O autor do atentado em Manchester, que deixou 22 mortos e 59 feridos na noite de segunda-feira, foi identificado como Salman Abedi, um britânico de origem líbia de 22 anos, de acordo com a polícia. As autoridades ainda tentam determinar os motivos do ataque no fim do show da cantora pop americana Ariana Grande e se Abedi agiu sozinho ou se pertencia a uma célula terrorista. A ação foi reivindicada pelo Estado Islâmico.
Segundo a agência Reuters, o terrorista teria viajado de trem a Manchester a partir de Londres, e seria registrado como Salman Abedi ou Salman Ramadan Abedi.
Nascido em 1994, Abedi é filho de refugiados líbios. Acredita-se que a sua mãe, Samia Tabbal, e seu pai, Ramadan Abedi, tenham vivido em Londres antes de se mudarem para Fallowfield, no sul de Manchester. É lá que o autor do ataque teria vivido e onde realizou operações de busca durante esta terça-feira. Relatos não confirmados indicam que os pais e dois filhos – com exceção dos mais velhos – teriam retornado à Líbia.
Abedi cresceu na Whalley Range, o mesmo local de onde as gêmeas Zahra e Salma Halane, que eram estudantes universitárias, fugiram em 2015 para se unir ao Estado Islâmico na Síria.
Em comunicado, o grupo extremista Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado — o mais violento no Reino Unido desde os ataques que atingiram os transportes públicos de Londres em 2005. Mas autoridades do Reino Unido e dos EUA ainda não confirmaram que a ação foi mesmo realizada pelo EI.
“Um dos soldados do califado colocou uma bomba no meio da multidão durante o show”, diz a nota do EI.
Partidários do Estado Islâmico comemoraram a ação nas redes sociais. Contas do Twitter associadas ao grupo usaram hashtags referindo-se à explosão para publicar mensagens de celebração, com alguns usuários encorajando ataques semelhantes em outros lugares.
Algumas mensagens descreveram o ataque como um ato de vingança em resposta a ataques aéreos no Iraque e na Síria.
“Parece que bombas da Força Aérea britânica sobre crianças em Mossul e Raqqa acabaram de voltar para #Manchester”, escreveu um usuário chamado Abdul Haqq no Twitter, em referência às cidades iraquianas e sírias controladas por militantes onde uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, da qual o Reino Unido faz parte, está conduzindo ataques aéreos.
A polícia recebeu um alerta de explosão na Manchester Arena, com capacidade para 20 mil pessoas, às 22h35 (18h35 de Brasília) de segunda-feira. A área foi isolada e viaturas policiais e ambulâncias foram enviadas ao local. O homem-bomba detonou a carga explosiva na saída do show. Entre as vítimas estão crianças e adolescentes.
Falando em frente à sua residência oficial na Downing Street, a premier britânica, Theresa May, disse que o objetivo do terrorista era provocar uma carnificina.
— Sabemos que um único terrorista detonou um dispositivo caseiro perto de uma das saídas da arena, deliberadamente escolhendo a hora e o local para provocar uma carnificina máxima — declarou a primeira-ministra. — À noite experimentamos o pior da Humanidade em Manchester
O atentado provocou a suspensão dos atos da campanha para as eleições de 8 de junho no Reino Unido e aconteceu exatamente dois meses depois do ataque perto do Parlamento de Londres que deixou cinco mortos, quando um homem avançou com seu carro contra uma multidão e esfaqueou um policial.
O nível de ameaça de atentados no Reino Unido é severo, o segundo mais elevado na escala do governo, e significa que é altamente provável que aconteçam atentados. O nível mais elevado na escala é o crítico, ativado em caso de ameaça iminente.
O ataque de Manchester é o mais grave no Reino Unido desde julho de 2005, quando vários atentados suicidas deixaram 52 mortos, incluindo quatro terroristas, e 700 feridos no metrô e em um ônibus de dois andares de Londres. Esta ação foi reivindicada por um grupo que dizia pertencer à al-Qaeda.
O Globo
Comente aqui