Treze dos 27 governadores brasileiros autorizaram reajustes dos próprios salários e os dos seus secretários. Os aumentos foram aprovados pelas Assembleias Legislativas às vésperas do recesso parlamentar, no fim do ano passado.
Os valores variaram bastante. Foram de 4,3%, caso do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo – o menor aumento –, até 100%, no caso do Rio Grande do Norte. No Estado nordestino, o salário do governador Robinson Faria (PSD), que venceu na disputa do ano passado o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), foi ampliado de 11.000 para 22.000 reais. No caso do vice-governador, Fábio Dantas, do PCdoB, o salário passou de 9.000 para 17.500 reais.
Os secretários passaram a receber 14.000 reais por mês. Antes o salário era de 8.000 reais.
Segundo a chefe do gabinete do governador, Tatiana Mendes Cunha, Faria concordou com o aumento para os secretários por achar não ser possível “contratar nenhum técnico competente com o salário anterior”. Ela diz que, para compensar o aumento do próprio salário, o governador abriu mão de residência oficial e do que considerava “mordomias” do cargo.
Os vencimentos de Alckmin, por sua vez, tiveram um reajuste bem mais modesto: foram de 20.600 reais mensais para 21.600 reais. A assessoria do tucano argumenta que o aumento foi menor que a inflação acumulada desde o último reajuste, em janeiro de 2013 – a inflação no período foi de 12,7%. O aumento, porém, contrasta com o pacote de austeridade anunciado no começo do ano, quando ele prometeu cortar 15% dos cargos comissionados, 10% do custeio da máquina pública e contingenciar 10% das despesas previstas no Orçamento do Estado para este ano, o equivalente a 6,6 bilhões de reais.
Outros governadores, como o da Bahia, Rui Costa (PT), alegaram que o reajuste foi similar ao feito pelo Congresso Nacional e presidente da República. No caso de Costa, seu contracheque foi de 19.300 reais para 22.400 reais. O vencimento do vice e de secretários saltou de 16.200 reais para 19.300 reais. Ao assumir, o petista prometeu extinguir 1.700 cargos comissionados e extinguir três das 27 secretarias.
Entre os que autorizaram reajustes dos próprios salários, apenas o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), afirmou que não tomaria medidas para enxugar a máquina pública. Apenas suspendeu pagamento de fornecedores.
O contracheque do governador gaúcho foi de 17.300 para 25.300 reais, um aumento de cerca de 46%. Porém, diante da repercussão negativa, ele anunciou que iria abrir mão do reajuste, em uma decisão de “caráter pessoal”. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), também havia autorizado o aumento, mas depois recuou e decidiu congelá-lo.
Com informações de Veja e Estadão Conteúdo
Acho que cargos como Presidente, Governador e Prefeito, ou seja, chefes do executivo, e seus secretários/ministros têm que ganhar muito bem e tem que viver muito bem para que possam produzir com qualidade e poderem ser cobrados para fazer jus ao salário que recebem. Eles têm uma pressão e responsabilidade muito grande, praticamente trabalham 24hs por dia, essa é a realidade, claro que tem suas horas de folgas, mas ficam de "sobre aviso" e a qualquer momento eles tem que responder ou trabalhar.
Sinceramente, para um governador, o salário de 21.900 eu acho pouquissimo, imagine para um Presidente. Para um secretário de estado, era uma vergonha ganhar R$ 8 mil como ganhavam até o mês passado. Ninguém qualificado ou com juízo sai de onde está para ir ganhar R$ 8 mil para ser secretário de estado, ou ia por muito AMOR ou pensando em "comer" algo por fora. Tem que ganhar bem para não pensar em fazer besteira e poder ser cobrado pelo salário bem que ganha. Acho que também não precisa fazer esse "bicho" que não tem dinheiro pra pagar folha de pagamento, porque não é por causa desse aumento de salário que vai "piorar" a situação do estado. MINHA OPINIÃO.
BG, boa edição para noticiar uma medida que teria tudo para se transformar em razão para uma saraivada de críticas simplistas, mas que, escrita e analisada com serenidade, será considerada correta. No caso do RN, principalmente.
Administrar, mesmo na escassez, não significa sempre cortar em tudo. Requer, isto sim, eleger prioridades e alocar (re-alocar) recursos conforme elas. Poder contar com bons líderes técnicos em cada secretaria custa mais caro do que retribuir favores políticos "dando" cargos superiores a quem não tem competência para tocá-los senão em favor do interesse próprio ou para inflar vaidades.
Apóio a medida uma vez que vem acompanhada de outros cortes, inclusive relacionados com as mordomias do cargo de governador, que custavam bem mais do que o aumento concedido a si – certamente por obrigação legal de elevar o teto para poder viabilizar os demais aumentos e atrair minimamente uma equipe de líderes setoriais de qualidade (et même…!)
Agora é a eles de trabalhar e a nós de cobrar.
Mas o arroxo com cortes, vem com o argumento de termos atingido o limite prudencial e atentar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E tem gente que ainda acredita nessa balela repetida todo ano, a cada mandato…