Diversos

9% dos idosos do país consomem álcool diariamente, diz Datafolha

Foto: Bruno Santos/Folhapress

Assunto cercado de tabus, o consumo excessivo de álcool na velhice é um problema de saúde e social pouco abordado nas políticas públicas, hoje direcionadas aos consumidores mais jovens.

Pesquisa Datafolha inédita mostra que quase um em cada dez homens idosos brasileiros (9%) bebe todos os dias, cinco vezes a média do país (2%) e o dobro do percentual de beberrões (4%).

Entre as idosas, 81% não bebem, contra 57% dos idosos, o que confirma a tendência na população em geral de as mulheres serem menos expostas ao álcool que os homens (63% delas não bebem, contra 6% dos homens).

O alcoolismo causa um grande impacto nos sistemas nervoso, cardiovascular, circulatório e gastrointestinal.

Se a bebida for associada ao uso de cigarros ou calmantes, situação frequente entre os idosos, o estrago é ainda maior porque somam-se efeitos deletérios, segundo a psiquiatra Ana Cecília Marques, professora da Unifesp.

“Há degenerações do sistema nervoso central, como as demências, danos ao sistema cardiovascular, como hipertensão arterial e os AVCs. No sistema gastrointestinal, podem surgir cânceres e hepatites com cirrose hepática. Ainda são comuns casos de diabetes alcoólica e de infecção causadas por queda do sistema imunológico.”

Segundo a psiquiatra, alguns estudos apontam que a taxa de dependência de idosos a calmantes chega a 10%. “Imagina esses 9% de dependentes de álcool [da pesquisa Datafolha] somados aos dependentes de calmantes. O impacto é imprevisível. É pior do que droga na cabeça de adolescente porque a vulnerabilidade é muito maior.”

Para Ana Cecília Marques, o idoso alcoólatra é um “paciente invisível”, que muitas vezes desenvolve a dependência após a aposentadoria, o divórcio ou a viuvez. O administrador Roberto N. enfrentou essa situação, tendo desenvolvido um quadro de alcoolismo após aposentar-se aos 65 anos.

“Aquele que bebe desde cedo tem problemas de saúde antes, já com 40 ou 50 anos. O que começa a beber mais tarde é, em geral, solitário. Ele não busca ajuda, o álcool acaba sendo uma automedicação.”

O uso do álcool também pode desencadear ou potencializar distúrbios psiquiátricos, como a depressão, muito associada aos suicídios entre os idosos. “O álcool sozinho já aumenta a taxa de suicídio. E os calmantes também. Eles dão uma falsa sensação de alívio da angústia e a pessoa vai perdendo o controle da situação.”

SOLIDÃO

O clínico-geral Paulo Olzon concorda que a solidão, a morte de amigos e parentes e a consequente perda de referências seja um importante desencadeador do alcoolismo na velhice.

Ele argumenta, porém, que os médicos têm pouco a fazer diante da recusa do paciente em aceitar ajuda. “Os idosos dificilmente admitem o consumo excessivo de álcool, acham que têm controle sobre a bebida.”

Para ele, é preciso respeitar a autonomia do paciente. “Tem idoso que fala: ‘quero comer e beber até morrer. Já sou aposentado, não estou atrapalhando ninguém e quero viver do meu jeito’. Acabou o tempo de médico exercer papel de pai.”

Segundo Ana Cecília Marques, é comum o idoso ter descontrole nos níveis da pressão arterial ou da glicemia por causa da bebida e esconder isso do médico.

Ela diz que, em alguns pacientes, beber uma vez por semana já traz problemas. Entre os entrevistados pela Datafolha, 35% se enquadram nessa situação.

“Eles nem bebem muito porque não aguentam. Vão cair muito antes do que uma pessoa mais jovem. Se eles bebem três ou quatro doses, elas já fazem efeito de dez.”

Ana Cecília diz que faltam políticas públicas voltadas para o álcool e outras drogas e, entre os idosos, a ausência é ainda maior. “Fala-se muito do consumo de álcool na adolescência, mas quase nada na velhice.”

