Os governos precisam conscientizar a população para que priorize o transporte público, disse nesta quarta-feira (7) o pesquisador da Universidade Técnica de Berlim, Marcus Jeutner, ao participar, em São Paulo, do Seminário Desafios Contemporêneos: Empresas, Mobilidade Urbana e Direitos Humenos, promovido pelo Instituto Ethos. “As pessoas querem ter um carro porque é um símbolo de status. Elas querem mostrar para os vizinhos que podem ter, financiar um carro”, afirmou.
Especialista em mobilidade urbana, o alemão Jeutner é autor de estudo sobre o assunto, produzido na cidade de Chennai, na India. “Os carros são bons, eu gosto de dirigir. Mas estamos aumentando custos e causando problemas. É uma questão de educação, explicar [à população] que o uso do carro é pior”, disse. Jeutner é defensor do conceito de cidades inteligentes, que apresentam áreas dedicadas à circulação de pessoas a pé.
Segundo o especialista, as prefeituras erram ao buscar implementar o conceito de cidades inteligentes a partir das melhores práticas de exemplo, como o de Londres. “Nós não focamos na estrutura já existente, combinamos uma ideia adaptada aos desafios locais, ao contexto local. Gosto de me basear nos piores planos e replicar o que pode ser melhorado, não repetir os mesmos erros”, acrescentou.
Segundo a última pesquisa feita em Chennai, em 2008, 26% da população opta por ônibus, 25% utiliza motocicleta, 6% prefere carro e 5% anda de trem. A maior parcela, 28%, anda a pé, já que o custo do transporte público ainda é alto para grande parte dos indianos. “As pessoas não gostam do transporte público, se puderem pagar, preferem o transporte individual como motocicleta”, disse ressaltou.
Em comparação, na capital paulista, a circulação dos automóveis reduziu 1,3%, passando de 80,2% em 2014 para 78,9% no ano passado, segundo estudo divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O percentual de motocicletas aumentou 1,2%, um salto de 15,1% em 2014 para 16,3% no ano passado.
Intermodalidade
No seu estudo em Chennai, o especialista concluiu que a intermodalidade “é uma dor de cabeça” para o gestor público, já que o seu mau funcionamento está entre as razões que mais afastam os usuários. “No centro de Chennai, o trem não tem conexão, [o pedestre] tem de cruzar ruas sem faixa de pedestres, andar por viaduto, não tem mapas sobre trajetos dos ônibus”, conta.
Jeutner explicou que a infraestrutura é o esqueleto das cidades, pois a partir dela é possível direcionar o crescimento urbano. No caso do município indiano, as ferrovias que existem há mais de 100 anos determinaram os caminhos da expansão, das periferias e grande número de indústrias, localizadas nos arredores.
Com aumento de renda da população, a quantidade de carros em circulação elevou e foram criadas novas ruas, que se tornaram, desordenadamente, cheias e caóticas. “Em Chennai, as pessoas não confiam no transporte público, elas acabam preferindo o carro e levam três horas [nos seus deslocamentos], assim como ocorre em São Paulo”, disse.
Tanto em São Paulo, quanto em Chennai, o transporte público com intermodalidade são as melhores alternativas ao carro. “Pensem na perda de produtividade das pessoas que estão travadas no trânsito. Elas poderiam brincar com o filho, estudar, trabalhar. Isso causa impacto muito grande na economia global”, afirmou o especialista.
Agência Brasil
Criaturas humanas transvestidas de automóveis. Assunto para psicólogos e antropólogos irreverentes escumarem o canto da boca. Começa pela fraqueza humana escondida na potência forte do motor. Passa pela transmutação da imagem, da roupa de aço que confere performance, do isolamento no mundinho confortável, da preguiça orgulhosa, da glamourosa doença inconsciente, por vezes doces abobalhados, do moderno, do fascinado, do mundo da felicidade artificial, da aparência superior, do elitizado, do estratificado, do diferencial, do vencedor, do troféu, eternos agoniados consumidores de uma indústria voraz, volátil, estratégica, competente e espertíssima…:)
Status???
Tive que comprar um carro pois perdia 5 horas do meu dia entre esperar o ônibus e chegar no trabalho e depois voltar pra casa!
Status seria poder chegar na parada e em 10 min pegar um ônibus com o mínimo de conforto.
E ainda ter segurança. Tendo em que os usuários dos transportes públicos não estão isentos das ações dos criminosos.
Em Natal os cabras andam dirigindo e pensando nas 80 prestações a pagar….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Em Natal, o passageiro não é uma pessoa e sim um carnê de financiamento de 1,20m de altura, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
TER CARRO É NECESSIDADE, É PRECISAO, POIS O TRANSPORTE PÚBLICO É INEFICIENTE E SUCATEADO!!!!!
Só não é mais nos Países de 1º mundo, e há muito tempo !
Se os que andam de carro fossem para o transporte publico, deixassem de pagar IPVA, ICMS, etc… e aumentasse a demanda e necessidade por mais subsidios pra o transporte de onibus.. de onde sairia o dinheiro???? Ora, quem banca parte do transporte publico sao os impostos. Demagogia sem raciocínio é coisa de "intelectual". Somente 1/3 deve andar de onibus, outros 1/3 andam de bike e a pé e o resto de carro. Ha um equilibrio, falta pesquisa econômica de viabilidade… esse deve ser recalcado, anda de onibus e deve estar com atraso da bolsa pesquisa.
Só no brasil mesmo…principalmente em natal em que se anda de carro zero e do lado um carne de financiamento, carro é meio de locomoção. uma pessoa inteligente não joga dinheiro fora todos os anos.
status é você não dever a ninguém.