Judiciário

Relator: ‘Meu voto é pela cassação da chapa eleita (Dilma-Temer) em 2014’

Após quase quatro horas de exposição nesta sexta-feira (9), o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela cassação da chapa Dilma-Temer.
Relator do processo que investiga a campanha de 2014, Benjamin foi o primeiro a votar no julgamento sobre o mérito do caso. Após o voto do relator, a sessão foi suspensa para um intervalo de almoço. Após o intervalo, votarão os outros seis ministros.

Benjamin começou a apresentar o voto na tarde desta quinta-feira. Ele se manifestou até as 20h03, horário em que o julgamento foi suspenso. Na retomada, nesta sexta, o ministro deu continuidade às 9h28 e anunciou o voto às 13h19.

Ele considerou pertinentes as acusações de abuso de poder político e econômico na disputa, que teriam desequilibrado o pleito em favor da chapa vitoriosa.

A decisão final sobre o mandato de Temer e a inegibilidade de Dilma depende ainda dos votos de outros seis ministros do TSE: Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcísio Neto, Luiz Fux, Rosa Weber e Gilmar Mendes.

Petrobras

Durante seu voto, Benjamin entendeu que a primeira demonstração de abuso foi a acumulação ao longo do tempo, por PT e PMDB, de recursos de propina paga por empreiteiras contratadas pela Petrobras, usados posteriormente, segundo a acusação, no momento da disputa eleitoral.

“Os partidos que encabeçaram a coligação Com a Força do Povo acumularam recursos de ‘propina-gordura’, ou ‘propina-poupança’, que lhes favoreceram na campanha eleitoral de 2014. Trata-se de abuso de poder político e ou econômico em sua forma continuada, cujos impactos sem dúvida são sentidos por muito tempo no sistema político eleitoral”, afirmou.

O ministro também considerou ter ocorrido abuso num episódio envolvendo o pagamento de US$ 4,5 milhões ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, a partir de uma propina paga pelo Grupo Keppel Fels para obter contratos de construção de navios-sonda para a Petrobras e a Sete Brasil.

“Temos uma contratante da Petrobras, temos pagamento tirado de um crédito rotativo, de uma conta poupança de propina da Keppel Fels para o partido do governo, e esses recursos foram utilizados para pagamento de marqueteiros de 2014. Que os pagamentos sejam relacionados a débitos de 2010, 2012, isso é irrelevante, porque sem esses pagamentos, os marqueteiros não fariam a campanha de 2014”, afirmou o relator.

Uma terceira prova de abuso estaria no repasse da Keppel Fels para o PT, que, por sua vez, repassava para a campanha de Dilma em 2014. “O partido foi apenas uma espécie de entreposto entre quem efetivamente estava pagando e quem efetivamente estava se beneficiando”.

Sobre esses três pontos, o ministro insistiu tratavam-se de repasses à campanha com dinheiro oriundo da Petrobras, para reforçar a tese de que não teria extrapolado o que foi pedido para ser investigado na ação do PSDB. A ampliação da investigação para incluir casos envolvendo a Odebrecht é um dos principais questionamentos das defesas para anular provas do processo e esvaziar o caso.

“Nós estamos falando aqui só de contratos da Petrobras. Estou fazendo essa leitura até cansativa, pulando páginas e páginas, mas apenas para demonstrar meu compromisso com aquilo que é o polo central da petição inicial, a Petrobras”, disse o ministro.

Odebrecht

Num quarto ponto, porém, o ministro também demonstrou que houve recursos de propina da Odebrecht para a campanha, baseando-se em depoimentos de seus executivos ao TSE.

“Não há como investigar financiamento ilícito de campanha no Brasil sem se investigar a Odebrecht, mesmo que a Odebrecht não tivesse sido citada expressamente, ainda assim nós não teríamos como esquecer a matriarca da manada de elefantes. Isso se não estivesse mencionada, mas está”, afirmou.

Ele lembrou da revelação de Marcelo Odebrecht da formação, desde 2009, de uma poupança alimentada pela empresa a pedido dos ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega em troca de favores prestados pelo governo. Benjamin disse que a conta chegou a R$ 150 milhões, disponibilizados exclusivamente para a campanha presidencial de 2014.

Benjamin explicou não ser possível saber se todo o dinheiro foi utilizado, porque o próprio Marcelo Odebrecht não soube informar. “Se foram utilizados R$ 10 milhões, R$ 30 milhões – e foram muito mais, só para Mônica Moura foram muito mais – , se foram utilizados R$ 40 milhões, isso é suficiente para desestruturar uma campanha política presidencial”, disse.

Antes, Benjamin mostrou vários e-mails apreendidos nos quais o dono da empresa manda funcionário do setor de propinas liberar parcelas dos recursos para a campanha durante o ano de 2014.

“Entendo plenamente comprovado o abuso de poder econômico por força da conta corrente permanente, que eu chamei de conta propina ou conta caixa 2, mantida pela Odebrecht a favor do partido do governo, cujos valores repercutiram diretamente na campanha eleitoral da chapa Coligação Com a Força do Povo em 2014”, concluiu o ministro.

Compra de partidos

Benjamin também levou em conta repasses de propina a quatro partidos de cerca de R$ 24 a R$ 27 milhões para se coligar com o PT e assim aumentar o tempo de TV da campanha de Dilma em 2014.

O relator disse que tais negociações foram confirmadas em depoimento pelo próprio marqueteiro da campanha, João Santana, principal fornecedor da coligação. Mencionou o tesoureiro Edinho Silva, que confirmou responsabilidade em arrecadar para os outras siglas.

“Nós temos a palavra do dono do dinheiro, a palavra dos que participaram da entrega do dinheiro e a documentação, impossível de ser forjada, da correspondência do dono do dinheiro e do gerente principal deste evento, que era o senhor Alexandrino Alencar e o Fernando Reis”, disse Benjamin, após ler vários depoimentos e documentos confirmando as transações.

Benjamin acrescentou que os partidos tinham “pouca representatividade”, sem candidatos majoritários com chance real de vitória e, portanto, sem capacidade de arrecadação com as grandes empresas. “Em outras palavras, os R$ 25 milhões distribuídos no evento em análise não são valores compatíveis com a realidade de tais partidos. É muito dinheiro para esses partidos pequenos que estão aqui mencionados”, disse.

Caixa 2 da Odebrecht para marqueteiros

Benjamin também considerou abuso no repasse de recursos da Odebrecht diretamente para João Santana e Mônica Moura para pagar despesas de propaganda na campanha.

O casal teria acertado o recebimento de R$ 105 milhões, sendo R$ 70 mi de forma oficial e R$ 35 mi de forma não declarada, em conta na Suíça.

O relator disse que Mônica era “bastante diligente” para cobrar os recursos e chegou a pedi-los diretamente no setor de propina da Odebrecht. Ela narrou que R$ 10 milhões lhe foram pagos em espécie, conforme havia combinado com o ex-ministro Guido Mantega.

“Ao longo do tempo o casal João e Monica recebeu recursos de caixa 2 em uma conta na Suíça e em petição protocolada em 20/4/17 o MPE juntou aos autos extratos da conta de 2009 a 2014, revelando que muitas transferências foram feitas por offshores da Odebrecht”, registrou.

Gastos com gráficas

Benjamin ainda considerou irregulares gastos da campanha com gráficas que não comprovaram a prestação de serviços. No total, a Rede Seg, VTPB e Focal receberam R$ 56 milhões da chapa, mas não comprovaram a entrega de tudo o que foi contratado, o que indica desvios para outros fins.

“Os valores com gráficas são muito elevados. A Rede Seg, que não tem nenhum funcionário, recebeu pouco mais de R$ 6 milhões em 2014”.

O ministro chamou a atenção para R$ 5,8 milhões repassados pela Rede Seg para terceirizadas, que, segundo a investigação, não tinham condições de entregar os produtos, porque não tinham funcionários. “É um desvio muito perigoso, esse pagamento de valores elevadíssimos a pessoas jurídicas”, disse.

O ministro destacou também a VTPB, que recebeu R$ 28 milhões, dos quais apenas R$ 5 milhões em subcontratações foram comprovados. Benjamin não descartou o desvio dos recursos para outras finalidades.

“Quando se nota que a quase totalidade do faturamento da empresa foi oriundo de repasses da campanha, resta concluir que ao fim e ao cabo houve desvios”, disse.

Acusações retiradas

Na última parte de seu voto, Benjamin listou outras cinco infrações eleitorais que decidiu retirar da condenação. Esclareceu que, embora houvesse provas de abuso, tais casos foram desconsiderados porque não faziam parte da ação inicial proposta pelo PSDB.

O relator não levou em conta:

repasses da cervejaria Petrópolis à campanha a pedido da Odebrecht, chamado “caixa 3”;
propina na campanha oriundo de desvios nas obras da Usina Angra 3;
propinas na campanha a partir de desvios na Usina Belo Monte direcionada ao PMDB;
pagamento via caixa 2 a Mônica Moura e João Santana pelo empresário Eike Batista, a pedido de Mantega;
pagamento da Gráfica Atitude pela Setal.

‘Propina-gordura’ ou ‘propina-poupança’

Benjamin descreveu como os partidos e políticos eram abastecidos com recursos de empresas ao longo do tempo e que eram usados posteriormente para campanhas, o que chamou de “propina-gordura” e “propina-poupança”.

“Os autos mostram que os acordos eram ‘diferidos’, jogados para o futuro, implementados, pela criação pelos financiadores, de verdadeiras contas-correntes, para depósitos continuados de valores de propina e caixa 2, que ficavam disponíveis para agentes políticos para uso futuro”, disse, acrescentando tal prática era realizada por vários partidos.

Em troca, empresas obtinham favores, como leis propostas pelo Executivo e aprovadas no Legislativo que beneficiavam seus respectivos setores, o que Benjamin caracterizou como “compra do Estado”.

Benjamin também disse que não seria preciso provar doação de propina à campanha para condenar a chapa. Para decretar a perda de mandato, bastaria a comprovação da entrada de recursos não declarados na campanha, o chamado caixa 2.

Antes de se aprofundar nas acusações, Benjamin também expôs três “premissas teóricas” de seu voto.

Explicou, primeiro, considerar irrelevante a fonte de financiamento das campanhas, se partidário ou eleitoral: “Os partidos políticos acabam se tornando grandes doadores de seus candidatos, sobretudo na eleição presidencial”.

Depois, disse que o dinheiro se mistura na campanha: “Não é possível separar as moedas jogadas em um cofrinho no momento em que se abre esse cofrinho”. Por fim, argumentou que a propina paga ao partido pode ser usada em momento posterior, para abastecer a campanha.

Preliminares

Herman começou a ler seu voto na terça (6), rebatendo as preliminares levantadas pelas defesas de Dilma e Temer. Já no primeiro dia, o plenário do TSE rejeitou quatro desses questionamentos, que contestavam a regularidade do processo.

Na quarta e quinta, a discussão se concentrou noutra preliminar que buscava retirar do julgamento depoimentos ao TSE de executivos da Odebrecht que também fizeram delação premiada na Operação Lava Jato.

A maioria dos ministros considerou que provas derivadas desses relatos não poderiam ser analisados, porque teriam extrapolado o havia sido apontado inicialmente na ação do PSDB.

G1

 

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Geral

Pilotos e comissários ameaçam caos nos voos na véspera do Ano Novo

Foto: Reprodução

Pilotos e comissários da Azul e Gol declararam estado de greve nesta terça-feira (23), a poucos dias do fim de ano. A decisão foi tomada depois que a categoria rejeitou, por diferença mínima, a proposta das companhias para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A assembleia que vai definir se a greve de fato começa está marcada para segunda-feira (29), às 9h30, na sede do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), em São Paulo. Até lá, os tripulantes seguem trabalhando normalmente. Se aprovada, a paralisação só terá início após 72 horas, prazo legal.

Os aeronautas exigem reajuste salarial pelo INPC mais 3%, aumento do vale-alimentação, previdência privada, pagamento em dobro da hora noturna e combate à fadiga — tema ligado à saúde e à segurança dos voos. O TST apresentou contraproposta: INPC mais 0,5% e aumento de 8% no vale-alimentação.

O impasse chega no período de maior movimento do transporte aéreo, às vésperas do Ano Novo, e pode afetar voos em todo o país. O sindicato reconhece que uma greve causaria transtornos, mas diz que a mobilização é o último recurso diante da falta de acordo.

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Geral

Fácil Comunicação fatura prêmio nacional da propaganda com campanha inclusiva e entra no TOP 10 do Brasil

Foto: Divulgação

A agência potiguar Fácil Comunicação conquistou o 1º Festival Nacional da Propaganda com o filme “Lendas Alvinegras”, na categoria Digital Online – Filme Online. A vitória colocou a agência entre as 10 melhores do país e entre as três melhores do RN, consolidando seu protagonismo no cenário nacional.

O vídeo premiado, lançado em 2023, mostrou o lançamento da camisa oficial do ABC Futebol Clube com tecido tátil e leitura em braile, voltada a pessoas com deficiência visual. A ação também reforçou a importância da doação de córneas, unindo inclusão, acessibilidade e conscientização social.

Foto: Divulgação

A campanha foi produzida inteiramente pela Fácil Comunicação, em parceria com a 10 Sports, e destacou a emoção e a relação afetiva entre torcedores e clube. O filme ganhou visibilidade especial na partida entre Grêmio e ABC, pela Copa do Brasil, em abril de 2023, e envolveu torcedores, pessoas com deficiência e o ex-jogador Danilo Menezes.

Foto: Divulgação

Para o diretor da agência, Alan Oliveira, o prêmio é um reconhecimento da capacidade da propaganda de transformar a sociedade. “Criar uma camisa acessível e, ao mesmo tempo, estimular a doação de córneas mostra que comunicação pode emocionar, conscientizar e incluir”, afirmou.

Foto: Divulgação

O 1º Festival Nacional da Propaganda reuniu trabalhos de diversas regiões do país, valorizando ideias inovadoras e ações que dialogam com os novos formatos e plataformas digitais. A vitória reforça o compromisso da Fácil Comunicação com campanhas que unem estratégia, criatividade e impacto social.

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Geral

Brasil acusa EUA de violar ONU e cobra fim do bloqueio contra a Venezuela

Foto: Reprodução

O Brasil afirmou, nesta terça-feira (23), que a mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe e o bloqueio naval contra a Venezuela violam a Carta das Nações Unidas e precisam ser interrompidos. A posição foi declarada pelo embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, durante reunião do Conselho de Segurança convocada a pedido de Caracas.

Danese disse que as ações dos EUA “devem cessar imediata e incondicionalmente” e defendeu que qualquer solução seja alcançada por diálogo e instrumentos jurídicos, sem coerção ou uso da força, segundo informações da CNN. Ele reforçou que o Brasil defende o multilateralismo, a paz na América Latina e o respeito ao direito internacional.

Os Estados Unidos, por sua vez, anunciaram sanções rigorosas contra a Venezuela, com a justificativa de privar Nicolás Maduro de recursos. Washington mantém presença militar no Caribe há quase quatro meses, alegando combate ao narcotráfico, mas a Venezuela denuncia que a ação visa provocar uma mudança de regime.

A escalada preocupa a região: em declarações recentes, Trump reforçou ameaças de bloqueio total a petroleiros venezuelanos e ataques militares. Paralelamente, a Rússia alertou os EUA sobre um “erro fatal” que poderia gerar consequências imprevisíveis para o Ocidente.

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Política

Moraes e Banco Master: fontes e notas oficiais contam histórias diferentes

Foto: Reprodução

Fontes ouvidas pela jornalista Malu Gaspar, do O Globo, afirmam que o ministro do STF Alexandre de Moraes pressionou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a venda do Banco Master para o BRB. Segundo estas, Moraes fez pelo menos quatro contatos, incluindo reunião presencial, pedindo que o BC aprovasse a operação mesmo com suspeitas de fraudes de R$ 12,2 bilhões. Já a versão oficial do ministro e do BC nega qualquer envolvimento em interesses de bancos e afirma que os encontros trataram exclusivamente dos efeitos da Lei Magnitsky sobre Moraes.

As fontes de Malu Gaspar relatam que Galípolo teria informado a Moraes sobre as fraudes e que a operação não poderia ser aprovada se os problemas fossem confirmados. Em 18 de novembro, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro e outros executivos, e o BC decretou a liquidação extrajudicial do Master. Os relatos indicam que Moraes teria pressionado a autarquia, situação incomum segundo técnicos do BC.

Nesta terça-feira (23), Moraes afirmou em nota oficial que a reunião teve único objetivo discutir as consequências da Lei Magnitsky sobre ele, sem tratar de interesses de instituições específicas. O BC confirmou os encontros, também com foco restrito à lei, e garantiu que todas as movimentações estão documentadas.

O caso envolve ainda o escritório da esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, que tinha contrato com o Master prevendo R$ 3,6 milhões mensais. Segundo informações do Cade e do BC via Lei de Acesso à Informação, nenhuma instituição recebeu pedidos ou documentos do escritório em favor do banco.

Galípolo disse que está à disposição do STF para prestar esclarecimentos.

Com informações de Malu Gaspar, O Globo

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Saúde

VÍDEO: Flávio pede orações para Bolsonaro: “Continuem orando pela saúde dele e por nossa família”

Imagens: Reprodução/Arquivo pessoal

O senador Flávio Bolsonaro pediu, nesta terça-feira (23), que apoiadores continuem orando pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cancelou uma entrevista marcada para hoje por questões de saúde. Segundo o senador, Bolsonaro está prestes a ser internado para uma cirurgia e tem dias em que acorda melhor ou mais indisposto.

“Hoje pode ter sido um dia que ele acordou mais indisposto. A saúde dele vem em primeiro lugar. Peço que continuem orando pela saúde dele, pela nossa família e pelo nosso Brasil”, disse Flávio em vídeo publicado em seu perfil no Instagram.

O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a saída temporária do ex-presidente da Superintendência da PF, em Brasília, para realização de exames preparatórios no Hospital DF Star nesta quarta-feira (24). A cirurgia para correção de duas hérnias inguinais está marcada para quinta-feira (25).

Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado. A autorização de Moraes permitirá que ele seja acompanhado por equipe médica fora da prisão para os procedimentos de saúde.

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Política

Damares pede impeachment de Moraes por suposta pressão em favor do Banco Master

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

A senadora Damares Alves protocolou nesta terça-feira (23) três representações contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por suspeita de advocacia administrativa. Os pedidos surgem após reportagem do jornal O Globo afirmar que Moraes teria pressionado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em favor do Banco Master.

Os documentos incluem uma queixa-crime à PGR, um pedido de impeachment ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e um requerimento para que Moraes preste esclarecimentos à CAE do Senado. Damares ainda afirmou que uma quarta iniciativa está em discussão na CPMI do INSS.

Segundo a reportagem de Malu Gaspar, Moraes buscou informações sobre a venda do Banco Master para o BRB. Em 18 de novembro, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro e executivos da instituição, e o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do banco.

“Não se trata de um episódio isolado ou de um ato administrativo banal, mas de uma conduta supostamente praticada por um ministro do STF, capaz de influenciar decisões estratégicas da Administração Pública”, afirmou Damares.

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Política

VÍDEO: Lula recebe oração de ex-aliado de Bolsonaro após transformar gospel em patrimônio nacional

Imagens: Reprodução/Arquivo pessoal

O presidente Lula publicou, nesta terça-feira (23), um vídeo em que aparece recebendo uma oração do deputado federal e pastor Otoni de Paula, ex-aliado de Jair Bolsonaro. A postagem ocorre no mesmo dia em que Lula assinou um decreto que reconhece a cultura gospel como manifestação cultural nacional.

No vídeo, Otoni de Paula ora pelo presidente e afirma que a bênção se estende a todo o país. “Presidente, eu não tenho ouro e não tenho prata, disse o apóstolo Pedro, mas o que eu tenho eu dou. Quero, em nome de Jesus, abençoar o senhor e pedir que Deus lhe ilumine, lhe guarde e lhe proteja”, declarou.

Durante a oração, o parlamentar enfatizou que a igreja não deve se alinhar à polarização política: “A igreja não é de direita, a igreja não é de esquerda. A igreja pertence ao Senhor Jesus”.

O decreto que motivou a oração foi assinado durante cerimônia no Planalto, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin; do presidente da Câmara, Hugo Motta; da primeira-dama Janja e de ministros e parlamentares evangélicos, incluindo Marina Silva, Jorge Messias e Benedita da Silva.

Lula disse que a iniciativa, proposta pela senadora Eliziane Gama, é um gesto de “justiça e reconhecimento” à comunidade evangélica e à música gospel. Em suas redes sociais, o presidente reforçou a ideia de valorização da fé: “A fé, o respeito e o amor não têm partido político. Reconhecer a cultura é um ato democrático. Valorizar a fé é um gesto de amor”.

Opinião dos leitores

  1. Muito bonito o gesto do pastor em relação ao nosso presidente não votei nele mas desejo que governe o nosso Brasil da melhor maneira e que ele aceite Jesus Cristo pq depois da morte segue o juízo a todos seres humano.

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Judiciário

Chile afasta magistrado da Suprema Corte por corrupção; Gilmar Mendes blinda STF no Brasil

Foto: Claudio Cavalieri/Senado do Chile

O Senado do Chile aprovou a “acusação constitucional” contra o ministro da Suprema Corte Diego Simpertigue por grave negligência no cargo. A Câmara já havia aprovado o mesmo pedido por unanimidade na semana passada. Este é o terceiro impeachment de juiz da Suprema Corte chilena em 2025, segundo informações da Crusoé.

Simpertigue foi acusado de receber benefícios ilícitos de advogados do consórcio chileno-bielorrusso Belaz Movitec. A empresa ganhou mais de 17 bilhões de dólares da mineradora estatal Codelco e o juiz votou a favor da companhia em julgamentos realizados em 28 de setembro de 2023 e 14 de março de 2024.

Em seguida, ele fez um cruzeiro de dez dias pela Europa com um dos advogados do consórcio; a esposa do juiz também participou da viagem. Em abril de 2023, outro cruzeiro foi feito com advogados após decisão no caso imobiliário Fundamenta.

Outros ministros destituídos este ano foram Ángela Vivanco e Sergio Muñoz. No Brasil, ao contrário do Chile, nenhum ministro do STF jamais passou por impeachment.

Prevendo críticas e possível maioria de oposição no Senado, Gilmar Mendes aumentou o quórum necessário para depor um ministro de maioria simples para dois terços e passou a exigir que pedidos de impeachment sejam analisados pela Procuradoria-Geral da República.

 

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Saúde

Bolsonaro passará por procedimento “padronizado, com menor risco”, afirma cirurgião

Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será internado nesta quarta-feira (24) no hospital DF Star, em Brasília, para realizar uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral. O procedimento, chamado herniorrafia, deve durar de três a quatro horas e, segundo o cirurgião-geral Claudio Birolini, é “padronizado, com menor risco de complicações”.

Birolini destacou que, apesar de toda cirurgia ter riscos, este procedimento é muito mais simples que a operação de abril passado, que levou cerca de 12 horas.

“É muito mais simples por se tratar de um procedimento padronizado e realizado de forma eletiva. A outra foi uma cirurgia não regrada, em emergência, em um ‘abdome hostil’”, explicou o cirurgião.

A autorização para a internação e cirurgia foi concedida pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Bolsonaro será acompanhado apenas pela ex-primeira-dama Michelle; a presença de outros familiares, como Carlos e Flávio Bolsonaro, depende de autorização judicial.

O procedimento foi definido após exames clínicos e de imagem detectarem projeção de parte do intestino para fora da parede abdominal durante manobra de Valsalva, indicando a hérnia inguinal bilateral.

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Geral

CGU vê fragilidades contábeis e recomenda ajuste no balanço dos Correios que pode elevar prejuízo em R$ 1 bilhão

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou falhas relevantes nos controles internos dos Correios e recomendou ajustes no balanço de 2023 que podem ampliar o prejuízo da estatal em cerca de R$ 1 bilhão.

O principal problema envolve a redução de uma provisão para ações trabalhistas, que caiu de R$ 1,032 bilhão para apenas R$ 18 após a empresa compensar possíveis perdas com ganhos ainda não confirmados em outros processos. Para a CGU, a compensação não atende às normas contábeis e compromete a transparência das demonstrações financeiras.

A auditoria também apontou fragilidades no acompanhamento de ações judiciais, como falhas no sistema de registros, estimativas incorretas de perdas e falta de integração entre as áreas jurídica e contábil. A estatal enfrenta a pior crise financeira de sua história, com prejuízo acumulado de cerca de R$ 6 bilhões até setembro.

A CGU recomendou a reavaliação dos registros contábeis, a reapresentação do balanço e melhorias na gestão do contencioso judicial. Os Correios não se manifestaram em relação à reportagem do jornal O Globo.

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