CIGARRO

De acordo com o Datafolha, a taxa de fumantes é menor entre idosos (14%, contra o pico de 22% dos 35 aos 59 anos), mas a porcentagem entre idosos dos que nunca fumaram é a mais baixa (55%, contra 71% dos que têm de 16 a 24 anos). Dos brasileiros, 61% nunca fumaram, 19% fumam e 20% largaram o cigarro.

Mulheres são menos expostas ao fumo que homens: 68% nunca fumaram, 16% fumam (55% e 22% para eles). Dentre mulheres idosas, 64% nunca fumaram, contra apenas 43% dos homens idosos, ou seja, a maioria dos homens idosos foi exposta ao cigarro; 39% deles largaram e 18% ainda fumam. Fumantes idosas são 11% entre as mulheres de 60+.

Segundo Jaqueline Scholz, cardiologista do Programa de Tabagismo do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), dificilmente as pessoas começam a fumar na velhice. “Normalmente, ela inicia na juventude e passa a vida toda fumando. Quando idosa, não acredita que vai conseguir parar.”

De acordo com o Datafolha, pessoas menos escolarizadas fumam mais no geral, contudo, entre os idosos, são os graduados que fumam mais (18%), como é o caso do casal Rosaly e Sylvio Bocchini, que fumaram por mais de cinco décadas até abandonarem, há três anos, o vício do cigarro.

Em geral, explica a médica, o vínculo emocional do idoso com o cigarro é grande e a dificuldade de se livrar da dependência é maior.

A maioria chega para o tratamento pelas mãos de parentes. A terapia envolve antidepressivos e medicamento antitabaco.

“Quando conseguem, melhoram muito a qualidade de vida. Têm aumento da capacidade respiratória, melhoram da tosse, sentem menos cansaço, recuperam a voz”, explica a médica.

Nessa fase da vida, diz ela, parar de fumar costuma ser para valer. “Muitos se sentem tão bem que questionam por que não pararam antes.”

ALCOOLISMO NA APOSENTADORIA

Foi numa noite quente de julho do ano passado que o administrador de empresas Roberto N., 77, diz que ter chegado “ao fundo do poço”.

Ele havia saído às 11h para dar uma volta e só foi encontrado oito horas depois pelo filho caçula. Estava bêbado, desacordado na mesa de um bar, a poucos metros da sua casa, na região da avenida Paulista, em São Paulo.

Com um currículo que inclui graduação em direito, MBA em administração pela FGV e passagem por importantes empresas de São Paulo, Roberto conta que só a partir daquele episódio é que percebeu a sua impotência em relação ao álcool.

“Recebi um ultimato da mulher e dos filhos. ‘Roberto, ou você para de beber ou a família acaba aqui'”, lembra emocionado. Dias depois, buscou ajuda em um grupo AA (Alcoólicos Anônimos).

Roberto lembra que até a aposentadoria bebia “sem grandes problemas”. “Na adolescência, era um garotão de praia. Bebia para me sentir confiante com as moças. Gostava de cuba libre, gin tônica, hi-fi”, diverte-se.

Depois, já formado e bem-sucedido no mercado de trabalho, costumava beber depois do expediente ou em almoços de negócio. “Mas não bebia todos os dias. Era um pai bastante presente.”

Em 1974, três anos depois de se casar e já trabalhando na área de investimentos de um banco, veio o primeiro grande trauma: quase morreu no incêndio do edifício Joelma. “Queimei muito as mãos e os pés. Vários colegas morreram”, lembra.

Duas décadas depois, viria a segunda grande dor: perdeu um filho para uma doença cardíaca grave. “Não uso esses traumas para justificar o meu alcoolismo, mas eles mexeram muito comigo.”

Ao se aproximar dos 60 anos, já não conseguia mais emprego. “Essa frustração, sim, me empurrou para a bebida desbragadamente.”

Quando se aposentou, aos 65 anos, a dependência do álcool ficou clara. “Já não precisava esperar o fim do expediente. Comecei a beber de manhã, à tarde e à noite.”

À época fez dois tratamentos, com medicamentos. “Cheguei a ficar um ano sem beber. Mas aí achava que já tinha controle e voltava a beber. Com duas cervejas e duas doses de conhaque, ‘pimba’!”.

Roberto também era dependente do tabaco. Fumou da adolescência até 2014, quando descobriu um câncer de pulmão. O tumor veio a se somar a um enfisema pulmonar e a uma doença cardíaca, os três associados ao cigarro.

Seis meses se passaram desde a fatídica noite de julho. Desde então, Roberto segue sóbrio. Não perde nenhuma reunião do AA. “Eu reconquistei o respeito da minha família, o meu autorrespeito. Meu maior lema é: evite o primeiro gole a cada 24 horas. É o primeiro gole que vai te levar para a desgraça. Não é o último.”

APÓS OS 70, CASAL ABANDONA CIGARRO

Foto: Bruno Santos/Folhapress

“Como o senhor vai”? Ao atender o telefone e ouvir essa pergunta a filósofa e escritora Rosaly Bocchino, 75, decidiu levar a sério um tratamento para parar de fumar.

Tabagista há mais de cinco décadas, ela tinha uma lesão nas cordas vocais e uma voz muito rouca que, além de ser confundida com a de um homem no telefone, preocupava a família e os médicos.

A dependência começou aos 18 anos, quando cursava faculdade de filosofia em São Paulo. “Tinha uma grande amiga que fumava e eu comecei a fumar também, sempre escondida dos meus pais.” Com o tempo, o cigarro se tornou um companheiro. “Fumava até enquanto esculpia.”

Na gravidez, chegou a marcar o cigarro com vários tracinhos para fracioná-lo e se policiava para dar apenas duas tragadas quando a vontade se tornava insuportável. Depois, conseguiu parar até o fim da gestação.

A mãe tentou livrá-la do vício com remédio homeopático, mas não funcionou. Mais tarde, outros dois tratamentos para o tabagismo também não deram certo.

O marido, o cirurgião do aparelho digestivo Sylvio Bocchino, 79, também era fumante, porém, mais moderado. Enquanto Rosaly chegava a fumar um maço e meio de cigarro por dia, ele não passava de doze unidades.

“Fumava a caminho do trabalho, na volta, depois das refeições. Fora da rotina, extrapolava mais. Mas não pensava em largar porque nunca tive nenhuma consequência para a saúde”, diz o médico.

No dia em que Rosaly marcou a consulta para iniciar o derradeiro tratamento contra o tabagismo, Bocchino decidiu que iria “apenas acompanhá-la”. “A médica perguntou se eu não ia fazer também [o tratamento] e eu disse que não, que não precisava porque fumava muito pouco.”

Quando a mulher saiu do consultório, a médica voltou a insistir que ele também parasse de fumar. “Decidi que faria por solidariedade [a ela]. E assim começamos os dois o tratamento, diminuindo aos poucos o consumo até que paramos de vez. Passaram-se 15 dias, um mês e lá se vão três anos sem fumar!”

Bocchino diz que ainda hoje se surpreende com a facilidade com que abandonaram o cigarro. “Eu fiquei mais admirado com ela, que tinha um vício pesado.” Ambos usaram medicação.

Rosaly conta que o início foi bem difícil, mas que a estratégia usada pela médica foi muito eficaz. “Ela não proibiu nada de cara. Fui diminuindo aos poucos.”

Hoje, percebe os ganhos de uma vida sem tabaco. “O paladar melhorou muito, eu já não tinha mais vontade de comer. A respiração também é outra. Antes, ficava cansada, puxava o ar e não vinha. Minha habitual tosse acabou.”

O casal também abandonou o hábito, muito associado ao cigarro, de tomar um drinque no final do dia. “Substituímos pela Netflix”, diverte-se Rosaly.

Folha de São Paulo

 

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Segurança

Deputados querem convocar Lewandowski para explicar sigilo sobre fugas registradas nos presídios brasileiros

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Os deputados Coronel Assis (União-MT) e Kim Kataguiri (União-SP) apresentaram requerimentos à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara dos Deputados, em que pedem a convocação do ministro Ricardo Lewandowski para que explique o sigilo aos números de fugas de presos ocorridas em 2023.

O pedido é embasado na reportagem do Metrópoles publicada nesse domingo (5/5), sobre a tentativa de acesso aos dados via Lei de Acesso à Informação (LAI). O ministério justificou o sigilo ao afirmar que a exposição das informações poderia colocar em risco as políticas de segurança pública nos âmbitos federal, estadual e municipal, o que justifica o caráter reservado.

“A recente recusa do Ministério da Justiça e Segurança Pública em fornecer tais informações, solicitadas pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI), levanta preocupações significativas sobre a transparência e a segurança do sistema prisional brasileiro”, destacou Coronel Assis no requerimento.

Kataguiri, por sua vez, destacou que “a falta de transparência em tais assuntos é preocupante e vai contra os princípios de uma administração pública aberta, que é fundamental para a construção de uma sociedade baseada na confiança e na lei”.

“Portanto, a convocação do Ministro da Justiça é imperativa para garantir que haja uma discussão aberta sobre as políticas de segurança prisional e para reforçar a supervisão do Legislativo sobre as ações do Executivo nesta área crítica”, completou.

Sigilo

O Ministério da Justiça e Segurança Pública colocou sob sigilo os números de fugas registradas nos presídios brasileiros no ano passado. A pasta, embora tenha os dados à disposição, alega que se trata de uma informação de caráter “reservado” e que, portanto, ficará em sigilo pelo prazo de cinco anos.

O Metrópoles requisitou os dados de 2023 das respostas sobre fugas ao Formulário de Informações Prisionais, mas teve acesso negado. A negativa ocorreu em todas as instâncias da pasta, tendo sido referendada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Após a reportagem ser publicada, o MJSP se pronunciou sobre a demanda feita ainda na apuração do material. Segundo a pasta, “as informações solicitadas via Lei de Acesso à Informação (LAI) são classificadas como reservadas há dez anos. Ou seja, vem desde 2015 e atravessou diferentes gestões. O atual governo, portanto, não criou essa norma”, disse, em nota.

Metrópoles

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Saúde

Uma a cada três crianças está acima do peso no Brasil, segundo estudo

Foto: GETTY IMAGES

O excesso de peso reflete um descompasso na equação entre consumo e gasto energético. Por mais simples que pareça, esse cálculo está inserido em um contexto complexo que é influenciado pela família, ambiente, economia e até política.

Entre as crianças, a condição se torna ainda mais preocupante, já que aumenta as possibilidades de que esses indivíduos desenvolvam obesidade quando adultos. Um estudo recente, publicado no The Lancet Regional Health – Américas, revelou que o sobrepeso tem aumentado entre as crianças brasileiras. De acordo com a pesquisa, uma a cada três pessoas nascidas entre 2008 e 2014 apresenta sobrepeso.

O levantamento dos dados foi feito por especialistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz/Bahia), junto à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London.

Para chegar aos números, eles observaram as medidas de mais de cinco milhões de crianças brasileiras entre 3 e 10 anos de idade.

Na análise do IMC, 30% dos meninos e 26,6% das meninas que nasceram entre 2008 e 2014 estão com excesso de peso ou até mesmo obesidade.

Isso significa que, atualmente, uma a cada três crianças está acima do peso recomendado para a sua idade aqui no Brasil. Quando comparados com os dados de 1980 e 1990, os números geram mais espanto ainda já que, nessa época, apenas 5% da população infantil apresentava sobrepeso ou obesidade.

A Organização MundialdaSaúde tem como meta deter o aumento da prevalência da obesidade até 2030. Os números divulgados recentemente colocam a meta ainda mais distante.

Dessa forma, é preciso intervenção das políticas públicas para que as famílias sejam conscientizadas. Crianças não são responsáveis pela sua alimentação uma vez que, para isso, dependem dos pais e das instituições para proverem os alimentos que estão inseridos no dia a dia.

Metrópoles

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Brasil

Governo Lula gastou R$325 milhões em viagens nos primeiros quatro meses de 2024

Foto: Sgt Müller Marin/FAB

Segundo dados atualizados do Portal da Transparência, o governo Lula (PT) já gastou mais de R$352,3 milhões com viagens de servidores e terceirizados, nos primeiros quatro meses deste ano.

Do total, o maior gasto foi com as diárias pagas a funcionários em viagens oficiais: R$212,5 milhões.

Outros R$137,8 milhões foram as despesas que o pagador de impostos brasileiro teve com as passagens aéreas. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Viagens para o exterior representam mais de R$50,6 milhões dos gastos até agora, este ano. São 14% das despesas em 2024.

No ano passado, o governo Lula bateu todos os recordes e gastou mais de R$2,3 bilhões com passagens e diárias de servidores e terceirizados.

As despesas não incluem os gastos do governo com altas autoridades, que podem viajar em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB).

Diário do Poder

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Geral

Bolsonaro é levado a SP para tratar erisipela e obstrução intestinal

Foto: reprodução/Instagram

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que estava internado em um hospital de Manaus, foi transferido para o Hospital Vila Nova Star, na capital paulista. A informação é do advogado e assessor do ex-presidente Fábio Wajngarten.

Wajngarten informou em suas redes sociais que o ex-presidente já está em voo e vai “dar seguimento ao seu tratamento de obstrução intestinal, aos cuidados do cirurgião Dr (Antonio) Macedo, bem como ao quadro infeccioso de erisipela, com antibióticos endovenosos, aos cuidados da equipe de infectologia do hospital Vila Nova Star”.

Bolsonaro foi atendido no último sábado (4) no Hospital Santa Júlia, em Manaus, com um quadro de erisipela. No domingo (5), ele chegou a ser internado no hospital para tratar a doença.

Segundo o Ministério da Saúde, erisipela é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. A doença não é contagiosa e é causada pela bactéria Estreptococo, que penetra na pele.

Agência Brasil

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Economia

Receita defende manutenção de imposto zerado para compras internacionais de até US$ 50

Foto: Bloomberg

A Receita Federal reafirmou, nesta segunda-feira, sua visão contrária ao fim da isenção do Imposto de Importação para as compras internacionais de até US$ 50. Expresso no Relatório Bimestral de Avaliação do Programa Remessa Conforme (PRC), esse posicionamento foi divulgado em um momento em que o relator do projeto de lei que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), Átila Lira (PP-PI), incluiu em seu parecer o fim da cobrança do tributo nessas operações.

O órgão negou que a divulgação do documento pela área técnica seja uma resposta ao parlamentar. Segundo o Fisco, essa posição está presente nos relatórios sobre o programa — que entrou em vigor em agosto de 2023 — incluindo este último, referente ao período fevereiro/março.

No relatório divulgado nesta segunda-feira, o órgão indica que precisa de um prazo maior para o estudo de cenários que permitam propor eventuais modificações no programa. Por essa razão, diz o texto, “propõe-se a manutenção da alíquota atualmente vigente para remessas abaixo de US$ 50 amparadas pelo PRC, para que se possa melhor avaliar os efeitos da estratégia adotada em relação à política tributária para remessas internacionais”.

O Remessa Conforme funciona por adesão. Pelo programa, o Imposto de Importação cai de 60% para zero para compras de até US$ 50, o que beneficia empresas como Shopee e Shein. Por outro lado, são obrigadas a pagar ICMS (imposto estadual) de 17% sobre compras de qualquer valor.

A isenção, porém, desagradou aos varejistas brasileiros, que se queixam de concorrência desequilibrada com importados. Átila Lira (PP-PI) fala, em seu relatório, sobre “preocupação” com a indústria nacional, ao propor a revogação da medida.

“Propomos revogar a possibilidade de importações via remessa postal que hoje estão isentas, para não gerar desequilíbrio com os produtos fabricados no Brasil, que pagam todos os impostos”, diz o relatório do parlamentar.

Já o programa Mover prevê, até 2028, que as empresas do setor automobilístico que produzem no Brasil poderão obter créditos financeiros a serem usados para abatimento de quaisquer tributos administrados pela Receita Federal ou até serem ressarcidos em dinheiro. Para isso, os fabricantes deverão realizar gastos em pesquisa e desenvolvimento ou produção tecnológica no país.

O Globo

Opinião dos leitores

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Brasil

Governo libera mais de R$ 580 milhões em emendas parlamentares para o RS

Foto: REUTERS/Diego Vara

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (6) a liberação imediata de R$ 580 milhões em emendas parlamentares individuais com aplicação direta em 448 municípios do Rio Grande do Sul. A maior parte, R$ 538 milhões, são para a área de saúde. As demais envolvem áreas como Cidades, Integração e Desenvolvimento Regional, Agricultura e Pecuária, Educação, Justiça e Segurança Pública e Esporte.

A liberação dos recursos foi oficializada na reunião de ministros e secretários do governo federal com integrantes das bancadas estadual e federal do Rio Grande do Sul na Assembleia Legislativa de Porto Alegre.

Segundo o secretário especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, André Ceciliano, o governo deve ainda liberar mais R$ 448 milhões em emendas especiais para o estado, mas esses valores dependem de acordos de bancada para votação no Congresso até a próxima quarta (8). A ministra da Saúde, Nísia Trindade, antecipou que há expectativa de liberação de outros R$ 83 milhões em emendas de bancada para a Saúde no início desta semana.

“Só na saúde, liberamos nessa reunião cerca de R$ 614 milhões em pagamentos de emendas individuais e de bancada. Não vamos deixar faltar o dinheiro necessário para que cada tijolo que foi levado pela chuva possa ser recolocado. Cada ponte, cada rua, cada escola, cada unidade de saúde, cada casa que a chuva levou temos que arrumar um jeito de reconstruir”, afirmou o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).

A reunião entre ministros, secretários e representantes gaúchos teve a intenção de alinhar demandas, prioridades de investimento e possibilidades de flexibilização de normas e regras para garantir que os recursos cheguem a quem mais precisa com celeridade.

Neste domingo (5), Lula aterrissou em Porto Alegre com uma comitiva de 18 autoridades. Entre elas, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.

Em entrevista coletiva concedida com o governador Eduardo Leite (PSDB), os chefes de poderes anunciaram a união de forças para reconstruir o Rio Grande do Sul. Também disseram que vão abrir mão de qualquer burocracia para dar celeridade à chegada de recursos e ajuda ao estado.

SBT News

Opinião dos leitores

  1. Isso som e um governo bom, pensa nas pessoas necessitadas, o presidente cobrando os ministros, ajuda de todos os locais. Em outra época durante as enchentes na Bahia um ser que se dizia presidente passeava de jet-ski. A diferença é grande.

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Saúde

Brasil ultrapassa número de mortes por dengue dos últimos dois anos somados

Foto: Roosevelt Cassio/Reuters

O Brasil ultrapassou nesta segunda-feira (6) o número de mortes causadas por dengue dos últimos dois anos somados. Em cinco meses, o país contabiliza 2.246 mortes confirmadas e outras 2.432 estão sendo investigadas. Foram 1.179 mortes em 2023 e 1.053 em 2022, que somadas chegam a 2.232, 14 a menos do que os óbitos confirmados até o momento.

Do total de mortes confirmadas, 163 foram em janeiro, 227 em fevereiro, 601 em março e 1.082 em abril. Dados são dos boletins semanais disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Além disso, são 4,453 milhões de casos prováveis da doença, e o coeficiente de incidência no país é de 2,193,1 casos por 100 mil habitantes.

Recordes

O Brasil já bateu os recordes de números de casos prováveis e de mortes registrados pela doença na série histórica. O número mais alto de mortes era de 2023, com 1.179 registros. Já o ano com o maior número de casos era 2015, com 1.688.688.

São Paulo é a unidade da federação com mais óbitos registrados em 2024, com 585, seguido por Minas Gerais (360), Distrito Federal (309), Paraná (263) e Goiás (156). Somadas, as cinco acumulam 75% do total de óbitos.

O Distrito Federal é a unidade da federação com maior taxa de incidência de casos prováveis, com 8.599 casos por 100 mil habitantes. Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Santa catarina aparecem em seguida, somando 53% do número absoluto de casos.

A faixa etária que mais registra casos de dengue é de 20 a 29 anos, com mais de 787 mil casos, o que representa quase um em cada cinco casos. Na separação por gênero, as mulheres são a maioria a contrair a doença (55,1%).

R7

Opinião dos leitores

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Geral

Alexandre Nardoni deixa a prisão após quase 16 anos

Reprodução/ TV Globo

A Justiça de São Paulo concedeu a progressão de regime a Alexandre Nardoni, 45, que, agora, cumprirá o restante da pena em regime aberto. O bacharel em direito foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão pelo assassinato da própria filha, Isabela, 5, em março de 2008.

A soltura ocorreu na tarde desta segunda-feira (6). Antes em regime semiaberto, Alexandre estava preso desde 7 de maio de 2008 e, assim, deixa a unidade um dia antes de completar 16 anos de cárcere.

Na decisão, o juiz José Loureiro Sobrinho apontou que Nardoni possui lapso temporal para concessão do benefício e que, apesar dos apontamentos do Ministério Público, “não há óbice à progressão devido a gravidade do delito”.

Ainda na decisão, o juiz destacou o bom comportamento carcerário do detento, que foi apontado pelas avaliações psiquiátricas e do presídio.

“Verifica-se dos autos que o sentenciado mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu mais de 1/2 do total de sua reprimenda, encontra-se usufruindo das saídas temporárias, retornando normalmente ao presídio, teve o Relatório Conjunto e Avaliação com parecer favorável e não registra faltas disciplinares durante o cumprimento da reprimenda, preenchendo assim os requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela lei para a obtenção do benefício”, disse em trecho da decisão.

Além disso, o magistrado citou algumas condições para o cumprimento do regime aberto. Entre elas estão:

  • comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais competente ou à Central de Atenção ao Egresso e Família;
  • obter ocupação lícita em 90 dias, devendo comprová-la;
  • permanecer em sua residência entre 20h e 06h;
  • não mudar da comarca sem prévia autorização do juízo;
  • não mudar de residência sem comunicar o juízo;
  • não frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o benefício.

Por lei, o tempo em que cada preso condenado deve permanecer no regime fechado ou semiaberto varia de acordo com a gravidade e as condições do crime cometido. No caso de Nardoni – um crime hediondo por réu primário -, a lei prevê que ele deve cumprir pelo menos 40% da pena em regime fechado e semiaberto antes de solicitar a progressão ao regime aberto. Nardoni já cumpriu o tempo estabelecido.

O advogado Roberto Podval, que defende Alexandre Nardoni, enviou ao g1 uma nota informando que “a decisão é irretocável” e que “se não pensarmos na ideia de reabilitação, a pena terá um efeito perverso”.

Já o Ministério Público de São Paulo informou que irá recorrer da decisão.

Fonte: g1

Opinião dos leitores

  1. Isabella de Oliveira Nardoni nasceu em São Paulo/SP em 18 de abril de 2002 e foi luz na vida de todos que estavam em volta dela até o dia em que foi assassinada por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, respectivamente pai e madrasta, em 29 de março de 2008. Hoje, Isabela estaria com 21 anos de idade. Talvez já estivesse estudando na universidade, talvez já tivesse filhos, talvez estivesse juntando dinheiro pra viajar… mas infelizmente a criatura que forneceu os genes para que esse anjinho fosse concebido TIROU A VIDA dela. Ficar preso por quase 16 anos não foi punição nenhuma para esse monstro em forma de pessoa. Inocente judiciário brasileiro, que se atreve a querer nos fazer acreditar que alguma justiça foi feita. A justiça de Deus vai prevalecer.

  2. Palmas para o Congresso Nacional que não tem moral pra alterar um código penal caduco e ultrapassado.

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Brasil

LULA anuncia decreto para acelerar repasse de verbas para o Rio Grande do Sul

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (6) um projeto legislativo para acelerar o repasse de verbas para o Rio Grande do Sul, estado assolado por fortes chuvas e enchentes.

O texto do decreto enviado por Lula, que terá de ser aprovado por Câmara e Senado, reconhece “a ocorrência do estado de calamidade pública em parte do território nacional, para atendimento às consequências derivadas de eventos climáticos no Estado do Rio Grande do Sul”.

Pela proposta, a União fica autorizada fazer despesas e renúncias fiscais em favor do Rio Grande do Sul sem precisar cumprir regras sobre limite de gastos.

Lula assinou o ato durante uma reunião no palácio do Planalto para discutir socorro ao Rio Grande do Sul. Estavam presentes também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, e ministros do governo.

“Nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance pra que a gente contribua com a recuperação do estado do Rio grande do Sul, com a melhoria da vida das pessoas, e facilitar naquilo que a gente puder facilitar, obviamente que dentro da lei, a vida do povo gaúcho. Então eu vou assinar aqui a mensagem, e esse é o primeiro de um grande número de atos que nós vamos fazer em benefício dos nossos irmãos do Rio Grande do Sul”, afirmou Lula.

O estado enfrenta as consequências de mais de uma semana de chuvas que transbordaram rios, alagaram cidades, destruíram parte de rodovias e mataram, até esta segunda, mais de 80 pessoas.

Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não é possível ainda ter o custo para reconstruir o estado, já que ainda há áreas alagadas.

Mais cedo, o ministro da Integração Regional, Waldez Goés, estimou que será necessário cerca de R$ 1 bilhão somente para recuperar as rodovias gaúchas.

Qual é a solução legislativa em discussão

A discussão no momento no governo e no Congresso é qual será o desenho legislativo para possibilitar que, dentro da lei, o governo repasse verbas de forma rápida para o Rio Grande do Sul e sem ferir as regras do arcabouço fiscal, que preveem limite de gastos da União.

Segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), o Planalto defende o seguinte caminho para respeitar a legislação fiscal e viabilizar o socorro financeiro:

  • Aprovação pelo Congresso de um decreto legislativo que reconhece a situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul;
  • Aprovação pelo Congresso de um projeto para modificar os gastos previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e flexibilizar os limites de despesas;
  • Aprovadas as ações anteriores, o governo então editaria de uma medida provisória que abre crédito extraordinário e libera o envio do dinheiro para o Rio Grande do Sul.

O crédito extraordinário é uma autorização para que o governo use recurso adicional para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Esse crédito é criado por meio de medida provisória e precisa de aprovação do Congresso Nacional.

O entendimento no Planalto é de que a legislação atual – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e arcabouço fiscal – tem previsão de flexibilizar regras fiscais no caso de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional.

Fonte: g1

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Brasil

Renato Gaúcho é resgatado após ficar ilhado em hotel no Rio Grande do Sul

 

O técnico do GrêmioRenato Gaúcho, foi resgatado nesta segunda-feira após ficar ilhado em um hotel de Porto Alegre por causa das fortes chuvas que deixaram boa parte do estado do Rio Grande do Sul alagada. O momento foi compartilhado pela filha do treinador, Carolina Portaluppi, nas redes sociais.

A influenciadora destacou o alívio por ter tido notícias do pai. “Tô postando aqui meu pai porque eu estava tão angustiada que não queria compartilhar com vocês o que estava sentindo! Deus, obrigada”, escreveu Carolina.

“Não estou em contato com ele porque ele está sem telefone. Obrigada quem está me dando notícias por aqui”, disse ela. Na noite de domingo, Carolina chegou a dizer que Renato Gaúcho estava bem, mas ilhado no hotel onde mora, sem energia elétrica e com pouca bateria no celular.

As enchentes no Rio Grande do Sul já deixaram mais de 80 mortos e 100 pessoas estão desaparecidas, além de milhares de desabrigados. Por causa do desastre climático, jogos que envolvam as equipes do estado foram adiados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Conmebol.

Fonte: Estadão

 

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