Os representantes do Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, e do laboratório Biomanguinhos (com sede no estado do Rio de Janeiro) estiveram em Natal, nos dias 3 e 4 de abril, onde se reuniram com a coordenação estadual DST/AIDS e Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e com representantes de ONGs para iniciar as ações de promoção do teste rápido para detectar a presença do HIV através do fluido oral.
O Instituto Vida e Esperança (IVES) foi à ONG escolhida do RN para desenvolver o projeto entre as 40 ONGs selecionadas pelo Departamento de DTS/AIDS e Hepatites Virais em todo o país. O IVES vai atuar em parceria com a Associação de Profissionais do Sexo e Congêneres do RN (ASPRORN).
Para Sônia Cristina, responsável técnica pelo Programa Estadual DST/AIDS e Hepatites Virais, “esse projeto é mais uma forma de aperfeiçoar a ampliação ao diagnóstico do HIV, sobretudo junto às populações prioritárias do projeto, que são as que apresentam maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV”.
Segundo Sônia Cristina, as ONGs conseguem ter um acesso muito maior a essas populações do que os serviços de saúde devido aos horários diferenciados de atuação. Além disso, as ONGs usam a metodologia entre pares que incentiva a parceria entre gestores e representantes dos grupos, nas ações de prevenção, ou seja, prostitutas trabalham com prostitutas, jovens com jovens, gays com outros gays e assim por diante.
As ações de intervenção e de aplicação do teste rápido por fluido oral duração um ano, e serão desenvolvidas pelas ONGs em parceria com a Sesap e com os municípios de Natal e Parnamirim, cidades em que o projeto prevê atuação dos agentes.
“Além de realizar o teste, o projeto prever o mapeamento das áreas de maior vulnerabilidade. Até o momento os quatro agentes do projeto irão atuar em Natal (Zona Sul, Igapó, Quintas e Candelária) e em Parnamirim, com recursos fornecidos pelo Ministério da Saúde”, explica Patrícia Medeiros, presidente da IVES.
As ONGs selecionadas atuam no combate à AIDS em 21 estados e no Distrito Federal, e dois representantes de cada uma delas foram treinados nos meses de novembro e dezembro de 2013, por técnicos do Ministério da Saúde, do programa “Quero Fazer” de aconselhamento e testes voluntários anti-HIV e da Fiocruz.
Como funciona o novo teste
Segundo Rafael Macedo, gerente de projetos do Biomanguinhos, o novo teste pode ser feito pela própria pessoa, sem auxílio médico. O kit inclui uma haste coletora de fluido oral descartável, frasco com solução e suporte plástico. Com a haste coletora, a pessoa deve extrair o fluído da gengiva e da mucosa da bochecha, colocá-la na solução e esperar até 30 minutos.
A reação ocorrerá no suporte de plástico, onde será revelado o resultado. Se aparecer uma única linha vermelha, significa que o fluído não é reagente. Se apareceram duas linhas vermelhas, quer dizer que na amostra há anticorpos anti-HIV e o teste é positivo.
A pessoa deve evitar ingerir alimento e bebida, fumar ou inalar qualquer substância, escovar os dentes, usar antisséptico bucal ou realizar qualquer atividade oral que deixe resíduos 30 minutos antes de realizar o teste. Também é preciso tirar o batom.
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