir canais diretos entre a Casa Branca e o Planalto”, sem que a comunicação tenha sempre que passar pelos trâmites burocráticos dos dois países.

Na prática, os Estados Unidos querem o comprometimento do Brasil em ações efetivas contra Venezuela, Nicarágua e Cuba. O conselheiro de Segurança da Casa Branca classifica o trio como como a “troika da tirania” na América Latina.

A crise na Venezuela já era um dos principais temas de debate na visita de Bolsonaro a Trump. Os dois mandatários lideram as ações para a saída de Nicólas Maduro do poder, que tem o apoio de China e Rússia. Apesar de ideologicamente similares, os dois governos têm posições diferentes: Trump não descarta uma intervenção militar na região, enquanto que os principais assessores de Bolsonaro defendem uma saída sem armas.

As relações comerciais com a China também estarão na pauta. Os americanos tentam atrair o apoio de Bolsonaro na guerra comercial contra os chineses, para que o país oriental tenha menos influência na América Latina. A China, no entanto, é o principal parceiro comercial do Brasil.

Enquanto seus auxiliares vão à Casa Branca, Bolsonaro deve ficar na Blair House, onde está hospedado. O governo brasileiro não divulgou agenda oficial do presidente para o período. Pela programação oficial, à  tarde Bolsonaro receberá o ex-secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, na Blair House e depois seguirá a Câmara de Comércio, onde participará de um painel sobre “O futuro da Economia Brasileira” e fará um discurso. À noite, o presidente brasileiro será recebido para um jantar pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos.

O presidente Jair Bolsonaro chegou neste domingo aos EUA como parte de uma visita em que pretende estreitar os laços com Trump. Os dois presidentes se encontram na terça-feira na Casa Branca. Ontem, numa sequência de publicações no Twitter, o presidente expressou altas expectativas em relação à aproximação com Washington.

“Pela primeira vez em muito tempo, um presidente brasileiro que não é antiamericano chega a Washington. É o começo de uma parceria pela liberdade e prosperidade, como os brasileiros sempre desejaram”, declarou Bolsonaro, embora Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tenham visitado os EUA mais de uma vez. “Brasil e EUA juntos assustam os defensores do atraso e da tirania ao redor do mundo. Quem tem medo de parcerias com um país livre e próspero? É o que viemos buscar!”

O GLOBO

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Jornalismo

Acervo de 750 mil áudios entregue por delator indica pagamentos a operadores de PT, PSDB e MDB

Um acervo de 750 mil gravações telefônicas da corretora de valores Hoya, responsável por entregas de propina para a Odebrecht e para a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor), pode ajudar a comprovar pagamentos em dinheiro vivo para operadores do PT, PSDB, MDB e diversos outros partidos implicados na Lava-Jato.

O material, obtido pelo GLOBO, revela detalhes da complexa sistemática de pagamentos indevidos a políticos: de segunda a sexta, a Odebrecht transmitia à corretora Hoya uma relação com endereços para entrega de dinheiro, nome do recebedor e a senha correspondente. Funcionários de transportadoras de valores eram acionados pela Hoya para proceder com os pagamentos, sempre informando a ocorrência de problemas ou situações atípicas.

Os áudios foram entregues à Polícia Federal pelo doleiro Álvaro José Novis em seu acordo de delação premiada e está sendo analisado pelos peritos para servir de prova a dezenas de investigações em andamento na Lava-Jato. Até o momento, poucas gravações tinham vindo a público.

Os telefonemas dos terminais da corretora Hoya eram gravados automaticamente pelo sistema da empresa, por causa de uma regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). São 754.291 gravações de conversas telefônicas entre 2010 e 2018, que captaram tanto as atividades lícitas como as ilícitas. Neste último caso, as provas mais volumosas e mais fortes são do ano eleitoral de 2014, quando a Odebrecht e a Fetranspor turbinaram as entregas de dinheiros para políticos.

Em depoimento à PF, o doleiro Álvaro José Novis explicou a sistemática dos diálogos: “As conversas gravadas com pessoas de interesse da investigação normalmente são curtas e o conteúdo era o agendamento de pagamentos e reuniões; (…) que normalmente as conversas não eram claras e falavam apenas de marcação de local de entrega, às vezes falavam em códigos, como ‘vamos marcar um café’; que como as entregas já faziam parte da rotina, nem eram necessárias muitas informações, já que os interlocutores já sabiam que o assunto era a entrega de valores”.

Operador do PT, William Ali Chaim é um dos que mais aparecem nos registros telefônicos. Foram cerca de 80 ligações para seu telefone celular entre agosto de 2014 e maio de 2015. Cabia a Chaim receber os pagamentos de caixa dois da Odebrecht destinados aos serviços do marqueteiro João Santana para a campanha de Dilma Rousseff em 2014.

Também há registros para um ex-funcionário do governo de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Eduardo Castro; telefonemas para Altair Alves Pinto, apontado como recebedor de propina de Eduardo Cunha (MDB-RJ); ligações para um assessor do deputado Paulinho da Força (SD-SP); e contatos com um recebedor do caixa dois da campanha de Paulo Skaf (MDB-SP), dentre outras ligações.

Os organizadores do pagamento

Funcionário da Hoya Corretora responsável por organizar os pagamentos aos políticos indicados pelas empresas, Márcio José Freira do Amaral é o principal protagonista das ligações telefônicas sobre entregas de dinheiro. Quase diariamente, Márcio se comunicava com Maria Lúcia Tavares, secretária da Odebrecht que transmitia a relação dos pagamentos aos políticos, com endereço, nome e senha. Geralmente falavam-se por um sistema de mensagens instantâneas, mas em casos mais urgentes um telefonava para o outro.

Quando as entregas de dinheiro eram em São Paulo, Márcio transmitia as ordens para Edgard Augusto Venâncio, gerente de operações da Transnacional, empresa transportadora de valores. No Rio, era outra transportadora, a Trans-Expert, que fazia as entregas. Uma funcionária da tesouraria da Hoya Corretora mantinha contato frequente com os entregadores e avisava a Márcio caso houvesse dificuldades ou problemas na entrega. Se isso acontecia, Márcio tentava descobrir se o endereço estava correto e telefonava para os contatos do recebedor – constituindo, neste caso, as provas mais úteis para a Lava-Jato.

Um dos problemas comuns era a pessoa não estar no local combinado. Em 24 de setembro de 2014, Márcio telefona para a mesa de Maria Lúcia Tavares, em Salvador.

Márcio: — Na rua Pamplona, é que eu tô abrindo isso aqui ainda, a pessoa tá hospedada mas não tá no local. É o ‘Vermelho’ (senha).

Maria Lúcia: -— O Vermelho é?

Márcio: — É. Vê se consegue um contato.

Maria Lúcia: — Vou falar aqui com o Alexandrino (Alencar, executivo da Odebrecht) pra falar com o cara. Pra ver se tem o telefone também né. Vou ver aqui e te falo.

No caso da Fetranspor, Márcio também se comunicava com frequência com uma secretária da federação, no telefone fixo da empresa. Nessas ligações, ele confirma entregas para nomes indicados pela federação ou fala sobre levar dinheiro ao local. Em uma conversa de 19 de janeiro de 2016, a secretária diz que a Fetranspor estava precisando de dinheiro e eles acertam um dia para a entrega:

— Se tu vai mandar o dinheiro na quinta, eu venho na quinta-feira — diz a secretária.

Outros telefonemas referentes a políticos do Rio de Janeiro já vieram a público nas investigações da Lava-Jato. Um deles, por exemplo, era Jorge Luiz Ribeiro, braço-direito do ex-presidente da Assembleia Legislativa Jorge Picciani. Para o Ministério Público Federal, as conversas comprovavam entregas de dinheiro destinadas a Picciani. Outros diálogos que se tornaram famosos foram entre os entregadores e o coronel João Baptista Lima, apontado pela PF como operador do ex-presidente Michel Temer (MDB), no qual eles acertam a entrega de uma “encomenda” para Lima. Segundo a PF, seria propina destinada a Temer. As defesas deles negam envolvimento em irregularidades e o recebimento de propina.

O GLOBO

Opinião dos leitores

  1. Não precisa mais divulgação, tem que repercutir só as do PSL. Essas desses partidos, ninguém quer saber.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Assessores do PSDB fazem maratona de 63 horas em fila para evitar CPI na Assembleia de SP

Enquanto na última sexta-feira (15) deputados estaduais votavam para a escolha dos cargos da Mesa Diretora da nova legislatura da Assembleia Legislativa de São Paulo, funcionários do líder do governo, deputado Carlão Pignatari (PSDB), revezam-se na fila do protocolo da Casa.

A estratégia deles era assegurar o primeiro lugar na fila para o registro de requerimentos para a criação de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito). O protocolo só abriria cerca de 63 horas após a primeira pessoa ter chegado à fila, o que está previsto para as 8h30 desta segunda (18).

Esse “esforço” faz parte da história recente da Casa para barrar investigações contra gestões tucanas –o partido governa o estado desde 1995. Se o primeiro da fila registrar cinco CPIs, nenhuma outra poderá ser criada ao mesmo tempo, segundo aponta o regimento. Não há um limite por deputado.

Ainda segundo as regras da Casa, são necessários 32 votos para que uma CPI seja instaurada após apresentada no protocolo. As investigações têm prazo de 120 e podem ser prorrogadas uma vez, por 60 dias, somando um período máximo de seis meses de duração.

A principal preocupação atual dos tucanos é com a criação da CPI da Dersa, mirando os escândalos de corrupção protagonizados pelo engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, na estatal paulista de infraestrutura rodoviária. Preso em Curitiba, ele é suspeito de atuar como operador do PSDB paulista.
Procurado pela Folha, o deputado Pignatari disse que o governo não tem nada contra nenhuma CPI e que nunca nenhuma pessoa do PSDB foi vista defendendo Paulo Preto. “[Ao colocar assessores na fila] estamos prestando serviço para outras bancadas”, disse.

O deputado afirmou que desconhece o conteúdo das CPIs que serão protocoladas e disse que estão acolhendo os pedidos de comissões feitos por outros partidos, como PPS, Podemos e Novo.

Já a líder do PT na Assembleia, Beth Sahão, diz que essa não é a primeira vez que líderes do governo tentam frear investigações na Casa. Nesta sexta, conta, ela pediu para um assessor entrar na fila para tentar garantir a instauração de três CPIs: desvios em obras da Dersa, renúncias fiscais no estado e feminicídio.

“Todo início de legislatura eles [tucanos] já entram com muitas CPIs, a maioria das quais vão de nada para lugar nenhum”, disse.

O PSL, principal novidade da nova Asssembleia e vista como um sopro de instabilidade na Casa historicamente dominada pelo PSDB, assinou o requerimento feito pelo PT. Também contou com a assinatura do partido um outro requerimento feito pela sigla para apurar desvios na Dersa.

Os líderes das duas bancadas afirmam que conversaram com Pignatari no plenário ao saber da fila no protocolo, mas que não houve acordo entre eles. Os funcionários da liderança do PSDB se revezam no local até a abertura dos registros.

“Eles vão protocolar um monte de CPIs para criar uma cortina de fumaça para impedir que uma CPI tão importante como da Dersa seja protocolizada e realmente efetivada”, afirma o líder do PSL na Casa, deputado Gil Diniz, conhecido como “Carteiro Reaça”.

A briga na fila para a criação de CPIs mostra um pouco do que deve ser essa nova legislatura (2019-2022), que tomou posse na sexta-feira (15) em cerimônia marcada por manifestos com referências à polarização política nacional —como a repetição de slogan de Jair Bolsonaro (PSL) ou gritos de “Lula livre”.

Ancorado na popularidade do presidente Jair Bolsonaro e da agora deputada estadual Janaina Paschoal, dona de um recorde de 2 milhões de votos, o PSL alardeia o início de uma nova era no Legislativo paulista —o que é visto com ceticismo pela velha guarda da Casa.

A seu favor o PSL tem os números: possui a parlamentar com a maior votação da história do país e a maior bancada da Assembleia, com 15 dos 94 assentos (até hoje não há nenhum representante). O PT é a segunda, com 10, e, no terceiro lugar, aparecem empatados PSDB e PSB, com 8 cada um.

Apesar da robustez no plenário, os 15 deputados têm um peso relativo no total de 94 membros da Assembleia. Um exemplo disso foi a eleição para presidente da Casa na última sexta-feira.

O deputado estadual Cauê Macris (PSDB), 35, foi reeleito ao derrotar Janaina por 70 votos a 16. Os outros dois candidatos, Daniel José (Novo) e Mônica da Bancada Ativista (PSOL), receberam quatro votos cada.
Se a matemática de plenário não lhe é totalmente favorável, o PSL conta com outras armas para dar dor de cabeça a caciques da Casa e a Doria. Uma delas é o poder de ajudar a obstruir votações e dificultar a aprovação de projetos de interesse do tucano.

O grupo de novatos tem dito que fará valer o papel fiscalizador da Casa em relação ao Executivo. Eles também não desperdiçarão chances de ocupar a tribuna para discursar e manterão canal aberto com as redes sociais.

Folhapress

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Benefícios ou sacrifícios na Previdência militar serão divididos sem distinção, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste domingo (17) que a proposta preparada por seu governo para reformar o sistema de aposentadoria das Forças Armadas não privilegiará grupos.

“Possíveis benefícios ou sacrifícios serão divididos entre todos, sem distinções de postos ou graduações”, escreveu nas redes sociais.

Bolsonaro afirmou que ainda não recebeu a proposta final. No sábado (16), o secretário especial de Previdência, Rogerio Marinho, se reuniu com representantes das Forças para discutir o texto.

Ele e o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) confirmaram que a entrega do projeto ao Congresso ocorrerá até quarta-feira (20).

“Permaneço no firme propósito de valorizar e unir a tropa no ideal de melhor servir à pátria”, afirmou Bolsonaro.

O presidente está em trânsito a caminho de Washington, onde se encontrará com o par americano, Donald Trump.

Também no sábado, o general e ministro Santos Cruz (Secretaria de Governo) disse que a proposta de reforma da Previdência dos militares formulada terá aumento de tempo e percentual de contribuição.

“Parece que aumenta um pouco o tempo de serviço, aumenta também o percentual de contribuição”, afirmou, após almoço na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

Questionado se eram pontos pacificados, ele assentiu. “Isso daí vai acontecer.”

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. Com todo respeito. Seu BLOG está ficando muito chato amigo. Eu abro todos os dias logo que chego no trabalho, mas estou deixando de fazer isso porque, de suas reportagens, 80% são sobre POLÍTICAS e isso enche o saco de qualquer ser humano normal.

    1. Discordo dessa opinião. O blog está cumprindo com sua função jornalística. Siga em frente, BG.

    1. Gente 70% das aposentadoria do inss é um salário mínimo, deste 70% 63% são de aposentados por tempo de serviço, resta 7% pra aposentados por idade e por invalidez, pra o pobre não vai mudar quase nada, o que ta faltando é explicação pra o povo.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Acidente

Caixa-preta mostra ‘clara semelhança’ entre acidentes com Boeing 737 Max, diz Etiópia

A análise da caixa preta do avião da companhia aérea Ethiopian Airlines, que caiu no último dia 10, mostra “semelhanças claras” com os dados da aeronave da Lion Air que caiu em outubro na Indonésia, disse o Ministério de Transportes da Etiópia neste domingo (17).

Nos dois casos, o modelo dos aviões era o mesmo, um Boeing 737 Max 8, o que levantou dúvidas sobre a sua segurança. Em ambos os acidentes, as aeronaves caíram pouco após a decolagem

“Foi a mesma coisa que no caso indonésio (da Lion Air). Até o momento, há claras semelhanças entre os dois acidentes”, disse um porta-voz do Ministério dos Transportes, Muse Yihevis.

“Os dados foram encontrados com sucesso. Tanto o tome americano como o nosso (etíope) confirmaram isso”, afirmou ele. “Teremos mais novidades em três ou quatro dias”.

O relatório completo sobre o caso, porém, deve sair apenas em 30 dias, informou o jornal The Wall Street Journal.

Por causa dos dois acidentes, diversos países do mundo acabaram proibindo o uso do 737 Max até que a Boeing consiga comprovar a segurança do modelo.

O voo da Ethiopian Airlines caiu próximo a Adis Abeba, capital da Etiópia, logo após decolar, matando todas as 157 pessoas que estavam a bordo.

Em 29 de outubro de 2018, o mesmo modelo de aeronave caiu próximo a Jacarta, matando também todas as 189 pessoas a bordo.

Reuters

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Sobe para 50 número de mortos em ataques na Nova Zelândia

O número de mortos nos atentados em Christchurch, na Nova Zelândia, subiu para 50. De acordo com o comissário de polícia Michael Bush, o número foi atualizado depois que mais uma vítima foi encontrada na mesquita de Al Noor. Até o momento, 36 pessoas continuam hospitalizadas, sendo que 12 estão internadas em unidades de terapia intensiva.

Bush evitou confirmar se o australiano Brenton Tarrant, citado pelas autoridades neozelandesas como autor do massacre, seria o único responsável pelos ataques a tiros registrados em duas mesquitas na última sexta-feira (15).

Após os atentados, a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, anunciou mudanças na legislação sobre armas. A premiê disse que Tarrant estava em posse de cinco armas, incluindo duas semiautomáticas e duas espingardas. As armas foram compradas depois que ele obteve a licença correspondente, em novembro de 2017. Segundo Ardern, algumas das armas foram modificadas para se tornarem ainda mais mortais.

“Enquanto seguem os trabalhos para esclarecer a sequência de fatos que levaram tanto à licença quanto à posse das armas, posso assegurar uma coisa: nossas leis de armas irão mudar”, afirmou, sem dar detalhes.

Telam

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Tratado como “guru”, Olavo de Carvalho diz desconhecer ideias políticas de Bolsonaro

Diante de uma plateia de cerca de 100 fãs e representantes da direita americana, no Trump International Hotel, o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, afirmou que, até hoje, não sabe quais são as ideias políticas do presidente Jair Bolsonaro, mas que o apoia por ele ser “um homem honesto e não ser ladrão”.

O filósofo voltou a atacar a imprensa, dizendo que “todos os jornalistas são viciados em drogas” e que a mídia é culpada pela imagem de Bolsonaro de fascista e violento. O filósofo foi homenageado por Steve Bannon, ex-estrategista do presidente Donald Trump, com uma exibição do documentário sobre sua vida, Jardim das Aflições.

“Mesmo se o Bolsonaro fosse dono de um bordel ele seria menos perigoso que o (candidato petista) Fernando Haddad, por isso o povo votou nele, não por causa de suas ideias políticas, que até hoje não sei quais são; ele fala de um assunto ou outro, mas nunca vi uma concepção geral, uma ideologia”, disse.

“Eu não sei quais são as ideias políticas dele [Bolsonaro]. Conversei com ele quatro vezes na vida, porra”, afirmou a jornalistas. Na saída, Olavo mostrou-se pessimista com o futuro do Brasil e disse que, se o governo continuar como está por mais seis meses, acabou.”

O presidente está de mãos amarradas. Não sou capaz de prever [até onde vai] mas, se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal, é só continuar isso mais seis meses e acabou”, afirmou.

Olavo foi apresentado por Bannon à plateia como peça importante para o que ele chama de “O Movimento”, grupo de governos populistas de direita em ascensão em países como Brasil, EUA, Hungria e Itália. “Olavo não é importante apenas para o Brasil, ele tem uma importância no contexto mundial do movimento populista de direita, é um pensador seminal”, disse.

Bannon disse à Folha que conhecia Olavo por seus vídeos e por uma discussão fascinante que o filósofo teve com Aleksandr Dugin, estrategista do presidente russo, Vladimir Putin. “Mas só fiz a peregrinação até a casa do Olavo, onde conheci a impressionante biblioteca dele, há pouco tempo, e ele mora na minha cidade, Richmnond!”

O deputado Eduardo Bolsonaro, líder do Comite Relações Exteriores da Câmara, também não economizou nos elogios ao guru, “uma das pessoas mais importantes da história do Brasil”. “Olavo de Carvalho é uma inspiração e sem ele Jair Bolsonaro não existiria”, disse Eduardo, que assistiu concentrado aos cerca de 1h20 de filme.

Os principais alvos do escritor, na sessão de perguntas após a exibição e na conversa com jornalistas, foram a mídia e o vice-presidente, Mourão.

“Se o Bolsonaro fosse um homem assim violento, fascista, por que ele seria tão amado pelo povo? Essa foi uma imagem criada pelos jornalistas. E é a imagem passada pela imprensa internacional”, afirmou. “A mídia é louca, todos os jornalistas são viciados em drogas.”

Eduardo Bolsonaro também alfinetou a imprensa. “Olhem o Twitter da Folha, tem poucos seguidores, existem umas pessoas que ninguém conhece que têm muito mais seguidores, porque eles sempre falam a verdade. O poder está com a gente.”

As pessoas não acreditam na imprensa. Quando as pessoas me param na rua pra tirar fotos, elas não acham que eu sou racista, nazista, homofóbico e xenófobo.” O filósofo afirmou que o presidente está cercado de traidores e declarou que despreza o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Segundo Olavo, Mourão “é estúpido” e tem uma “vaidade monstruosa”.

“O Bolsonaro vai viajar, ele assume temporariamente, e a primeira coisa que faz é ir pra São Paulo ter uma conversa política com Dória. Esse cara não tem ideia do que é ser vice, só sabe sobre sua vaidade monstruosa. Você acha que ele pediu permissão do presidente pra ir pra São Paulo? Eu não o critico, eu o desprezo.”

Para Olavo, Mourão se elegeu com falsidades. “Assim que foi empossado, ele mudou 180 graus: foi para o outro lado em aborto, desarmamento, não quer derrubar o (ditador venezuelano Nicolás) Maduro. “Ele também acusou o vice de ter mentalidade golpista.

“O Mourão disse isso: ‘nós voltamos ao poder por vias democráticas’. Como ‘voltamos’? Quem está no poder é o Bolsonaro, não vocês. Agora eles acham que estão no poder. E isso o que é? Golpe. É uma mentalidade golpista. Essa concepção, que é a do Mourão, é uma concepção golpista. Não sei se o golpe vai acontecer, já aconteceu, não estou em Brasília, não sei. Estou com o cu na mão pelo Brasil, não por mim. Por mim eu estou velho, posso morrer, não ligo, porra”.

Ele avalia ainda que os principais auxiliares do presidente —da ala militar do governo—​ são má influência e têm atuado para prejudicar Bolsonaro desde o início do mandato.

“Ele [Bolsonaro] deveria parar de ouvir maus conselhos. Ele é um homem sozinho, não pode confiar naqueles que os cercam, na mídia, ele tem que confiar no povo”.

A exibição foi organizada pelo financista Gerald Brant, um dos primeiros apoiadores de Bolsonaro em Wall Street e fã de Olavo. Entre os convidados, estavam Sebastian Gorka, que foi vice-assistente de Trump, e Thomas Shannon, que foi embaixador no Brasil e terceiro no Departamento de Estado

Apesar de ter indicado dois ministros, Ricardo Vélez (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) —e estar em constante disputa com a ala militar ligada a Bolsonaro—​, Olavo nega que tenha qualquer tipo de influência no governo. Segundo ele, isso é “pequeno, vil e miserável” diante de suas ambições.

“Eu quero mudar o destino da cultura do Brasil, décadas ou séculos à frente. Esse é meu sonho, o governo que se foda, eu estou cagando para o governo. Eu sou Olavo de Carvalho, não preciso do governo, minha filha. Eu sou um escritor, falo direto com meu público, não preciso de um cargo do governo”.

Olavo disse ser mentira que tenha interferido nas demissões e nomeações no Ministério da Educação. “Só falei com (Velez) duas vezes: uma vez para parabenizá-lo, quando foi nomeado, e a segunda para mandar tomar no cu”, disse. “Eu sugeri o nome dele para a Educação e encheram o ministério de picaretas.”

Famoso pelo temperamento forte, ele bateu boca com um jornalista do Financial Times durante coquetel após exibição do filme. Indagado sobre o significado da visita de Bolsonaro aos EUA, Olavo disse que a ajuda americana é importante para que o Brasil não seja vendido pela China, e que os americanos vão comprar mais produtos brasileiros. Confrontado com a informação de que Brasil e os EUA têm uma pauta de exportação semelhante, e seriam concorrentes, Olavo afirmou:”Os dois produzem a metade dos alimentos produzidos no mundo. Eles podem fazer uma aliança para vender comida para todos”, disse.

Questionado se isso não constituiria um cartel, explodiu. “Eu não chamei de cartel. Você está pondo palavras na minha boca, você está distorcendo, você é maldoso, você é um mentiroso, você é um mentiroso”, gritou, e saiu andando. “Não quero mais falar com você, você é mentiroso.” Na saída, perguntado por jornalistas se estava otimista sobre o governo, afirmou que não, porque a mídia inteira, nas suas palavras, quer matar Bolsonaro e o presidente não tem direito de defesa.

“Isso é um golpe de Estado, vocês não estão entendendo? A classe jornalística, todos vocês”, afirmou diante dos repórteres.

Ainda de acordo com o escritor, Bolsonaro não tem reagido ao que ele chama de “fake news” por cautela dos militares que estão no governo.

“Ele não reage [às notícias falsas contra ele] porque aquele bando de milico que os cerca é um bando de cagão que têm medo da mídia”.

Carvalho disse, porém, que não vai dar nenhum desses conselhos ao presidente neste domingo (17), quando vai encontrá-lo pessoalmente durante o jantar na casa do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral.
“Você acha que vai dar para conversar isso com ele? Não. Eu vou lá para comer”.

Folhapress

Opinião dos leitores

    1. O projeto que tem é da PREVIDÊNCIA, para emprobecer cada vez mais os miseráveis ou seja saindo da linha de pobreza.

    2. Quem está parado é o RN. O atual governo está encaminhando todas as suas promessas de campanha. E foi eleito pelo nosso povo para fazer exatamente o que está fazendo. Duas propostas importantíssimas já foram encaminhadas e várias outras estão no forno. A máquina pública está sendo reduzida e "despetizada", com a retirada dos "vagabundos vermelhos" dos cargos públicos. A aproximação com os EUA, paraíso do liberalismo econômico e das liberdades democráticas está em curso. Está tudo caminhando. Abra os olhos.

  1. E AGORA ???? Sera que os JORNALISTAS BRASILEIROS VAO ENTRAR COM UMA ACAO CONTRA ESSE LOUCO…SE ELE GENERALIZOU E E JORNALISTA…DEVE TER FUMADO TAMBEM…..GURU BOSTA ….ACHO E POUCO…QUEM ACREDITA NESSES MANES…MANE E

    1. Pessoas como vc, certamente preferem seguir e até idolatrar corruptos e ditadores. Crápulas e vagabundos são os seus heróis e gurus. O principal deles está preso, já foi condenado duas vezes por corrupção e lavagem de dinheiro e ainda responde a outro monte de investigações e processos do mesmo naipe. É essa corja que vcs, esquerdopatas, defendem e seguem cegamente.

    1. Quem seriam os qualificados na sua visão? O presidiário de 9 dedos, semi-analfabeto, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que se orgulhava de nunca ter lido um livro na vida? Ou aquela louca "ensacadora de vento", incapaz de formar uma simples frase inteligível. Essa dupla de "qualificados" e sua cambada de cúmplices destruíram o nosso Brasil e nos deixaram um monte de problemas que o atual governo irá resolver. E sua governadora dos sonhos depende muito do sucesso do governo federal pois, se as coisas derem errado, o RN vai pro vinagre. Acho melhor vc começar a torce pelo certo, "cumpanhero".

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Polícia

Venezuela: mais de 600 são detidos por denúncias de saques no comércio

Mais de 600 pessoas foram detidas por denúncias de envolvimento em saques de estabelecimentos comerciais no estado venezuelano de Zúlia (oeste do país), que continua às escuras desde o “apagão” de 7 de março.

“Contabilizam-se 602 pessoas detidas, 102 estabelecimentos comerciais e seis centros comerciais afetados”, disse o ministro venezuelano de Interior, Justiça e Paz.

Segundo Néstor Reverol, desde o “apagão” houve “uma série de atos de vandalismo” e estão sendo apuradas “as responsabilidades diretas e indiretas” dos detidos.

O ministro disse que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou a liberação de crédito aos proprietários dos 102 estabelecimentos que foram saqueados.

Os créditos, disse, servirão para recuperar o que foi perdido e voltar a empreender.

A Venezuela esteve às escuras durante uma semana, por causa de uma avaria na Central Hidrelétrica de El Guri, a principal do país, que afetou ainda dois sistemas secundários e a linha central de transmissão.

O “apagão” ocorreu na tarde de 7 de março e levou à suspensão das aulas e de atividades profissionais.

Os venezuelanos voltaram ao trabalho na última quinta-feira (14), e a volta às aulas está prevista para segunda-feira (18).

O governo venezuelano anunciou que o sistema estava totalmente recuperado, mas ainda há “apagões” em várias regiões do país, inclusive na capital.

RTP

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Educação

Damares quer vetar homeschooling para filhos de condenados pela Justiça


POR GUILHERME AMADO

Damares Alves enviou ao Palácio do Planalto nos últimos dias uma versão preliminar da medida provisória de homeschooling.

Ela defendeu que pais condenados não tenham o direito de optar pelo ensino domiciliar para seus filhos.

A Casa Civil sugeriu que o Ministério dos Direitos Humanos definisse um recorte: crimes contra a vida ou sexuais, por exemplo.

O texto voltou ao ministério de Damares, que está em conversas com o Ministério da Educação.

A promessa é que a medida provisória seja editada até 11 de abril, quando o governo faz 100 dias.

O Globo

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Acordo com EUA para uso de Alcântara coloca país em mercado bilionário

O presidente Jair Bolsonaro deve assinar na próxima terça-feira (19), em Washington, o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre Brasil e Estados Unidos, ao lado do presidente norte-americano Donald Trump. A medida permitirá o uso comercial da base de lançamentos aeroespaciais de Alcântara (MA). Estima-se que, em todo o mundo, exista uma média de 42 lançamentos comerciais de satélites por ano.

Esse mercado movimentou, apenas em 2017, cerca de US$ 3 bilhões, um crescimento de mais de 16% em relação ao ano anterior, segundo dados da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.

“O Brasil vai entrar no mercado de lançamento de satélites. Há anos, o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos aguarda o acordo de salvaguardas com os americanos. Nossa expectativa é de que passaremos a exportar serviços relacionados a essa indústria”, afirmou o gerente-executivo de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo.

A Base de Alcântara é internacionalmente reconhecida como um ponto estratégico para o lançamento de foguetes, por estar localizada em latitude privilegiada na zona equatorial, o que permite uso máximo da rotação da Terra para impulsionar os lançamentos. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o uso do local pode significar uma redução de 30% no uso de combustível, em comparação a outros locais de lançamentos em latitudes mais elevadas.

A partida do presidente para os Estados Unidos está marcada para as 8h de hoje (17), na Base Aérea de Brasília. Acompanhado de seis ministros, Bolsonaro deve chegar a Washington às 16h (horário local). O presidente ficará hospedado na Blair House, palácio que faz parte do complexo da Casa Branca.

A comitiva brasileira será integrada pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Livre Comércio

O setor empresarial brasileiro também vê com muita expectativa a reaproximação entre os dois países. Segundo principal destino das exportações do Brasil, atrás apenas da China, os Estados Unidos ocupam a primeira posição no quesito de compras de produtos industrializados.

O mercado norte-americano é também onde o Brasil tem o maior número de empresas no exterior. Cerca de 21% de todo o investimento estrangeiro no Brasil também provém de empresas estadunidenses.

O que falta, ainda, segundo os empresários, são acordos comerciais mais amplos. “Tem uma defasagem entre a dinâmica empresarial, que é forte entre os dois países, e as ações do governo. O que não temos ainda são acordos entre os dois governos para potencializar essa relação”, explica Diego Bonomo.

Na última década, conforme Bonomo, houve acordos de patentes (2015), de céus abertos, que entrou em vigor no ano passado, liberando a operação de voos comerciais entre os dois países, além do acordo previdenciário, também de 2018, que passou a legalizar a contagem de tempo e de contribuição para aposentadoria e recebimento de outros benefícios da Previdência de cidadãos brasileiros que vivem nos EUA e vice-versa.

“São acordos importantes, mas que não têm um impacto econômico assim tão grande”, afirmou. Em pesquisa recente, a CNI mostrou que pelo menos 134 grupos de produtos brasileiros poderiam ser beneficiados com um acordo de livre comércio com os Estados Unidos que reduzisse ou zerasse as tarifas de importação entre os dois países.

A pauta empresarial também inclui o desejo por um acordo para evitar a dupla tributação (ADT) de produtos e serviços comercializados entre os dois países, bem como remessa de lucros e dividendos, além de um acordo de cooperação para facilitação de investimentos (ACFI), que prevê medidas para aumentar a segurança jurídica dos negócios bilaterais.

Janela de oportunidade

Os gestos de aproximação entre Bolsonaro e Trump são vistos como uma oportunidade de destravar acordos mais ambiciosos entre os dois países.

“Vamos ver o que vai sair na declaração conjunta entre os dois, porque isso é o que vai determinar e ditar o ritmo da relação pelos próximos 6 a 12 meses. Ano que vem tem eleições presidenciais nos EUA, então é importante aproveitar ao máximo essa janela de oportunidade de aproximação política entre os dois países”, avaliou Bonomo.

O gerente de assuntos internacionais da CNI destacou que o atual presidente dos EUA nem precisa de autorização do Congresso para negociar acordos comerciais com outros países, já que a Autorização para a Promoção de Comércio (TDA, na sigla em inglês) foi aprovada pelo Legislativo do país ainda na gestão de Barack Obama, e tem validade até 2021.

“Se a gente quiser ter essa ambição e lançar a negociação com eles, o Trump nem depende do Congresso dos EUA e pode deslanchar esse processo”, destacou.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Fico aqui pensando o que esses dois sujeitos não trabalham ou acho que são PTralhas pois só eles dois falam mal do governo, vão trabalhar!!!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Judiciário

Em meio a queda de braço, número dois da PGR defende Dodge e ataca associação

Com a procuradora-geral, Raquel Dodge, sob ataque de diversas alas da corporação, o número dois da PGR, Luciano Mariz Maia, se levanta para condenar ofensiva da entidade que representa os investigadores. Para ele, o presidente da ANPR, José Robalinho, errou ao censurar a decisão de Dodge de ir ao STF contra a fundação que a Lava Jato tentava criar. “Todos respeitamos o direito de a associação se expressar como quiser, mas, neste caso, a posição foi corroborada por um ministro”, diz.

A tentativa da Lava Jato de Curitiba de criar uma fundação com dinheiro recuperado da Petrobras abriu fenda inédita na imagem de seus protagonistas e foi alvo de dura reprimenda no Supremo. A pedido de Dodge, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu na sexta (15) o acordo que viabilizava a entidade.

A ANPR criticou a iniciativa da procuradora-geral. “A associação, em princípio, se coloca na reivindicação de pautas corporativas e na defesa de agressões contra seus associados, mas não é comum a censura de escolhas que o procurador natural tenha feito”, rebate Maia.

Para o vice-procurador-geral, ao censurar o dispositivo escolhido por Dodge, Robalinho tentou “substituir a procuradora no seu mandato junto ao STF”. Ele diz que o MPF é um ambiente plural, mas que “a conduta exigida é de respeito às posições divergentes e de trabalho para a construção de consenso”.

A ANPR segue disposta a questionar a atuação de Dodge e vai pedir para acompanhar formalmente a ação da PGR contra a Lava Jato. Com isso, poderá fazer manifestações e memoriais.

A disputa a céu aberto no MPF está no radar do STF. Dodge recebeu elogios de três ministros na sessão de quinta (14). Um integrante do tribunal diz que os procuradores “vão se consumir sozinhos” se mantiverem a temperatura alta.

A solidariedade do STF a Dodge não a ajuda entre os pares. Procuradores que atuam em outras frentes de investigação, que não a Lava Jato em Curitiba, veem no inquérito aberto pelo Supremo contra fake news um ataque sem precedentes ao MPF.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *