Judiciário

Relator: ‘Meu voto é pela cassação da chapa eleita (Dilma-Temer) em 2014’

Após quase quatro horas de exposição nesta sexta-feira (9), o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela cassação da chapa Dilma-Temer.
Relator do processo que investiga a campanha de 2014, Benjamin foi o primeiro a votar no julgamento sobre o mérito do caso. Após o voto do relator, a sessão foi suspensa para um intervalo de almoço. Após o intervalo, votarão os outros seis ministros.

Benjamin começou a apresentar o voto na tarde desta quinta-feira. Ele se manifestou até as 20h03, horário em que o julgamento foi suspenso. Na retomada, nesta sexta, o ministro deu continuidade às 9h28 e anunciou o voto às 13h19.

Ele considerou pertinentes as acusações de abuso de poder político e econômico na disputa, que teriam desequilibrado o pleito em favor da chapa vitoriosa.

A decisão final sobre o mandato de Temer e a inegibilidade de Dilma depende ainda dos votos de outros seis ministros do TSE: Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcísio Neto, Luiz Fux, Rosa Weber e Gilmar Mendes.

Petrobras

Durante seu voto, Benjamin entendeu que a primeira demonstração de abuso foi a acumulação ao longo do tempo, por PT e PMDB, de recursos de propina paga por empreiteiras contratadas pela Petrobras, usados posteriormente, segundo a acusação, no momento da disputa eleitoral.

“Os partidos que encabeçaram a coligação Com a Força do Povo acumularam recursos de ‘propina-gordura’, ou ‘propina-poupança’, que lhes favoreceram na campanha eleitoral de 2014. Trata-se de abuso de poder político e ou econômico em sua forma continuada, cujos impactos sem dúvida são sentidos por muito tempo no sistema político eleitoral”, afirmou.

O ministro também considerou ter ocorrido abuso num episódio envolvendo o pagamento de US$ 4,5 milhões ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, a partir de uma propina paga pelo Grupo Keppel Fels para obter contratos de construção de navios-sonda para a Petrobras e a Sete Brasil.

“Temos uma contratante da Petrobras, temos pagamento tirado de um crédito rotativo, de uma conta poupança de propina da Keppel Fels para o partido do governo, e esses recursos foram utilizados para pagamento de marqueteiros de 2014. Que os pagamentos sejam relacionados a débitos de 2010, 2012, isso é irrelevante, porque sem esses pagamentos, os marqueteiros não fariam a campanha de 2014”, afirmou o relator.

Uma terceira prova de abuso estaria no repasse da Keppel Fels para o PT, que, por sua vez, repassava para a campanha de Dilma em 2014. “O partido foi apenas uma espécie de entreposto entre quem efetivamente estava pagando e quem efetivamente estava se beneficiando”.

Sobre esses três pontos, o ministro insistiu tratavam-se de repasses à campanha com dinheiro oriundo da Petrobras, para reforçar a tese de que não teria extrapolado o que foi pedido para ser investigado na ação do PSDB. A ampliação da investigação para incluir casos envolvendo a Odebrecht é um dos principais questionamentos das defesas para anular provas do processo e esvaziar o caso.

“Nós estamos falando aqui só de contratos da Petrobras. Estou fazendo essa leitura até cansativa, pulando páginas e páginas, mas apenas para demonstrar meu compromisso com aquilo que é o polo central da petição inicial, a Petrobras”, disse o ministro.

Odebrecht

Num quarto ponto, porém, o ministro também demonstrou que houve recursos de propina da Odebrecht para a campanha, baseando-se em depoimentos de seus executivos ao TSE.

“Não há como investigar financiamento ilícito de campanha no Brasil sem se investigar a Odebrecht, mesmo que a Odebrecht não tivesse sido citada expressamente, ainda assim nós não teríamos como esquecer a matriarca da manada de elefantes. Isso se não estivesse mencionada, mas está”, afirmou.

Ele lembrou da revelação de Marcelo Odebrecht da formação, desde 2009, de uma poupança alimentada pela empresa a pedido dos ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega em troca de favores prestados pelo governo. Benjamin disse que a conta chegou a R$ 150 milhões, disponibilizados exclusivamente para a campanha presidencial de 2014.

Benjamin explicou não ser possível saber se todo o dinheiro foi utilizado, porque o próprio Marcelo Odebrecht não soube informar. “Se foram utilizados R$ 10 milhões, R$ 30 milhões – e foram muito mais, só para Mônica Moura foram muito mais – , se foram utilizados R$ 40 milhões, isso é suficiente para desestruturar uma campanha política presidencial”, disse.

Antes, Benjamin mostrou vários e-mails apreendidos nos quais o dono da empresa manda funcionário do setor de propinas liberar parcelas dos recursos para a campanha durante o ano de 2014.

“Entendo plenamente comprovado o abuso de poder econômico por força da conta corrente permanente, que eu chamei de conta propina ou conta caixa 2, mantida pela Odebrecht a favor do partido do governo, cujos valores repercutiram diretamente na campanha eleitoral da chapa Coligação Com a Força do Povo em 2014”, concluiu o ministro.

Compra de partidos

Benjamin também levou em conta repasses de propina a quatro partidos de cerca de R$ 24 a R$ 27 milhões para se coligar com o PT e assim aumentar o tempo de TV da campanha de Dilma em 2014.

O relator disse que tais negociações foram confirmadas em depoimento pelo próprio marqueteiro da campanha, João Santana, principal fornecedor da coligação. Mencionou o tesoureiro Edinho Silva, que confirmou responsabilidade em arrecadar para os outras siglas.

“Nós temos a palavra do dono do dinheiro, a palavra dos que participaram da entrega do dinheiro e a documentação, impossível de ser forjada, da correspondência do dono do dinheiro e do gerente principal deste evento, que era o senhor Alexandrino Alencar e o Fernando Reis”, disse Benjamin, após ler vários depoimentos e documentos confirmando as transações.

Benjamin acrescentou que os partidos tinham “pouca representatividade”, sem candidatos majoritários com chance real de vitória e, portanto, sem capacidade de arrecadação com as grandes empresas. “Em outras palavras, os R$ 25 milhões distribuídos no evento em análise não são valores compatíveis com a realidade de tais partidos. É muito dinheiro para esses partidos pequenos que estão aqui mencionados”, disse.

Caixa 2 da Odebrecht para marqueteiros

Benjamin também considerou abuso no repasse de recursos da Odebrecht diretamente para João Santana e Mônica Moura para pagar despesas de propaganda na campanha.

O casal teria acertado o recebimento de R$ 105 milhões, sendo R$ 70 mi de forma oficial e R$ 35 mi de forma não declarada, em conta na Suíça.

O relator disse que Mônica era “bastante diligente” para cobrar os recursos e chegou a pedi-los diretamente no setor de propina da Odebrecht. Ela narrou que R$ 10 milhões lhe foram pagos em espécie, conforme havia combinado com o ex-ministro Guido Mantega.

“Ao longo do tempo o casal João e Monica recebeu recursos de caixa 2 em uma conta na Suíça e em petição protocolada em 20/4/17 o MPE juntou aos autos extratos da conta de 2009 a 2014, revelando que muitas transferências foram feitas por offshores da Odebrecht”, registrou.

Gastos com gráficas

Benjamin ainda considerou irregulares gastos da campanha com gráficas que não comprovaram a prestação de serviços. No total, a Rede Seg, VTPB e Focal receberam R$ 56 milhões da chapa, mas não comprovaram a entrega de tudo o que foi contratado, o que indica desvios para outros fins.

“Os valores com gráficas são muito elevados. A Rede Seg, que não tem nenhum funcionário, recebeu pouco mais de R$ 6 milhões em 2014”.

O ministro chamou a atenção para R$ 5,8 milhões repassados pela Rede Seg para terceirizadas, que, segundo a investigação, não tinham condições de entregar os produtos, porque não tinham funcionários. “É um desvio muito perigoso, esse pagamento de valores elevadíssimos a pessoas jurídicas”, disse.

O ministro destacou também a VTPB, que recebeu R$ 28 milhões, dos quais apenas R$ 5 milhões em subcontratações foram comprovados. Benjamin não descartou o desvio dos recursos para outras finalidades.

“Quando se nota que a quase totalidade do faturamento da empresa foi oriundo de repasses da campanha, resta concluir que ao fim e ao cabo houve desvios”, disse.

Acusações retiradas

Na última parte de seu voto, Benjamin listou outras cinco infrações eleitorais que decidiu retirar da condenação. Esclareceu que, embora houvesse provas de abuso, tais casos foram desconsiderados porque não faziam parte da ação inicial proposta pelo PSDB.

O relator não levou em conta:

repasses da cervejaria Petrópolis à campanha a pedido da Odebrecht, chamado “caixa 3”;
propina na campanha oriundo de desvios nas obras da Usina Angra 3;
propinas na campanha a partir de desvios na Usina Belo Monte direcionada ao PMDB;
pagamento via caixa 2 a Mônica Moura e João Santana pelo empresário Eike Batista, a pedido de Mantega;
pagamento da Gráfica Atitude pela Setal.

‘Propina-gordura’ ou ‘propina-poupança’

Benjamin descreveu como os partidos e políticos eram abastecidos com recursos de empresas ao longo do tempo e que eram usados posteriormente para campanhas, o que chamou de “propina-gordura” e “propina-poupança”.

“Os autos mostram que os acordos eram ‘diferidos’, jogados para o futuro, implementados, pela criação pelos financiadores, de verdadeiras contas-correntes, para depósitos continuados de valores de propina e caixa 2, que ficavam disponíveis para agentes políticos para uso futuro”, disse, acrescentando tal prática era realizada por vários partidos.

Em troca, empresas obtinham favores, como leis propostas pelo Executivo e aprovadas no Legislativo que beneficiavam seus respectivos setores, o que Benjamin caracterizou como “compra do Estado”.

Benjamin também disse que não seria preciso provar doação de propina à campanha para condenar a chapa. Para decretar a perda de mandato, bastaria a comprovação da entrada de recursos não declarados na campanha, o chamado caixa 2.

Antes de se aprofundar nas acusações, Benjamin também expôs três “premissas teóricas” de seu voto.

Explicou, primeiro, considerar irrelevante a fonte de financiamento das campanhas, se partidário ou eleitoral: “Os partidos políticos acabam se tornando grandes doadores de seus candidatos, sobretudo na eleição presidencial”.

Depois, disse que o dinheiro se mistura na campanha: “Não é possível separar as moedas jogadas em um cofrinho no momento em que se abre esse cofrinho”. Por fim, argumentou que a propina paga ao partido pode ser usada em momento posterior, para abastecer a campanha.

Preliminares

Herman começou a ler seu voto na terça (6), rebatendo as preliminares levantadas pelas defesas de Dilma e Temer. Já no primeiro dia, o plenário do TSE rejeitou quatro desses questionamentos, que contestavam a regularidade do processo.

Na quarta e quinta, a discussão se concentrou noutra preliminar que buscava retirar do julgamento depoimentos ao TSE de executivos da Odebrecht que também fizeram delação premiada na Operação Lava Jato.

A maioria dos ministros considerou que provas derivadas desses relatos não poderiam ser analisados, porque teriam extrapolado o havia sido apontado inicialmente na ação do PSDB.

G1

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Governo Fátima admite: 13º de 2025 não será pago inteiro em dezembro

Foto: Carlos Costa

O secretário de Fazenda do RN, Cadu Xavier, confirmou nesta segunda-feira (10) que o 13º salário dos servidores estaduais será pago em duas partes mais uma vez. Metade será depositada em dezembro de 2025 e o restante só cairá nos primeiros dias de janeiro de 2026, repetindo o modelo adotado desde o início da gestão Fátima Bezerra.

Nos últimos anos, o pagamento integral em dezembro tem acontecido apenas para quem ganha até R$ 4 mil. Acima desse valor, o governo divide o benefício, o que, na prática, empurra parte do 13º para o ano seguinte, contrariando o prazo legal que determina quitação até 20 de dezembro.

Cadu negou que a divisão seja atraso e afirmou, em entrevista à Rádio Cidade, que a prática “é uma continuidade da política de pagamento adotada desde 2019”. Segundo ele, o calendário oficial será divulgado quando houver definição do fluxo financeiro do Estado.

O governo argumenta que a medida é necessária diante das dificuldades financeiras crônicas do Estado. Ainda assim, o parcelamento anual virou marca registrada da atual gestão. E, como de costume, quem depende do contracheque do governo estadual deve se preparar: o 13º vem, mas só metade chega no Natal.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

VÍDEO: COP30 vira circo verde: atores fantasiados de animais rastejam em nome da biodiversidade

Imagens: Reprodução

A COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, começou com um show de excentricidade nesta segunda-feira (10), em Belém (PA). A cena que chamou atenção — e provocou constrangimento — foi um desfile de atores vestidos de animais brasileiros rastejando pelo chão da “green zone”, área aberta ao público e a ONGs.

O grupo, que incluía até um Curupira, personagem do folclore nacional, pretendia “celebrar a biodiversidade brasileira”, segundo o Metrópoles. Mas o resultado virou motivo de piada e desconforto entre participantes e observadores. As imagens do espetáculo circularam nas redes e entre os corredores do evento, com muita gente sem entender se era arte, ativismo ou apenas vexame internacional.

O desfile aconteceu poucas horas depois da abertura oficial da conferência, que contou com a presença do presidente Lula. No discurso, Lula falou sobre tragédias climáticas recentes e defendeu mais recursos internacionais para combater o aquecimento global.

Enquanto o governo tenta posar de líder da “transição verde”, a COP30 já começou mostrando o que o Brasil faz de melhor nos palcos oficiais: muito teatro e pouca seriedade.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Parentes de 44 políticos do RN são cortados do Bolsa Família em pente-fino do governo

Foto: Reprodução

Um levantamento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) revelou que familiares de 44 políticos do RN foram excluídos de programas sociais federais, como o Bolsa Família e o Auxílio Gás, após a identificação de irregularidades nos cadastros. As exclusões ocorreram dentro do pente-fino nacional iniciado em 2025, que pretende garantir que o benefício chegue apenas a famílias realmente vulneráveis.

Os dados, obtidos via Lei de Acesso à Informação, mostram que o cruzamento de renda e vínculos públicos encontrou parentes de vereadores e até vice-prefeitos recebendo benefícios. Entre as cidades citadas estão Natal, Mossoró, Macaíba, Areia Branca, São José de Mipibu, Jandaíra e Triunfo Potiguar, entre outras, segundo informações do Novo Notícias. Ao todo, 41 exclusões envolveram familiares diretos — cônjuges, filhos ou outros parentes próximos — de políticos em exercício.

O MDS informou que os cadastros com inconsistências foram bloqueados ou cancelados, dependendo da gravidade do caso. A pasta garante que a ação não é punitiva, mas visa corrigir distorções e reforçar o controle sobre o uso do dinheiro público. O pente-fino também flagrou 13 casos de parentes de políticos com duplo benefício — recebendo Bolsa Família e Auxílio Gás ao mesmo tempo — em cidades como Água Nova, Caiçara do Norte e Campo Redondo.

Entre janeiro e outubro deste ano, o RN perdeu 28,5 mil beneficiários do Bolsa Família, somando agora 466,5 mil famílias ativas e cerca de R$ 312 milhões pagos em outubro. Apesar dos cortes por irregularidades, boa parte da redução veio de melhoria de renda familiar, segundo o governo. Ainda assim, o episódio reacende a polêmica sobre o uso político dos programas sociais — e mostra que o “pente-fino” está, enfim, passando também onde sempre foi preciso: nos gabinetes.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Allan dos Santos convoca Trump para barrar prisão de Bolsonaro

Foto: Reprodução

O comunicador conservador Allan dos Santos publicou uma “carta aberta” pedindo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intervenha caso Jair Bolsonaro seja levado para o presídio da Papuda, em Brasília.

Na mensagem, Allan pede que Trump trate o caso diretamente com o deputado Eduardo Bolsonaro, afirmando que apenas o filho “conhece a dor real do pai” e pode representar o ex-presidente diante do que ele chama de perseguição política do ministro Alexandre de Moraes, do STF, segundo informações do Metrópoles.

Segundo Allan, Bolsonaro estaria sendo tratado como “preso político”, condenado “sem crime, sem foro competente e sem o devido processo legal”. Ele alerta ainda para o risco de o ex-presidente ser colocado numa cela com membros do PCC — o maior grupo criminoso do país —, o que, segundo ele, seria uma tentativa de “intimidar e destruir pessoal e simbolicamente” o ex-chefe do Executivo.

Allan dos Santos, que está foragido da Justiça brasileira e vive nos Estados Unidos, comparou a situação de Bolsonaro à de Trump, afirmando que ambos são “líderes perseguidos por desafiarem o sistema”. A carta circula nas redes sociais e vem sendo compartilhada por apoiadores do ex-presidente.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Judiciário

Tagliaferro pede habeas corpus para travar ação e acusa Moraes de “juiz e vítima do próprio caso”

Foto: Reprodução

A defesa do ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro protocolou no STF um habeas corpus preventivo para tentar travar a ação penal apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele. O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que já votou a favor do recebimento da denúncia — e foi acompanhado por Cristiano Zanin e Flávio Dino. Falta apenas o voto da ministra Cármen Lúcia, e o julgamento virtual segue até 14 de novembro.

O pedido foi inicialmente endereçado ao presidente do STF, Edson Fachin, mas acabou com o ministro André Mendonça, que já analisa outro habeas corpus parecido. Os advogados Paulo César Rodrigues e Filipe Rocha alegam que a denúncia é “inepta, sem justa causa e sem tipicidade penal”, e que o processo viola garantias constitucionais como o devido processo legal e o direito à ampla defesa.

A defesa também critica Moraes por ter negado o pedido de julgamento presencial, impedindo a sustentação oral dos advogados. Mesmo com oposição expressa da defesa, o ministro manteve o processo no plenário virtual. O habeas corpus ainda pede a suspeição de Moraes, afirmando que ele seria “acusado, vítima e juiz da própria causa”, o que configuraria constrangimento ilegal.

Os advogados solicitam uma liminar para suspender o julgamento e evitar que Tagliaferro vire réu. Eles afirmam que o ex-assessor, atualmente morando na Itália, corre risco de extradição. No mérito, pedem o arquivamento da denúncia, argumentando que os fatos apontados — supostos vazamentos de informações sigilosas a partir de maio de 2023 — não têm qualquer ligação com os atos de 8 de janeiro, considerados pelo STF o marco da tentativa de golpe de Estado.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

COLAPSO TOTAL: Tomógrafos do Walfredo pifam pela 3ª vez e Sesap não faz ideia de quando resolve

Foto: Thiago César/InterTV

O caos na saúde estadual parece não ter fim. Nesta segunda-feira (10), o maior hospital público do RN, o Walfredo Gurgel, em Natal, ficou mais uma vez sem tomógrafo funcionando. Um dos aparelhos quebrou de novo, e o outro está inutilizado por causa de uma reforma sem prazo pra acabar. Resultado: pacientes continuam sendo levados para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, pra fazer exames básicos de imagem.

O Blog do BG já havia noticiado no sábado (8) que essa é a terceira vez em menos de três meses que o hospital enfrenta o mesmo problema. Em 16 de setembro, os dois tomógrafos quebraram ao mesmo tempo.

Depois, em 12 de outubro, os equipamentos voltaram a apresentar falhas graves no sistema, prejudicando diagnósticos e atendimentos de urgência. Na época, o próprio diretor do hospital, Geraldo Neto, admitiu que o parque tecnológico da unidade está ultrapassado e precisa ser renovado.

Agora, a Sesap diz que aguarda a empresa de manutenção para resolver o problema e promete comprar um novo aparelho, mas sem previsão de quando isso vai acontecer. Enquanto isso, médicos, pacientes e o SAMU seguem enfrentando o sufoco de uma estrutura que vive quebrando — e que mostra o retrato da incompetência do Governo do Estado na gestão da saúde pública.

A novela dos tomógrafos do Walfredo Gurgel já virou piada de mau gosto. O povo sofre, o governo enrola, e o hospital que deveria salvar vidas segue implorando por manutenção e respeito.

Opinião dos leitores

  1. Esses tomógrafos já deram o que tinha de dar, estão saturados, mandar consertar é alimentar os cofres das empresas de manutenção, talvez o objetivo seja esse.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Moraes suspende inquérito contra quem retirou corpos de mata no RJ e dá 48 horas para delegado explicar abertura

Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou suspensão imediata da investigação contra as pessoas que removeram corpos da área de mata nos complexos do Alemão e da Penha após a megaoperação policial no Rio de Janeiro.

Segundo a decisão, o delegado titular da 22ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro (onde tramita a investigação) tem até 48 horas para prestar informações sobre o porquê da apuração.  

Na madrugada após a operação, mais de 60 corpos foram retirados pelos próprios cidadãos de uma região de mata do Complexo da Penha. 

No dia seguinte, a Polícia Civil anunciou que investigaria essas pessoas por “fraude processual”, já que teriam modificado intencionalmente uma cena de crime.  

As próprias autoridades do Rio disseram não ter mexido nos corpos para preservar a cena, que seria submetida à investigação da perícia.  

Na audiência com organizações da sociedade civil, o ministro Moraes ouviu denúncias sobre familiares de vítimas terem sido obrigados a prestar depoimento antes de fazerem o reconhecimento de corpos e prometeu checar a situação.

Na mesma decisão nesta segunda, Moraes determinou que sejam preservadas todas as imagens das câmeras corporais dos policiais civis e militares que participaram da megaoperação.

Outra determinação é o envio, ao STF, de cópias de todos os laudos realizados nas vítimas da operação, incluindo registro fotográfico e busca de projéteis.

Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que a decisão será cumprida, mas ressaltou que o inquérito “não se trata de investigação contra familiares de mortos, mas de ordens de líderes da facção criminosa para tentar ocultar os vínculos dos mortos com a organização.”

Nota – Polícia Civil

Assim que a 22ª DP (Penha) tomou conhecimento da remoção dos corpos e retirada de fardamentos, foi instaurado inquérito para apurar o crime de fraude processual. Não se trata de investigação contra familiares de mortos, mas de ordens de líderes da facção criminosa para tentar ocultar os vínculos dos mortos com a organização.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Que ministro é este ? Deve ser comparsa ou se fazendo de João sem Braço !Alterou a cena do crime qualquer leigo sabe.

  2. Enquanto isto o detran-rn (em minusculo mesmo) o Cidadão paga o ipva por pix,eles baixam o débito mais voce não consegue gerar o CRLV atual 2025. Uma vergonha esse desgoverno ptralha, em plena era da informatica. Agora cobrar taxas e impostos eles são craques.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Reservatórios do RN mantêm 41% da capacidade total, aponta Igarn; 13 estão em situação crítica

Barragem Armando Ribeiro Gonçalves | Foto: Paulo Cezar Filho/Igarn

As reservas de água superficial do Rio Grande do Norte continuam em nível de atenção. Dados do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), divulgados nesta segunda-feira (10), mostram que os reservatórios acumulam 2,18 bilhões de metros cúbicos, o que representa 41,26% da capacidade total do estado (5,29 bilhões de m³).

PRINCIPAIS RESERVATÓRIOS

  • Armando Ribeiro Gonçalves (Assú/Itajá/São Rafael):

    • 49,09% da capacidade

    • 1,16 bilhão de m³ acumulados

  • Oiticica (Jucurutu):

    • 14,77% da capacidade

    • 109 milhões de m³

  • Santa Cruz do Apodi:

    • 58,27% da capacidade

  • Umari (Upanema):

    • 59,81% da capacidade

  • Riacho da Cruz II (Riacho da Cruz):

    • 72,25% da capacidade

    • Maior volume entre os monitorados

RESERVATÓRIOS EM SITUAÇÃO CRÍTICA (abaixo de 10%)

São 13 reservatórios, incluindo:

  • Itans (Caicó)

  • Passagem das Traíras (São José do Seridó)

  • Jesus Maria José (Tenente Ananias)

  • Lulu Pinto (Luís Gomes)

Alguns estão praticamente secos.

LAGOAS MONITORADAS

  • Lagoa do Jiqui (Parnamirim): 100% da capacidade

  • Lagoa de Pium (Nísia Floresta): 98%

  • Lagoa do Bonfim (Nísia Floresta): 61,97%

  • Lagoa do Boqueirão (Touros): 89,18%

  • Lagoa de Extremoz: 76,09%

O Igarn reforça que o acompanhamento do nível dos mananciais é essencial para garantir uso sustentável da água e manter o abastecimento no estado.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

VÍDEO: Fãs de F1 gritam “Ei, Globo vai tomar no c*”, em Interlagos; emissora assume transmissões das corridas em 2026 no lugar da Band

Fãs da Fórmula 1 parecem não estar satisfeitos com o retorno das transmissões da F1 para a Globo a partir de 2026, no lugar da Band. Gritos de “Ei, Globo vai tomar no c*” ecoaram neste domingo (9), no circuito de Interlagos em São Paulo. O GP Brasil foi vencido por Lando Norris, da McLaren.

A Globo voltará a transmitir as provas da categoria a partir de 2026. O ano de 2025 foi o último do contrato com a Band, que transmitira desde 2021, e agradeceu aos fãs com uma faixa com os dizeres “obrigado, Interlagos”.

A Rede Globo foi escolhida pela Liberty Media para transmitir a Fórmula 1 a partir da temporada de 2026. A emissora carioca havia fez uma proposta de U$ 8 milhões (R$ 44,4 milhões), enquanto a Band ofereceu US$ 10 milhões e a Record, o valor de US$ 13 milhões. A análise feita pela Liberty Media está ligada com o alcance de público da Globo, contra os das concorrentes, apesar do valor oferecido ter sido menor.

Com informações de LanceNet

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

EUA podem negar visto a imigrantes com diabetes ou obesidade

Imagem: Evan Vucci

O governo Trump emitiu uma nova diretriz que permite que estrangeiros sejam impedidos de obter visto se possuírem certas condições médicas crônicas, como diabetes, obesidade, cânceres e doenças cardiovasculares.

A regra faz parte de uma campanha agressiva para deportar e desestimular a imigração, alegando que pessoas com esses problemas podem se tornar uma “public charge” (encargo público) e onerar os recursos dos EUA.

O Departamento de Estado instruiu oficiais consulares a considerar a probabilidade de o requerente precisar de benefícios públicos, mesmo que no futuro, devido à sua condição de saúde ou idade.

The News

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *